terça-feira, 26 de março de 2019

Mosteiro de São Bento a caminho dos seus 400 anos de existência

Fundado por monges beneditinos, patrimônio arquitetônico mais importante do município está em fase final das obras de restauração


Por Ulli Marques



Dom Bernardo afirma que a obra de restauração do prédio está na fase final (Fotos: Silvana Rust)

Patrimônio do município de Campos dos Goytacazes, o Mosteiro de São Bento, situado no distrito de Mussurepe, completa, em 2019, 329 anos do início de sua construção e de um legado não somente religioso. Isso porque o passado desse edifício transpassa os limites da religião católica: é história, é memória coletiva. Esse Mosteiro marca a presença dos monges beneditinos na região da Baixada Campista desde 1648, há 371 anos, e marca também aqueles que vivenciaram momentos de paz e comunhão nesse espaço que, hoje, está interditado. O prédio, considerado um dos mais antigos da região Norte Fluminense, passa por uma reforma a fim de que se retomem, em breve, as atividades de outrora.

Por 40 anos, Gerson Amaro Ribeiro, de 75, trabalhou ali, mas desde seus tempos de menino, participa ativamente da vida religiosa e cultural do Mosteiro de São Bento. Ele, que era morador de Cazumbá, também na Baixada, frequentava a catequese e as missas todas as semanas e recorda, com carinho, da época em que treinava futebol no campo do Mosteiro e frequentava as sessões de cinema que aconteciam no edifício, bem como as festas, quermesses e bingos.

“Hoje moro em frente, mas, à época, minha casa ficava a 2 km do Mosteiro e eu ia a pé todos os dias. Fazia parte do time de futebol, o Palmeira, organizado pelos monges e, junto aos meus colegas, assisti a muitos filmes aqui. Era um tempo muito bom… Tão bom que, com 17 anos, pedi para trabalhar como auxiliar de Serviços Gerais e com 35 fui promovido a ‘faz tudo’, de zelador a administrador do Cemitério, onde ainda atuo como coveiro particular, mesmo após a aposentadoria”, contou Gerson que, com a mesma bicicleta de antes, percorre o terreno diariamente para fazer a manutenção dos jazidos.


Gerson atua há 40 anos no Mosteiro

Esse carinho que Gerson tem pelo Mosteiro foi passado para seu filho, Alessandro, que já ocupou o mesmo cargo de seu pai e, após formar-se em contabilidade, passou a exercer a função de auxiliar administrativo do local. Ele diz que a motivação que levou Gerson a dedicar a vida ao Mosteiro é a mesma que o faz permanecer ali: a tradição familiar. “Além do meu pai, meu bisavó também foi funcionário do Mosteiro. Hoje, faço faculdade de Administração e, mesmo com o diploma, não pretendo sair daqui, afinal, a história do mosteiro é também a da minha família”, afirmou.

Gerson e Alessandro veem com bons olhos a reforma do prédio, que foi iniciada em 2016. O objetivo dessa intervenção é restaurar cada um dos espaços de modo que os fiéis possam voltar a frequentar as cerimônias religiosas, além de possibilitar a realização de visitas guiadas de estudantes e pesquisadores ao local. Segundo o atual administrador do Mosteiro de São Bento, Dom Bernardo Queiroz, “não há uma previsão para que as obras sejam finalizadas, mas essas já estão na fase final, concluindo o telhado, e a próxima etapa será a recuperação da rede elétrica da igreja do complexo monástico”.

O diretor do Arquivo Público Municipal de Campos, Carlos Freitas destaca que o Mosteiro de São Bento, é um dos poucos remanescentes da arquitetura religiosa brasileira ainda de pé. “Sua restauração torna-se imprescindível para que futuras gerações possam admirá-lo e percorrer seus espaços para ter a noção do que poderia ser viver num espaço assim construído. O futuro agradecerá”, destaca Freitas.

A presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL) e do Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural (Coppam), Maria Cristina Lima, também ressalta a importância que essa edificação tem para a história de Campos. “Esse prédio que data do século XVII é um dos mais significativos patrimônios históricos, arquitetônicos e religiosos de Campos, uma vez que registra o estabelecimento da fé católica na nossa cidade. A sua restauração é imprescindível para que o preservemos de modo que as novas gerações tenham conhecimento de nosso passado”, salientou Cristina.


Edificação marca a chegada dos monges beneditinos à Baixada Campista

História
De acordo com os registros dos documentos oficiais da paróquia de Nossa Senhora do Rosário, o Mosteiro simboliza a chegada a Campos, em 1635, do primeiro monge vindo do Rio de Janeiro, Frei Fernando de São Bento, para tomar posse das terras recebidas em doações. “Essa é uma das mais imponentes construções do século XVII e é considerada uma relíquia do chamado barroco tardio. Desde então, os religiosos beneditinos iniciaram em Campos ações voltadas à construção de um legado de fé e cultura promovendo o desenvolvimento da região nos aspectos social, cultural e econômico. Frei Fernando foi o primeiro deles e exercer um papel de importância na colonização da cidade, sendo o administrador das terras de Salvador Correa”, explicou Ricardo Gomes, assessor da Diocese de Campos.

Os demais religiosos que passaram por ali também contribuíram para o desenvolvimento da Baixada Campista. Ricardo destaca o monge alemão Dom Bonifácio Plum que deixou uma herança de fé e de cultura. “Ele foi o responsável por construiu, em Baixa Grande, a Igreja de Nossa Senhora das Graças, o Colégio Santa Teresinha e, em Santo Amaro, pôs de pé uma das torres da igreja do Padroeiro da Baixada Campista. Dedicado à evangelização e à catequese, Dom Bonifácio foi um religioso que deixou saudades”, concluiu.

Arquitetura
O Mosteiro de São Bento, que levou mais de 100 anos para ficar pronto, tem aproximadamente 1.970m² de área construída, suas paredes são de cal e adobe cozido e é constituído por quatro alas com cinco quartos, sala de espera, lavanderia, banheiros, cozinhas, entre outros aposentos em seu interior. Contudo, devido às más condições estruturais ocasionadas pelo tempo e também por causa da obra de restauração, a entrada no prédio não é permitida. Do lado de fora, há ainda um coreto em que, no passado, realizavam-se as festas religiosas. É importante citar que, em 1965, um incêndio destruiu as imagens e os altares em madeira, entre elas as imagens de São Bento, Santa Escolástica e Nossa Senhora do Rosário. Muitos livros que contavam a história da fé religiosa também foram queimados nessa ocasião.

Além desse conjunto arquitetônico formado pelo edifício principal (capela e convento) e do cemitério, em que estão sepultados sete religiosos que já atuaram ali, os monges beneditinos também construíram 34 capelas, espalhadas pela Baixada Campista e imediações, como em Barra do Furado e até no Açu. Dessas 34, 32 pertencem à diocese de Campos e somente duas — a igreja localizada no próprio local e outra situada no Farol de São Thomé (Igreja de Nossa Senhora das Rosas) — continuam sob a administração do Mosteiro.

A fim de preservar esse marco da cultura religiosa no município, o Mosteiro de São Bento foi tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural (Coppam), órgão da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, através da Resolução nº 004/2012, publicado no Diário Oficial de 14 de março de 2012.


Solar do Colégio é o prédio mais antigo da cidade de Campos dos Goytacazes

E o Arquivo Público Municipal?

Quando se fala sobre o patrimônio histórico material de Campos dos Goytacazes, uma importante edificação vem à memória: o Solar da Fazenda do Colégio dos Jesuítas, o edifício mais antigo do município, onde funciona, desde 2001, o Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, situado na localidade de Tocos, também na Baixada Campista. No dia 27 de fevereiro de 2019, os cabos de energia do
prédio foram furtados e, desde então, esse está às escuras, prejudicando o andamento de pesquisas e a memória da cidade de Campos, do estado do Rio de Janeiro e do Brasil.

O historiador e pesquisador Carlos Eugênio Soares publicou em sua página na rede social Facebook um manifesto dos professores e pesquisadores das Instituições de Ensino Superior de Campos dos Goytacazes a favor do Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho. Em seu texto, ele solicita à Prefeitura de Campos que o problema seja solucionado “com máxima urgência”, e ainda cita outras questões como a frequente falta de água e as más condições de trabalho dos guardas e demais funcionários do local.

No manifesto, o historiador lembra ainda que o Arquivo foi criado pela Lei nº 7060 de 18 de maio de 2001 e inaugurado em 28 de março de 2002, graças ao projeto elaborado pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), com a supervisão do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ) e o apoio da FENORTE.

“Nestes 18 anos de existência, o arquivo contribuiu em muito com inúmeras pesquisas em todo o Brasil, não apenas com seus fundos documentais, tal como o Monitor Campista, que tem o acervo mais antigo e mais completo de jornais do Brasil, mas também com artefatos arqueológicos, que remontam os séculos XVII, XVIII e XIX, contribuindo para que os pesquisadores saibam como os primeiros habitantes de Campos viviam e como se desenvolveu a sociedade campista dos séculos posteriores”, frisou Eugênio Soares.

A equipe de reportagem do Jornal Terceira Via entrou em contato com a prefeitura de Campos que respondeu que “o reparo e manutenção da rede danificada está em fase de orçamento”.

Fonte:  Jornal Terceira Via

segunda-feira, 25 de março de 2019

Scala Sancta de Roma terá degraus expostos para veneração

Pela primeira vez em 300 anos, os passos da 'Scala Sancta' ou 'Scala Pilati', pelos quais, segundo a tradição Cristo subiu no dia de sua condenação à morte no pretório de Pôncio Pilatos, serão revelados para a veneração dos fiéis. A extraordinária oportunidade se estenderá durante 40 dias a partir de 11 de abril, quando a escada será abençoada por ocasião da conclusão da restauração dos afrescos que a rodeiam.





"É uma ocasião extraordinária para tocar os mesmos passos que Jesus e ser testemunha da Fé de todas as demais pessoas que vieram antes que nós", expressou ao 'The Tablet' o Reitor do Santuário, Padre Francesco Guerra. A visita à Scala Sancta "é uma forma concreta de nos vincular com aqueles que vieram antes de nós na história e na Fé, que nos transmitiram a Fé".

Normalmente, os peregrinos que visitam a Scala Sancta pisam uns degraus de madeira dispostos como proteção da pedra original que apresenta um notável desgaste depois de séculos de peregrinações. As proteções foram instaladas em 1723 e serão também submetidas a um processo de restauração, pelo qual a pedra de mármore original ficará exposta temporariamente.

Os restauradores manifestaram seu assombro pelo grau de desgaste da escada no momento de analisar a estrutura de madeira. A profundidade das marcas dos passos dos peregrinos é um inegável testemunho de devoção e Fé ao longo do tempo. Debaixo dos degraus de madeira, os trabalhadores encontraram pequenas notas e estampas de oração, além de alguns objetos caídos ao longo dos anos.

A escada está aberta ao público geral em um Santuário construído por ordem do Papa Sixto V desde finais da década de 1580, e o corredor foi ricamente decorado com afrescos para ajudar a devoção dos peregrinos. A tradição afirma que a mãe do imperador Constantino, Santa Helena, fez trazer a escada de Jerusalém até Roma no ano de 326. (EPC)

Fonte: Gaudium Press

domingo, 24 de março de 2019

Iniciam na próxima semana os restauros da Catedral de São Pedro de Rio Grande



 

No próximo dia 26 (terça-feira), terão início as obras de restauro da Catedral de São Pedro de Rio Grande, no sul do Estado. A igreja foi construída em 1755 e é o primeiro templo religioso urbano do período colonial do Rio Grande do Sul. O público está convidado a participar, a partir das 9h30, na Rua General Bacelar 440, Rio Grande/RS.

Fonte:O SUL

sábado, 23 de março de 2019

A arte sacra oferece respostas a um mundo necessitado de verdade

Matthew Hanley membro do 'National Catholic Bioethics Center' e colaborador da plataforma católica 'The Catholic Thing' relatou uma experiência que teve, ao visitar, durante uma escala de voos, a Galeria Nacional de Londres. A admiração ante uma obra mestra de arte sacra lhe recordou que a Fé foi transmitida durante séculos através da beleza e que esta aproximação pode dar respostas a um mundo necessitado de verdade.
'Cristo diante do sumo sacerdote' de Honthorst 2.jpg

O quadro que chamou a atenção do redator foi 'Cristo diante do sumo sacerdote' de Honthorst. No centro desta obra "há uma vela que ilumina o drama de Deus diante do interrogatório de uma de suas criaturas. Seria difícil para um pregador transmitir que Deus veio redimir a humanidade, em toda sua insolência, com mais imediatez". A visão deste quadro lhe recordou a tese da especialista Elizabeth Lev, que propôs que a arte sacra foi uma das eficazes ferramentas da Igreja para combater a reforma protestante e uma alternativa útil para evangelizar o mundo de hoje.
"Nossa época está assediada não tanto pelas diferenças dentro do cristianismo, que se consideram irrelevantes para as comodidades e as máximas da vida moderna, mas por uma renúncia total ao cristianismo", lamentou Hanley. "Não obstante, é certo que a beleza ainda pode persuadir em um instante, e nós absorvemos as coisas visualmente (...). Embora nosso ambiente cultural seja uma tarefa difícil, Lev tem razão ao dizer que a arte ainda tem a capacidade de elevar, esclarecer e evangelizar".
A arte emprega técnicas sutis que podem superar graves obstáculos. Por exemplo o quadro de 'Cristo e o bom ladrão' de Tiziano oferece um ensinamento sobre o Sacramento da Penitência em um detalhe aparentemente tão simples como o gesto de Cristo na Cruz: a cabeça do Messias se inclina até o bom ladrão de forma similar ao como o faz o sacerdote no confessionário. Mas o ensinamento não fica aí: "somente um dos braços de Cristo é visível porque está estendido diretamente até o espectador, um convite para aceitar sua assombrosa oferenda redentora".
A arte sacra oferece respostas a um mundo necessitado de verdade 2.jpg

Outras realidades que requerem tratados teológicos para se explicar, como a existência do Purgatório, tem encontrado formas de comunicação direta através de numerosas pinturas e esculturas. De forma similar, o dogma da Imaculada Conceição foi defendido abundantemente a partir das filas dos artistas muito antes de seu reconhecimento. Um dos principais expoentes desta devota defesa foi Bartolomé Esteban Murillo, que combinou a imagem glorificada da Assunção da Santíssima Virgem com a figura da Mulher do Apocalipse em um movimento ascendente e atitude triunfal. Por estes motivos, Hanley recomendou a leitura da obra de Lev e seguir seu conselho de estender este apostolado com a ação mais simples e eficaz ao alcance de todos: instalar uma reprodução de uma obra de arte sacra em seu lar. (EPC)

Fonte : Gaudium Press

Portada de Matosinhos é devolvida à São João del-Rei


Por Gazeta de São João del-Rei


Por toda parte a cidade de São João del-Rei tem sua história contada por meio da arte, principalmente através da cultura religiosa. E por causa disso, no ano de 2003 foi solicitada a retomada da portada que fazia parte da Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos por meio de uma carta escrita pelo então presidente do Instituto Histórico e Geográfico (IHG) de São João, José Antônio Ávila. A portada fazia parte da igreja que foi demolida ilegalmente em 1970 e foi requerida ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Para que a portada retornasse foi elaborado um processo judicial. O caso só foi encerrado no dia 27 de fevereiro desse ano e a peça se encontra exposta no Museu de Arte Sacra.



A portada estava em um sítio na zona rural de Campinas – Foto: Divulgação

O monumento, tombado pelo IPHAN possui aproximadamente 6 metros de altura por 3 metros de largura, confeccionado em pedra-sabão entalhada. Foi vendido de maneira indevida ao banqueiro Mário Pimenta por 5 mil cruzeiros, cerca de R$ 4 mil reais, no mesmo ano de demolição da Igreja. A obra foi posta irregularmente em frente à uma capela erguida na propriedade do comprador, na Fazenda São Martinho da Esperança, zona rural da cidade de Campinas no estado de São Paulo. Para o historiador e membro do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural da cidade, José Antônio Ávila, a importância da portada se baseia “na religiosidade, no patrimônio histórico e arquitetônico e também na memória da cidade, sobretudo para a história do bairro de Matosinhos que viu a igreja ser criminosamente demolida”, comenta. Inicialmente o local que deveria receber a portada em sua volta seria o adro da Igreja de Matosinhos, lugar em que estaria próxima ao seu espaço original e que foi estipulado em processo. “Conversei durante o curso da causa com o Padre José Bittar e consegui convencê-lo de que a portada deveria ser reinstalada, quando voltasse, no adro da igreja, porém estranhamente ela foi realocada no Museu de Arte Sacra, sendo que seu lugar deveria ser no bairro Matosinhos, mais próximo do local primitivo”, relata José Antônio.

NOVO ABRIGO
O Ministério Público Federal foi acionado pelo Secretário de Cultura de São João, Marcus Fróis, e lhe foi informado de que existia a possibilidade de se fazer um acordo com a pessoa que estava com o bem em São Paulo, que já tinha sido processada pelo Ministério Público pela posse ilegal da portada. A questão estava presa em cima de um custo de R$ 60 mil para a vinda do patrimônio para sua cidade natal, mas o município não poderia arcar com esse custo. A solução proposta foi um o acordo de que o processo não seria tocado se os custos do transporte fossem assumidos pela pessoa de posse da portada. O negócio foi fechado e decidida a sua volta. Logo após a decisão de que o patrimônio retornaria para a cidade foi exigido à Secretaria de Cultura um projeto que estipulasse o melhor local para abrigar a obra.

“Eu sabendo das reuniões anteriores, constadas em atas, já sabia que a portada deveria ir para o Matosinhos, então procurei o Padre Bittar que me informou que não seria mais possível colocar a portada no adro da igreja devido a uma reforma feita e também a falta de segurança no santuário, que já sofreu invasões. O IPHAN me exigiu cuidado com a peça, não seria possível colocar do lado de fora da igreja. Foi pedido a mim ainda, que fosse rápido na decisão para não criar problemas com a justiça, então comecei a procura por museus. Verifiquei a possibilidade do Museu Regional abrigar, mas não foi viável, foi aí que surgiu a ideia de levar para o Museu de Arte Sacra, local que possui muitas peças que estão no mesmo seguimento significativo da portada. Fui testemunha da luta para que o patrimônio fosse para o Matosinhos, mas definitivamente não foi possível”, esclarece Marcus.

O projeto foi autorizado no Conselho de Patrimônio e no IPHAN e por ordem judicial a portada foi novamente abrigada em São João del-Rei. “O momento agora é de festejarmos a vinda dessa portada, São João del-Rei está dando uma demonstração para o estado, para o Brasil e para o mundo de que o que é nosso nós vamos atrás, nem que demore 50 anos para resgatar.
A importância dessa portada ter vindo para a cidade vai muito além do local em que ela se encontra”, comenta Fróis. Até o fechamento desta edição, em 14 de março, não foi possível o contato com o Pároco da Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, a respeito de sua posição sobre o local em que a portada deve ficar exposta.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Monsenhor Marco Frisina conduz congresso sobre música sacra em São Paulo

Por Nayá Fernandes
 

Na noite do sábado, 16, congressistas e convidados participam de um concerto de música sacra, sob regência do Monsenhor Marco Frisina


Luciney Martins/O SÃO PAULO


Monsenhor Marco Frisina, italiano, compositor e maestro de música sacra, conhecido internacionalmente, está no Brasil entre os dias 8 e 23 e passará pela Capital Paulista e as cidades de Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Aparecida (SP), para uma programação que inclui conferências, concertos e celebrações.

Organizado pelo Pateo do Collegio, pela Schola Cantorum e pelo Coro da Arquidiocese de Campinas (SP), o Congresso de Música Sacra aconteceu entre os dias 15 e 17, no Colégio São Luís, na Avenida Paulista, e reuniu cerca de 600 participantes de diferentes lugares do Brasil e também de outras nacionalidades.

Na noite de sábado, 16, os participantes puderam acompanhar um concerto de música sacra e, no domingo, participaram da missa conclusiva presidida pelo Padre Alberto Contieri, Reitor do Colégio São Luís e do Pateo do Collegio.



IGREJA, CORPO DE CRISTO

Em suas conferências, Monsenhor Frisina falou sobre temas como a oração dos salmos, cantados pelos hebreus e incorporados à tradição cristã; a diferença entre música sacra e música litúrgica e a tradição dos cantos gregorianos.

“Qual a diferença entre a liturgia do templo e a liturgia cristã? Lembram-se de quando Jesus encontra a samaritana no templo? Este será o vosso culto espiritual. Por isso, Jesus diz que devemos rezar em espírito e em verdade. É Deus que nos salva, não nossas iniciativas”, recordou o Monsenhor em uma de suas conferências.

Sobre a dimensão da Igreja, corpo de Cristo, na celebração eucarística, o Monsenhor explicou que, pelo Batismo, o cristão passa a ser parte desse corpo. “Nós rezamos como se fôssemos Jesus, por isso dizemos as palavras que Ele disse e rezamos com a oração de Jesus. Nós temos em nós a potência de Cristo, ou seja, o amor de Cristo vivo em nós e o poder de Deus, porque o amor é onipotente.”

“Na missa, realizamos aquilo que somos, ou seja, assumimos a identidade de filhos de Deus e, então, tornamo-nos sempre mais corpo de Cristo. Este corpo, a Igreja, é o lugar em que Deus entra em relação com o mundo, porque o corpo é um lugar físico em que entramos em diálogo com o mundo”, explicou o Monsenhor.



CRISTO CANTA E PREGA EM NÓS

“O corpo é um instrumento de relação. Não se pode amar sem corpo. Por isso, Jesus teve um corpo, para amar até o fim. Nós somos Deus que entra em relação com o mundo, porque somos corpo de Deus ressuscitado. Esse é o mistério de Deus na Eucaristia. Esta é a relação entre Deus e o mundo”, disse o Monsenhor Marco Frisina.

Ele salientou que para a música litúrgica alcançar seu objetivo, a assembleia e os membros do coro devem ter consciência deste mistério. “Quando cantamos na liturgia, não estamos fazendo um espetáculo, mas exprimindo aquilo que somos. Cristo canta e prega em nós e estamos junto Dele como aqueles que cantam. Por isso, não se pode cantar qualquer coisa.”

“Na liturgia, escolhemos os salmos aptos para cada tempo litúrgico e pregamos com os salmos. Exprimimos em canto nossa experiência de Deus, que se torna experiência concreta de Deus em nós. Quando Paulo diz: ‘Não sou mais eu que vivo, mas Cristo que vive em mim’, é porque o cristão faz da sua vida um canto de honra a Deus”, continuou o Sacerdote.

“Cantar não significa nunca se exibir ou embelezar a liturgia com o nosso canto; significa, em vez disso, testemunhar com tudo de si a nossa fé e o nosso amor. A música eleva os corações e nos une aos nossos irmãos, fazendo-os experimentar o milagre da comunhão”, disse o Monsenhor.



FORMAÇÃO E ESPIRITUALIDADE

Danillo e Rita Del Chiaro, maestros do Coro da Paróquia Nossa Senhora do Brasil e do Coral Del Chiaro, participaram do Congresso junto com os coralistas da Paróquia. “A experiência com Monsenhor Frisina foi algo muito tocante e profundo. Além de um compositor extremamente competente e talentoso, conhecemos o Frisina sacerdote, exercendo seu ministério”, disse Rita, em entrevista à reportagem.

Danillo e Rita já conheciam a linha de trabalho do Monsenhor Frisina e utilizavam suas composições e, por isso, afirmaram que os coralistas sentiram bastante familiaridade com as músicas apresentadas durante o Congresso.

“A formação que este grande e experiente maestro nos forneceu foi sobretudo espiritual. Quanto mais estudamos, percebemos o quanto a liturgia católica e a música litúrgica têm uma riqueza inesgotável”, afirmou Rita.



BIOGRAFIA

Nascido em Roma, em 1954, Marco Frisina diplomou-se em Composição no Conservatorio di Santa Cecilia. Depois de ter completado os estudos teológicos,especializou-se em Sagrada Escritura no Pontifício Instituto Bíblico. Ordenado sacerdote em 1982, desde então exerce o seu ministério na Diocese de Roma. É presidente da Comissão Diocesana para a Arte Sacra e os Bens Culturais, consultor do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e Reitor da Basílica de Santa Cecília no Trastevere. Ministrou cursos na Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade da Santa Cruz em Roma e no Pontifício Instituto de Música Sacra do Vaticano.

Em 1984, fundou – e ainda dirige – o Coro da Diocese de Roma, com o qual anima as mais importantes liturgias diocesanas, algumas das quais presididas pelo Santo Padre.

Na sua produção musical, estão também algumas obras para o teatro, entre elas “La Divina Commedia. L’opera”, primeira transposição musical da obra-prima dantesca da qual é autor e idealizador, e que estreou em 2007.

Possivelmente, sua composição mais popular, considerado o vedadeiro hit e hino informal é “Jesus Christ, you are my life” que é cantado sempre durante o encontro do Papa com os jovens.

Fonte: Pateo do Collegio e Jornal O São Paulo

Museu de Arte Sacra do Funchal publica revista digital sobre “Questões de Arte Sacra” - PORTUGAL

Por Jornal da Madeira
 
Informalão

O Museu de Arte Sacra do Funchal publicou este mês de março o segundo número da revista digital “MASF Journal” com o título “Questões de Arte Sacra”.

Esta edição composta pelas “Conferências do Museu” que se realizaram nos dias 2 e 3 de março e 4 de abril de 2018 inclui a conferência de abertura de José Tolentino Mendonça “Arte, mediação e símbolo. O sentido que vem” e sete artigos: “Arte liturgia com amor” (Joaquim Félix de Carvalho); “Arquitetura religiosa em Portugal: Séculos XX e XXI” (João Pedro Gaspar Alves da Cunha); “Museu Diocesano de Santarém: A face visível de um alargado projeto de salvaguarda e valorização do património cultural da Diocese” (Joaquim Ganhão; Eva Neves); “A crise moderna da arte sacra e as mediações do sagrado na arte” (João Norton de Matos); “A arte sacra: Museus e exposições numa sociedade secularizada” (Maria Isabel Roque); “Arte sacra, culto, cultura e património” (Nuno Saldanha) e “Um espaço da cidade que pudesse servir para a comunhão entre os habitantes” (Luís Martinho Urbano).

No prólogo, o diretor do museu, João Henrique Silva, contextualiza a publicação: “As ‘Conferências do Museu 2018’ tiveram por tema de fundo ‘Questões de Arte Sacra’. No contexto da celebração do Ano Europeu do Património Cultural, o Museu procurava, então, equacionar toda uma série de problemáticas à volta daquele tema, cuja reflexão poderia trazer nova luz sobre os conceitos mais estruturantes em torno da museologia, do património e das representações do sagrado”.

Para além dos artigos, esta edição conta também com a entrevista ao Arquiteto Victor Mestre sobre arquitetura religiosa e uma reportagem fotográfica do evento “Conferências do Museu 2018”.

A revista está disponível no site sobre as Conferências do Museu.

quinta-feira, 21 de março de 2019

Especialização em ARQUITETURA E ARTE SACRA DO ESPAÇO LITÚRGICO


Os espaços em que as comunidades de fé se reúnem para celebrar o Mistério Pascal de Jesus Cristo sempre tiveram, por parte da Igreja, uma especial atenção. Na medida em que as comunidades se expandiram territorialmente e avançaram no tempo sofreram influências e inculturações. Na história do cristianismo são notórias as influências da cultura clássica e do judaísmo e já se vão mais de dois mil anos de história de liturgia, arte e arquitetura. Muitos documentos foram produzidos pela Igreja a respeito do assunto e muitas técnicas construtivas chegam até nós por meio do desenvolvimento da arte e da arquitetura sacra. Portanto, estudar as transformações dos espaços físicos da prática da fé cristã é também compreender um pouco da história da salvação.

À guisa de nos situar na contemporaneidade e compreender as necessidades da Igreja com relação ao seu espaço celebrativo nos tempos do pós-Concílio Vaticano II, o curso proposto pretende esclarecer pontos importantes e fundamentais que vão para além da liturgia e da arte sacra, mas também no âmbito do espaço da arquitetura sacra. Deste modo os egressos poderão ter um conhecimento fundamental para orientar teologicamente, discutir e contribuir de modo crítico nas intervenções e construções projetuais destinadas à Igreja Católica. Assim, os especialistas contribuirão para evitar equívocos em concepções repletas de subjetividades e particularizações, deste modo o curso pretende que ao final, o egresso consiga estabelecer visões críticas fundamentadas na pluralidade de saberes e conhecimentos envolvidos no campo da teologia, arte e arquitetura do sagrado.


OBJETIVOS:

GERAL

Formar especialistas para atuar na consultoria e assessoria de projetos de arquitetura e arte sacra com o foco específico no espaço celebrativo no âmbito da Igreja Católica.

ESPECÍFICOS
Adquirir conhecimentos teológicos fundamentais para aplicação no campo da arte e da arquitetura sacra (mistagogia).
Estudar noções da evolução histórica da arquitetura sacra.
Conhecer as normativas da Igreja através do direito canônico e dos documentos da Igreja.
Obter noções técnicas de conforto no espaço construído.
Estudar a importância da espiritualidade e da sacramentalidade cristã.
Estudar a fenomenologia do símbolo e a iconografia da Igreja Oriental.
Conhecer as regras do Patrimônio cultural e a Igreja.
Conhecer fundamentos litúrgicos importantes para o projeto dos espaços da Igreja.

As inscrições podem ser feitas diretamente na Secretaria da FASBAM ou pelo preenchimento do formulário abaixo. Garanta já a sua vaga!

Caso tenha alguma dúvida, entre em contato conosco pelo telefone abaixo:

Secretaria da FASBAM: (41) 3243-9800.

Fonte: FASBAM
FASBAM – FACULDADE SÃO BASÍLIO MAGNO
Fone: (41) 3243-9800
Rua Carmelo Rangel, 1200
Seminário – Curitiba/PR
80.440-050

quarta-feira, 20 de março de 2019

Museu Dom Paulo Libório promove Conversa Sacra






Com a proposta de discutir temas relacionados a história da arte sacra em Teresina, o Museu de Arte Sacra Dom Paulo Libório promove a “Conversa Sacra”, dia 23 de março. A roda de conversa tem início às 09h, com entrada gratuita.

A ideia é partir do ponto de vista historiográfico, antropológico e cultural. De acordo com o gerente de promoção cultural da Fundação Monsenhor Chaves, Paulo Dantas, a atividade irá acontecer mensalmente. “Nosso objetivo é explorar mais o museu e a história sacra, levando a todas gerações as melhores informações e discussões. Por isso, a proposta de atividade vai acontecer mensalmente”, afirma.

Este primeiro encontro, será mediado pelo pesquisador de história e literatura piauiense Igo Rafael. Com a proposta de debater o tema “Uma visão histórica da Igreja de São Benedito”, a conversa passa pelos subtemas da ereção da irmandade dos escravos, a chegada de Frei Serafim e o início da construção do templo dedicado a São Benedito,e mais.

A atividade envolve pesquisadores, professores, alunos e toda a sociedade de forma geral.

Museu Dom Paulo Libório


Há seis anos presenteando a população local e visitantes, o museu é um importante espaço cultural teresinense. O espaço surgiu da junção de alguns pertences da Arquidiocese da cidade e de doações feitas por colecionadores da comunidade.

Inaugurado em 15 de agosto de 2011, o local foi a última moradia de Dom Paulo Libório, primeiro arcebispo da cidade. Grande parte das peças expostas era de Dom Paulo, assim como os dois mil livros disponíveis na biblioteca do museu.

O acervo do museu é composto por aproximadamente 2.000 peças dos séculos XVII a XX. São imagens sacras, alfaias, oratórios, paramentos e mobiliário. A casa está localizada na Rua Olavo Bilac, 1481 e funciona de segunda a sexta-feira, das 09h às 17h.

Fonte: Prefeitura de Teresina- PI

terça-feira, 19 de março de 2019

Estudo confirma que escultura de São José é de período das reduções jesuíticas

Objeto está em Museu em Santo Cristo, interior do RS
 


Escultura de São José
Foto: Bruno Machado

Um estudo realizado pelo Grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani e Luso-Brasileira, vinculado à Escola de Humanidades da PUCRS, confirmou que uma escultura de São José, que está em Santo Cristo (RS), foi produzida no período das reduções jesuíticas no século XVIII. Atualmente a escultura está exposta no Museu Alcir Philippsen. Desconfiados de que se tratava de um objeto missioneiro, integrantes da coordenadoria de Arte e Cultura do município entraram em contato com o professor Edison Huttner, coordenador do grupo de pesquisas. A partir de fotos, a identidade da escultura foi confirmada. Nesta terça-feira, 19 de março, é comemorado o dia de São José.

Huttner diz que uma série de características atestam a procedência do objeto, como o trabalho de policromia jesuíta realizado sobre a madeira, a presença de peças de encaixe que montam a estrutura, a base arredondada e o trabalho na túnica dos santos missioneiros, que apresenta os mesmos detalhes e padrão de artesiana. Ele lembra que a escultura pode ter origem em acampamentos de índios guaranis, já que na região onde hoje se encontra Santo Cristo havia os Ervais, onde os índios iam colher erva-mate: “Outra opção é que a peça tenha vindo de redução próximas, ou ainda, que tenha sido achada ou comprada pela família Philippsen”, aponta.


Escultura de São José
Foto: Bruno Machado

Segundo Bruno Rafael Machado, artista plástico e coordenador de Arte e Cultura de Santo Cristo, a identificação da escultura será um marco na história da cidade. “Ao entrar a primeira vez no museu a primeira peça que eu vi foi a escultura, logo imaginei ser uma peça jesuítica-guarani. Um tempo após a conclusão da primeira etapa de organização, conservação e restauro do museu, surgiu a ideia do Prefeito Adair de mandar a peça para estudo. Vejo a importância de enaltecer essa peça, pois isso é história, pois isso é cultura”, ressalta.

Características da escultura

A escultura é pertence ao conjunto da arte sacra barroca missioneira jesuítico-guarani e foi confeccionada nas reduções da Província Jesuítica do Paraguai (séc. XVIII). É feita de madeira (cedro), com 54 cm de altura por 32cm de largura. Possui três quilos e setecentas gramas e tem elementos da arte da escola do jesuíta José Brasanelli, que atuou na Redução de São Borja nos anos de 1696-1706. Segundo a pesquisa, o objeto pode ser sido esculpido por Brasanelli ou seus discípulos, nesta redução.

Fonte: PUC RS

segunda-feira, 18 de março de 2019

Exposição mostra devoção a São Benedito em Porto Seguro




Foi inaugurada, no dia 09/03/19, no Museu de Arte Sacra da Misericórdia, em Porto Seguro, a exposição “São Benedito: o santo negro de Porto Seguro”. O acervo, formado por fac-símiles de documentos históricos e fotografias antigas de festejos e da igreja, e três imagens dos séculos XVIII e XIX de São Benedito, está exposto na capela que leva o nome do santo, na Cidade Histórica.

A exposição, que tem o apoio da Paróquia Nossa Senhora da Pena e da Veracel Celulose, conta a história do frade negro e da devoção da comunidade local ao santo, da Ordem Franciscana. O curador e coordenador do Museu, o historiador Francisco Cancela afirma que a existência da devoção a São Benedito em Porto Seguro comprova a presença e a contribuição da população negra na formação da sociedade portossegurense.

“Historicamente, os santos negros foram instrumentos estratégicos para a Igreja realizar a catequização dos escravizados. Mas a forma como os negros cativos e os seus descendentes se apropriaram e ressignificaram as virtudes e as atribuições dos santos negros produziram novas narrativas e experiências no campo da religiosidade”.

O objetivo da exposição é proporcionar um espaço temporário de valorização da memória da cultura religiosa de Porto Seguro, reconstruindo narrativas, reproduzindo imagens e reafirmando personagens que reivindicam a presença e a participação da população negra na formação da cidade. Segundo o professor, a intensão da curadoria do Museu “é reivindicar exatamente essa outra história que revela como os negros, desde o período colonial, encontraram na devoção a São Benedito um lugar de solidariedade, de sociabilidade e de fé”.

Parcerias
A exposição “São Benedito: o santo negro de Porto Seguro” é resultado de um projeto de pesquisa e extensão financiado pelo Programa Afirmativa da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

A equipe, coordenada pelo professor Francisco Cancela, composta por bolsistas cotistas do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias do Campus XVIII, em Eunápolis, desenvolveu pesquisa nos arquivos do IPHAN, da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e no Arquivo Público da Bahia, além da análise iconográfica do acervo do Museu de Arte Sacra e de entrevistas com moradores mais antigos da cidade.

A exposição estará no local até o dia 08/04/19, com horário de visitação das 9h às 14h, todos os dias da semana, com entrada franca.
Rua Dr. Antônio Ricaldi, no Centro Histórico de Porto Seguro.

domingo, 17 de março de 2019

Michelangelo Zambelli, 70 anos de sua morte

Escultor italiano faleceu em 10 de abril de 1949, deixando obra que se mesclou à trajetória artística de Caxias ao longo do século 20


Michelangelo Zambelli: morte há 70 anos Acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami / divulgação/divulgação
Michelangelo com a esposa Adelina Stangherlin Zambelli por volta de 1925 Foto: Acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami / divulgação / divulgação
 
Texto de
Rodrigo Lopes

Não há residência, igreja, capela, parque, praça, empresa e estabelecimento comercial de Caxias que, em algum momento do século 20 não tenha abrigado — ou abrigue até hoje — alguma imagem sacra desenvolvida no lendário Atelier Zambelli.

Com a recente reabertura do Memorial Zambelli, junto aos Pavilhões da Festa da Uva, e a um mês dos 70 anos da morte de Michelangelo Zambelli, em 10 de abril de 1949, recordamos das homenagens prestadas ao escultor pelos jornais "O Pioneiro" e "O Momento" na época de seu falecimento.

Em ambos, nas edições de 16 de abril de 1949, Michelangelo ocupou a seção "Necrologia", espaço destinado a destacar a trajetória de personagens ilustres da cidade — embrião do tradicional "Obituário". Provavelmente elaborado pela família, o texto publicado nos dois semanários é idêntico, com algumas subtrações de frases no Pioneiro, conforme reproduzido abaixo.
Nascido na comuna de Canneto Sull’ Oglio, província italiana de Mântova, em 26 de agosto de 1883, Michelangelo Zambelli tinha 65 anos.


Foto: Agência RBS / reprodução
Michelangelo com a esposa Adelina Stangherlin Zambelli por volta de 1925Foto: Acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami / divulgação
 
Foto: Centro de Memória da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul / reprodução
 
A seção "Necrologia" em 1949  

Após longo período de pertinaz enfermidade, veio a falecer no dia 10, nesta cidade, o senhor Michelangelo Zambelli, um dos mais diletos filhos de Caxias. Pessoa vastamente estimada, descendente de velhos pioneiros da colonização, tinha por Caxias grande simpatia e atração, tanto que, tendo cursado a Academia de Artes de Milão, onde distinguiu-se com invulgar brilhantismo, tornando-se um artista de grandes possibilidades, não se importou de procurar centros maiores para dar a conhecer o seu talento. Retornando ao nosso meio, demonstrou sempre facetas de sua sensibilidade artística, de sua habilidade de escultor exímio e sentimental e de sua capacidade de concepção . 

E assim foi que Michelangelo Zambelli, possuído de um desejo intenso de ver sua terra culta e grandiosa, trouxe para ela a sua contribuição. Os trabalhos artísticos que apresentava em público tiveram destacada admiração, constituindo mesmo verdadeira romaria e atração de forasteiros e artistas que vinham a Caxais à procura de seu atelier. Perpetuando o talento de Michelangelo, ficam nos templos religiosos da nossa cidade inúmeras imagens santas e tantas outras espalhadas pelos demais municípios do Estado — e até mesmo mesmo entre muitos da Federação Brasileira. 

Na Estátua da Liberdade, que alterosa destaca-se na Praça Rui Barbosa, no coração da cidade, deixou ele um marco da sua habilidade e da sua alma de artista. Como chefe de família e como cidadão, demonstrava traços salientes de seu caráter e das suas nobres qualidades de amigo, pois era grandemente estimado pela bondade que sabia expandir. 

Era casado com a senhora Adelina Stangherlin Zambelli, não deixando deste matrimônio nenhum filho. Pranteando-Ihe a morte, deixou seus irmãos Estácio, Edmundo e Ângelo Zambeli e as viúvas Carmela e Octacilia Zambeli, sendo ainda ligado por laços de família com os senhores Antônio Santo Basso, João José Conte e Jonatas Travassos. 

A infausta notícia do falecimento deste caxiense ecoou profundamente no seio da sociedade local, a qual prestou assinalados serviços, pois teve a oportunidade de ocupar com muita dedicação diversos cargos em diretorias de algumas das instituições da cidade. 

O seu sepultamento foi efetuado no dia 11, às 9h, tendo um grande acompanhamento. 


Michelangelo (à esquerda, sentado) e o irmão Mario Cilo Zambelli em um registro de 1905, época em que Michelangelo havia retornado da Itália com o diploma da Academia de Breda, em MilãoFoto: Acervo família Zambelli / divulgação
 
Seção Necrologia publicada no jornal O Momento, em 16 de abril de 1949Foto: Centro de Memória da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul / reprodução
 
O início
A trajetória dos Zambelli teve início com a chegada do imigrante italiano Tarquinio Zambelli à Serra por volta de 1883. Egresso da Escola de Belas Artes de Milão, com amplo conhecimento em pintura, escultura e decoração, o patriarca logo introduziu os filhos Michelangelo, Mario Cilo, Annunzia, Estácio e Raffaele no ofício, levando-os para trabalhar no então "Grande Laboratório Artístico de Tarquinio Zambelli e Filhos".

De todos os descendentes de Tarquinio, Michelangelo foi o que teve atuação mais intensa na cidade e região da Serra. Após uma temporada em Buenos Aires, o primogênito fundou em 1915 o "Atelier de Escultura Michelangelo Zambelli & Cia Ltda", localizado na Av. Júlio de Castilhos, 815.

Foto: Acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami / divulgação

Com o falecimento de Michelangelo, em 1949, a esposa Adelina assumiu a direção do negócio, juntamente com o sócio Nilo Tomasi. A produção seguiu até o início dos anos 2000, quando o velho casarão de madeira, próximo ao Santo Sepulcro, começou a sofrer com a degradação física.

Passado um período de indefinições, entre 2002 e 2004, parte do acervo remanescente foi adquirido pela Festa Nacional da Uva, com suporte técnico e artístico do extinto Departamento de Memória e Patrimônio Cultural, da Secretaria da Cultura.

Nascia aí, no subsolo do Monumento Jesus Terceiro Milênio, o Memorial Atelier Zambelli — fechado desde agosto de 2017 e reaberto ao público em fevereiro último, após mais de um ano fechado para reformas estruturais visando controlar goteiras, mofo e umidade.


Foto: Reprodução / Agência RBS

Fonte: Pioneiro - RBS

sábado, 16 de março de 2019

Curso no Museu Franciscano (RJ)



Entre brasões e igrejas, obras de Paulo Lachenmayer estão espalhadas por Salvador

Texto de Bruna Castelo Branco

Mesmo vivendo no Brasil há 68 anos, o irmão Paulo Lachenmayer, nascido na Alemanha, esqueceu como se falava português nos últimos dias de vida. Já velhinho, caiu e quebrou o fêmur no Mosteiro de São Bento, onde morava desde os 19 anos. Não conseguia andar e mal saía da cela –  é assim que se chamam os quartos dos mosteiros. Um grupo de noviços se revezava para cuidar dele e de outros monges alemães que ainda viviam por ali. Um desses cuidadores é o padre Maurício. Na noite do dia 7 de abril de 1990, ele atestou que irmão Paulo estava morto.

“Era umas 21h. Eu tinha saído para deixar um padre lá na Barroquinha, que é ali perto. Quando voltei, o monge que estava com ele estava aperreado, dizendo que estava preocupado com irmão Paulo. Entrei na cela e constatei a morte dele. Pedi ao sineiro, irmão Pascoal, que tocasse o sino para que todos soubessem”, lembra. Assim como todos que moram ali, irmão Paulo foi sepultado no mosteiro, bem longe de onde nasceu. Uma casa para sempre.

Quando chegou à cidade, irmão Paulo seguiu à risca o lema da Ordem Beneditina: ora et labora (ora e labora, em português). É uma das regras mais conhecidas de São Bento, que dizia que “a ociosidade é inimiga da alma; por isso, em certas horas devem ocupar-se os irmãos com o trabalho manual, e em outras horas com a leitura espiritual” (Cap. 48 da Regra de São Bento). Irmão Paulo era arquiteto, escultor, ilustrador, designer gráfico e heraldista. Foi ele quem criou o brasão da Universidade Federal da Bahia, o da Universidade Católica do Salvador e o do Museu de Arte Sacra, por exemplo. Também é autor do brasão da cidade de Campina Grande (PB), onde padre Maurício nasceu.

E mais: o arquiteto e pesquisador Paulo Veiga, autor do livro Irmão Paulo Lachenmayer: um artista alemão no mosteiro beneditino da Bahia no Brasil, que vai ser lançado pela Edufba no final deste mês, acrescenta outro talento ao religioso: “Posso afirmar, categoricamente, que ele foi o primeiro artista moderno da Bahia, não tem dúvidas sobre isso. Mário Cravo conhecia ele, se consultava, bebeu dessa fonte”.

O livro veio de uma dissertação de mestrado, que veio de uma capa de livro, a Gramática Nova do Francês, ligada a um nome que ouviu muito na infância. O autor da gramática é o pai dele, o professor e escritor Cláudio Veiga, e o artista da capa é o irmão Paulo Lachenmayer. “Também convivia com as imagens do ex-libris e o busto de São Francisco Xavier, santo de devoção do meu pai e padroeiro da Cidade do Salvador, todos feitos por Irmão Paulo”. Conviveu com as obras, mas não com o biografado em pessoa.
Nascido na Alemanha, o monge atuou como arquiteto, escultor e ilustrador
Nascido na Alemanha, o monge atuou como arquiteto, escultor e ilustrador
Quando percebeu a beleza e a precisão do trabalho do religioso, entrou num caminho sem volta. Foi para a Alemanha, conheceu a família de irmão Paulo e passou por cinco cidades: Munique, Ravensburgo, Langenargen, Beuron e Weingarten.

“A convivência com o mundo e com a vida de irmão Paulo fez nascer um vínculo espiritual com ele. Passou a ser, para mim, um grande amigo. Recebi a missão de divulgar a arte e o nome dele”, diz Veiga. Quer que toda essa informação alcance a Alemanha, onde o sobrenome Lachenmayer ainda é desconhecido. Refez os caminhos do monge.

Arte
Nos tempos do Império, a cultura monástica do Brasil começou a morrer. Já não havia noviços e os monges que restaram estavam envelhecendo. Com a proclamação da República, os mosteiros sobreviventes pediram ajuda a congregações de outros países, que funcionaram mais como  importadoras de aprendizes de padre. A Alemanha, onde sobravam religiosos, deu socorro.

Os pais de irmão Paulo, que nasceu no ano de 1903 na cidadezinha de Langenargen, deram a ele o nome de Ernst. Ernst, antes de ser Paulo, ficou órfão de pai e mãe. Sem casa, um irmão foi embora para Munique, as irmãs entraram num convento beneditino e Ernst foi adotado pelo mestre Theodor Schnell, que o ensinou o ofício da escultura sacra. Aos 19 anos, já era um artista formado. “Ele foi educado em modelos medievais. Mas sua influência artística é marcada fortemente pelo expressionismo alemão e pelo funcionalismo. Pelo modernismo alemão”, explica Veiga.
Lachenmayer desenhou o brasão de universidades, como o da Federal da Bahia
Lachenmayer desenhou o brasão de universidades, como o da Federal da Bahia
E dá para ver. Na casa de Veiga há um acervo imenso das obras de irmão Paulo, dadas para Cláudio Veiga, de quem era muito amigo. “Ele usava muito uma aparência xilográfica, desenhava pessoas com expressões fortes, rostos deformados… É a influência expressionista”. Na Alemanha, não sobrou muita coisa. Numa mudança, os sobrinhos que herdaram as obras, escritos e cartas se desfizeram de grande parte do que ficou por lá, algumas coisas da época da adolescência. “Eles gostaram que vai ter o livro, por isso vai ser bilíngue, português e inglês”.

Na igreja, aquele modernismo todo, que misturava o expressionista ao sacro, não era tão bem visto assim. Para o pesquisador, isso pode ter empacado um pouco a evolução da carreira do monge nas artes modernas. “O abade da época achou as imagens tão esquisitas que não gostou. Ele teve que se enquadrar”.
Ernst veio ao Brasil com outros alemães, aqueles que vieram em socorro aos mosteiros. “A Alemanha pós-guerra passava por mais dificuldades do que o Brasil”, diz Veiga. Logo decidiu que seria um irmão leigo, ou seja, não faria a profissão solene nem ganharia o título de dom. O Labora pesou mais. “Ele nunca quis ser padre. Trabalhava o tempo todo com alegria. Não perdia tempo, nunca o vi à toa”, conta o abade dom Emanuel, do Mosteiro de São Bento, amigo de irmão Paulo.

Na época, aqueles que decidiam não seguir a profissão solene acabavam responsáveis pelos trabalhos braçais. Labora. Cuidar da carpintaria, das galinhas, dos jardins e da cervejaria, trazida pelos alemães. “Eles faziam para consumo próprio. Era uma fórmula milenar dos mosteiros da Alemanha”, conta Denia Gomes, coordenadora do setor de cultura do mosteiro. Quando eles foram envelhecendo, a cervejaria fechou e a fórmula sumiu. “Mas vamos tentar retomar isso”, diz ela.

Padre Antônio, professor aposentado da Universidade Católica, lembra que os irmãos leigos eram, geralmente, pessoas de pouco estudo. Irmão Paulo destoava um tanto. “Ele pertencia a essa categoria, mas era um intelectual. Ele era um artista, trabalhava sozinho. Tinha uma vida de oração e de trabalho”, explica ele, que viveu no Mosteiro de São Bento entre 1959 e 1961.

No mosteiro, na cidade
Andando por aí, com atenção, dá para achar algumas das contribuições do monge em Salvador. Fez o projeto de restauro de monumentos como a Igreja da Graça e a Igreja de Montserrat. A Capela do Carmelo, no bairro do Candeal, é toda obra dele. Como que em agradecimento ao santo que o acolheu, fez também os projetos das portas e do teto da Igreja de São Bento, anexa ao mosteiro. O croqui ainda está lá, guardadinho no arquivo. “Ele fez o desenho das portas laterais, que não existiam na época, era um vão. E o telhado antes era de madeira”, diz dom Anselmo, responsável pelo arquivo do mosteiro.
Desenhou também o Brasão de Armas da  Congregação Beneditina. No mosteiro, deixou tantos rascunhos de brasões que nem dá para contar. “Ele foi o maior heraldista eclesiástico do Brasil. Era um horror a heráldica antes dele, de 1900 a 1930”, opina abade dom  Emanuel. Fora da Bahia, deu consultoria na construção da Catedral do Rio de Janeiro e da Catedral de Brasília, com o arquiteto Oscar Niemeyer. Passou três anos no Mosteiro de São Bento de São Paulo, onde também laborou.

O trabalho árduo com os brasões rendeu e ainda tem rendido estudos. Tanto que chegou ao I Seminário Internacional de Heráldica, organizado pela Universidade de Coimbra, em Portugal. Lá, a filóloga Alicia Lose, professora de paleografia da Universidade Federal da Bahia, falou sobre a revolução que ele fez na heráldica no Brasil, uma arte ainda muito europeia. “Evidentemente, falei do nosso heraldista beneditino que, com a sua arte e traço firme, ultrapassou os muros do mosteiro”. Agora, ultrapassa as fronteiras do Brasil.

Quem conviveu com irmão Paulo ou conhece a história dele concorda que ele tinha uma característica marcante: gostava de fazer mil coisas ao mesmo tempo. Em bom baianês, era agoniado. “Se pediam para ele fazer uma porta, ele queria fazer a porta e mais duas janelas. E fazia mesmo”, diz Veiga.
Para o pesquisador Paulo Veiga, Lachenmayer é o primeiro artista moderno da Bahia
Para o pesquisador Paulo Veiga, Lachenmayer é o primeiro artista moderno da Bahia
Desde que se foi, muita coisa mudou no Mosteiro de São Bento, a casa que escolheu para viver e morrer. Viajou algumas vezes para a Alemanha, mas sempre voltou. Hoje, nessa correria que a gente conhece bem, os monges usam celular e WhatsApp, meios de comunicação mais rápido do que os sinos centenários do mosteiro, agora usados mais quando a tecnologia resolve  falhar.

Irmão Paulo Lachenmayer tinha outro talento: o de calígrafo. “Ele era tão organizadinho que fez um mapa  numerando as lápides do mosteiro”, mostra Denia. Deixou o desenho de todas as lápides, com a mesma caligrafia de quem fez as inscrições há séculos, como se ele mesmo as tivesse feito. Passando por ali comparando o real ao desenho, encontramos o túmulo dele. A inscrição diz: “Sepultura do nosso Ir. Paulo Lachenmayer, grande arquiteto e heraldista, falecido aos 7 de abril de 1990, aos 87 anos de idade e 64 de profissão”.

Fonte: A tarde/UOL

quinta-feira, 14 de março de 2019

Curso: “Conservação e Preservação de Fotografias”




A proposta da oficina é capacitar profissionais que atuam na área da documentação, arquivistas, bibliotecários, museólogos, conservadores e interessados em geral, no desenvolvimento de ações e práticas de Conservação e Preservação de conjuntos fotográficos históricos e contemporâneos.

PROGRAMA
– Treinamento para identificação dos processos fotográficos praticados nos séculos XIX e XX.
– Elaboração de diagnóstico avaliando o estado de conservação das fotografias em decorrência da guarda inadequada, manuseio incorreto, poluição, umidade, temperatura e iluminação, bem como das causas intrínsecas ao próprio suporte fotográfico.
– Conservação e acondicionamento do conjunto fotográfico, como: higienização química e mecânica; pequenos reparos e acondicionamento.
– Conceitos de Conservação Preventiva e uso de EPI´s.
– Digitalização de acervos fotográficos.


BIBLIOGRAFIA:
LAVÉDRINE. Bertrand. Photographs of the past – Process and Preservation. Los Angeles-USA: The Getty Conservation Institute, 2009.
MOSCIARO, Clara. Diagnóstico de Conservação em Coleções Fotográficas. Cadernos Técnicos No. 6. Rio de Janeiro: Funarte, 2009.
NORRIS, Debra H.; GUTIERREZ, Jennifer J. (Org.). Issues in the Conservation of Photographs. Los Angeles-USA: The Getty Conservation Institute, 2010.
OLIVEIRA, João Sócrates de. “ Manual Prático de Preservação Fotográfica”. In: Revista de Museologia, Ano 1, No. 1, São Paulo: Instituto de Museologia de São Paulo/FESP, 1989.
PAVÃO, Luís. Conservação de coleções de fotografia. Lisboa: Dinalivro, 1997.


Professora
Marli Marcondes. Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista – UNESP; Mestre em Multimeios pelo Instituto de Artes – UNICAMP. Especialista em conservação de documentos fotográficos sob orientação do CCPF – FUNARTE/RJ. Possui especialização em “Análise e Perícia em Obra de Arte” pela Escola Templo da Arte (SP). Possui cursos na área de restauro em suporte gesso, barro, madeira e papier mâchépelo Museu de Arte Sacra de São Paulo. Especialista em restauro de pintura pelo Museu de Arte Sacra de São Paulo. Especialização em restauro de pintura de cavalete pelo Istituto per l´Arte e il Restauro Palazzo Spinelli. Foi professora da Universidade de Franca – UNIFRAN (1996), da Universidade Paulista – UNIP (2002-2004) e PUC-Campinas (2003-2005). Atuou como Conservadora de fotografias no Centro de Memória-Unicamp de 1997 a janeiro/2019.


Período: 25 e 26 de abril de 2019 (quinta e sexta)
Horário – das 9 às 17hs (1 h de almoço)
Carga horária: 17 hs
Valor: R$ 380,00 a vista – R$ 420 ,00 (duas vezes) –  15 vagas
Inscrições: mfatima@museuartesacra.org.br
Informações: (11) 5627.5393
Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo
Endereço: Avenida Tiradentes, 676, Luz. Metrô Tiradentes.
Estacionamento gratuito (ou alternativa de acesso):  Rua Jorge Miranda, 43
No final do curso o aluno receberá o certificado.
Fonte: Museu de Arte Sacra de São Paulo

quarta-feira, 13 de março de 2019

Morre, aos 91 anos, Odaléa Brando Barbosa, grande colecionadora de arte sacra

O casarão do século XIX onde viveu com o marido Jorge Brando Barbosa, no Jardim Botânico, vai virar o Instituto Jorge Brando Barbosa


Fonte: O GloboOdaléa Brando Barbosa em sua mansão rosa no Jardim Botânico Foto: Camilla Maia / Agência O Globo (12/11/2010)

Morreu na tarde desta quarta-feira, no Rio, a colecionadora de arte sacra Odaléa Brando Barbosa, aos 91 anos. Ela ficou conhecida pelo sua coleção de mais de 6 mil peças garimpadas em antiquários, conventos, sedes de fazenda e igrejas do interior do Brasil, que decorava o seu palacete na Rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico. Festeira, ao lado do marido, o banqueiro Jorge Brando Barbosa, ela recebia amigos da alta sociedade, políticos e artistas em animados almoços.

O palacete onde viveram Odaléa e o marido, Jorge Brando Barbosa Foto: Camilla Maia / Camilla Maia

A sua propriedade, que conta ainda com um terreno com 12.000 m² de área verde, vai virar uma casa-museu. Em 2015, ela doou seu acervo ao Museu de Arte Sacra de São Paulo, que irá transformar o palacete do Jardim Botânico no Instituto Jorge Brando Barbosa. A casa impressiona: o pavilhão da piscina, por exemplo, tem sete trabalhos da artista botânica inglesa Margaret Mee. Uma cama de jacarandá de 1712 foi transformada em portal da sala de jantar, que comporta 24 pessoas à mesa. Em vários ambientes, há lampadários de prata. Entre tantas preciosidades, há uma banheira de mármore, que pertenceu a dona Teresa Cristina, mulher de Dom Pedro II. Além disso, há muitas fotos que retratam a sociedade carioca no período pré-Brasília.
A área interna do palacete onde viveram Odaléa e o marido, Jorge Brando Barbosa Foto: Camilla Maia

Como o casal não teve filhos, Odaléa temia que todo o acervo se perdesse e, pior, que a história por trás de cada peça fosse esquecida. Ao doar o imóvel, ela só exigiu em troca a garantia de que a memória de José Brando seria preservada.

— Para que eu preciso de tanta riqueza? Achei melhor que tudo isso fosse divulgado, que as pessoas pudessem ter acesso a todas estas obras de arte e a tudo isso que meu marido construiu. Ele mesmo escolheu e desenhou tudo. Nunca tivemos aqui um arquiteto ou decorador — contou Odaléa em entrevista ao O GLOBO, em 2015.

Odaléa Brando Barbosa em sua casa Foto: Camilla Maia

Odaléa morreu na tarde de hoje, de causas naturais, um dia antes de completar 92 anos. Ela estava internada desde segunda-feira.

Curso de restauração de Imagens em Madeira



Fonte: Rosinha Campos

terça-feira, 12 de março de 2019

Mons. Marco Frisina em Campinas

Por Barbara Beraquet  



No dia 10 de março, Mons. Marco Frisina foi o convidado celebrante de Missa na Catedral Metropolitana, em Campinas.

Mons. Marco Frisina nasceu em Roma. Depois dos estudos clássicos, diplomou-se em Composição no Conservatorio di Santa Cecilia, e, após ter completado os estudos teológicos, especializou-se em Sagrada Escritura no Pontificio Istituto Biblico. Ordenado sacerdote em 1982, desde então exerce o seu ministério na Diocese de Roma. De 1991 a 2011 foi Diretor da Comissão de Liturgia da Diocese de Roma e atualmente é Presidente da Comissão Diocesana para a Arte Sacra e os Bens Culturais, Consultor do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização e Reitor da Basílica de Santa Cecília no Trastevere. Professor na Pontificia Università della Santa Croce e o Pontificio Istituto di Musica Sacra.

Autor de numerosos cânticos litúrgicos conhecidos e apreciados na Itália e no estrangeiro. Em 1984 fundou – e desde então dirige – o Coro da Diocese de Roma, com o qual anima as mais importantes liturgias diocesanas, algumas das quais são presididas pelo Santo Padre.

Sua produção musical tem mais de trinta Oratórios Sagrados inspirados em personagens bíblicos ou na vida de grandes santos. Ao lado destes, merecem ser mencionados: “Cântico dos Cânticos” escritos em 2009 e apresentados no “Festival Anima Mundi” em Pisa, “Passio Caeciliae” composto em 2011 e apresentado em Roma e Nova Iorque por ocasião das celebrações dos 150 anos da Unificação da Itália, “Paradiso Paradiso” em 2013, para o 56º “Festival dos Dois Mundos” em Espoleto com a participação de Giorgio Albertazzi, e “Até os confins da terra”, inspirado na narrativa no naufrágio de São Paulo em Malta e lá se apresentou em fevereiro de 2017 no centenário do martírio do Apóstolo.

Em 2007 compôs a peça “La Divina Commedia”, a primeira transposição musical da obra-prima homônima de Dante. Na temporada 2009-2010, sua segunda obra para o teatro foi encenada: “Il miracolo di Marcellino”, inspirado no romance de José Maria Sanchez Silva “Marcellino Pane e Vino”. É também autor da música de “In Hoc Signo”, apresentada em 2013 em Belgrado por ocasião do milênio do Édito de Milão e da Ópera-Oratório “Passio Christi” apresentada em 2018 em Málaga.

Foi Promotor e Coordenador da Primeira Conferência dos Corais Italianos, realizada em Roma em setembro de 2014, e do Jubileu dos Corais em outubro de 2016, que contou com a participação de mais de 8.000 cantores de todo o mundo. Desde 2015 é Diretor Artístico do “Concerto com os pobres e pelos pobres” realizado na Sala Paulo VI.

No dia 22 de março, ele retorna a Campinas para Concerto na Catedral Metropolitana, às 20h00.

Clique aqui e saiba mais detalhes e como participar no site do evento.


Nota sobre o princípio de incêndio na igreja de Nossa Senhora do Rosário de Ouro Preto

11/03/2019 às 13h58

Na madrugada desta segunda feira, dia 11 de março, por volta das 3h40min, fomos noticiados de um princípio de incêndio que atingiu uma das portas laterais da igreja filial de Nossa Senhora do Rosário, situada no centro histórico de Ouro Preto.

O incêndio foi, prontamente, debelado graças à ação imediata da Corporação dos Bombeiros e atuação conjunta da Polícia Militar, avisados, a tempo, por um taxista que passava pelo local e que se deparou com o início deste sinistro.
As causas estão sendo apuradas. Sabe-se, a princípio, que foi em razão de um fogo produzido, externamente, junto à porta e que, em consequência, a destruiu, rapidamente, em poucos minutos, sem que o mesmo seguisse à frente, colocando em risco o templo religioso. Por muito pouco, a perda seria de proporções incalculáveis, com a destruição de um dos templos mais representativos e emblemáticos da arte barroca mineira.

Tão logo do ocorrido, houve comunicação imediata e oficial deste sinistro às autoridades competentes, a saber: à Arquidiocese de Mariana, ao IPHAN, à Prefeitura Municipal e à Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais. Também foram tomadas medidas emergenciais como em vista da preservação da área atingida, para laudo técnico, e feitos os primeiros encaminhamentos para resguardar a segurança do templo religioso e para reparação, desde já, do dano causado.

O fato, que lamentamos profundamente, torna-se um alerta a mostrar a necessidade de se envidar esforços, ainda maiores, de caráter preventivo, mobilizando os poderes públicos, os órgãos de preservação histórica e artística e Igrejas, para uma maior seguridade e preservação do precioso acervo histórico, artístico, cultural e religioso que, como um legado, nos é confiado, a partir desta cidade Patrimônio Cultural da Humanidade.

Na ocasião, agradecemos as manifestações de solidariedade, renovando o compromisso arquidiocesano e paroquial de continuar a zelar, em espírito de serviço, competência e com grande ardor, por este Patrimônio, com o apoio das entidades afins, em busca da preservação permanente de nossa memória histórica, artística, cultural e religiosa.

À Virgem do Rosário, Mãe de Deus e de todos nós, nossa protetora, agradecemos esta graça da preservação de sua casa, história de luta e esperança, de negros e brancos, em mais de três séculos de religiosidade, cultura e fé.

Ouro Preto, 11 de março de 2019.

Pe. Marcelo Moreira Santiago
Pároco

Carlos José Aparecido de Oliveira
Diretor do Museu de Arte Sacra de Ouro Preto

Fotos de 3 de 3 Meninos Jesus que restaurei recentemente



**intervenção na policromia

sábado, 9 de março de 2019

Curso de Iconografia e Iconologia




O Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Campinas inicia a sua agenda de eventos para o ano de 2019 com o
O Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Campinas inicia a sua agenda de eventos para o ano de 2019 com o curso de Iconografia e Iconologia, que será ministrado pelo Monsenhor Dr. Rafael Capelato, Pároco da Catedral Metropolitano de Campinas, Doutor em em História e Bens Culturais da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma e professor de História da Igreja no curso de Teologia da PUC -Campinas.

O curso acontecerá nas dependências do próprio Museu, sempre às terças-feira, em duas turmas: das 15h às 17h e das 19:30h às 21:30h (com necessidade mínima de 20 e máxima de 70 alunos por turma). As aulas terão início no dia 12 de março e término no dia 28 de maio.

As aulas consistirão de uma análise iconográfica e iconológica de obras de arte que foram concebidas para a devoção e esplendor da religião, durante os mais de dois mil anos de história da Igreja Católica por todo mundo.
Cada aula será independente, com o estudo de uma obra em específico, não necessitando uma linearidade no processo histórico e permitindo assim que eventuais faltas não acarretem a perda de continuidade do curso por parte do aluno. Dessa forma também se faz possível o início de novos alunos ao curso no decorrer das próprias aulas e por conta disso a inscrição e o pagamento do curso serão separados mês a mês, tendo a mensalidade o valor de R$50.
A primeira mensalidade (matrícula), deverá ser paga no ato da inscrição. E o tema da primeira aula será a obra "O Juízo Final" (ou Il Giudizio Universale, em italiano) é um célebre afresco canônico, criado pelo renomado renascentista italiano Michelangelo, e está na parede do altar da Capela Sistina, no Vaticano.

Informações e Inscrições: 19-37903950
Ou através do site: https://maascampinas.vpeventos.com/#/
, que será ministrado pelo Monsenhor Dr. Rafael Capelato, Pároco da Catedral Metropolitano de Campinas, Doutor em em História e Bens Culturais da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma e professor de História da Igreja no curso de Teologia da PUC -Campinas.

O curso acontecerá nas dependências do próprio Museu, sempre às terças-feira, em duas turmas: das 15h às 17h e das 19:30h às 21:30h (com necessidade mínima de 20 e máxima de 70 alunos por turma). As aulas terão início no dia 12 de março e término no dia 28 de maio.

As aulas consistirão de uma análise iconográfica e iconológica de obras de arte que foram concebidas para a devoção e esplendor da religião, durante os mais de dois mil anos de história da Igreja Católica por todo mundo.
Cada aula será independente, com o estudo de uma obra em específico, não necessitando uma linearidade no processo histórico e permitindo assim que eventuais faltas não acarretem a perda de continuidade do curso por parte do aluno. Dessa forma também se faz possível o início de novos alunos ao curso no decorrer das próprias aulas e por conta disso a inscrição e o pagamento do curso serão separados mês a mês, tendo a mensalidade o valor de R$50.
A primeira mensalidade (matrícula), deverá ser paga no ato da inscrição. E o tema da primeira aula será a obra "O Juízo Final" (ou Il Giudizio Universale, em italiano) é um célebre afresco canônico, criado pelo renomado renascentista italiano Michelangelo, e está na parede do altar da Capela Sistina, no Vaticano.

Informações e Inscrições: 19-37903950
Ou através do site: https://maascampinas.vpeventos.com/#/
 
Fonte: MAAS
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