domingo, 28 de agosto de 2016

Exposição: “Oratórios e Crucifixos”

“Oratórios e Crucifixos”, exposição de curta duração, abriu nesta última quinta-feira (25) e segue até dia 30 de outubro, de terça a domingo, das 9h às 17h, no Museu de Arte Sacra de Mato Grosso (MASMT), com peças da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, das Igrejas do Rosário e São Benedito.


A mostra revela objetos de fé e religiosidade presentes na vida do povo mato-grossense desde os primeiros anos de colonização.

O público que visitar o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso poderá ver de perto, dez oratórios originais da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, das Igrejas do Rosário e São Benedito e de acervos pessoais que foram doados ao MASMT. Juntamente com alguns desses oratórios serão exibidas imaginárias e crucifixos da antiga catedral.

“As informações sobre as peças registram o uso, costumes e tradições; evocam hábitos e características, por meio da influência barroca, rococó e neoclássica, além da história da arte e da arquitetura que se revela no conjunto dos oratórios expostos”, adianta Sandra Barbosa, diretora do MASMT.

Dentre as peças em exibição, destaque para o oratório barroco em madeira recortada, entalhada nas colunas, vidro de cristal, com 1,59 m de altura, procedente da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, demolida no ano de 1968.

Origem dos Oratórios

Originária do verbo “orar” em latim, que significa "falar, dizer, pronunciar, prece e discurso" a palavra “Oratório” possui sentidos amplos: como o devocional doméstico, evocativo de oração, gênero musical e até mesmo um estilo arquitetônico que designa local de reclusão.

Cada religião tem seu histórico próprio para os oratórios. A arte Cristã desenvolveu-se nas catacumbas romanas, onde era colocado um candelabro e pintado o símbolo cristão. Desde então, já faziam parte do comércio, entre, pequenas pinturas e imitações portáteis.

Na Idade Média, os oratórios eram fechados, as pinturas acinzentadas evocavam anjos que guardavam as portas e quando abertas revelavam a imagem evocada e a parte superior era ricamente ornada com pequenas esculturas. Havia também os portáteis que eram carregados pelos cruzados até Jerusalém para livra-los da morte.

Os oratórios como elementos arquitetônicos religiosos são espaços devocionais fixos ou móveis, tanto domésticos como conventuais. Os oratórios ficam no lar ou podem ser trasladados para outros lugares, esses disseminados pelos bandeirantes, devido à escassez de Padres durante as expedições ao interior do Brasil.


Ao longo das Vilas fundadas, ficavam as imagens carregadas nos Oratórios, que serviam para as celebrações, ao longo dos anos com o crescimento dessas vilas, houve a necessidade de aumentar os locais de celebração, assim construindo capelas ou grandes Igrejas. Os fixos eram incorporados às grossas paredes de Taipa de Pilão das “Casas Grandes” em fazendas.


O doméstico tornou-se tradição nas regiões de mineração e as religiosas femininas criavam seus oratórios conventuais, confeccionados em pequenas caixas ornadas com estampas de santos

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