sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Elisa Freixo lança CD gravado na Alemanha



Elisa Freixo lança CD gravado na Alemanha 
Obra será apresentada em concertos aos Órgãos Históricos de Mariana e Tiradentes e em Ouro Preto

A organista e cravista Elisa Freixo lança seu 14º álbum, em concertos especiais aos órgãos históricos de Ouro Preto, Mariana e Tiradentes. Os concertos apresentam parte das obras gravadas e acontecem no dia 1º de dezembro, no Museu do Oratório, em Ouro Preto, às 18h30; no dia 2 de dezembro, na Catedral da Sé de Mariana, às 12h15 e; no dia 7 de dezembro, na Matriz de Santo Antônio, em Tiradentes, às 20h. Os ingressos para as apresentações e os CDs estão à venda nos locais do concerto.

Gravado durante o verão europeu de 2010, na Igreja de Waltersdorf, na Alemanha, o CD traz um repertório com músicas do Barroco tardio de tradição ibero-americana. Músicas de Scarlatti, Soler, Anônimos de Chiquitos, Sor Maria Clara, Seixas e Xavier Baptista promovem um intercâmbio cultural no sentido inverso, já que essas obras são quase desconhecidas na Alemanha. 

Serviço: Lançamento do CD Waltersdorf – Elisa Freixo
Dia 1º de dezembro – Ouro Preto
Horário: 18h30
Local: Museu do Oratório (Adro da Igreja do Carmo, 28, Centro).
Ingressos: R$10,00

Dia 2 de dezembro – Mariana
Horário: 12h15
Local: Catedral da Sé (Praça da Sé) 
Ingressos: R$ 24,00

Dia 7 de dezembro – Tiradentes
Horário: 20h
Local: Matriz de Santo Antônio
Ingressos: R$20,00



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cores fortes geram polêmica em restauração de santa em capela no RJ

Fotos mostram diferenças da imagem de 2002 para de 2012. “Santa Bárbara ficou parecendo uma Barbie”, relatou historiador.
Imagem original de 2002 (à esquerda) e restaurada em 2012 (à direita) (Foto: Milton Teixeira/ Arquivo Pessoal)

Uma restauração inusitada na imagem de Santa Bárbara deixou o historiador Milton de Mendonça Teixeira surpreso no sábado (24), quando ele visitou a Fortaleza de Santa Cruz, em Jurujuba, no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. De acordo com Milton, ao chegar no local, ele percebeu que a estátua estava retocada com cores fortes. A reportagem foi publicada na coluna Gente Boa, do Jornal O Globo.
“Eu também sou profissional da área de turismo e vou à capela há mais de 30 anos. Como historiador e admirador também sempre reparo nas imagens das santas. Mas pude perceber a tamanha diferença da original para a restaurada mediante a tamanha aberração. A santa Bárbara ficou parecendo uma Barbie”, relatou o historiador ao G1 nesta manhã.
A imagem tem 1,73 de altura e é do início do século 19. Ela é feita de madeira de fatura portuguesa. Segundo Milton, além do rosto, a vestimenta da santa também foi retocada.
“Eu tenho certeza que esta restauração absurda não foi feita por um especialista. É uma brutalidade o que fizeram coma  santa. É uma imagem linda e jamais poderia ter sofrido estes maus reparos”, concluiu Milton Teixeira.  

Por Renata Soares

Fonte : Defender

Virada Inclusiva no Museu de Arte Sacra de SP.






Neste final de semana, o Núcleo de Arte-Educação do Museu oferece contação de história interativa, com interpretação simultânea em Libras e áudio-descrição. Depois, o visitantes é convidado a explorar algumas salas do Museu – localizado no Mosteiro da Luz, construído no século XVIII – por meio de jogos e atividades lúdicas.


Fonte: Facebook do Museu de Arte Sacra

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Igreja e Convento de São Francisco em Salvador - BA - A Igreja mais bonita do Brasil

A Igreja e Convento de São Francisco são importantes edificações históricas da cidade de Salvador, na Bahia, Brasil.
 
A Igreja de São Francisco com o seu cruzeiro
 Localizadas no coração da cidade, as estruturas foram erguidas entre os século XVII e XVIII e são consideradas uma das mais singulares e ricas expressões do Barroco brasileiro, apresentando, em especial a igreja, uma faustosa decoração interior. Foram tombadas pelo Iphan, classificadas como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, e fazem parte do Centro Histórico de Salvador, que hoje é Patrimônio da Humanidade.

História

O convento foi fundado em 1585 pelo frei franciscano Melchior de Santa Catarina, Custódio de Olinda, em Pernambuco, após receber autorização do papa Sisto V. No local já havia uma pequena capela e algumas habitações provisórias. No mesmo ano, a convite do bispo Dom Antônio Barreiros, o Custódio enviou dois irmãos para a Bahia, os freis Antônio da Ilha e Francisco de São Boaventura, com a responsabilidade de providenciar a instalação do convento e dar início às obras, que só começaram de fato em 1587.Em 1675 foi decidida uma reconstrução, sob a administração do Provincial frei Vicente das Chagas, que autorizou o frei Daniel de São Francisco a angariar donativos para as obras. Como a congregação havia crescido, os novos edifícios foram projetados em uma escala mais ampla.


As obras tiveram início oficial em 20 de dezembro de 1686, quando lançou-se a pedra fundamental. O claustro foi construído primeiro, com projeto de Francisco Pinheiro. Em 1701 foi dada autorização para que a Ordem Terceira construísse sua própria igreja, cemitério e outras dependências. A partir de 1705 foram colocados revestimentos no claustro e erguido o altar da enfermaria, e entre 1710-1710 foram concluídos os muros e lançados os pilares. Sua decoração de azulejos pintados foi realizada entre 1749 e 1752. 

Capelas laterais na igreja
 Entrementes outras partes do conjunto foram sendo edificadas. Em 1708 foi iniciada a capela-mor da igreja. Como o terreno apresentava um forte declive nos fundos, foi preciso aterrá-lo e lançar fundos alicerces. As obras foram supervisionadas por Manoel Quaresma, sucedido a partir de 1710 por frei Hilário da Visitação. Não se sabe ao certo quem foi seu arquiteto, talvez tenha sido o mesmo Francisco Pinheiro. Contudo, o projeto teve de ser modificado, prescindindo da galilé, já que o síndico do convento, Francisco Oliveira Porto, iniciara a construção de umas casas junto de onde ela deveria ficar.

A capela-mor, o arco do cruzeiro e as paredes até onde ficariam os púlpitos estavam prontos em 1713, já podendo abrigar o culto, sendo consagrado este trecho em 3 de outubro. O restante do corpo da igreja, incluindo a fachada em arenito, foi terminado em 1720, data gravada no frontispício. No mesmo ano foi instalado o cadeiral do coro, reaproveitado da edificação anterior, e em seguida iniciaram as obras de decoração interna.

Em 1729 o frei Álvaro da Conceição providenciou à conclusão dos pilares do claustro, e a partir de 1733 iniciaram as pinturas do teto da igreja, obra do frei Jerônimo da Graça. Em 1737 foram colocados azulejos na capela-mor, no ano seguinte começou o arremate dos pilares do claustro, o douramento do capela-mor e altares laterais da igreja, e a execução do retábulo de São Luís ao lado do arco do cruzeiro. Em 1741 o frei Manoel do Nascimento iniciou o revestimento do piso e foi encomendado um grande retábulo de Nossa Senhora da Glória, instalado também ao lado do cruzeiro. Entre 1749 e 1752 foram finalizadas as obras do claustro, incluindo a biblioteca, e a partir de 1752 foram sendo terminadas a portaria e seu altar. Em 1782 foram colocados azulejos na portaria. As torres foram concluídas entre 1796 e 1797, instalando-se os sinos e o relógio, mas o revestimento de pedras azuis e brancas nos coruchéus teve de esperar ainda cerca de um século para ser instalado.

Características

Interior da igreja

 Igreja

Situada diante de uma praça, o Largo do Cruzeiro, que se articula com o Terreiro de Jesus, a igreja mostra influência da edificação jesuíta, austera no exterior mas decorada com luxo no interior. O edifício foi construído em pedra calcária nas partes aparentes, e arenito nas partes rebocadas. A simplicidade dos campanários quadrangulares, coroados com pirâmides azulejadas, contrasta com o bloco central mais ornamentado, com aberturas em arco na base e um frontão no topo decorado com grandes volutas. Leslie Bethell identificou influência dos modelos arquitetônicos de Sebastiano Serlio na fachada. Sua planta é incomum entre os projetos franciscanos do Nordeste brasileiro, pois tem três naves, ao passo que o desenho mais usual conta com apenas uma, embora as naves laterais sejam baixas, estreitas e cobertas por uma galeria, e funcionem mais como um deambulatório entre as capelas secundárias. Além da capela-mor, dedicada a São Francisco de Assis a igreja possui oito capelas secundárias, duas delas nos braços do transepto. A do lado esquerdo é dedicada a Nossa Senhora da Glória, e a direita, a São Luís de Toulouse.

A igreja é especialmente preciosa pela sua exuberante decoração interna. Todas as superfícies do interior - paredes, colunas, teto, capelas - são revestidas de intrincados entalhes e douraduras, com florões, frisos, arcos, volutas e inúmeras figuras de anjos e pássaros espalhadas em vários pontos. Calcula-se que foi usada uma tonelada de ouro nos douramentos.

Não se conhece o autor da talha. De ambos os lados existem grandes púlpitos, também ricamente decorados.

Detalhe da capela-mor
 Na capela-mor se destaca o importante grupo escultórico do altar-mor, que ilustra a aparição do Cristo estigmatizado para São Francisco. É produção moderna, de dimensões acima do natural, inspirada em tela de Bartolomé Murillo, célebre pintor espanhol. Foi talhado e instalado em 1930 pelo baiano Pedro Ferreira seguindo a estética e as técnicas barrocas, sob encomenda do conselheiro Francisco da Silva Pedreira. Antes de ser entronizado, o conjunto foi exposto em uma galeria de Salvador, atraindo grande público e despertando elogios generalizados, inclusive de mestres da Escola de Belas Artes. Diante do grupo pende um lampadário de prata de quase dois metros de altura, pesando 80 quilos, datado de 1758-1761, doado pelo capitão Antônio André Torres. Na mesma capela há pinturas sobre a vida do santo, produzidas por Bartolomeu Antunes em Lisboa em 1737, possivelmente a pedido do frei Manuel das Mercês. As capelas secundárias não possuem dedicação fixa, os santos que honram passaram por um rodízio desde a fundação do complexo, substituindo-se periodicamente a estatuária nos seus respectivos altares.

O teto da nave possui pinturas sobre o ciclo mariano atribuídas por Augusto Telles ao frei Jerônimo da Graça, realizadas entre 1733 e 1737. O cadeiral entalhado do coro e a estante para o missal, bem como as grades entre as capelas secundárias, são obra do frei Luís de Jesus, conhecido como "irmão Torneiro", e são os elementos decorativos mais antigos da igreja, datando do século XVII, reaproveitados da primeira igreja edificada no local. Sobre o parapeito do coro existe ainda um rico oratório com um crucifixo e dez pequenos nichos para relíquias de vários santos, entre elas um crânio de um mártir não identificado, a quem se atribuiu o nome de São Fidélis Mártir, doado pelo papa Inocêncio XII. Entre suas jóias estão também uma estátua de São Pedro de Alcântara criada pelo santeiro baiano Manuel Inácio da Costa, outra de Santo Antônio, possivelmente encomendada por Garcia d'Ávila, e uma série de painéis de azulejo pintados com cenas da vida do padroeiro, criados em 1737 por Bartolomeu Antunes de Jesus, artista lisboeta. As pias de água benta debaixo do coro, à entrada, foram doadas, segundo a tradição, por Dom João VI, e o piso tem revestimento decorado acompanhando o padrão dos entalhes do teto.

Detalhe da obra de talha na igreja
 A sacristia também é ricamente decorada. O corredor que a interliga à igreja tem o teto e azulejos pintados com cenas bíblicas. Dali sobe-se por uma escada às tribunas e coro da igreja e ao piso superior do convento. A passagem é ornada com azulejos mostrando cenas diversas: alegorias dos sentidos e dos meses do ano, paisagens, combates e cenas pastorais. A sacristia propriamente dita possui um grande arcaz em madeira entalhada, obra do irmão Torneiro, com pinturas sobre pequenas placas de cobre encaixadas em nichos, mostrando cenas da vida de São Francisco. Sobre o móvel, junto ao teto, está uma série de pinturas de Bartolomeu Antunes com a mesma temática, motivo que se repete nas pinturas do teto, emolduradas por caixotões. Dividindo o arcaz ao meio, se ergue um grande altar dourado com um crucifixo em marfim. Nas duas paredes laterais estão dois grandes armários também entalhados no mesmo estilo, mas sua autoria é controversa. Na outra parede foi instalado um lavabo de pedra, de linhas simples, em cujo topo está uma estátua de Santo Antônio.

Convento

O convento, ainda em uso, com dezenas de celas, foi construído em torno de um claustro quadrado, tem um sub-solo e dois pavimentos sobre o nível da rua. O nível superior possui um passeio aberto em forma de galeria com vigamento aparente e coberto por telhas, e os níveis inferiores são abobadados e arcados. O modelo se inspira nos claustros portugueses do século XVI. Sua decoração mostra ricos painéis de azulejo, parte deles criada por Bartolomeu de Jesus em meados do século XVIII, e que mostram cenas e inscrições moralistas diversas, retiradas do livro Teatro Moral da Vida Humana e de toda a Filosofia dos Antigos e Modernos, ilustrado com estampas de Otto van Veen, que foi mestre de Peter Rubens. A portaria que dá acesso ao convento possui importante pintura no teto atribuída a José Joaquim da Rocha, onde se representa uma aula magna universitária em que se debate o privilégio da isenção da Virgem Maria do pecado original, uma cena povoada por vários santos, prelados e figuras alegóricas dos quatro continentes, além de um altar entalhado, azulejos pintados nas paredes com cenas da vida monástica e painéis com retratos de santos franciscanos.

Outros espaços dignos de nota são a biblioteca, com um pequeno altar dedicado a São Boaventura, um teto decorado com grandes pinturas de Doutores da Igreja e estantes coroadas por entalhes; o refeitório, com outros painéis azulejados datados de c. 1650, pertencentes à primeira igreja construída no local, e a sala-capela do Capítulo. Esta última tem o teto decorado com uma grande série de pinturas em caixotões que representam virgens mártires, mais um imponente altar dedicado a Nossa Senhora da Saúde, azulejaria pintada e oito painéis parietais com temática retirada do ciclo mariano, especialmente as Litaniae Lauretanae. A fonte iconográfica foi identificada na obra Elogia Mariana, publicada em Augsburgo em 1732, com ilustrações de August Casimir Redel e Thomas Scheffler. O jardim do convento também serve como pequeno cemitério, onde foram depositados os despojos de várias personalidades franciscanas, como o frei Vicente do Salvador e o frei Antônio de Santa Maria.

Importância estética e cultural

O conjunto, especialmente pela riqueza da igreja, é considerado como uma das mais espetaculares expressões do Barroco no Brasil, tendo sido tombado pelo IPHAN em 1985. Também foi eleito uma das 7 Maravilhas de Origem Portugesa no Mundo. Anexa fica a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, outro monumento notável pela originalidade de sua fachada profusamente ornamental, com reminiscências maneiristas e única no contexto brasileiro. O Centro Histórico de Salvador, onde os edifícios se localizam, foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.


Essa abundância decorativa era parte essencial do estilo Barroco, incentivada pelas determinações do Concílio de Trento, e tinha como objetivo conquistar os fiéis e excitar sua devoção através da maravilha e do deslumbramento, ao mesmo tempo em que oferecia uma série de pinturas e estátuas que ilustravam a doutrina católica para a educação do povo analfabeto. Mesmo que a suntuosidade fosse uma característica comum dos templos barrocos, a riqueza extraordinária da igreja levantou questionamentos desde o início. No século XVIII o templo foi visitado por capuchinhos italianos, que ficaram indignados com tanta ostentação, e elaboraram um documento em que lamentavam o abuso e as constantes solicitações de esmolas pelos frades para completar a decoração. No século XIX franciscanos alemães também protestaram, pretendendo eliminar todo o ouro das igrejas salvo nos aparatos litúrgicos e no tabernáculo do Santíssimo Sacramento, mas a medida não encontrou receptividade. 

Apesar da grande homogeneidade da decoração como um todo, o estilo dos elementos em separado, em seu estado atual, pode variar bastante, mostrando traços maneiristas, rococós e até neoclássicos, embora o Barroco predomine, o que se explica pelo largo período de tempo necessário para construir e decorar as estruturas, e pelas reformas, restauros ou alterações que o conjunto sofreu em sua história.

Contrastando com o luxo dos edifícios, a vida monástica que se desenvolve hoje no convento é marcada pela austeridade. Os frades seguem o voto de pobreza, dedicam-se à oração e às obras pias e, segundo disse o frei Hugo Fragoso, "a vivência pessoal dos religiosos sempre foi pobre... A cada reforma católica, há uma tentativa de resgate da maneira de viver de Francisco de Assis, com a substituição de algumas casas suntuosas por eremitérios. A tensão é permanente ao longo dos séculos.... Ao contrário dos franciscanos do século de ouro, os de hoje lutam pelo resgate do essencial". O mobiliário das celas dos frades se resume em uma cama, um armário e uma escrivaninha.

Em 2009 foi publicado o primeiro levantamento histórico, social e estético aprofundado sobre os edifícios, o livro Igreja e Convento de São Francisco da Bahia, após uma pesquisa de 10 anos realizada pela historiadora Maria Helena Ochi Flexor em conjunto com o frei Hugo Fragoso, trazendo textos de vários especialistas.

Desde o século XVIII acontece às terças-feiras, no largo diante da igreja, a tradicional bênção dos pães de Santo Antônio, um santo franciscano, com a maior participação popular no dia da sua festa, 13 de junho, e na festa de São Francisco, 17 de setembro, quando chegam a ser distribuídos 15 mil pãezinhos. 

Conservação

Entre 1926 e 1930, já com várias partes em avançado estado de degradação, causada principalmente por cupins, foram realizadas diversas intervenções de restauro sob a direção do frei Próspero Kaufmann e do mestre-de-obras Eustáquio Gomes, tendo como entalhadores Cassiano de Araújo, Pedro Luís e Cipriano de Oliveira, com Luís Alves Pereira fazendo os douramentos. Eles repararam a estatuária, modificaram estruturas e ornamentos das capelas secundárias e a decoração da capela-mor. Mas como eles não tinham conhecimento especializado, o trabalho foi de pobre qualidade. 

O retábulo original da capela-mor, então seriamente carcomido, foi quase todo modificado, além de serem retiradas estátuas portuguesas de São Domingos e Santo Antônio. Desta época data a entronização do grande grupo escultórico no altar-mor, obra moderna de Pedro Ferreira, e a substituição da antiga estátua de São Luís de Toulouse na capela direita do transepto por uma representando o Sagrado Coração de Jesus. Recentemente a troca foi desfeita, bem como retornou ao seu lugar a imagem de Santa Ifigênia, também removida anteriormente.

Durante as obras de revitalização do centro histórico de Salvador, há poucos anos, a igreja, o convento e seu largo fronteiro também receberam atenção conservadora, mas o monumento precisa de cuidados permanentes. Em 2005 os azulejos do claustro foram cobertos por gaze para evitar que a superfície pintada se desprendesse, o que já se verifica em muitos pontos. Foi solicitado um restauro emergencial ao Iphan, mas em vista do alto custo da obra não houve condições de realizá-la. Em 2006 foi realizado um projeto de pesquisa empregando-se técnicas de fotografia e restauro digital a fim de preservar pelo menos a iconografia dos azulejos antes que ela seja perdida inteiramente, a fim de que um futuro trabalho de restauração possa ter subsídios consistentes. Além disso, por causa de suas preciosidades a igreja já foi vandalizada várias vezes e teve várias peças originais roubadas.

A necessidade de conservação, coisa sempre muito cara em se tratando de monumentos históricos tão preciosos, também se choca com os interesses da comunidade franciscana, cujo objetivo central é o trabalho com os pobres. O frei Hugo Fragoso disse em 2010 que os freis não podem viver para os conventos, mas para suas obras assistenciais e pastorais. Em que pese sua enorme importância, são relativamente poucos os turistas que o visitam, e um programa para tornar o complexo autossustentável ainda está por ser feito; tudo o que se refere à sua conservação ainda depende basicamente do governo.

Wikipédia


Veja mais fotos: 



 


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Indicação do amigo Márcio Braga

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Estandarte para Romaria - 2

Confira como ficou o estandarte de Nossa Senhora Aparecida para a Romaria que aconteceu no dia 24 de novembro conforme publicado aqui.


Após a Santa Missa  celebrada na Catedral de Santo Antonio em Guaratinguetá-SP saimos em peregrinação ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida



Vários amigos acompanharam a Peregrinação mesmo enfrentando a chuva no caminho.

Foram levados também as Bandeiras da Congregação Mariana e do Vaticano junto com o Crucifixo e o escudo do congregado mariano.

  
Chegada ao Santuário Nacional de N. Sra. Aparecida

 
Os idealizadores do estandarte: Adriano Nascimento e eu.

Natal em Palha chega ao Museu de Arte Sacra de São José dos Campos-SP

Uma das peças do artesão Aristides Almeida é o presépio, confeccionado com palha de milho
 

O natal está chegando, e para comemorar a data, o Museu de Arte Sacra de São José dos Campos realiza a exposição “Natal em Palha”, do artesão Aristides Antônio de Almeida. A mostra começa no próximo dia 27 e segue até 28 de fevereiro de 2013. São peças confeccionadas em materiais naturais, como palha de milho, cascas e sementes.

No museu, estarão reunidas cerca de 20 peças, entre diversos tipos de imagens sacras como presépios, santa ceia, santos e anjos. “A exposição traz imagens que remetem à religiosidade do natal, teremos vários tipos de presépios, que são bastante tradicionais para a data”, comentou a coordenadora da exposição, Edna Martelo.

O artesão Aristides Antônio de Almeida, 41 anos, nasceu em Itararé, interior de São Paulo, e vive do artesanato há mais de 12 anos. Ele confecciona qualquer tipo de trabalho a partir de uma imagem. Antes de utilizar a palha, ele trabalhou com cerâmica, pintura e dobradura de arame, mas sempre buscou algo em que pudesse se destacar. A partir de um quadro da Santa Ceia, teve a idéia de reproduzi-lo em palha de milho e não parou mais.

Aristides participou por diversas vezes do Revelando São Paulo – Vale do Paraíba, em São José dos Campos, e na última edição, expôs uma peça única, confeccionada em palha de milho: São Jorge travando batalha com um dragão, medindo 80 cm por 1 metro de altura. Hoje, o artista trabalha com a família na criação de imagens sacras e concentra todos os esforços neste tipo de arte.

Museu de Arte Sacra de São José dos Campos fica na Travessa Chico Luiz, 67, no centro de São José dos Campos. O público pode visitar a exposição “Natal em Palha” de terça a sexta-feira, das 9h às 17h. A entrada é franca. Outras informações pelo telefone (12) 3921-7226.

Fonte: Prefeitura da Cidade de São José dos Campos

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Gustave Doré - Ilustrações Para a Bíblia: Velho e Novo Testamento


Autor: Gustave Doré

Descrição:
A Editora Oratório apresenta uma obra que reúne 244 belíssimas gravuras de Gustave Doré, um dos maiores artistas do século XIX, produzidas para ilustrar a rica narrativa das histórias bíblicas do Velho Testamento e a sabedoria das palavras de Jesus Cristo nos episódios mais marcantes de sua vida relatadas no Novo Testamento.

Gustave Doré (1832-1883), nascido na França, começou sua carreira profissional precocemente, aos catorze anos já ilustrava jornais e publicações francesas. A partir de 1850 começou a ilustrar os grandes clássicos da literatura ocidental como A Divina Comédia, de Dante Fábulas, de La Fontaine Don Quixote, de Cervantes Paraíso Perdido, de Milton O Corvo, de Poe e Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo - que lhe renderam fama mundial. Doré morreu no ano de 1883, em Paris, aos 51 anos.

A estética de sua arte, marcada pelo jogo claro escuro de seu desenho de traços finos e nobres influenciou até mesmo o cinema nas produções de diretores como D. W. Griffith - O Nascimento de uma Nação, 1915-, e Cecil B. DeMille no clássico - Os Dez Mandamentos, 1956. Ainda hoje, sua obra é referência para desenhistas, ilustradores, designers e artistas gráficos em geral.

Neste livro, as belas e detalhadas ilustrações de Doré feitas para a Bíblia estão unidas a excertos do texto das ricas histórias bíblicas que formam o imaginário ocidental, sua cultura e seus valores cristãos. Impresso em papel de primeira qualidade (couchet brilhante), que permite ao leitor apreciar todo o encanto das ilustrações de Doré, traz também a nomenclatura dos capítulos e versículos bíblicos ao qual as ilustrações se referem para que o leitor possa ir além e se aprofundar na fertilidade das narrativas no próprio Livro Sagrado.


Ficha Técnica:

Número de Páginas: 265
Editora: Oratório
Idioma: Português-BR
ISBN: 978-85-64028-02-9
Dimensões do Livro: 22,5 x 25,5 cm

à Venda na Ecclesiae




























































domingo, 25 de novembro de 2012

Igreja de São José em Ouro Preto-MG será reaberta no dia 02 de dezembro



Uma missa em ação de graças marcará, no domingo, 2 de dezembro, 10 horas e 30 minutos, as comemorações de conclusão das obras de restauração da Igreja de São José dos Pardos e Bem Casados e Santa Cecília dos Músicos, em Ouro Preto-MG. Fechada há mais de quinze anos, o templo, em restauração desde agosto de 2010, estará novamente aberto para celebrações das comunidades. 

Os trabalhos foram viabilizados por meio da lei de incentivo cultura – Lei Rounet, com patrocínio do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social e custaram aproximadamente R$ 1,5 milhão, sendo que deste valor U$120 mil dólares complementares vieram do World Monuments Fund – WMF, entidade que apóia projetos de restauração de Monumentos Mundiais. A entidade e seus membros se dedicam a salvar lugares mais apreciados no mundo, através de parcerias com comunidades locais, órgãos financiadores e governos, como forma de compromisso permanente na manutenção de monumentos para as gerações futuras.

A obra teve a gestão da Fundação Museu de Arte Sacra de Ouro Preto, entidade da Paróquia do Pilar, com apoios da Prefeitura de Ouro Preto, do Ministério da Cultura e do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN).

No dia 18 de março de 2012, vésperas do dia dedicado a São José, o templo foi reaberto, somente nessa data especial, para a celebração de missa e para que a população ouro-pretana pudesse apreciar o andamento e a conclusão de uma etapa das obras.
Além da restauração interna, que demandou muito cuidado, o adro também passou por intervenções, a fim de adaptar a área às recomendações do laudo de geologia do professor Romero César Gomes, por se tratar de um dos pontos de maior risco geológico, em pleno centro da cidade. 

O templo, agora, está mostrando toda sua riqueza e brilho, pois, pinturas estavam encobertas por várias camadas e ofuscadas pela tonalidade cinza, e isso não permitia que o conjunto da obra fosse visto em toda sua integridade pelos fiéis e turistas. 

Curiosidades
A Irmandade de São José surgiu em “Corpo de Comunidade” em 1726 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. Em 1735 já se encontra instalada na primitiva Ermida de São José, construindo cerca de vinte anos depois a atual Capela.

Antônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho – foi juiz da irmandade deixando para a capela o projeto da fachada e altar-mor. Congregava a irmandade mulatos e crioulos, nascidos no Brasil e mestres de ofício, incluindo os músicos. O oficial mais importante que teria trabalhado na capela foi Manoel Ribeiro Rosa cujo trabalho foi descoberto, nesta restauração, após remoção de repinturas que cobriam o arco-do-cruzeiro e altar-mor.
É importante ressaltar que uma das mais importantes obras de Manoel Ribeiro Rosa está no Museu Arquidiocesano de Mariana e que pertence ao forro da capela-mor de São José. Trata-se da pintura “Esponsais de Nossa Senhora” (Casamento de Nossa Senhora e São José).

Texto com colaboração de Carlos José Aparecido de Oliveira
Tino Ansaloni / Jornal Voz Ativa


Fotos:


 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O Presépio: Uma saudável tradição cristã


presepio nazare antigo
Elisangela Cavalheiro
Redação Portal A12
  
Representar presépios é um costume que começou há muito tempo na história. Representar a cena do nascimento de Jesus Cristo e da família de Nazaré com o passar dos tempos sofreram diversas interferências culturais.

Revestido de um significado profundo, que remete ao projeto de Deus para humanidade por meio do seu Filho Jesus, o presépio como uma saudável Tradição Cristã deve levar os fiéis a uma experiência do amor de Deus, do desapego, da fraternidade e da paz.  

O Papa Bento XVI, ao falar sobre a árvore de Natal e o presépio disse que eles são elementos do 'patrimônio espiritual' cristão que se contrapõem ao 'consumismo e busca de bens materiais' na sociedade atual, e que 'o Natal é uma festa cristã e os seus símbolos constituem uma importante referência para o grande mistério da Encarnação e do Nascimento de Jesus'.

Para resgatar a história do presépio e ajudar a compreender o mistério cristão representando nesse costume milenar o Portal A12 entrevistou o historiador, Irmão José Mauro Maciel, Missionário Redentorista.

Veja a entrevista a seguir:

Portal A12 – Como e quando surgiu o costume de representar presépios?
Irmão Maciel – As formas de representação em desenhos ou pinturas, com as cenas do presépio, surgiram no século IV, no Oriente Médio. Naquela época, a Sagrada Família (Lc 2, 16), o jumento e o boi (Is 1, 3) eram os personagens e figuras principais. Segundo a Bíblia, estes são animais do jugo (canga) e precisam ser domados para servir aos humanos. De forma semelhante, as pessoas necessitam de disciplina e educação para servir a Deus e ao próximo. Assim, nós os cristãos, estamos sob o jugo do Evangelho de Jesus (Mt 11, 30).

Ainda no final deste século IV, aparecem as representações com os “magos” trajados de reis, que visitaram o Menino Deus, adoraram-no, homenagearam-no e ofereceram-no ouro (eternidade), incenso (divindade) e mirra (morte), de acordo com o Evangelho escrito por São Mateus (Mt 2, 11).

Portanto, o Deus Encarnado, na sua humanidade haveria de morrer, mas, permanecendo divino e eterno. Posteriormente, acrescentaram as figuras do anjo e dos pastores (Lc 2, 9) e também a “estrela do Oriente” (Mt 2, 2).

No século XII, aparecem o pastor com a “gaita de fole”, outros animais (ovelhas, o galo e outros). A partir do século XVI, os presépios se tornaram mais domésticos e artísticos, dependendo das criatividades e posses de seus pretendentes. Sobretudo na Itália e em Portugal.


Portal A12 – Qual o papel de São Francisco de Assis na história do Presépio?
Irmão Maciel – Em 1223, São Francisco de Assis (1182-1226) tornou-se famoso, pois, ao invés dele Festejar o Natal na igreja local, segundo o costume, montou um Presépio na floresta de Greccio, arrumando um cenário próprio, com diversos animais, no intuito de melhor explicar o Mistério da Encarnação de Cristo ao povo. Ele inovou a maneira de se montar o cenário do Nascimento do Senhor.


Portal A12 – Qual o seu significado?
Irmão Maciel – O significado do Presépio é muito profundo. É a tentativa de mostrar como o Filho de Deus se Encarnou na Humanidade e na realidade dos humanos.

O cenário de um Presépio deve nos convencer de que Deus abriu mão do uso de seu poder e divindade, e veio morar entre os humanos, para ensinar as pessoas todo o bem necessário para ser feliz.

O presépio nos mostra que o desapego é necessário para a conscientização daquilo que é de mais precioso e sagrado: a vida! Ela é dom Deus e a missão dos humanos é experienciá-la na justiça, na fraternidade e na paz.

Uma comunhão de vida, entre irmãos, e com os recursos humanos e naturais que Deus nos oferece abundantemente. A fraternidade universal: direito e dever de todos nós!


Portal A12 – Existe um período correto para montar e desmontar os Presépios?
Irmão Maciel – Existe um período certo para montar e desmontar os Presépios. Inclusive, com os devidos e respeitosos cuidados com as sagradas imagens (Sagrada Família, anjo e santos reis). A montagem do Presépio segue o Ciclo Litúrgico Católico.

No Brasil, desde o século XVIII, a Igreja orientava aos fiéis para montar o Presépio no dia 15 de dezembro (primeiro dia do Tríduo de Nossa Senhora da Expectação do Parto, com Festa dia 18) e desmontá-lo, no dia seguinte à Epifania (Festa de Reis, 06 de janeiro).

Atualmente, costuma-se montá-los para o primeiro domingo do Advento (o primeiro domingo do advento será dia 02 de dezembro) ou no dia 15, quando se inicia a Novena do Natal nas Famílias e/ou Comunidades, deixando a manjedoura vazia até o final da Missa da Vigília (do Galo), na noite do dia 24 de dezembro, quando se deve colocar a imagem do Menino Deus na manjedoura.

O Presépio deve ser desmontado na segunda-feira, após o domingo (entre 2 e 8 de janeiro) da Epifania. Portanto, a permanência do Presépio segue a orientação Litúrgica Católica, no Ciclo do Natal, tanto para as Orações Domésticas, quanto ao Culto Público nas igrejas e praças.


Símbolos Natalinos

Com relação aos símbolos natalinos, Irmão Maciel listou os que fazem parte do autêntico Natal Cristão. Veja a lista:




Oficina "Enfeites de Natal"



Ateliê Gaia
Ladeira Felipe Neri nº 15 - Morro da Conceição - Centro - Rio de Janeiro - RJ

Exposição de Arte Sacra e religiosa


Estandarte para Romaria

Junto com amigos, estou confeccionando o Estandarte de N. Sra. Aparecida para Romaria de amanhã, 24 de novembro. Vejam algumas fotos:



 Para ver como ficou o trabalho pronto, fica o convite: Participe da Romaria...


O artista conserva e testemunha a beleza da fé

Mensagem de Bento XVI ao cardeal Ravasi, na XVII Sessão Pública das Pontifícias Academias

Salvatore Cernuzio - VATICANO, (ZENIT.org)

 Arte e Fé, um diálogo sempre vivo e nunca interrompido: a Mensagem do Concílio aos Artistas já resumia a relação da Igreja do século XX com as artes, através da ação de Paulo VI. E o beato João Paulo II escreveu uma Carta aos Artistas no Grande Jubileu do ano 2000 para reavivar essa parceria.

"O artista é testemunha da beleza da fé", observou Bento XVI, atento a esta longa tradição, em sua mensagem para a XVII Sessão Pública das Pontifícias Academias, dirigindo-se ao cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura.

A sessão se realizou na tarde do dia 21, na Aula Magna de São Pio X, com o tema "Pulchritudinis fidei testis: o artista, como a Igreja, testemunha a beleza da fé", título que recorda as palavras de abertura do motu proprio com que o Santo Padre recentemente unificou a Comissão Pontifícia para os Bens Culturais da Igreja com o Dicastério da Cultura.

Com esta temática, Bento XVI explicou que a XVII Sessão Pública faz parte do Ano da Fé, cujo objetivo é "repropor a todos os fiéis o poder e a beleza da fé", grande aspiração do concílio Vaticano II.
O mesmo apelo havia animado o encontro do papa com uma grande representação de artistas na Capela Sistina, em 21 de novembro de 2009. Na ocasião, como o próprio papa recordou, "eu lhes fiz um intenso apelo para redescobrirem a alegria da reflexão conjunta e de uma ação concorde, a fim de recolocar a beleza no centro das atenções".

"A beleza deveria voltar a se reafirmar e se manifestar em todas as formas de expressão artística, mas sem prescindir da experiência da fé. Pelo contrário, deveria olhar para ela livre e abertamente, a fim de tirar dela inspiração e conteúdo".

"A beleza da fé nunca pode ser obstáculo para a criação da beleza artística, uma vez que constitui, de certa forma, a sua alma e horizonte final".

Citando ainda a mensagem conciliar, Bento XVI recordou que "o verdadeiro artista, graças à sua sensibilidade estética particular e à sua intuição, pode captar e aceitar mais profundamente do que os outros a beleza própria da fé, e assim expressá-la e comunicá-la com a sua própria linguagem".

O artista pode ser definido, portanto, como "guardião da beleza do mundo" e, por conseguinte, como testemunha da beleza da fé. "Ele pode participar da mesma vocação e missão da Igreja, especialmente se, nas diferentes formas de arte, quiser ou for chamado a realizar obras de arte diretamente relacionadas com a experiência da fé e do culto, com a ação litúrgica da Igreja".

A este respeito, o papa citou um ensaio escrito em 1931 pelo jovem padre Giovanni Battista Montini para a primeira edição da revista Arte Sacra, em que o futuro papa Paulo VI exortava quem lidasse com a arte sacra a se sentir chamado a "expressar o inefável", iniciando-se na mística, a fim de "atingir, com a experiência dos sentidos, algum reverberar, algum pulsar da Luz invisível".

Em seguida, ao tratar da figura do cristão, Montini escreveu: "Vemos também como e onde nasce a arte sacra verdadeira: do artista devoto, orante, desejoso, que vela no silêncio e na bondade, à espera do seu Pentecostes".

A mensagem de Bento XVI terminou com um convite a todos os artistas cristãos, no início do Ano da Fé, a "trilharem o caminho traçado com nitidez por Paulo VI e a garantirem que a sua carreira artística se torne um itinerário completo, em que todas as dimensões da vida humana estejam envolvidas, de modo a eficazmente testemunhar a beleza da fé em Jesus Cristo, imagem da glória de Deus que ilumina a história da humanidade".

Após as nomeações do presidente, do secretário e dos acadêmicos da recém-criada Pontifícia Academia Latinitas, foi entregue também o Prêmio das Pontifícias Academias, dedicado neste ano às artes, em particular à pintura e à escultura.

Foram galardoados a escultora polonesa Anna Gulak e o pintor espanhol David Ribes Lopez. O jovem escultor italiano Jacopo Cardillo recebeu como sinal de apreço e incentivo do Santo Padre a Medalha do Pontificado.
(Trad.ZENIT)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Taubaté recebe oficina gratuita do SISEM-SP


Realizada em parceria com o Museu de Arte Sacra de São Paulo, a atividade será no 29/11, no Museu Dom Epaminondas, com participação gratuita

O Sistema Estadual de Museus SISEM-SP, em parceria com o Museu de Arte Sacra de São Paulo – instituição da Secretaria de Estado da Cultura –, e a prefeitura, realiza a oficina “Comunicando o Bem Patrimonial – A Materialidade das Esculturas Devocionais” em Taubaté. Destinada aos profissionais da área museológica e interessados, o evento acontece no dia 29 de novembro quinta-feira, das 8h às 12h, no Museu de Arte Sacra Dom Epaminondas.

Ministrada pela educadora Laise da Costa Grandizoli, do Museu de Arte Sacra, a ação será composta por um conjunto de atividades como análises de obras e oficinas sobre materiais e técnicas utilizadas na produção das esculturas devocionais entre os séculos XVI e XVIII no Brasil.
As inscrições podem ser feitas pelo telefone 12 3632-2855, das 8h às 12h e das 14h às 17h. O Museu de Arte Sacra Dom Epaminondas está localizado na Praça de Santa Teresinha, nº 100 – Centro. Mais informações por meio do portal do Sistema Estadual de Museus: www.sisemsp.org.br.

Sistema Estadual de Museus
O SISEM-SP reúne e articula todos os museus do Estado em busca de promover o desenvolvimento e fortalecimento institucional. É coordenado pela Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico UPPM da Secretaria de Estado da Cultura e atualmente reúne cerca de 415 instituições, públicas e privadas, de 190 municípios. Entre as principais ações do SISEM, está a realização de exposições itinerantes e de estudos detalhados sobre cada museu e cidades onde estão localizados. O SISEM promove, ainda, programas de formação, capacitação e aperfeiçoamento técnico de profissionais, além de convênios entre os museus do Estado e instituições nacionais e internacionais, com o objetivo de aprimorar e valorizar as próprias instituições e seus acervos. Para saber mais acesse: www.sisemsp.org.br.

Museu de Arte Sacra de São Paulo
O Museu de Arte Sacra de São Paulo é fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969 e sua instalação data de 28 de junho de 1970. A partir desta data, o museu passou a ocupar a ala esquerda térrea do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz e a antiga Casa do Capelão, antes administração, e onde, desde 2000, está exposto o acervo de presépios doado à instituição por Ciccillo Matarazzo Francisco Matarazzo Sobrinho. A parte mais antiga do complexo foi construída sob orientação de Frei Antônio de Santana Galvão para abrigar o recolhimento das irmãs concepcionistas, função esta que também se mantém até hoje.

Serviço

Data: 29/11/2012
Local: Museu de Arte Sacra Dom Epaminondas Praça de Santa Teresinha, nº 100 - Centro – Taubaté/SP
Horário: das 8h às 12h
Informações: 12 3632-2855
Inscrições: por telefone 12 3632-2855, das 8h às 12h e das 14h às 17h
Adesão: gratuita

Núcleo da Notícia Comunicação Corporativa:

Tel. 16 3237-7367/68
Dayane Malta – 16 9233-3014
dayanemalta@nucleodanoticia.com.br
Juliana Dias – 16 9233-1823
julianadias@nucleodanoticia.com.br
André Luís Rezende – 16 8142-4299
andreluisrezende@nucleodanoticia.com.br
www.nucleodanoticia.com.br

Secretaria de Estado da Cultura:

Renata Beltrão – 11 2627-8164
rmbeltrao@sp.gov.br
Giulianna Correia - 11 2627-8243
gcorreia@sp.gov.br
fonte: Núcleo da Notícia Comunicação Corporativa 

Curso de Trateggio - retoque pictório ilusionista"- Com Rita Cerqueira Mota



Atelie Gaia

"Cantai ao Senhor toda a terra" (Sl 96,1)

Dia de Santa Cecília!
Padroeira dos músicos

Hoje celebramos a santidade da virgem que foi exaltada como exemplo perfeitíssimo de mulher cristã, pois em tudo glorificou a Jesus. Santa Cecília é uma das mártires mais veneradas durante a Idade Média, tanto que uma basílica foi construída em sua honra no século V. Embora se trate da mesma pessoa, na prática fala-se de duas santas Cecílias: a da história e a da lenda. A Cecília histórica é uma senhora romana que deu uma casa e um terreno aos cristãos dos primeiros séculos. A casa transformou-se em igreja, que se chamou mais tarde Santa Cecília no Trastévere; o terreno tornou-se cemitério de São Calisto, onde foi enterrada a doadora, perto da cripta fúnebre dos Papas.

No século VI, quando os peregrinos começaram a perguntar quem era essa Cecília cujo túmulo e cuja inscrição se encontravam em tão honrosa companhia, para satisfazer a curiosidade deles, foi então publicada uma Paixão, que deu origem à Cecília lendária; esta foi sem demora colocada na categoria das mártires mais ilustres. Segundo o relato da sua Paixão Cecília fora uma bela cristã da mais alta nobreza romana que, segundo o costume, foi prometida pelos pais em casamento a um nobre jovem chamado Valeriano. Aconteceu que, no dia das núpcias, a jovem noiva, em meio aos hinos de pureza que cantava no íntimo do coração, partilhou com o marido o fato de ter consagrado sua virgindade a Cristo e que um anjo guardava sua decisão.


Valeriano, que até então era pagão, a respeitou, mas disse que somente acreditaria se contemplasse o anjo. Desse desafio ela conseguiu a conversão do esposo que foi apresentado ao Papa Urbano, sendo então preparado e batizado, juntamente com um irmão de sangue de nome Tibúrcio. Depois de batizado, o jovem, agora cristão, contemplou o anjo, que possuía duas coroas (símbolo do martírio) nas mãos. Esse ser celeste colocou uma coroa sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano, o que significava um sinal, pois primeiro morreu Valeriano e seu irmão por causa da fé abraçada e logo depois Santa Cecília sofreu o martírio, após ter sido presa ao sepultar Valeriano e Tibúrcio na sua vila da Via Ápia.


Colocada diante da alternativa de fazer sacrifícios aos deuses ou morrer, escolheu a morte. Ao prefeito Almáquio, que tinha sobre ela direito de vida ou de morte, ela respondeu: "É falso, porque podes dar-me a morte, mas não me podes dar a vida". Almáquio condenou-a a morrer asfixiada; como ela sobreviveu a esse suplício, mandou que lhe decapitassem a cabeça.


Nas Atas de Santa Cecília lê-se esta frase: "Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava no seu coração um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro Esposo". Essas palavras, lidas um tanto por alto, fizeram acreditar no talento musical de Santa Cecília e valeram-lhe o ser padroeira dos músicos. Hoje essa grande mártir e padroeira dos músicos canta louvores ao Senhor no céu.


Santa Cecília, rogai por nós!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Apresentação neste sábado na Basílica do Mosteiro São Bento


Não perca a apresentação do Coro de Repertório da FASCS - Fundação das Artes de São Caetano do Sul e Madrigal "Il Estro D'Oro" com peças natalinas.

A apresentação ocorrerá na Basílica do Mosteiro de São Bento de São Paulo, no sábado, 24 de Novembro de 2012, às 11h.

ENTRADA GRATUITA!


Facebook do Mosteiro: http://www.facebook.com/mosteirosp

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Capela Sistina

A Capela Sistina (em italiano: Cappella Sistina) é uma capela situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na Cidade do Vaticano. É famosa pela sua arquitetura, inspirada no Templo de Salomão do Antigo Testamento, e sua decoração em afrescos, pintada pelos maiores artistas da Renascença, incluindo Michelangelo, Rafael, Bernini e Sandro Botticelli.

A capela tem o seu nome em homenagem ao Papa Sisto IV, que restaurou a antiga Capela Magna, entre 1477 e 1480. Durante este período, uma equipe de pintores que incluiu Pietro Perugino, Sandro Botticelli e Domenico Ghirlandaio criaram uma série de painéis de afrescos que retratam a vida de Moisés e de Cristo, juntamente com retratos papais e da ancestralidade de Jesus. Estas pinturas foram concluídas em 1482, e em 15 de agosto de 1483, Sisto IV consagrou a primeira missa em honra a Nossa Senhora da Assunção.
Desde a época de Sisto IV, a capela serviu como um lugar tanto para religiosos, como funcionários para atividades papais. Hoje é o local onde se realiza o conclave, o processo pelo qual um novo Papa é escolhido.

Contexto histórico

A virada do Quattrocento para o Cinquecento foi um dos momentos mais marcantes para a História da arte ocidental, quiçá mundial. A Itália, com epicentro em Florença, deu ao mundo uma tal gama de geniais artistas que parece milagrosa. "Não há como explicar a existência do gênio. É preferível apreciá-lo", diz Gombrich,tentando entender por que tantos grandes mestres nasceram no mesmo período.
Sisto IV, por Melozzo da Forlì
 
A Capela Sistina é um dos locais mais propícios para aquilatar a dimensão desta explosão criativa. Para a sua feitura concorreram os maiores nomes de que dispunha a Itália no momento.
Sisto IV, como parte da política que empreendia para o restabelecimento do prestígio e fortalecimento do papado, convocou a Roma os maiores artistas da Itália. Florença era o centro de excelência até então. De lá e da Úmbria vieram os maiores nomes, fato que deslocaria para Roma a capitalidade cultural, que atingiria o zênite algumas décadas depois, com a eleição de Júlio II para ocupar a Cátedra de São Pedro. Para a história da cultura o significado do projeto e construção da Sistina é imenso, juntamente com as demais obras encomendadas por Sisto IV. Não somente porque marca o deslocamento da capitalidade cultural para Roma, mas por se tratar do ciclo pictórico de maior relevo da Itália no final do século XV, "constituindo além disso um documento inapreciável para observar as virtudes e os limites da pintura do Quattrocento'".

Com exceção de Ghirlandaio, os pintores que nela assinalaram seus talentos avançam com a sua obra o século seguinte e os gênios que mudaram os rumos da pintura no período estão todos estreitamente relacionados com eles: Ghirlandaio fora mestre de Michelangelo; Rafael aprendiz de Perugino; e no atelier de Verrocchio passaram: Leonardo, Perugino e Botticelli.
Mais que um liame entre o Quattrocento e o Cinquecento, esta geração de artistas "representa um ponto final, a constatação de uma crise. Algo que ficará manifesto pelo fato de que tanto Leonardo como Michelangelo construírem em boa medida suas respectivas linguagens sobre a negação da deles".

Arquitetura e decoração

Baccio Pontelli foi o autor do projeto arquitetônico para a construção da capela. Este florentino era um dos responsáveis pela reformulação e revitalização urbanística que Sisto IV efetuava em Roma, tendo realizado dezenas de obras públicas.

Vista externa da Capela Sistina do alto da Basílica de São Pedro.
 
No projeto, construído com a supervisão de Giovannino de Dolci entre 1473 e 1484, emprestaram seus dons: Perugino, Botticelli, Ghirlandaio, Rosselli, Signorelli, Pinturicchio, Piero di Cosimo, Bartolomeo della Gatta, Rafael e outros. Coroando este festival, alguns anos depois, um dos maiores gênios artísticos de todos os tempos: Michelangelo Buonarroti.

As dimensões do projeto de Baccio Pontelli tiveram como inspiração as descrições contidas no Antigo Testamento relativas ao Templo de Salomão. A sua forma é retangular medindo 40,93 m de longitude, 13,41 m de largura e 20,70 m de altura. Os numerosos artistas vestiram o seu interior, esculpindo e pintando as suas paredes, transformando-a em um estupendo e célebre lugar conhecido em todo o mundo pelas maravilhosas obras de arte que encerra.

Uma finíssima transenna de mármore, em que trabalharam Mino de Fiesole, Giovanni Dálmata e Andréa Bregno, divide a capela em duas partes desiguais. Os mesmos artistas levaram a cabo a construção do coro.
Internamente, as paredes, divididas por cornijas horizontais, apresentam 3 níveis:
  • o primeiro nível, junto ao chão em mármore - que, em alguns setores, apresenta o característico marchetado cosmatesco - simula refinadas tapeçarias. No lado direito, próximo à transenna está o coro;
  • o intermediário é onde figuram os afrescos narrando os episódios da vida de Cristo e de Moisés. A cronologia inicia-se a partir da parede do altar, onde se encontravam, antes da feitura do Juízo Final de Michelangelo, as primeiras cenas e um retábulo de Perugino representando a Virgem da Assunção, a quem foi dedicada a capela.
  • o nível mais alto, onde estão as pilastras que sustentam os pendentes do teto. Acima da cornija estão situadas as lunettes, entre as quais foram alocadas as imagens dos primeiros papas.

Afrescos

Afrescos inspirados em cenas do Velho e do Novo Testamento decoram as paredes laterais, assim como o teto.
A Entrega das Chaves a São Pedro - Perugino
 
Precisamente, na parede esquerda, a partir do altar, estão as cenas do Velho Testamento a representar:
  • 1 – Moisés a caminho do Egito e a circuncisão de seus filhos, obra de Pinturicchio;
  • 2 – Cenas da Vida de Moisés, de Botticelli;
  • 3 – Passagem do Mar Vermelho, de Cosimo Rosselli;
  • 4 – Moisés no Monte Sinai e a Adoração do Bezerro de Ouro, de Rosselli;
  • 5 – A Punição de Korah, Natan e Abiram, de Botticelli;
  • 6 – A Morte de Moisés, de Lucas Signorelli.
Na parte direita, também a partir do altar, as cenas do Novo Testamento:
  • 1 – O Batismo de Jesus, de Pinturicchio;
  • 2 – Tentação de Cristo e a Purificação do Leproso, de Botticelli;
  • 3 – Vocação dos Apóstolos, de Ghirlandaio;
  • 4 – Sermão da Montanha, de Rosselli,
  • 5 – A Entrega das Chaves a São Pedro, de Perugino;
  • 6 – A Última Ceia,de Rosselli.
Entre as janelas, seis de cada lado, figuram 24 retratos de papas, pintados por Botticelli, Ghirlandaio e Fra Diamante. Na abóbada estão os famosos afrescos de Michelangelo, pintados entre 1508 e 1512. O mesmo artista realizaria entre os anos de 1535 e 1541, na parede do altar, o Juízo Final.
Rafael realizou uma série de tapeçarias que, em ocasiões especiais, vestem as paredes.

As cenas de Botticelli

Botticelli, o talentoso discípulo de Filippino Lippi, exercia seu ofício em Florença. Chamado a Roma por Sisto IV para a decoração da capela, ali executou entre 1481 e 1482 alguns afrescos: A Punição de Korah, Dathan e Abiram; Tentação de Cristo e a Purificação do Leproso e Cenas da Vida de Moisés .
Cenas da Vida de Moisés, afresco medindo 348 cm x 558 cm, é a obra mais complexa. Botticelli teve que se empenhar para entrelaçar os diversos episódios que ali figuram numa narrativa bem articulada. O quadro tem certas irregularidades. É mais apreciado em virtude de detalhes isolados do que pelo conjunto. Os episódios estão narrados no Livro do Êxodo, capítulos II, III e XIII.
A Punição de Korah, medindo 348,5 cm x 570 cm, é a representação da narrativa contida no Livro dos Números, capítulo XVI, onde Korah, subleva 250.000 hebreus contra a autoridade de Moisés e de seu irmão Aarão.
Tentação de Cristo e a Purificação do Leproso, medindo 345,5 cm x 555 cm, ilustra as 3 tentações de Cristo no deserto e a cura do leproso narradas no Evangelho de Mateus, capítulos IV e VIII. No centro do quadro vê-se o edifício do Hospital do Santo Espírito mandado construir por Sisto IV.

O Teto da Capela Sistina (Michelangelo)

Vista do teto da Capela Sistina, projetada por Michelangelo
 
Na realização desta grandiloqüente obra concorreram amor e ódio. Michelangelo teria feito este trabalho contrariado, convencido que era mais um escultor que um pintor. Encarregado pelo Papa Júlio II, sobrinho de Sisto IV, de pintar o teto da capela, julgou ser um conluio de seus rivais para desviá-lo da obra para a qual havia sido chamado a Roma: o mausoléu do Papa. Mas dedicou-se à tarefa e o fez com tanta maestria que praticamente ofuscou as obras primas de seus antecessores na empresa. Os afrescos no teto da Capela Sistina são, de fato, um dos maiores tesouros artísticos da humanidade.
Diagrama
 
É difícil acreditar que tenha sido obra de um só homem, pois dispensara os assistentes que havia contratado inicialmente, insatisfeito com a produção destes, e que o mesmo ainda encontraria forças para retornar ao local, duas décadas depois, e pintar na parede do altar, sacrificando, inclusive, alguns afrescos de Perugino, o Juízo Final, entre 1535 e 1541, já sob o pontificado de Paulo III.
A superfície da abóbada foi dividida em áreas concebendo-se arquitetonicamente o trabalho de maneira que resultasse numa articulação do espaço entremeado por pilares. Nas áreas triangulares alocou as figuras de profetas e sibilas; nas retangulares, os episódios do Gênesis. Para entender estas últimas deve-se atentar para as que tocam a parede do fundo:
  • Deus separando a Luz das Trevas;
  • Deus criando o Sol e a Lua;
  • Deus separando a terra das águas;
  • A Criação de Adão;
  • A Criação de Eva;
  • O Pecado Original e a Expulsão do Paraíso;
  • O Sacrifício de Noé;
  • O Dilúvio Universal;
Assim como ocorre com parte da obra de Leonardo da Vinci, Benjamin Blech e Roy Doliner sugerem no seu livro Segredos da Capela Sistina que Michelangelo teria usado de criptografia para inscrever mensagens atacando o papado. O artista teria usado seus conhecimentos dos textos judaicos e cabalísticos, antagônicos à doutrina cristã estabelecida, para transmitir em sua pintura aquilo em que verdadeiramente acreditava.

O Juízo Final (Michelangelo)

O Juízo Final
 
A parede do altar foi destinada a conservar a maior pintura na qual Michelangelo dedicou, desde 1534, todo seu engenho e força: o Juízo Final.

O afresco ocupa inteiramente a parede atrás do altar. Para sua execução, duas janelas foram fechadas e algumas pinturas da época de Sisto IV apagadas: os primeiros retratos de papas; a primeira cena da vida de Cristo e a primeira da vida de Moisés. Uma imagem da Virgem da Assunção de Perugino, e os afrescos das duas lunettes, onde o próprio Michelangelo havia pintado os ancestrais de Cristo.
A grandiosidade da personalidade do grande mestre se revela aqui, com toda sua potência, devido sobretudo à concepção e a força de realização da obra.
Aqui, o "Pai do Barroco", como querem alguns, já desnuda de forma marcante os novos rumos que o artista imprimira em sua arte. A liberdade em relação aos cânones anteriores, da chamada Alta Renascença, manifesta-se na rigorosa maneira com que trata a figura humana. O que seria chamado o terribile por seus contemporâneos.
Michelangelo expressa vigorosamente o conceito de Justiça Divina, severa e implacável em relação aos condenados. O Cristo, parte central da composição, é o Juiz dos eleitos que sobem ao Céu por sua direita, enquanto os condenados, abaixo de sua esquerda esperam Caronte e Minos.
A ressurreição dos mortos e os anjos tocando trombetas completam a composição.

A polémica do restauro

No último quartel do século XX, obras empreendidas no teto da Capela Sistina no intuito de recuperar o brilho original do tempo de Michelangelo foram motivo de inúmeras controvérsias.
Restauros vinham sendo feitas ao longo dos anos, e desde a década de 1960 já se trabalhava nos frescos mais antigos. O projeto mais audacioso, a cargo do restaurador Gianluigi Colalucci, iniciou-se em 1979 com a limpeza da parede do altar: o Juízo Final, de Michelangelo.
Durante este período a capela esteve fechada ao público que visita o Museu do Vaticano - cerca de 3.000.000 pessoas por ano - só voltando a ser reaberta em 8 de Abril de 1994.

Conclaves

Os Conclaves que foram realizados na Capela Sistina

Século XV

Conclave Duração Cardeal Eleito Papa Pontificado
06/08/1492-10/08/1492 04dias Rodrigo Borgia Alexandre VI 10/08/1492-18/08/1503

Século XVI

Conclave Duração Cardeal Eleito Papa Pontificado
16/08/1503-16/09/1503 01mês Francesco Todeschini Piccolomini Pio III 16/09/1503-18/10/1503
31/10/1503-01/11/1503 02dias Giuliano della Rovere Júlio II, O.F.M. 01/11/1503-20/02/1513
04/03/1513-19/03/1513 15dias Giovanni di Lorenzo de' Medici Leão X 19/03/1513-01/12/1521
27/12/1521-09/01/1522 13dias Adriano Floriszoon Boeyens Adriano VI 09/01/1522-14/09/1523
01/10/1523-19/11/1523 01mês18dias Giulio di Giuliano de' Medici Clemente VII 19/11/1523-25/09/1534
11/10/1534-13/10/1534 3dias Alessandro Farnese Paulo III 13/10/1534-10/11/1549
25/11/1549-29/11/1549 5dias Giovanni Maria Ciocchi Del Monte Júlio III 29/11/1549-25/03/1555
05/04/1555-07/04/1555 03dias Marcelo Cervini Marcelo II 07/04/1555-30/04/1555
15/05/1555-23/05/1555 08dias Gian Petro Carafa Paulo IV, C.R. 23/05/1555-18/08/1559
05/09/1559-26/12/1559 03meses21dias Giovanni Angelo Medici Pio IV 26/12/1559-09/12/1565
20/12/1565-07/01/1566 18dias Michele Ghislieri São Pio V, O.P. 07/01/1566-01/05/1572
12/05/1572-13/05/1572 02dias Ugo Boncompagni Gregório XIII 13/05/1572-10/04/1585
21/04/1585-24/04/1585 03dias Felici Peretti Sixto V, O.F.M. Conv. 24/04/1585-27/08/1590
07/09/1590-15/09/1590 08dias Giovanni Battista Castagna Urbano VII 15/09/1590-27/09/1590
08/10/1590-05/12/1590 01mês27dias Nicooló Sfrondrati Gregório XIV 05/12/1590-16/10/1591
27/10/1591-03/11/1591 06dias Giovanni Antonio Facchinetti Inocêncio IX 03/11/1591-30/12/1591
10/01/1592-30/01/1592 20dias Ippolito Aldobrandini Clemente VIII 30/01/1592-05/03/1605

Século XVII

Conclave Duração Cardeal Eleito Papa Pontificado
14/03/1605–01/04/1605 18dias Alessandro Ottaviano de' Medici Leão XI 01/04/1605–27/04/1605
08/05/1605–16/05/1605 08dias Camilo Borghese Paulo V 16/05/1605–28/01/1621
08/02/1621–09/02/1621 02dias Alessandro Ludovici Gregório XV 09/02/1621–08/07/1623
19/07/1623–06/08/1623 18dias Mafeo Barberini Urbano VIII 06/08/1623–29/07/1644
09/08/1644–15/09/1644 01mês06dias Giovanni Battista Pamphilj Inocêncio X 15/09/1644–07/01/1655
18/01/1655–07/04/1655 03meses20dias Fabio Chigi Alexandre VII 07/04/1655–22/05/1667
02/06/1667–20/06/1667 18dias Guilio Rospigliosi Clemente IX 20/06/1667–09/12/1669
20/12/1669–29/04/1670 04meses09dias Emilio Altieri Clemente X 29/04/1670–22/07/1676
02/08/1676–21/09/1676 01mês19dias Benedetto Odescalchi Beato Inocêncio XI 21/09/1676–12/08/1689
23/08/1689–06/10/1689 01mês13dias Pietro Voti Ottoboni Alexandre VIII 06/10/1689–01/02/1691
12/02/1691–21/07/1691 05meses09dias Antonio Pignatelli Inocêncio XII 21/07/1691–27/09/1700
09/10/1700–23/11/1700 01mês14dias Giovanni Francesco Albani Clemente XI 23/11/1700–19/03/1721

Século XVIII

Conclave Duração Cardeal Eleito Papa Pontificado
31/03/1721–08/05/1721 01mês08dias Michelangelo dei Conti Inocêncio XIII 08/05/1721–07/03/1724
20/03/1724–29/05/1724 02meses09dias Pietro Francesco Orsini Bento XIII, O.P. 29/05/1724–21/02/1730
05/03/1730–07/04/1730 01mês02dias Lorenzo Corsini Clemente XII 07/04/1730–06/02/1740
18/02/1740–17/08/1740 06meses01dias Prospero Lorenzo Lambertini Bento XIV 17/08/1740–03/05/1758
15/05/1758-06/07/1758 01mês22dias Carlo della Torre Rezzonico Clemente XIII 06/07/1758-02/02/1769
15/02/1769–19/05/1769 03meses04dias Giovanni Vicenzo Antonio Ganganelli Clemente XIV, O.F.M. Conv. 19/05/1769–22/09/1774
05/10/1774–15/02/1775 04meses10dias Giovanni Angelo Brachi Pio VI 15/02/1775–29/08/1799

Século XIX

Conclave Duração Cardeal Eleito Papa Pontificado
02/09/1823–28/09/1823 26dias Annibale Sermatti della Genga Leão XII 28/09/1823–10/02/1829
24/02/1829–31/03/1829 01mês07dias Francesco Severino Castiglione Pio VIII 31/03/1829–30/11/1830
14/12/1830–02/02/1831 01mês19dias Bartolomeu Albert Cappellari Gregório XVI, O.S.B. Cam. 02/02/1831–01/06/1846
14/06/1846–16/06/1846 03dias Giovanni Maria Mastai-Ferretti Beato Pio IX, O.F.S. 16/06/1846–07/02/1878
18/02/1878–20/02/1878 03dias Gioacchino Vicenzo Raffaele Luigi Pecci Leão XIII 20/02/1878–20/07/1903

Século XX

Conclave Duração Cardeal Eleito Papa Pontificado
31/07/1903–04/08/1903 05dias Giuseppe Melchiore Sarto São Pio X, O.F.S. 04/08/1903–20/08/1914
31/08/1914–03/09/1914 04dias Giacomo della Chiesa Bento XV 03/09/1914–22/01/1922
02/02/1922–06/02/1922 04dias Achille Ratti Pio XI 06/02/1922–10/02/1939
01/03/1939–02/03/1939 02dias Eugenio Pacelli Pio XII 02/03/1939–09/10/1958
25/10/1958–28/10/1958 03dias Angelo Giuseppe Roncalli Beato João XXIII, O.F.S. 28/10/1958–03/06/1963
19/06/1963–21/06/1963 03dias Giovanni Battista Montini Paulo VI 21/06/1963–06/08/1978
25/08/1978–26/08/1978 02dias Albino Luciani João Paulo I 26/08/1978–28/09/1978
14/10/1978–16/10/1978 03dias Karol Józef Wojtyła João Paulo II 16/10/1978–02/04/2005

Século XXI

Conclave Duração Cardeal Eleito Papa Pontificado
18/04/2005–19/04/2005 02dias Joseph Alois Ratzinger Bento XVI 19/04/2005 – Presente*

Wikipédia

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