Elisangela Cavalheiro
Redação Portal A12
Redação Portal A12
O
artista sacro alemão José Hiebl, mais conhecido como Irmão Bento, autor
de mais de cem obras está sendo homenageado durante todo o ano com a
comemoração do ‘Ano Centenário Irmão Bento’.
Nesta segunda-feira (05) a comemoração tem seu auge com a celebração dos 100 anos da morte do artista.
O
religioso redentorista que morou durante treze anos em Aparecida (SP),
deixou um patrimônio histórico e pastoral de grande valor. Suas obras
encontram-se distribuídas em igrejas, conventos, capelas, colégios e até
mesmo residências particulares em diversos estados brasileiros.
A
celebração do ‘Ano Centenário Irmão Bento’ manifesta o desejo da
congregação religiosa de resgatar a história desse artista que deixou
uma valiosa contribuição cultural para o país.
“É
muito justo que este Ano Centenário de sua passagem para a eternidade
seja um tempo de reconhecimento e de oração, agradecendo a Deus que deu a
irmão Bento essa missão generosa em favor do povo brasileiro”, cita
nota da Comissão de Patrimônio Histórico da Província Redentorista de São Paulo.
Para conhecer um pouco mais a história desse importante artista, o Irmão
José Mauro Maciel, Missionário Redentorista e historiador concedeu
entrevista ao Portal A12 traçando alguns relatos biográficos do Irmão
Bento.
Portal A12 – Quem foi o Irmão Bento?
Irmão José Mauro Maciel –
O Irmão Bento (1837-1912) foi um bávaro que nasceu em Edling, próximo a
Munique, na Alemanha. Filho de produtor agropecuário e comerciante. O
seu nome de batismo era José Hiebl. Quando adolescente ingressou na
Escola Profissional de Wasserburgo, onde estudou música, desenho e
pintura.
Depois
de uma Missão Redentorista, em sua terra natal (1855), tornou-se um
católico convicto e começou a participar das Associações Católicas. E,
como jovem artista trabalhou na recuperação e restauração de um antigo e
grande Mosteiro, em Gars In, nos anos de 1856 e 1857.
Em
1858, ingressou na Congregação Redentorista com a intenção de ser
Irmão. Nesta Instituição Religiosa recebeu formação para a Vida
Consagrada, onde também teve apoio e estímulo para esmerar na sua
profissão artística. E para isto foram facilitados tempo e investimentos
com mestres qualificados.
Fez
seus compromissos religiosos na Congregação Redentorista, em 1º de
novembro de 1862, quando passou a ser chamado Irmão Bento. Durante os
seus 50 anos de vida religiosa redentorista dedicou-se intensamente na
confecção e restauração de artes sacras. Dentre os quais, 15 anos
vividos no Brasil, em Aparecida (SP) e São Paulo (SP). Faleceu a 05 de
novembro de 1912.
Portal A12 – Qual a herança que o Irmão Bento deixou para a Congregação do Santíssimo Redentor?
Irmão Maciel –
A principal herança que o Irmão Bento deixou à Congregação Redentorista
foi o seu testemunho de missionário consagrado artista. Foram muitos
anos vividos e dedicados, expressos e caracterizados nos traços
artísticos de suas obras. A sua espiritualidade pessoal o ajudou nas
retratações do Mistério de Cristo, de Maria Santíssima e dos santos. Por
isso, até hoje, suas obras facilitam o exercício da piedade e da
mística cristã católica.
Detalhes do quadro 'Cristo Morto' - óleo sobre tela
Portal
A12 – Ao comemorar o ‘Ano Centenário Irmão Bento’ a Congregação
Redentorista quer fazer um resgate do valor desse artista?
Irmão Maciel –
O ‘Ano Centenário Irmão Bento’ é um tempo oportuno de resgate e
valorização da arte sacra na História da Igreja. Pois, este missionário
redentorista deixou obras na Alemanha (Heldenstein, Dürnberg,
Vilsbiburg, Deggendorf e Gars In) e no Brasil (Rio de Janeiro,
Aparecida, São Paulo, Estado de Goiás e Sul de Minas).
No
Brasil, através de suas obras, pôde contribuir com a cultura religiosa e
as devoções típicas de nosso povo. Por isso, suas obras de arte
retratam o perfil de nossa História da Arte Sacra no alvorecer do século
XX.
Este
ano centenário nos ajudará a conhecer o Irmão Bento, suas obras e um
pouco mais da história de nossa Cultura Cristã Católica. Assim sendo, de
09 de novembro até o final do mês de janeiro de 2013, no subsolo do
Santuário Nacional de Aparecida, teremos uma Exposição das Obras do
Irmão Bento.
Exposição no Santuário Nacional
Para comemorar a ocasião, o Santuário Nacional de Aparecida e a Congregação do Santíssimo Redentor da Província de São Paulo inaugura na próxima sexta-feira a exposição ‘Irmão Bento, artista do Santuário Nacional’. As obras ficarão disponíveis para o público até o dia 31 de janeiro de 2013 no subsolo do Santuário.
As
comemorações do ‘Ano Centenário Irmão Bento’ tiveram início em 2011 e
terão o seu encerramento em janeiro quando será encerrada a exposição no
Santuário Nacional.
Com informações e imagens da Comissão de Patrimônio Histórico da Província Redentorista de São Paulo.
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