domingo, 18 de dezembro de 2011

E o Canto Gregoriano? Ainda tem espaço na Liturgia?

Por Luciano Mendes, Blog: Una Voce Brasil

Sobre a importância do Canto Gregoriano na Liturgia Romana.
Será mesmo que o “cantochão” caiu em desuso? Será lícito o uso de baterias e e melodias de caráter apenas emocional em nossas Missas?
E o canto Canto Gregoriano será Palavra de Deus cantada?
A quem objete que hoje o canto gregoriano não atrai mais as pessoas e que o que realmente importa são melodias envolventes que mexam com o coração. Será isso correto? Padre Reus continua a nos responder:
Extraído do Livro: Curso de Liturgia do Servo de Deus Padre João Batista Reus
§ 30. MÚSICA SACRA
106.   1. A música sacra abrange também o canto responsorial antifonal. Já tratamos do responsório e da antífona. Resta ainda falar da música litúrgica em geral, do cantochão.
2. Etimologia. Cantochão é hoje o mesmo que canto gregoriano. Chão é a palavra latina planus = plano, liso, não interrompido; pois o cantochão não tem compasso e se compile de notas iguais em valor.
3. Excelência.
1) É a expressão exata do texto litúrgico, e por isso verdadeira oração. (Eugen Schmid, Die neuen musikalischen Vorschriften, p. 25.)
2) É obra de arte perfeita, de riqueza excepcional em motivos musicais e tem, quando se trata de canto sem acompanhamento, o primeiro lugar.
3) Pio X diz (d. 4121) : “As qualidades que deve possuir o canto litúrgico: santidade, excelência de forma e universalidade, encontram-se no mais alto grau no canto gregoriano, que é por conseguinte o canto próprio da Igreja romana, o único que ela herdou dos antigos padres, que conservouciosamente… que propôs diretamente, como seu, aos fiéis. Por estas razões o canto gregoriano foi considerado sempre modelo acabado da música sacra, podendo-se estabelecer com todo o direito a seguinte lei geral: Uma composição é tanto mais sagrada e litúrgica para a Igreja, quanto mais se aproxima, pelo andamento, pela inspiração e pelo gosto, da melodia gregoriana; e é tanto menos digna dotemplo, quanto mais se afasta deste supremo modelo.”
4) Autoridades contemporâneas, que conhecem a música moderna, competentes, portanto, para dar um parecer decisivo, falam muito a favor do cantochão.
Mozart dizia que sacrificaria com gosto todo o seu renome, se pudesse dizer-se compositor do prefácio gregoriano.
Jean Jacques Rousseau, célebre incrédulo, ocupou-se muito com a música, na qual achou por vezes o único meio de ganhar a vida. Assim disse: “Deve-se ter, não digo só nenhuma piedade, mas, absolutamente, nenhum gesto, para preferir nas igrejas a música ao cantochão. O canto gregoriano émuito preferível a esta música mole, teatral, tosca e chata que em algumas igrejas lhe substituem sem guardar seriedade, nem gosto, nem decoro, nem o respeito devido ao lugar que, deste modo, fica profanado.”
Halevy, afamado compositor de óperas, discípulo de Cherubini, diz: “Como podem os sacerdotes católicos, possuidores do canto gregoriano, a mais linda melodia religiosa que existe no mundo, permitir nas suas igrejas a pobreza da nossa música moderna?”
Quase da mesma forma fala o célebre compositor de óperas, Luis Spohr, afirmando que não pode compreender como os “católicos permitem estragar a música sacra, porquanto no canto gregoriano possuem música eclesiástica genuína e verdadeira.”
O festejado compositor musical Ambros declara: “O canto gregoriano é o estilo especifico da Igreja, e, se alguém quer o único que indubitavelmente é eclesiástico. Está na Igreja, formou-se para as necessidades da Igreja e, aquela força especial que em cada música reside, e não foi feita mas forma-se (p. ex., no canto popular), também é própria dele. Como parte integrante da liturgia possui seu valor inestimável para todos os tempos.”
Uma revista musical de Berlim, “Echo”, diz que “no canto gregoriano, a par da maior singeleza e unidade, reina a maior variedade. Texto e melodia forma uma só coisa, resolvendo perfeitamente o problema de manifestar os sentimentos do coração pelos sons, e conservando para todo o verdadeiro perito musical o seu valor intrínseco, que é incomparável.”
Berlioz, + 1869, igualmente célebre como critico e compositor, autor de um “Requiem” que não tem igual em majestade, e por isso entendido de profissão, diz que nada na música se pode comparar com o efeito do canto gregoriano “Dies irae”.
O célebre compositor de Operas Gounod gostava de falar das perfeições do canto gregoriano, do qual era grande admirador. (Krutschek, die Kirchenmusik, p. 97. O Seminário, 1929, p. 86.)
4. História.
cantochão remonta até aos primeiros tempos cristãos; pois Nosso Senhor cantou na última ceia os salmos costumados. A primeira Igreja tomou da sinagoga o canto do templo, o qual foi enriquecido por elementos gregos. .
5. Obrigação.
cantochão é obrigatório na Liturgia, na forma restaurada. (Lei de Pio X e Pio XI. O Seminário, 1933, p. 148.)
6. Pio X admite também em segundo e. terceiro lugar. polifonia clássica no culto, bem como a música mais moderna, contanto que esta, ofereça composições de tal seriedade e gravidade, que sejam dignas da Liturgia sacra.
Não se permita que as bandas de música entrem na igreja; e fora dela, guardem completo silêncio no tempo da consagração.(C. B. n. 364, § 2.)

 

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