Mostrando postagens com marcador Oratórios. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Oratórios. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 27 de março de 2024

Museu Mineiro apresenta a exposição “Preciosidades do Acervo: Oratórios”, que reúne peças dos séculos 17 ao 19

Mostra exibe um conjunto de oratórios acondicionados na reserva técnica do museu, cujo valor estético impressiona pela riqueza de detalhes
Renata Garbocci / Secult




Renata Garbocci / Secult

A partir desta quarta-feira (27/3), o Museu Mineiro, no bairro Funcionários, em Belo Horizonte, joga luz em sua reserva técnica e apresenta ao público a exposição “Preciosidades do Acervo: Oratórios”.

A mostra exibe, até 27/4, um conjunto de oratórios datados dos séculos 17 ao 19, cujo valor estético impressiona pela riqueza de detalhes, independentemente da fé professada pelos visitantes.

“Preciosidades do Acervo: Oratórios” é mais do que uma exposição tradicional, é um programa expositivo que propõe trazer para deleite do público peças do acervo do Museu Mineiro que estão acondicionados na reserva técnica por diversas razões, sejam elas por escolhas curatoriais ou pelo estado de conservação.

“É sempre uma experiência gratificante para a equipe do museu poder expor objetos que estiveram guardados por algum tempo. Uma exposição é sempre uma oportunidade de trazer ao público parte do conhecimento e da experiência que estiveram restritas aos profissionais do museu ou a estudiosos do acervo”, diz Vinícius Duarte, historiador e coordenador do Museu Mineiro.

“Preciosidades do Acervo: Oratórios” faz parte da programação do Minas Santa 2014, realizado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult).

Nesta exposição, os oratórios se projetam com o protagonismo que lhes é devido, apesar de serem considerados por alguns como mero complemento de imagens e conjuntos de arte sacra.

A mostra se configura, de certa forma, como uma extensão da exposição de longa duração “Minas das Artes, Histórias Gerais”, estabelecendo um diálogo com a coleção de imaginária religiosa exposta na sala das colunas.

Formatos e finalidades

Os oratórios podem assumir diversos formatos em função da finalidade para os quais foram produzidos. Os oratórios de tipo maquineta se apresentam sob a forma de caixas retangulares lisas ou chanfradas, produzidos em madeira e vidro, e decorados externamente com elementos curvilíneos e rocalhas.

O interior desses oratórios é geralmente policromado e pode apresentar subdivisões em níveis: na base, apresentam uma cena da natividade ou presépio e, na parte superior, a representação do calvário. Em alguns casos, trazem ainda imagens dos santos de devoção pessoal de seus antigos proprietários.
Renata Garbocci / Secult

Há, ainda, o oratório de salão, espécie de móvel desenvolvido para ser colocado sobre uma mesa, prestando-se a atender às demandas de devoção familiar.

São oratórios de grandes proporções que se assemelham a retábulos, podendo apresentar um sacrário e nichos para a inserção de santos.

Nesta exposição, a equipe curatorial formada por Vinícius Duarte, Saulo Marques e Deise Silveira, funcionários e pesquisadores do acervo do museu, optou por não inserir santos nos nichos dos oratórios de salão.

A proposta é possibilitar a apreciação do oratório individualmente, incitando os visitantes a observarem detalhes da confecção destes objetos, tanto da fatura da madeira quanto da policromia que apresentam em seu interior ou externamente.

Reserva técnica

A reserva técnica do Museu Mineiro reúne centenas de objetos de diferentes tipologias: pinturas, gravuras, desenhos, medalhas, moedas, esculturas, móveis, objetos de uso pessoal, achados arqueológicos e uma infinidade de outras peças.

Muitos destes objetos já estiveram expostos em outras circunstâncias, tanto no Museu Mineiro quanto em outras instituições congêneres do Brasil e do exterior que, vez por outra, solicitam peças para compor exposições temáticas em suas galerias.

O fato de um objeto do acervo não estar exposto não quer dizer, em definitivo, que ele não tenha valor histórico, artístico ou cultural. Pelo contrário, muitas vezes, objetos excessivamente preciosos ou delicados podem não figurar numa mostra justamente por exigir, por exemplo, equipamentos que reproduzem condições climáticas e de luminosidade muito diferentes daquelas do ambiente natural.

“Várias razões levam esses objetos a não estarem em exposições de longa duração: seu estado de conservação, a falta de espaços expositivos suficientes para expor todo o acervo, o fato de não terem sido selecionados pela curadoria para compor a mostra ou o fato de não dialogarem diretamente com esta ou aquela proposta expositiva, por exemplo”, explica Vinícius Duarte.

Conheça o Museu Mineiro


Inaugurado em 1982, o Museu Mineiro reúne em seu acervo um conjunto bastante diversificado de objetos referentes à história e à produção cultural e artística mineiras.

Nas salas de exposição são exibidas obras de artistas consagrados, como Manoel da Costa Ataíde, Yara Tupynambá, Amílcarde Castro, Jeanne Milde, Inimá de Paula, Lótus Lobo, Celso Renato, Sara Ávila, Guignard, Maria Helena Andrés, Di Cavalcanti, entre outros.

Atualmente, o museu exibe a exposição de longa duração “Minas das Artes, Histórias Gerais”, onde o visitante tem a oportunidade de conhecer uma vasta coleção de arte sacra, datada dos séculos 18 e 19, além de preciosidades do acervo, como a bandeira da Inconfidência Mineira, os manuscritos originais da obra “Tutaméia” de Guimarães Rosa, o retrato de Aleijadinho e a coleção de santos de devoção popular.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Oratórios do séculos XVIII e XX são exibidos em Centro Cultural


Reprodução: divulgação

Oratórios do séculos XVIII e XX são exibidos em Centro Cultural
Nova exposição do CCVM traz ao Maranhão coleção de oratórios produzidos por artesãos negros entre os séculos XVIII e XX.


O Centro Cultural Vale Maranhão abre nesta sexta-feira (11) a exposição Herança Africana na Arte Sacra Brasileira: Oratórios, que reúne 57 peças do acervo associado ao Museu do Oratório de Ouro Preto (MG). A abertura será realizada às 19h.

É a primeira vez que os oratórios presententes na exposição são exibidos em conjunto. São obras muito diversas, dos séculos XVIII e XX, a maioria procedente de Minas Gerais e algumas da região Nordeste.

“Os oratórios reunidos nesta exposição capturam nosso olhar e nosso espírito pela originalidade, pela beleza e pelos tantos significados que carregam. Os artistas negros que os esculpiram, cuja identidade já não é possível recuperar, deixaram em cada peça a marca de sua cultura de origem, produziram uma releitura de padrões estéticos que não eram os seus e os transformaram definitivamente. Temos a satisfação de receber um conjunto de oratórios tão especiais e raros”, disse Paula Porta, diretora e curadora do CCVM.

Os materiais mais simples e corriqueiros por eles utilizados, as dificuldades de realização pela escassez de instrumentos de esculpir, a liberdade expressiva que se nota nas pinturas e ornamentações, a religiosidade reprimida e intimista, são alguns aspectos que o olhar perspicaz da curadora Angela Gutierrez, grande conhecedora da arte sacra brasileira, identifica nessas peças.

A curadora destaca que a mostra é um chamado a reconhecer a importância do negro na formação da cultura brasileira.

“A arte sacra brasileira retrata esta influência com beleza e singularidade. Não se entende o Brasil sem reconhecer a força, a originalidade e a grandeza do negro em nossa formação. O rico patrimônio artístico e cultural do país tem uma fonte inesgotável de inspiração nas raízes africanas. Temos a África dentro de nós“, afirma.

A exposição Herança Africana na Arte Sacra Brasileira: Oratórios faz parte da programação do ano Beleza Pura, que celebra a grandeza do negro na cultura brasileira. É uma homenagem ao povo negro do Maranhão e ao legado de tantos artistas anônimos afro-brasileiros.


Fonte: MA10

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

10ª Feira de Oratórios e Presépios de Paranapiacaba será nos dias 9 e 10 de dezembro.

Atividade terá feira de artesanatos natalinos no Antigo Mercado e atrações culturais
A Vila de Paranapiacaba recebe nos próximos dias 9 e 10 de dezembro a 10ª edição da Feira de Oratórios e Presépios. Nos dois dias, das 10h às 17h, o público poderá conferir a feira de produtos natalinos no Antigo Mercado, além de série de atrações do Encontro de Culturas Populares em diversos espaços da vila ferroviária de Santo André.
O evento, organizado pelo Coletivo FOPP, composto por artistas e moradores da Vila e do Grande ABCDMR, tem como principal objetivo o intercâmbio e a apresentação e comercialização de seus trabalhos.
Além feira no Antigo Mercado, a programação deste ano terá entre outras atrações, Luiz Carcará – Benditos e Folias, e Leandro Amadeus e Banda. A FOPP é uma ação do projeto Santo André Múltiplos Tons.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Historiador lança livro sobre oratórios dos séculos XVIII e XIX no Museu da Inconfidência




O Museu da Inconfidência (Ibram/MinC) sedia o lançamento do livro Os Oratórios - A Privatização da Fé na Sociedade Colonial nos Séculos XVIII e XIX, do historiador e especialista em História da Arte Sacra Rennan Pimentel, às 19h30min desta sexta-feira, 10 de novembro, no Auditório, Anexo I. Os livros estarão à venda na ocasião, com preço promocional. O estudo tem por objetivo pesquisar a função exercida pela arte através dos oratórios na sociedade colonial como meio de privatização e propagação da fé católica.

A análise trata do oratório como um elo entre o fiel e o sagrado no cotidiano, onde é possível perceber uma influência local traduzida na confecção desses objetos que exprimem uma religiosidade fora do espaço sagrado. Através das reflexões impostas pela temática e da análise dessas peças, torna-se evidente a influência da tradição religiosa no cotidiano da sociedade colonial na América Portuguesa, vindas de tempos distantes que se proliferam e permanecem nos séculos XVIII e XIX.

Saiba mais - O autor

Rennan Pimentel é um estudioso das artes no campo sacro há 10 anos. Graduado em História e Especialista em História da Arte Sacra pela Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro, dedica-se ao estudo e análise iconográfica dos mais variados estilos artísticos e desenvolve parte de seu trabalho em solo mineiro. Como Guia de Turismo realiza visitas guiadas no campo artístico, histórico e cultural. Lecionou História da Arte para alunos do Ensino Médio e atualmente ministra cursos e palestras variadas voltadas para o tema.

Serviço

O QUÊ: Lançamento e apresentação do livro Os Oratórios - A Privatização da Fé na Sociedade Colonial nos Séculos XVIII e XIX, de Rennan Pimentel, e Apresentação do Coral do Instituto Federal de Ouro Preto-MG
. Regência: Arlindo Gomes.
QUANDO: 10 de novembro, sexta-feira, às 19h30min
ONDE: Auditório do Museu da Inconfidência, Anexo I. Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro Histórico.
INFORMAÇÕES: (31) 3551-6023 / 3551-5233
ENTRADA GRATUITA.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

OS ORATÓRIOS NAS ESQUINAS DE FIRENZE

Teto de
DENYA PANDOLFI

Um passeio pelo centro histórico de Firenze revela belezas da arquitetura em todos os cantos. E é impossível não reparar os oratórios nas esquinas da cidade. Chamado de tabernacolo em italiano, essas estruturas que adornam as esquinas eram colocadas por devoção e para pedir proteção aos passantes. Um verdadeiro e precioso patrimônio artístico!





Os oratórios têm origem antiga e esta forma de arquitetura religiosa em Firenze teve muita importância no ano de 1200 devido à luta dos católicos para combater a heresia. As imagens sacras esculpidas ou pintadas foram colocadas nas esquinas, perto das bodegas e prédios públicos para proteger os moradores e passantes. As imagens inicialmente representavam a Virgem Maria mas a partir do início de 1300 começaram a retratar outras imagens. Em frente à essas imagens religiosas eram acessas luzes que serviam não apenas para testimoniar a fé dos habitantes e proteger os passantes, como também de iluminar as ruas à noite.




Os oratórios eram construídos por uma questão de devoção e para proteger as famílias, passantes e viajantes. A tradição de ter também uma lâmpada acesa é que dessa forma as ruas eram também iluminadas








Existiam em Firenze muitos outros oratórios. No final do século 19 foram destruído muitos prédios, igrejas e torres – e também muitos oratórios – para dar espaço às novas ruas e praças da cidade




A partir do século 15 a realização dessas imagens teve novo impulso pois não significava apenas devoção mas também mostrava poder e riqueza





Na piazza Rucellai




Esquinas das ruas della Vigna Nuova com della Spada






Nas proximidades do Duomo, na via de’ Martelli




Decoração tipicamente barroca. Tabernáculo em pedra, do século 17, com estátua da Virgem (século 19). A estátua da virgem, em gesso, que foi provavelmente substituída pela original




Esquina com as ruas Via della via Nuova e via del Parione


Na piazza della Passera, no Oltrarno




Durante a peste de 1348 foram montados altares nas proximidades dos oratórios. As missas eram celebradas em locais abertos para diminuir o risco de contágio


Esquinas decoradas – Nessa esquina, nas proximidades da piazza Duomo, o Brasão da poderosa família Medici, os mecenas de Firenze que governaram a cidade por mais de 3 séculos . Podemos observar em diversas construções na cidade o brasão que contém 6 bolas

Fonte: Blog Grazie a te

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Concerto no Museu do Oratório



Marque em sua agenda! 
Museu do Oratório comemora aniversário de Ouro Preto com concerto. 
No dia do descobrimento da cidade, 24 de junho, sábado, às 18 horas, Maurício Freire (flauta) e Elisa Freixo (cravo) se apresentam na sede do Museu . 

O concerto é gratuito. As entradas podem ser retiradas, na sede do Museu do Oratório, a partir do dia 21 de junho (quarta-feira), das 9h30 às 17h30. #museudooratorio #ouropreto

Fonte: Museu do Oratório

domingo, 22 de janeiro de 2017

10 Igrejas em São Paulo para visitar nas férias






As férias de janeiro podem ser uma ótima oportunidade para você conhecer igrejas importantes da cidade de São Paulo.

Só no centro da capital paulista é possível visitar diversos templos que tem importância e grande significado sob os pontos de vista arquitetônico, histórico, cultural e artístico. Além disso, é claro, em cada uma dessas igrejas é possível renovar sua fé e sentir que Deus habita esta cidade imensa e tem amor pelo seu povo, como dizia a oração pelo centenário de criação da Arquidiocese de São Paulo (celebrado em 2008).

Confira a seleção de Igrejas que o Portal Arquisp indica para você conhecer nas férias:


Catedral da Sé

Inaugurada em 25 de janeiro de 1954, por ocasião das comemorações do IV centenário de fundação da cidade de São Paulo. O estilo neogótico da Catedral é considerado peculiar, com seu aspecto eclético em estilos arquitetônicos. Nas colunas alçadas a 70 metros de altura, encontram-se elementos típicos da fauna e da flora brasileiras, como ramos de café, o tamanduá-bandeira, o tatu-bola, a coruja contrastando com grandes personagens do século XX, da história da Catedral e da história universal.

Na Catedral, você também pode visitar a cripta – capela subterrânea localizado localizada logo abaixo do altar principal. Inaugurada em 1919, contém 30 câmaras mortuárias destinadas a guardar os sarcófagos dos bispos e arcebispos, além de guardar os restos mortais do cacique Tibiriçá, o primeiro cidadão de Piratininga, do padre Feijó, Regente do Império, e recentemente do Cardeal Paulo Evaristo Arns, que foi “Defensor dos pobres, marginalizados” (como destacou o Papa Francisco, em carta para a Arquidiocese de São Paulo por ocasião da morte do Cardeal).
Serviço:

Endereço: Praça da Sé - Sé, São Paulo
Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira e domingo das 7h30 às 18h30 e aos sábados 7h30 às 17h
Missas: De segunda a sexta-feira às 12h e 17h - 9h (Às segundas e sextas feiras) | Sábado: 12h | Domingo: 09h, 11h e 17h
Visitação à Cripta: De segunda a sexta-feira das 9h30 às 17h.

Site: www.arquisp.org.br/regiaose/paroquias/mosteiros-igrejas-historicas-oratorios-da-regiao-se/catedral-metropolitana-nossa-senhora-assuncao-e-sao-paulo-se



Pateo do Collegio

A cidade de São Paulo nasceu em torno do colégio de Piratininga, com a chegada da missão dos jesuítas em 1554. No local onde estava construído o colégio, hoje há uma pequena igreja dedicada a São José de Anchieta, um dos fundadores da cidade. A capela, reconstruída na década de 1980, tem uma relíquia exposta de Anchieta.

No conjunto, também é possível conhecer o Museu Anchieta – que tem um acervo “predominantemente composto de peças de arte sacra que remetem à vida social paulistana intrinsecamente ligada a religiosidade dos primórdios da cidade”, e o Café do Pateo – que serve o café pessegueiro, “produto paulista, cultivado na fazenda que dá nome a bebida na região mogiana desde 1870”.
Serviço:

Endereço: Largo Pátio do Colégio, 34, Centro
Horário de funcionamento da igreja, museu e café é de terça-feira a domingo das 9h às 16h30.
Missas: De terças as sextas-feiras às 12h e aos domingos às 10h.
Site: www.pateodocollegio.com.br



Mosteiro de São Bento

Cenário que ficou famoso com as bênçãos dos Papa Bento XVI na sacada da faculdade, a construção da Basílica tem estilo da escola artística de Beuron, projeto de Richard Berndl – Professor da Universidade de Munique e um dos melhores arquitetos da Alemanha. A decoração interna, os afrescos e murais são de autoria e execução do monge beneditino holandês Dom Adelbert Gresnicht.

No local, é possível participar de missas com cantos gregorianos, acompanhados do som de um grande órgão de tubos.

Outra grande atração é a lojinha, com pães, bolos, doces, biscoitos e geleias feitas pelos próprios monges e cujas receitas são seculares, guardadas há muito no arquivo da abadia. A forma de preparar os quitutes só é transmitida a um outro monge para não se perder a qualidade com a massificação.
Serviço:

Endereço: Largo de São Bento, s/n - Centro, São Paulo
Horário de funcionamento: 6h às 18h30
Missas: Todos os dias, de segunda à sexta às 7h, aos sábados às 6h e no domingo às 10h
Site: mosteiro.org.br


Santuário e Igreja da ordem terceira - Largo São Francisco

O Convento de São Francisco foi instalado ainda na vila de São Paulo, durante o período do Brasil colonial. No século XIX, o convento foi convertido em Faculdade de Direito, mas o Santuário São Francisco ainda existe e faz você viajar para um Brasil do passado, com sua arquitetura mais barroca.

Ao lado do santuário, você também pode conhecer a Igreja de São Francisco das Chagas, levantada pela Ordem Terceira de São Francisco. A igreja foi tombada como patrimônio histórico de São Paulo em 1982 e é considerada uma das mais importantes obras do século XVIII. A construção original foi feita em estilo barroco-rococó, com o projeto arquitetônico assinado por Frei Galvão. Ela foi reaberta em 2014, após 7 anos de restauro.
Serviço:

Endereço: Largo São Francisco, 133 – Centro
Horário de funcionamento: 8h30 às 17h30
Missas: Segunda-feira 7h30, 12h00

Terça-feira a Sábado: 7h30, 10h30, 12h00, 15h00 e 18h00

Domingo: 7h30, 9h00, 10h30, 12h00 e 18h00

Todo dia 25 de cada mês – Missa de Frei Galvão 10h30 e 15h00

Terça-feira - Bênção e distribuição do Pão de Santo Antônio

Quinta-feira - Bênção do Santíssimo – 15h

Site: www.conventosaofrancisco.com.br


Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco
Serviço:

Endereço: Largo São Francisco, 173, Sé

Missas: No 1º e 3º Domingo do mês às 9h;

Horário de funcionamento:
Segunda a sexta-feira 9h às 17h
Sábado: 9h às 13h
Site: arquisp.org.br/regiaose/paroquias/mosteiros-igrejas-historicas-oratorios-da-regiao-se/igreja-das-chagas-do-seraphico-pai-sao-francisco



Igreja Nossa Senhora da Consolação

Construída em 1909 a Igreja Nossa Senhora da Consolação é marcada por missas histórica e foi usada como Catedral no período em que a Sé ficou fechada para reformas – entre 1999 e 2002. Com uma torre gótica de 75 metros e um estilo totalmente neo – romântico, a paróquia tem obras de Benedito Calixto e de Oscar Pereira da Silva.
Serviço:

Endereço: R. da Consolação, 585 - Centro, São Paulo – SP
Horário de funcionamento: Das 7h30 às 20h
Missas: De segunda a sexta-feira às 07h, 12h05, 18h e 19h
Sábado: 08h, 12h e 18h
Domingo:08h, 10h, 12h, 18h e 20:00
Site: arquisp.org.br/regiaose/paroquias/paroquia-nossa-senhora-da-consolacao/matriz-paroquial-nossa-senhora-da-consolacao


Mosteiro da Luz

Principal obra colonial de São Paulo, o Mosteiro da Luz é considerado pela Unesco “Patrimônio Cultural da Humanidade” e é um dos únicos edifícios em taipa de pilão ainda em pé no Estado de São Paulo.

Na capela pública do Mosteiro, é possível rezar diante do túmulo de Frei Galvão (primeiro santo brasileiro e desenhista do projeto do Mosteiro).

No local, também é possível pegar as pílulas milagrosas, preparadas desde a época do santo pelas Irmãs Concepcionistas.

Ainda no terreno do Mosteiro, é possível conhecer o Museu de Arte Sacra de São Paulo – mantido por uma parceria entre a Arquidiocese de São Paulo e o Governo do Estado. No acervo, estão peças importantes ligadas à vida da Igreja na cidade, como os objetos sacros usados durante o IV Congresso Eucarístico Nacional, realizado em São Paulo no ano de 1942.
Serviço:

Endereço: Avenida Tiradentes, 676 - Luz - Centro - São Paulo. (Acesso pelo metrô São Bento).
Horário de funcionamento: Das 7h às 16h30.
Horário das missas no mosteiro: Das 7h às 16h. Missas: de segunda a sexta, às 7h; sábado, às 8h e às 16h; e domingo, às 8h, 10h30 e às 16h. E em todo os dias 23, 24 e 25 de cada mês tem missas em honra a Frei Galvão às 7h e 16h
Horário de distribuição das pílulas: De segunda a sexta-feira das 8h30 às 11h e das 14h30 às 16h45, aos sábados e domingos após a missa das 8h às 16h.
Horário de funcionamento do museu de arte sacra: Terça a Domingo - 9:00 às 17:00

Ingresso:
Sábado: gratuito
Demais dias: R$ 6,00 (estudantes pagam meia)
Isentos: idosos acima de 60 anos; crianças até 7 anos; professores da rede pública (com identificação) e até 4 acompanhantes.

Mais informações entre nos site do MAS: http://www.museuartesacra.org.br/pt/

Site: mosteirodaluz.org.br


Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

Localizada no Largo do Paissandu, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos possui um histórico importante para a cidade de São Paulo, sendo a terceira comunidade mais antiga do Brasil.

Construída no período colonial, a Igreja abriu as portas e deu oportunidade aos negros para frequentar o seu espaço. Apresentando uma diversidade de detalhes nas pinturas das paredes, vestimentas e rebuscando ainda a essência de anos atrás, o ambiente busca dar apoio a quem necessita e conta até os dias atuais com o auxílio da Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
Serviço:

Endereço: Largo do Paissandu, s/nº, Centro
Horário de funcionamento: De segunda a sexta das 7h às 19h e domingo às 7h às 12h
Missas: De segunda a sexta-feira às 07h30, 08h30 e 18h, aos domingos, 07h30, 09h e 10h30.
Site: arquisp.org.br/regiaose/paroquias/mosteiros-igrejas-historicas-oratorios-da-regiao-se/igreja-nossa-senhora-do-rosario-dos-homens-pretos


Igreja da Boa Morte

A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte se formou em 1728, tendo como principal característica admitir pessoas de todas as classes sociais, sem distinção. Em 1802, adquiriu de Joaquim de Sousa Ferreira um terreno na Rua do Carmo, onde construiu a igreja, inaugurada no dia 14/8/1810.

Em 2009, um ano antes de completar 200 anos, foi reaberta após uma longa restauração. Durante o processo de restauro, foi encontrada uma pintura barroca representando a Coroação da Virgem Maria que estava escondida sob camadas de tinta cinza, em tábuas do forro de madeira sobre o altar.

Site: webmisericordia.wordpress.com/tag/igreja-da-boa-morte/
Serviço:

Endereço: Rua do Carmo, 202, Centro
Horário de funcionamento: Aberta 24h
Missas: De segunda a sexta-feira às 18h, sexta-feira 12h, aos sábados 15h e aos domingos 10h e 18h



Basílica Nossa Senhora do Carmo
Os Carmelitas começaram a sua fundação em São Paulo no ano de 1594, com Frei Antônio de São Paulo, que ergueu uma pequena Igreja.

Era o humilde começo do que seria em séculos posteriores a bonita Igreja do Carmo e o grande Convento da Ladeira do Carmo, na esquina da Rua do Carmo, atualmente Avenida Rangel Pestana.

Sua arquitetura filia-se a um movimento que buscava, na tradição colonial brasileira, os componentes para a sua expressão.
Serviço:

Endereço: Rua Martiniano de Carvalho, 114, Bela Vista
Horário de funcionamento: Das 8h às 21h
Missas:
2ª feira às 19h
De 3ª, 4ª, 5ª e 6ª feira: 12h15
Sábado: 7h15 e 16h00
Domingo: 7h30, 9h, 11h e 18h30
Site: http://www.basilicadocarmo.com.br



Igreja Santo Antônio do Patriarca

O interior da Igreja de Santo Antônio conserva importantes testemunhos da arte produzida em São Paulo no período colonial. Durante a restauração levada a cabo em 2005, descobriu-se no forro do altar-mor pinturas murais seiscentistas de alta qualidade técnica e artística, as mais antigas de que se tem notícia em São Paulo.

Também o altar principal, executado em 1780, é um belo exemplar da talha barroca. A igreja é tombada pelo poder público estadual (Condephaat) desde 1970, em virtude de sua importância histórica, artística e arquitetônica.
Serviço:

Endereço: Praça do Patriarca, 49, Sé.
Horário de funcionamento: Das 7h às 18h30
Missas: De segunda a sexta-feira 07h30, 09h, 12h e 18h
Terça-feira às 16h
Sábado 07h30, 09h e 18h
Domingo 09h e 18h
Site:www.arquisp.org.br/regiaose/paroquias/mosteiros-igrejas-historicas-oratorios-da-regiao-se/igreja-santo-antonio-patriarca

Redação: Larissa Freitas, Millena Guimarães - Edição do Texto: Rafael Alberto

domingo, 28 de agosto de 2016

Exposição: “Oratórios e Crucifixos”

“Oratórios e Crucifixos”, exposição de curta duração, abriu nesta última quinta-feira (25) e segue até dia 30 de outubro, de terça a domingo, das 9h às 17h, no Museu de Arte Sacra de Mato Grosso (MASMT), com peças da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, das Igrejas do Rosário e São Benedito.


A mostra revela objetos de fé e religiosidade presentes na vida do povo mato-grossense desde os primeiros anos de colonização.

O público que visitar o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso poderá ver de perto, dez oratórios originais da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, das Igrejas do Rosário e São Benedito e de acervos pessoais que foram doados ao MASMT. Juntamente com alguns desses oratórios serão exibidas imaginárias e crucifixos da antiga catedral.

“As informações sobre as peças registram o uso, costumes e tradições; evocam hábitos e características, por meio da influência barroca, rococó e neoclássica, além da história da arte e da arquitetura que se revela no conjunto dos oratórios expostos”, adianta Sandra Barbosa, diretora do MASMT.

Dentre as peças em exibição, destaque para o oratório barroco em madeira recortada, entalhada nas colunas, vidro de cristal, com 1,59 m de altura, procedente da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, demolida no ano de 1968.

Origem dos Oratórios

Originária do verbo “orar” em latim, que significa "falar, dizer, pronunciar, prece e discurso" a palavra “Oratório” possui sentidos amplos: como o devocional doméstico, evocativo de oração, gênero musical e até mesmo um estilo arquitetônico que designa local de reclusão.

Cada religião tem seu histórico próprio para os oratórios. A arte Cristã desenvolveu-se nas catacumbas romanas, onde era colocado um candelabro e pintado o símbolo cristão. Desde então, já faziam parte do comércio, entre, pequenas pinturas e imitações portáteis.

Na Idade Média, os oratórios eram fechados, as pinturas acinzentadas evocavam anjos que guardavam as portas e quando abertas revelavam a imagem evocada e a parte superior era ricamente ornada com pequenas esculturas. Havia também os portáteis que eram carregados pelos cruzados até Jerusalém para livra-los da morte.

Os oratórios como elementos arquitetônicos religiosos são espaços devocionais fixos ou móveis, tanto domésticos como conventuais. Os oratórios ficam no lar ou podem ser trasladados para outros lugares, esses disseminados pelos bandeirantes, devido à escassez de Padres durante as expedições ao interior do Brasil.


Ao longo das Vilas fundadas, ficavam as imagens carregadas nos Oratórios, que serviam para as celebrações, ao longo dos anos com o crescimento dessas vilas, houve a necessidade de aumentar os locais de celebração, assim construindo capelas ou grandes Igrejas. Os fixos eram incorporados às grossas paredes de Taipa de Pilão das “Casas Grandes” em fazendas.


O doméstico tornou-se tradição nas regiões de mineração e as religiosas femininas criavam seus oratórios conventuais, confeccionados em pequenas caixas ornadas com estampas de santos

sábado, 11 de junho de 2016

QUAL A IGREJA MAIS ANTIGA DO RIO DE JANEIRO?




Igreja de São Sebastião em foto de Augusto Malta de 1921 obtida na Biblioteca Nacional Digital



Claro que as primeiras igrejas do Rio foram a Igreja de São Sebastião (1583), nossa primeira catedral, e a Igreja de Santo Inácio (1585) do antigo Colégio dos Jesuítas, no alto do Morro do Castelo, desaparecidas em 1922 com o arrasamento do morro. Mas o que queremos saber é qual das igrejas hoje existentes é a mais antiga. No caso das igrejas "urbanas" (levando em conta que a zona urbana na época colonial se restringia ao Centro atual e alguns bairros adjacentes, o resto constituindo arrabaldes), como da Glória ou Candelária, sabemos a data exata de seus projetos e construção, mas no caso das capelas e igrejinhas rurais, construídas nas fazendas e engenhos de nossa outrora imensa zona rural hoje urbanizada, as suas origens se perdem nas brumas da história.



Igreja dos jesuítas no Morro do Castelo em foto sem indicação de autor ou data obtida na Biblioteca Nacional Digital



É o caso da Igreja do Salvador dos Homens, em “Ilha” de Guaratiba, em estilo “colonial”, de pedra e cal, tombada pelo IPHAN em 1938, que no Guia dos Bens Tombados consta ser datada de 1856, mas que, pelo seu “aspecto” antigo, muitos atribuem a uma época bem anterior. Por exemplo, no site da Arquidiocese de São Sebastião lemos, em 15/8/14, uma notícia de uma missa de ação de graças marcando “os 338 anos de fundação da igreja Salvador do Mundo [o que faz com que a igreja seja de 1676], em Ilha de Guaratiba” e noPortal Geo Rio da Prefeitura carioca consta que a igreja é de 1773.


Outra dificuldade é que muitas capelas e igrejas sofreram sucessivas reformas ou até reconstruções de modo que a igreja que vemos hoje não é a mesma que existia originalmente no local. É o caso da Igreja de Nossa Senhora da Lampadosa, diante da qual Tiradentes fez suas últimas preces antes de enfrentar a forca, mas que exibe um estilo neocolonial típico dos anos 1930, ou seja, a igreja neocolonial de hoje não é a mesma pela qual Tiradentes passou. Houve uma reconstrução.

As igrejas desse primeiro século e meio de existência de nossa cidade normalmente seguem o estilo maneirista (renascentista português tardio) com fachada austera contrastando com a exuberância da talha barroca interna, frontão triangular, contraste entre a cantaria (trabalho em pedra) e o paramento branco de alvenaria, predominante, torres com bulbos piramidais ou curvos, nave única retangular (com exceções) e número reduzido de vãos (aberturas de portas, janelas etc.) na parede.

Dito isto, vamos tentar arrolar, com ajuda de várias fontes (entre as quais destaco o alentado estudo de Sandra Alvim, Arquitetura religiosa colonial no Rio de Janeiro, publicado pela UFRJ), as igrejas hoje existentes supostamente construídas nos séculos XVI (se é que restou alguma) e XVII em ordem cronológica na medida do possível, já que imprecisões nas datações e nos históricos das igrejas (as reformas sofridas, etc.) impossibilitam uma cronologia garantidamente certa pela qual possamos pôr a mão no fogo. E no final ainda teremos um extra: conselhos do veterano historiador Nireu Cavalcanti para jovens historiadores que queiram desvendar as dúvidas e perplexidades aqui relatadas em torno da datação das capelas e igrejas.

Do Quinhentismo possivelmente resta apenas uma igreja:

1- IGREJA DE NOSSA SENHORA DE BONSUCESSO




Se você olhar para a Igreja de Nossa Senhora De Bonsucesso (antiga Igreja da Misericórdia - foto acima) perceberá (i) que ela está encaixada no prédio antigo, original, da Santa Casa da Misericórdia, cuja construção começou ainda no século XVI (terminando no XVIII) e (ii) sob a torre sineira barroca com seus pináculos e cruz superior jaz uma igreja maneirista, baixinha, de frontão triangular como era típico da época, possivelmente construída noséculo XVI — portanto contemporânea das igrejas do Morro do Castelo. Ou seja, na grande reforma de 1780 não se demoliu a igreja original para construir uma nova do zero, mas a ela se acrescentou um “puxadinho”, que é a torre sineira superior com seus adornos. Segundo Alexei Bueno, antigo diretor do INEPAC (em correspondência particular com o editor deste blog), “não creio que ela tenha sido demolida, apenas alterada. A sineira e as molduras da porta e das duas janelas são do século XVIII, a decoração interior é tardia, do XIX, mas do frontão triangular para baixo, tirando isso, deve ser tudo do século XVI, contemporâneo das igrejas do Castelo. Não haveria o menor cabimento em demolir as quatro paredes em alvenaria de pedra de um templo entre dois prédios já existentes, é óbvio”.

Esta igreja é abordada em mais detalhes na postagem IGREJAS HISTÓRICAS DO CENTRO DO RIO (Parte 2.1): IGREJA DE NOSSA SENHORA DO BONSUCESSO que você pode ler clicando aqui.

Do Seiscentismo consegui arrolar onze igrejas e capelas:


2- IGREJA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO (Irajá)





A julgar pela data que lemos na base da moldura da janela central (1613 - foto acima), esta poderia ser a igreja mais antiga da Cidade Maravilhosa. Acontece que as fontes (Guia da Arquitetura Colonial, Neoclássica e Romântica no Rio de Janeiro, Guia do Patrimônio Cultural Carioca, a obra clássica de Brasil Gerson e a obra citada de Sandra Alvim) são unânimes em datar a igreja atualmente existente como sendo do início do século XVIII. Por exemplo, na História das Ruas do Rio (pág. 382) diz Gerson: “A Freguesia do Irajá foi criada em 1644 [...] Para Irajá foi o Padre Gaspar da Costa, construtor da sua Igreja de N. S. da Apresentação com sete altares [...] No raiar do século seguinte [séc. XVIII], o Padre João Machado substituiu-a por outra, que é a atual [...]”

Nessa reconstrução teriam reaproveitado a pedra com a data da igreja anterior? Consultei o ex-diretor do INEPAC Alexei Bueno. Diz ele: “A torre é tipicamente do século XVII, o frontão triangular também está em pleno acordo. Talvez as vergas da porta e das janelas tenham sido alteradas no século seguinte, mas não tenho maiores dúvidas de que a igreja é mesmo dessa data [1613].” Portanto, incluo esta igreja como segunda da lista, mas não podemos botar a mão no fogo de que seja realmente tão antiga assim. Fica uma ponta de dúvida.

Tombada por decreto municipal de 1994.







3- IGREJA DO CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO (Centro)




Conjunto colonial do Largo da carioca em gravura de 1845 obtida na Biblioteca Nacional Digital: à esquerda o convento, no centro a igreja conventual e à direita a Igreja de São Francisco da Penitência.


Já no início do século XVIII os frades franciscanos se estabeleceram noMorro de Santo Antônio, onde ergueram sua casa conventual provisória (substituída na segunda metade do séc. XVIII pelo convento que vemos hoje em dia) e a igreja, construída entre 1608, data da colocação da pedra fundamental, e 1620 (ou 1615 segundo Vivaldo Coaracy), embora sofresse reformas e restaurações posteriores.

Na reforma dos anos 1920 o frontão triangular maneirista original (que você vê na gravura acima) foi substituído por um frontão neocolonial (que é o aspecto da igreja que todos nós nos acostumamos a ver no decorrer de nossas vidas), mas recentemente tentou-se restaurar o aspecto original (fica nas entrelinhas a dúvida de se essa tentativa foi totalmente bem-sucedida). AIgreja do Convento de Santo Antônio é descrita em mais detalhes neste blog na postagem IGREJAS HISTÓRICAS DO CENTRO DO RIO (Parte 2.5): IGREJA DO CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO & IGREJA DE SÃO FRANCISCO DA PENITÊNCIA. Para ir até lá (numa janela separada) cliqueaqui.


Tombada pelo IPHAN em 1938.




Frontão neocolonial



Frontão maneirista original (mal?) restaurado

4- CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CABEÇA (Jardim Botânico)







Uma relíquia carioca: capelinha rural construída no início do séc. XVII no então Engenho d'El Rei, "talvez [...] o nosso mais antigo templo religioso a manter sua configuração arquitetônica original" (Paulo Bastos Cezar, Capela de Nossa Senhora da Cabeça). O engenho existia desde o último quartel do Quinhentismo, de modo que a capela é antiga mesmo. Atualmente situa-se nos terrenos da Casa Maternal Mello Mattos (final da Rua Faro) e se você pedir ao porteiro ele deixa você visitar. Segundo Sandra Alvim, “é de pequenas dimensões, como as que pertenciam, na época, às casas-grandes. Seu valor arquitetônico está na sua implantação em primoroso adro e na bela proporção do conjunto. Muito pouco alterada, é um exemplo do alto nível formal e do requinte construtivo de uma capela rural doméstica dessa época.” Diz ainda Sandra: “A Capela da Cabeça é comparável [...] à de São Miguel, em São Paulo, de 1622 [...]. Esta última, considerada por Carlos Lemos a mais antiga do país, pode ser contemporânea à da Cabeça.”

Tombada pelo IPHAN em 1965 e por decreto municipal de 2004.



5- IGREJA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE (Camorim)




Segundo o site do INEPAC, a igreja de São Gonçalo do Amarante foi construída em 1625, no Engenho do Camorim, por seu proprietário Gonçalo de Sá. Em 1667, sua filha Vitória de Sá doou a igreja ao mosteiro de São Bento. De grande valor histórico e arquitetônico, é uma das mais antigas relíquias da zona rural do Rio de Janeiro. Nas primeiras décadas do século XVIII sofreu algumas modificações, a mais importante ocorrida entre 1795-1800, alterando seu volume e o espaço interno com a elevação do telhado da nave. No início do século XX, estando a igreja em ruínas, a arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro realizou uma ampla reforma e assumiu as atividades pastorais e religiosas. Em meados do século entrou em declínio, ficando fechada entre 1972 e 1990. No período de 1996 a 1999 foram executadas obras de restauração por iniciativa da comunidade, com a supervisão do INEPAC, dirigido na época por Alexei Bueno.


Tombada pelo INEPAC em 1965.
6- IGREJA DE NOSSA SENHORA DO DESTERRO (Pedra de Guaratiba)





Diz Sandra Alvim em Arquitetura religiosa colonial no Rio de Janeiro (pág. 85): “A Igreja do Desterro, provavelmente de 1628, passou por diversas obras que alteraram sua planta e sua fachada. Recuperada no final do século XVII e em meados do XVIII por frei Francisto Quintanilha, sofreu no início do Oitocentos a grande reforma que a descaracterizou e foi responsável por sua aparência atual, época em que o teto foi pintado, as talhas do altar e do coro refeitas e a fachada revestida de azulejos.” Até que ponto a igreja que vemos hoje é aquela erguida em 1628? Eis a questão.



Tombada pelo IPHAN em 1938.


7- IGREJA DE NOSSA SENHORA DE MONSERRATE DO MOSTEIRO DE SÃO BENTO (Centro)



Os beneditinos chegaram no Rio de Janeiro em 1589 e em 1590 obtiveram uma sesmaria no outeiro que mais tarde ficou conhecido como Morro de São Bento, onde já existia uma capela, ao lado da qual começaram a construir o mosteiro. Em 1617 desenhou-se a planta de uma igreja nova, construída de1633 a 1642. Novas ampliações e reformas no conjunto (mosteiro e igreja) nos séculos XVII e XVIII deram-lhe a feição que vemos hoje.


A fachada austera da igreja, em estilo maneirista (renascentista português tardio), contrasta com a exuberância da talha barroca interna. A igreja é descrita em mais detalhes neste blog na página Mosteiro de São Bento.


Tombada pelo IPHAN em 1938.




Mosteiro de São Bento e torre da Igreja de N.S, de Monserrate vistos, em meio à modernidade, ao pôr do sol, da Ilha das Cobras

8- IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO DA PENITÊNCIA (Centro)



Vista lateral aérea da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência de Augusto Malta, sem indicação de data, obtida na Biblioteca Nacional Digital

Trata-se da primeira igreja de uma ordem terceira — ou seja, uma ordem de leigos, não de monges ou monjas — construída na cidade. Diz o site do IPHAN: “Em 1619 foi fundada a Ordem Terceira da Penitência, pelo português Luís de Figueiredo e sua mulher, e em 1620 já se encontrava pronta a Capela da Conceição, localizada perpendicularmente ao lado direito da igreja conventual. A igreja da Ordem Terceira foi iniciada em 1653, construída paralelamente à Igreja conventual, também pelo lado direito, mas por causa de desavenças na Irmandade, somente a partir de 1726 as obras se aceleraram, e no ano de 1773 foi inaugurada.” Portanto, conquanto a construção começasse em meados do Seiscentismo, não podemos dizer propriamente que a igreja que vemos hoje seja do século XVII. A fachada, com suas linhas onduladas no frontão, vergas, sobrevergas e portada, tem aspecto antes barroco (séc. XVIII) do que maneirista (séc. XVII).

A igreja é abordada em mais detalhes em IGREJAS HISTÓRICAS DO CENTRO DO RIO (Parte 2.5): IGREJA DO CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO & IGREJA DE SÃO FRANCISCO DA PENITÊNCIA que você pode ler clicando aqui.


Tombada pelo IPHAN em 1938.


9- IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (Ilha do Governador)



No site do INEPAC lemos: “A igreja de Nossa Senhora da Conceição foi construída em pedra e cal, no Engenho de Salvador Correia de Sá e aparece citada no auto de medição das terras da Ilha do Governador, de 30 de março de 1662. Em 1816 a igreja sofreu sua primeira reforma, que acrescentou a ala esquerda, como mostra a inscrição na fachada. Durante o século XX, ocorreram outras reformas, sendo mais drástica a que resultou na união das três naves sob uma laje de concreto armado. No período de agosto de 1999 a abril de 2000, foi realizada a restauração que devolveu as feições originais ao altar-mor.”


Tombada pelo INEPAC em 1966.


10- CAPELA DE SÃO ROQUE (Paquetá)




A Capela de São Roque foi construída no finalzinho do séc. XVII (em 1698segundo o Guia do patrimônio cultural carioca) nas terras da Fazenda de São Roque. O santo padroeiro dos proprietários da fazenda passou a ser também o dos habitantes da ilha. Até então a comunidade da ilha tinha de ir de barco até Magé a fim de participar de cultos religiosos.


Tombada por decreto municipal de 1999.


11- CAPELA DE SÃO JOSÉ (Ilha das Cobras)




Capela de São José embutida na estrutura do HCM, Ilha das Cobras

A Ilha das Cobras, no Centro do Rio, hoje propriedade da Marinha, pertenceu originalmente aos monges beneditinos que ali construíram uma capela em algum ponto na virada do séc. XVII para o XVIII. A capela acabou sendo incorporada ao (ou melhor, embutida no) Hospital Central da Marinha posteriormente ali erguido e internamente descaracterizada, hoje restando da capela original apenas a fachada. A capela foi tema da postagem TESOUROS HISTÓRICOS NA ILHA DAS COBRAS: CELA DE TIRADENTES & FORTALEZA E CAPELA DE SÃO JOSÉ que você pode ler clicando aqui.


Tombada pelo IPHAN em 1955.


12- IGREJA DE SANTO ANTÔNIO DA BICA (Barra de Guaratiba)




Originalmente uma capela rural de uma antiga casa de fazenda que deu origem ao Sítio Santo Antônio da Bica, comprado pelo paisagista Roberto Burle Marx, que restaurou a casa e capela e reuniu no sítio sua coleção de plantas nativas e exóticas usadas em seus projetos paisagísticos. De composição singela, com frontão triangular e modenatura [=conjunto de elementos ornamentais, principalmente frisos e molduras, que definem a composição da fachada] simples, pode ter sido construída já no séc. XVII.
O sítio (incluindo a capela) foi tombado pelo INEPAC em 1988.



QUAL A IGREJA MAIS ANTIGA DO RIO DE JANEIRO?
Tentemos agora responder à pergunta que dá título à postagem. Considerando-se apenas seu núcleo maneirista original e abstraindo os acréscimos barrocos do Setecentismo, a IGREJA DE NOSSA SENHORA DE BONSUCESSO é a mais antiga da cidade. Se a IGREJA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO for mesmo de 1613 fica em segundo lugar. Depois vem aIGREJA DO CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO cuja construção original estendeu-se de 1608 a 1620. Se a CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CABEÇAjá existia em 1622, como conjectura Sandra Alvim, fica em quarto lugar. Em seguida vêm a IGREJA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE, de 1625, e aIGREJA DE NOSSA SENHORA DO DESTERRO, de 1628.



ANEXO
Para o jovem historiador que queira deslindar os mistérios da datação das velhas igrejas e capelas aqui estão os conselhos do veterano historiador Nireu Cavalcanti:



Você está diante de um enigma, muito comum na “história” de nossa cidade.


A pesquisa, nesse caso, deve ser feita na relação de sesmarias dadas no século XVII, na região (basicamente no Arquivo Nacional); nos livros antigos do Pizarro (Memórias Históricas do Rio de Janeiro), de Baltazar da Silva Lisboa (Annais do Rio de Janeiro) e, no recente, Geografia Histórica do Rio de Janeiro, do Maurício Abreu.


A fonte iconográfica era pouco usada por esses antigos escritores, principalmente mapas, pela formação da maioria deles (médicos, advogados, jornalistas etc.). No Arquivo Nacional tem a Carta Cadastral de 1874, de todo o território do município do Rio de Janeiro. Nesses mapas vem marcado todas as construções existentes nessas fazendas.


Também, no Arquivo do Estado do RJ (Praia de Botafogo) tem a documentação de TERRAS (1854) feita pelos párocos das freguesias, e mapas.


A análise tipológica/arquitetônica sugere semelhanças a outros exemplares e a períodos. Agora, com a difusão da arqueologia, podemos nos aproximar melhor do período de construção.

Enfim ... é procurar agulha no palheiro: em arquivos desorganizados (a maioria dos nosso) e nos textos cheios de equívocos que grassam a historiografia carioca.

Por  Ivo Korytowski 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...