sexta-feira, 31 de março de 2023

Resgate da arte sacra


Visitas históricas a igrejas da cidade será no dia 1º de abril. As inscrições já estão abertas




Decorada por frei Paulo de Sorocaba e Pedro Gentile. Imaginária de Antonio Franz Tavela e Giacomo Scopoli (Arquivo/Gazeta de Piracicaba)


O professor de História da Arte Fábio San Juan fará uma visita guiada a igrejas históricas de Piracicaba para explicar o significado das imagens, pinturas e vitrais das igrejas visitadas, além da arquitetura sacra. A visita será no dia 1º de abril e é aberta à participação popular. As inscrições estão abertas.

O professor, formado pela Unicamp e especialista em História da Arte pelo Instituto Claretiano de Rio Claro. Na visita, que começa às 8h, em frente à igreja São Benedito, Fábio San Juan compartilhará informações que conseguiu em pesquisa ao longo de quase 20 anos sobre Arte e História piracicabanas. Em especial, falará de seu trabalho sobre a Capela de São Pedro do Monte Alegre, que o levou a mergulhar mais profundamente na arte sacra e no trabalho do artista italo-brasileiro.


"A decoração de Volpi nesta Capela é importantíssima pois é o único sobrevivente do trabalho de decoração feito por ele na época do Grupo Santa Helena, ou seja, antes dele se tornar modernista", explica San Juan.

Mas cada templo, explica o professor, tem sua beleza e interesse próprios.

"Muitas pessoas gostariam de saber não só o significado das cenas bíblicas representadas nestes locais, mas também o que querem dizer vários símbolos. Por exemplo, o que significa o pelicano alimentando seus filhotes com o próprio sangue, presente no teto próximo ao altar da igreja dos Frades? Ou por que São João Evangelista está sempre acompanhado de uma águia?", observa


A visita percorrerá cinco igrejas. A Catedral de Santo Antônio, projetada por Benedito Calixto Neto (o mesmo arquiteto da Basílica Nacional de Aparecida); a Igreja dos Frades, que possui belíssima Arte sacra em várias técnicas- entalhe de altares em madeira, mármore e granito, pintura em afresco, imaginária feita em papel "carton pierre" por Antônio Tavella; a Capela do Lar dos Velhinhos, uma verdadeira "Pinacoteca" de artistas piracicabanos, decorada por quadros dos irmãos Dutra, Joca Adamoli, Pacheco Ferraz, Renato Wagner e muitos outros; e a Igreja São Judas Tadeu, de arquitetura moderna mas decorada com Arte neobizantina por Gustavo Montebello, discípulo do mais importante artista sacro católico brasileiro dos últimos 50 anos, Claudio Pastro.


Serviço
Para participar da visita é preciso fazer inscrição pelo WhatsApp 98140-6298, com o professor Fábio. Será disponibilizada uma Van para levar os participantes de uma igreja para outra. A taxa de participação é R$75,00. Mais informações pelo número informado acima.

quinta-feira, 30 de março de 2023

N. Sra. da Ajuda

 A imagem de Nossa Senhora da Ajuda retirada da nau principal da esquadra de Tomé de Sousa em 1549 na ocasião da Fundação da Cidade de Salvador, Bahia, primeira Capital do Brasil (29-03-1549).






Na comitiva de Tomé de Sousa, chegaram às terras brasileiras cinco primeiros jesuítas e ergueram a primeira capela dedicada à Nossa Senhora D´Ajuda, que deu origem ao primeiro santuário mariano do Brasil em Porto Seguro.
A primeira igreja construída dentro dos muros da Cidade do Salvador, em 1549 foi também dedicada a Nossa Senhora da Ajuda, que hoje abriga a imagem histórica trazida por Tomé de Sousa.
A invocação de Nossa Senhora d'Ajuda é de origem portuguesa, sendo muito comum que soldados e marinheiros portugueses colocassem suas naus sob sua proteção. Frei Agostinho de Santa Maria, autor do "Santuário Mariano" no século XVII escreve sobre a razão de sua denominação:
"O título de Ajuda dado à virgem provém do fato de ela ter estado ao pé da cruz, onde expirou seu Filho, não tanto para consolá-lo em sua cruel morte, mas para com Ele implorar ao Eterno Pai a redenção do gênero humano. Assim, enquanto seu Filho oferecia a vida pelos homens, Ela achou que poderia ajudar pedindo pelos pecadores."
O culto foi trazido ao Brasil pelos jesuítas, vindos com as naus de Tomé de Souza, em 1549, portando três imagem de Maria: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Maravilhas da Bahia e Nossa Senhora d'Ajuda.

Fonte: Padre Reinaldo Bento

domingo, 26 de março de 2023

SAGRADA FACE DE NOSSO SENHOR E SANTA VERÔNICA








Dados históricos da Sagrada Face

Em 1211, Inocêncio III instituiu em Roma oficialmente a festa do Santo Sudário de Verônica, que naquele tempo era celebrado no segundo domingo da festa da Epifania. Foi ele quem lhe deu o nome de Verônica (vera icona).

Leão XIII instituiu em Roma a Arquiconfraria da Sagrada Face “in perpectuam memoriam”, com o Breve de 1º de outubro de 1885: “Tam pro Gallia quam ubi­que”.

São Pio X mandou dizer às Carmelitas de Lisieux, pelo Cardeal Gennari: “que esta imagem seja distribuída profusamente por todas as partes e que seja venerada em todas as famílias cristãs. Recomenda Sua Santidade a propagação de seu culto particularmente aos Excelentíssimos Senhores Bispos como a todos os Eclesiásticos e abençoa especialmente todos aqueles que se tornam seus propagadores”. Recomendou a propagação de seu culto particularmente aos Exmos. Srs Bispos e Superiores Religiosos (04/06/1906).



Neste sentido pronunciou-se também Papa Pio XI, dizendo: “Em toda casa e em toda Igreja haja um quadro do Santo Sudário”.

Sagrada Face – Santo Sudário

Em 15 de março de 1957, o Papa Pio XII aprovou a propagação da medalha e a festa, na Itália.

Em 1934, o padre Gaetano Catanoso fundou o instituto religioso Irmãs Verônicas da Santa Face, que ereição canônica em 1958 e aprovação da Santa Sé em 1980. Foi canonizado em 2005.

Em 10 de janeiro de 1959, a Santa Sé estendeu a aprovação, concedendo a mesma permissão para todo o Brasil, concedendo a todos os Bispos do Brasil a licença de celebrar a festa da SAGRADA FACE solenemente na Terça-feira de carnaval (cf. REB, vol. XIX, fasc. 2, p.462).

A Festa, ainda não instituída oficialmente pela Igreja, mas já celebrada de maneira particular em muitas paróquias no mundo inteiro, foi pedida pelo Senhor por meio da Madre Maria Pierina De Micheli.


“Esta Face é como o selo da Divindade que tem o poder de reimprimir nas almas que a ela se dedicam, a imagem de Deus. Eu lhes concederei uma contrição tão perfeita que mesmo os seus pecados serão transformados diante de Mim em jóias de ouro precioso”. (Jesus a Madre Maria Pierina De Micheli – Tours)


“Toda vez que alguém contemplar a minha Face, derramarei o Meu amor nos corações. E, por meio da Minha Face obter-se-á a salvação de muitas almas”. (Jesus a Madre Maria Pierina De Micheli – Milão)


A carmelita Maria Pierina De Micheli viveu em Tours, França, e iniciou a devoção da Santa Face de Jesus. Em 1844, a Madre Maria relatou ter visto Santa Verônica limpando com seu véu os escarros e a poeira da face de Jesus no caminho do Calvário. Ela afirmou que os atos sacrílegos e blasfemos de hoje adicionam escarros e poeira no rosto de Jesus, que lhe teria pedido a devoção de sua Face Sagrada como reparação comparável ao ato de Verônica.

Uma grande devota e propagadora dessa devoção é Santa Teresa de Lisieux, ou Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face.

Em agosto de 1895, em seu “Cântico à Santa Face”, ela escreveu:

“Jesus, sua imagem inefável é a estrela que guia meus passos. Ah! Você sabe, Sua doce Face é para mim o céu na terra. Meu amor descobre os encantos de Sua Face adornada com lágrimas. Eu sorrio através de minha próprias lágrimas quando contemplo Seus sofrimentos”.

Santa Teresinha também compôs a “Oração da Santa Face para pecadores”:

“Pai Eterno, uma vez tu me destes como minha herança a adorável Face de teu Filho Divino, eu ofereço esta Face a Ti e Te imploro, em troca desta moeda de valor infinito, que perdoes a ingratidão das almas dedicadas a Ti e que perdoes todos os pobres pecadores”.

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PROMESSAS FEITAS A SANTA MATILDE E SANTA GERTRUDES SOBRE ESTA DEVOÇÃO

– Eu garantirei aos devotos, contrição tão perfeita que seus pecados serão transformados diante de Mim em joias de precioso ouro.

– Nenhum deles será afastado de Mim.

– Na oferenda de Minha Face ao Pai, eles terão acalmado Sua cólera e eles vão adquirir como com moeda celestial, o perdão por seus pecados.

– Eu abrirei Minha boca para pedir ao Pai para garantir todas as preces que eles Me apresentarem.

– Vou iluminá-los com Minha luz, e vou consumi-los com Meu amor.

– Eu lhes darei frutos de boas obras.

– Eles vão, como a piedosa Verônica, enxugar a Minha adorável Face ultrajada pelo pecado, e Eu vou imprimir Minha Divina Fisionomia em suas almas.

– Em suas mortes, vou renovar neles a imagem de Deus, apagada pelo pecado.

– Semelhante à Minha Face, eles brilharão mais do que muitos outros na vida eterna e o brilho da Minha Face vai enchê-los de prazer .

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SANTA VERÔNICA E A DEVOÇÃO À SANTA FACE

Santa Verônica ou Berenice, de acordo com o “Acta Sanctorum” publicado pelos bolandistas, foi uma mulher piedosa de Jerusalém que, comovida com o sofrimento de Jesus ao carregar a Cruz até o Gólgota, limpou com seu véu a Santa Face: e, então, a imagem de seu rosto estava milagrosamente impresso nele.Santa Verônica

O nome “Verônica” em si é uma forma latinizada de “Berenice”, um nome macedônico que significa “portador da vitória” (correspondente à em grego: phere-nikē). A etimologia popular atribui sua origem às palavras “verdade” (em latim: vera) e “imagem” (em grego: eikon).

A Encyclopaedia Britannica diz o seguinte sobre Verônica:

“Eusébio conta como em Cesareia de Filipe vivia uma mulher a quem Cristo havia curado de um problema de hemorragia (Mateus 9:20-22). A história não demorou em lhe dar um nome. No ocidente, foi identificada com Marta de Betânia. No oriente, ela foi chamada de Berenike, ou Beronike, o nome aparecendo em obras tão antigas quanto os “Atos de Pilatos”, cuja primeira versão é do século IV d.C. É interessante notar que a derivação do nome Verônica das palavras Vera e Icon (eikon) também é antiga e aparece em “Otia Imperialia” (III, 25) de Gervásio de Tilbury (fl. 1211), que diz: “Est ergo Veronica pictura Domini vera”.

A Enciclopédia Católica de 1913 diz o seguinte sobre a história de Verônica:

“A crença na existência de imagens autênticas de Cristo está ligada à velha lenda do rei de Edessa, Abgar, e o texto apócrifo conhecido como “Mors Pilati” (O Evangelho da morte de Pilatos). Para distinguir em Roma a mais conhecida e mais antiga destas imagens, ela foi chamada de vera icon (imagem verdadeira), que na língua comum se transformou em “verônica”.

É assim referenciada em diversos textos medievais mencionados pelos bolandistas (ex.: um antigo missal de Augsburgo tem um missa “De S. Veronica seu Vultus Domini”, ou “Santa Verônica, a Face do Senhor”) e Mateus de Westminster fala de uma impressão da imagem do Salvador que é chamada de Veronica: “Effigies Domenici vultus quae Veronica nuncupatur” (“Éfige da face do Senhor que é chamada de Veronica”). Gradualmente, a imaginação popular tomou a palavra como sendo o nome de uma pessoa e ligou a ela uma série de lendas que variam de acordo com o país. A referência ao rei Abgar está relacionada à uma lenda muito similar, popular no oriente, chamada Imagem de Edessa, e ligada às tradições de São Tadeu.

Não há referência à história de Santa Verônica e seu véu nos Evangelhos canônicos. A história que chega mais perto é o milagre já relatado sobre a mulher que foi curada de uma hemorragia em Mateus 9:20-22 e Lucas 8:43-48. O nome dela foi identificado como sendo Verônica nos “Atos de Pilatos” (Registro Pilati), uma obra apócrifa do século IV d.C: (VII) E uma certa mulher chamada Berenice [em copta Beronice, em latim Verónica] gritando de longe disse: Eu tinha um fluxo de sangue e toquei a fímbria da sua veste, e o fluxo do meu sangue foi estancado quando eu tinha doze anos. Os judeus dizem: Temos uma lei em como uma mulher não poderá dar testemunho. A história foi depois mais elaborada com a adição da história de Cristo dando a ela um autorretrato num tecido com o qual ela posteriormente curou o imperador romano Tibério. A ligação disto com Jesus carregando a cruz na Paixão e a aparição milagrosa da imagem só ocorreu por volta de 1380, num livro internacionalmente famoso na época chamado de “Meditações sobre a vida de Cristo”. A história de Verônica é celebrada na sexta estação da Via Crúcis.

De acordo com a Enciclopédia Católica, o Véu de Verônica era considerado nos tempos medievais como a imagem verdadeira, a representação de Jesus anterior ao Sudário de Turim.

Santa Verônica foi mencionada nas visões de Jesus pela Madre Maria Pierina De Micheli, uma carmelita que viveu em Tours, na França, e iniciou a devoção da Santa Face de Jesus. Em 1844, a Madre Maria relatou que, numa visão, ela viu Santa Verônica limpando o cuspe e a poeira da face de Jesus com seu véu no caminho do Calvário. Ela afirmou ainda que os atos sacrílegos e blasfemos de hoje em dia estão adicionando cuspe e poeira no rosto de Jesus. De acordo com ela, Jesus teria pedido a devoção de sua Face Sagrada como reparação, que seriam então comparáveis ao ato de Verônica limpando o rosto de Jesus.

Santa Verônica é comemorada, por umas fontes, na “Terça-feira gorda” (Carnaval), a terça-feira antes da quarta-feira de cinzas – o mesmo dia da comemoração da Santa Face – e por outras fontes no dia 12 de julho. Mas ela não consta do Martirológio Romano, nem mesmo do pré-Vaticano II. Foi declarada Padroeira da Frabça – onde há um culto particular a ela – dos mercadores de linho, das lavadeiras, e mais recentemente dos fotógrafos e dos informáticos (todos que trabalham nessa área).

Fonte: SOU TODO TEU MARIA

terça-feira, 21 de março de 2023

Frei Ricardo do Pilar (1635-1700)

 Frei Ricardo do Pilar (1635-1700) foi um religioso e pintor alemão que viveu no Rio de Janeiro no final do Século XVII.



















Frei Ricardo nasceu na Alemanha, onde é provável que tenha recebido a sua formação artística. Acredita-se que chegou ao Brasil por volta de 1660, onde trabalhou como pintor para o Mosteiro de São Bento a convite de Frei Manuel do Rosário. Há registro de trabalho seu, fora do Mosteiro, em 1663.
Em 1670 passou a residir no Mosteiro como irmão secular. Nessa época a igreja do Mosteiro estava sendo concluída, e trabalhou em colaboração com o escultor Frei Domingos da Conceição e o arquiteto Frei Bernardo de São Bento Correia de Souza na decoração do interior da igreja.
Ingressou na Ordem Beneditina em 1695 e morreu, no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1700
As obras conhecidas de Frei Ricardo foram pintadas para o Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro. Entre 1663 e sua morte realizou várias telas para a portaria, o dormitório, a sacristia e principalmente para a capela-mor da igreja do Mosteiro. Para a capela-mor realizou um total de 14 telas retratando a vida de monges beneditinos, que foram incorporados à ornamentação de talha dourada barroca de Frei Domingos da Conceição. No final do século XVIII a talha da capela foi refeita em estilo rococó por Inácio Ferreira Pinto, mas as pinturas foram reaproveitadas e ainda podem ser vistas na capela.
Muitas das suas obras retratam santos que não eram de particular devoção quer de portugueses quer de brasileiros, refletindo a sua formação alemã, ao contrário da influência espanhola até então predominante na colônia, como pode ser percebido pelo uso das cores e a composição de seus quadros.
Por sua piedade, e pelo que pintou, Frei Ricardo, que em 1695, ao professar, reiterou suas promessas de ‘obediência, castidade e pobreza, segundo a regra do meu Beatíssimo Patriarca São Bento’, foi cognomidado o Fra Angelico Brasileiro.
Sua obra-prima é um Senhor dos Martírios datado de 1690, no altar da sacristia do Mosteiro de São Bento. Realizou também uma cópia desse quadro para o Mosteiro de São Bento de Salvador. Frei Ricardo foi um pioneiro da pintura no Rio de Janeiro, podendo ser considerado precursor da chamada Escola Fluminense de Pintura, que floresceria no século XVIII.

Fonte; Pe. Reinaldo Bento

quinta-feira, 16 de março de 2023

Conheça a igreja erguida por devoto “enterrado vivo” em Cuiabá

Ela é o terceiro templo católico construído na Capital e é tombada como patrimônio histórico


Angélica Callejas/MidiaNews

A Igreja Nosso Senhor dos Passos, que está sob reforma
ANGÉLICA CALLEJAS / DA REDAÇÃO


A Igreja Nosso Senhor dos Passos, localizada no Centro Histórico de Cuiabá, desde janeiro passa pela quarta reforma desde sua construção, ocorrida em 1972. O templo religioso é o terceiro mais antigo da Capital e carrega intensa devoção católica, a começar pela origem de sua fundação.


Dentro da sepultura ele acordou e fez a promessa de que ele iria perambular pelas ruas de Cuiabá, angariando esmolas, para construir uma igreja dedicada ao Senhor dos Passos

Segundo o memorialista Francisco de Chagas Rocha, a igreja foi originalmente fundada por um devoto conhecido como José Manoel “Cova”, há 151 anos.

Após ser enterrado vivo depois de um falso diagnóstico de morte, consequência de um ataque de catalepsia - que incapacita a movimentação dos membros e a respiração. Ele prometeu a Jesus Cristo que, caso conseguisse sair vivo, construiria um templo dedicado a ele.

“Dentro da sepultura, ele acordou e fez a promessa de que iria perambular pelas ruas de Cuiabá, angariando esmolas, para construir uma igreja dedicada ao Senhor dos Passos”, contou o memorialista.

“Em casa, ele tinha um dinheiro e, com esse dinheiro, somado ao que pediu, construiu uma pequena igreja, que não é essa. Foi uma pequena capela dedicada ao Senhor dos Passos”, acrescentou.

Já por volta de 1886, houve a primeira reforma, conduzida pelo arcebispo Dom Carlos Luís D’Amour, que transformou a igreja no que ela é hoje, através de doações dos fiéis.

“Ele fez uma subscrição solicitando aos cuiabanos donativos para reconstruir a igreja e ampliá-la. No dia 6 de janeiro de 1900, o Dom Carlos, com a presença de Generoso Ponce e muitas autoridades de Cuiabá, inaugurou a igreja com essa fachada”.

“Então, essa fachada que está sendo restaurada agora, é toda de tijolinho, já não faz parte do mesmo modo construtivo das paredes laterais, que são de taipa socada. Essa frente foi uma obra dos irmãos italianos Sardi.”


Angélica Callejas/MidiaNews

Os fundos da igreja, que é virado para a Avenida Prainha

Segundo o memorialista, 52 anos depois dessa inauguração, houve o primeiro grande incêndio na Capital, iniciado em um posto de gasolina ao lado da igreja, que acabou por danificar a parede lateral direita. Dessa forma, foi novamente necessária uma reforma para substituir a parede, que também foi construída com tijolinhos.

Mais de meio século depois, em 2005, por meio dos governos Federal e Estadual, foi colocado tijolinho nas calçadas, realizada a troca do telhado e pintura da igreja.

Importância religiosa

A igreja, que continua aberta mesmo com a reforma, funciona somente como um espaço de devoção, tendo missas às quartas e sextas-feiras, sempre ao meio-dia, como explicou o padre Deusdédit Monge, vigário-geral da Arquidiciocese de Cuiabá.

"Ela não está fechada. É uma igreja de devoções. Então, hoje temos só missa quarta e sexta, e a devoção à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Já no mês de junho, a gente promove a novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e faz uma quermessezinha", disse.

É da igreja Nosso Senhor dos Passos que saem os fiéis que participam da Procissão do Encontro, realizada durante a Semana Santa. Ela simboliza o encontro de Jesus Cristo com sua mãe, a Virgem Maria.

A celebração, que ainda acontece atualmente, era acompanhada por uma multidão de católicos que atravessavam o córrego da Prainha até a Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus.

“É uma igreja que tem uma representatividade muito grande por fazer parte de todo esse simbolismo religioso, da fé do povo. O Senhor dos Passos saía da igreja e ia encontrar com Nossa Senhora das Dores, que é a mãe de Jesus”, contou Rocha.

“O povo acreditava que, quando o Senhor dos Passos passava pelo córrego, abençoava as águas. Então, ela tem essa importância de fé e faz com que o cuiabano sinta muito orgulho de ser católico”.


Angélica Callejas/MidiaNews

O interior da igreja, com todos os objetos preservados

Museu de Arte Sacra

Rocha lembrou ainda que em 2021 foi criado por ele um pequeno museu de arte sacra no mezanino da igreja, com diversas peças que contam a história do templo.

O local está desativado em consequência da obra, mas será reaberto ao público assim que a reforma for finalizada.

Além disso, segundo ele, a igreja tem preservado seus objetos comprados no ano de 1900, reforçando sua importância histórica.

“Quero ressaltar que tudo que tem lá dentro da igreja, os altares, o piso, as portas, janelas, tudo o que você pensar, foi adquirido na época que Dom Carlos fez a solicitação ao povo”.

A reforma

O edifício, que é tombado como patrimônio histórico de Mato Grosso, foi contemplado pelo edital MT Preservar, que tem objetivo de financiar a recuperação de bens dessa categoria.

A reforma abrange somente a parte exterior, e deve ser finalizada em abril. Para tanto, serão repassados R$ 296,4 mil.


Fonte: Mídia News

quarta-feira, 15 de março de 2023

Exposição de arte sacra na Unisinos

Crédito: Divulgação


O Memorial Jesuíta Unisinos e o Instituto Anchietano de Pesquisas, juntamente com a Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, apresentam a exposição “Comunicar o sentido do Sagrado: arte sacra, cultura missioneira e paramentos litúrgicos como documentos históricos”. Essa é a primeira etapa da exposição, que estará aberta ao público entre os dias 06/03 e 17/03, de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h, no Memorial Jesuíta, 3° andar da Biblioteca Unisinos, em São Leopoldo.

A arte sacra, enquanto técnica, está para a comunicação da boa notícia da salvação. Como atividade humana, manifesta a ordem estética de bens que promovem a síntese entre o tempo humano e o tempo sagrado. A função de toda arte é quebrar o ciclo estreito e angustioso de nossa condição finita, tirando do fechamento e abrindo uma janela ao espírito. Como peças de um tempo ou momento, podem ser vistas como documentos históricos, pois desejam seguir falando entre nós nesta exposição.
ServiçoO que: Exposição “Comunicar o sentido do Sagrado: arte sacra, cultura missioneira e paramentos litúrgicos como documentos históricos”

Quando: 06/03 a 17/03, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h.
Onde: Memorial Jesuíta – 3° andar da Biblioteca Unisinos, em São Leopoldo.

Fonte: UNISINOS

terça-feira, 14 de março de 2023

Reforma do Museu de Arte Sacra de Curitiba depende de aval da CMC

A prefeitura também pede aos vereadores ajuste em lei para efetuar uma operação imobiliária aprovada pela CMC em 2022.

Reforma do Museu de Arte Sacra de Curitiba depende de aval da CMC

A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas é a sede do Museu de Arte Sacra desde 1981. (Foto: Arquivo/Municipal de Turismo)

A restauração da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas depende de os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) autorizarem um remanejamento de R$ 980 mil do orçamento da cidade. O pedido foi enviado pela Prefeitura de Curitiba ao Legislativo no dia 8 de março e será avaliado pela Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização antes de ser submetido ao plenário da CMC (013.00001.2023). Desde 1981, o prédio histórico abriga o Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba, sendo um ponto turístico do Largo da Ordem.

“A edificação da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas foi definida como Unidade de Interesse Especial de Preservação através do decreto municipal 658/2019 e faz parte de um conjunto composto por Igreja e Museu, sendo tombado pelo Patrimônio do Estado do Paraná desde 1966. Pelo projeto [de revitalização] uma vez apresentado, o museu terá elementos contemporâneos e novo mobiliário para expor ao público o acervo de peças sacras - imagens de santos e santas, de relíquias, de vestes litúrgicas e de outros elementos”, diz a justificativa, assinada pelo prefeito Rafael Greca.

Para a realização da obra, o Executivo está remanejando R$ 980 mil da Secretaria Municipal de Obras para a Fundação Cultural de Curitiba. Na justificativa, a prefeitura explica que também “concederá cotas de potencial construtivo para obras de restauro, correspondentes a 9.920 cotas de 1,00 m² cada uma, sendo de R$ 902,20 o valor de cada cota, conforme decreto municipal 1635/2022”. O Museu de Arte Sacra tem 800 peças classificadas como objetos de culto e o prédio do templo religioso, originalmente chamado de Igreja de Nossa Senhora do Terço, pelos portugueses que o construíram, data de 1737.

Projetos de leis orçamentárias têm um trâmite especial no Legislativo. Eles são analisados duas vezes pela Comissão de Economia, que primeiro deve avaliar se admite sua tramitação na CMC. Depois, os créditos seguem para o plenário, quando são incluídos na Ordem do Dia por três sessões consecutivas para recebimento de emendas. Concluída esta consulta aos parlamentares, a matéria retorna à Economia para parecer definitivo sobre o tema, e, só então, é submetida ao plenário.

Alteração de lei
No dia 30 de novembro do ano passado, os vereadores aprovaram uma operação imobiliária requerida pela Prefeitura de Curitiba, que foi convertida na lei municipal 16.098/2022. Tratava-se da venda de um terreno público, no Prado Velho, a Cassio Pereira de Oliveira, que é vizinho do lote (005.00035.2022). Com área de 97,48 m², o terreno foi avaliado por R$ 24,5 mil, em razão de depreciação em 80% no valor por se tratar de Área de Preservação Permanente (APP). O Executivo argumentou na ocasião que havia um corpo hídrico nas proximidades, restringindo construções.

Ao efetivar a operação imobiliária, o Executivo percebeu que, como a área em questão é de domínio público, “é necessário que conste no texto da lei a autorização expressa de desafetação e de incorporação ao imóvel vizinho”. Para fazer essa mudança é que a prefeitura encaminhou um novo projeto à CMC, revisando a lei 16.098/2022 nos termos requeridos pelo Registro de Imóveis (005.00037.2023). “A alteração é para que não haja comprometimento da sequência da aquisição da área pelo requerente”, diz a justificativa.


*Notícia revisada pelo estudante de Letras Brunno Abati
Supervisão do estágio: Alex Gruba


Fonte: Câmara Municipal de Curitiba

segunda-feira, 13 de março de 2023

Pinacoteca recebe exposição de Arte Sacra com quadros e esculturas

Obras da artista plástica catanduvense Ivani Cristina Degrande Roncolleta podem ser apreciadas na Estação Cultura

Foto: Prefeitura de Catanduva - Exposição abriga mais de 60 obras de Ivani Roncolleta, entre quadros e esculturas
Por Guilherme Gandini 

O Salão de Exposições da Pinacoteca de Catanduva, que integra o complexo da Estação Cultura, na rua Rio de Janeiro, está recebendo a exposição “Arte Sacra”, da artista plástica catanduvense Ivani Cristina Degrande Roncolleta. A mostra individual abriga mais de 60 obras de seu acervo pessoal, entre quadros de arte figurativa acadêmica e zentangle, e esculturas em madeira.

Pintora há 35 anos, Ivani diz que o período de pandemia provocou reflexão e a fez mergulhar mais profundamente no mundo da arte. Foi nessa fase, por exemplo, que ela passou a fazer esculturas. Antes voluntária em projetos artísticos, agora quer intensificar suas produções e alcançar maior público. Foi nesse contexto que surgiu sua primeira mostra individual.

“Meu envolvimento com a arte vem desde a infância. Quando criança, meu pai viajava muito a trabalho e eu colocava cartas na mala dele. Ele guardou tudo e recentemente descobri que elas eram todas desenhadas. Então, está no sangue. Enquanto eu viver, vou produzir arte”, declara.

Ivani fez aulas de desenho e pintura com o professor Luís Dotto, nos anos 1980, além de outros cursos de formação. De lá pra cá, participou de seis exposições de pintura coletivas, tendo se classificado em sete concursos de desenho. Ela também ministrou aulas de pintura em tela de 2003 a 2017 e possui trabalhos nas paredes de nove igrejas e capelas de Catanduva e região.

A primeira experiência foi na Paróquia Santa Rita de Cássia, na época conduzida pelo padre Fábio Marsaro. Já a maior pintura está na Igreja Matriz de Marapoama. Também há obras suas nas igrejas São Paulo Apóstolo e Santo Expedito, em Catanduva, na Igreja Matriz de Ariranha, além de capelas de Pindorama e Ariranha, do Recanto Monsenhor Albino e outra particular.

VISITAÇÃO

A exposição Arte Sacra permanecerá na Estação Cultura durante todo o período de Quaresma, com encerramento em 7 de abril. A visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, e aos sábados, das 8 às 12 horas. O endereço é rua Rio de Janeiro, 100, no Centro. Para mais informações sobre o trabalho da artista e aquisição de obras o contato é 17 99615-4686.


Fonte: O Regional

sábado, 11 de março de 2023

Museu de Arte Sacra é um atrativo para os apreciadores do segmento


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O Museu de Arte Sacra Dom Paulo Libório é um espaço voltado ao estudo, conservação e exposição de objetos relacionados à arte sacra, o mesmo está localizado no Centro da cidade de Teresina (PI), e neste período da Quaresma, e da chegada da Semana Santa tem sido uma boa opção de visitação para os cristãos. Ao todo, o museu conta com um acervo de quase 300 imagens sacras preservadas desde o século XVII até as mais atuais do século XXI, objetos litúrgicos de ritos católicos, indumentárias utilizadas por bispos e padres e ainda um mobiliário de época.

Além do acervo sacro, o Museu Dom Paulo Libório também conta com uma biblioteca que possibilita aos teresinenses o desenvolvimento de atividades educacionais e de pesquisa, além de espaço para exposições de artistas e para a realização de cursos. Portanto, se você ainda não conhece, essa é uma ótima oportunidade para você conhecer de perto um pouco do nosso passado religioso, que é contado pelo acervo e pelos profissionais que lá atuam diariamente.

Um desses profissionais é o Adriano Batista, ele explica que o espaço é uma oportunidade não somente de as pessoas entenderem a evolução da igreja católica, tendo em vista, que desde a chegada dos portugueses em território nacional, a igreja esteve presente na construção identitárias, cultural, social e artística, mas também, conhecerem mais sobre a história de Teresina, levando em consideração que a casa foi construída nos primeiros 50 anos de construção da cidade e ainda está com sua arquitetura de época preservada. O coordenador, destaca ainda que o período da pandemia, afastou as pessoas dos centros de cultura e que o objetivo é fazer com que elas voltem a apreciar esses locais que são bastante ricos em cultura.

“Quando o visitante chega aqui, ele tem uma enorme variedade de temas que são contadas durante a visita, desde a evolução da igreja católica e da representatividade desse acervo para preservar a cultura, até o conhecimento da história da nossa cidade. Durante a pandemia, tivemos que nos adaptar e criamos exposições virtuais, tudo para que os teresinenses pudessem contar com essa ferramenta cultura e aliviar a mente, porém agora, já reabrimos o museu para visitação e esperamos que as pessoas possam vir aqui conhecer de perto nossas riquezas”, conta Adriano Batista.

O Museu Dom Paulo Libório é um espaço mantido com recursos da Prefeitura Municipal de Teresina, através das ações da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves. Para saber mais sobre a agenda de exposições do museu, basta acessar o site cultura.pmt.pí.gov.br ou seguir a página cultura_the no Instagram.

Como visitar ?

O horário de visitação permitido é de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h, retornando às 13h e finalizando às 17h. É cobrada uma taxa simbólica de apenas R$2 reais, que é investido na própria manutenção do espaço e do acervo. O Museu Municipal de Arte Sacra Dom Paulo Libório fica localizado na R. Olavo Bilac, 1481 – Centro (Sul), Teresina – PI.

Fonte: Cidade Verde

sexta-feira, 10 de março de 2023

PF investiga como arte sacra foi parar em coleção de banqueiro no Rio


Pouco antes de leilão, polícia apreendeu peça roubada de igreja na Baixada Fluminense




Imagem de querubim, produzida no século 18: peça foi achada em acervo de banqueiro do RioFoto: Divulgação

A Polícia Federal investiga como uma obra de arte sacra acabou na mansão do banqueiro Jorge Brando Barbosa (1919-2002), hoje sede do Instituto Brando Barbosa, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio de Janeiro.

A peça é uma imagem de querubim, produzida no século 18 como adorno de um altar da Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar, de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Iria à leilão no dia 15 de fevereiro às 19h.

Só que a venda foi cancelada porque a Diocese de Duque de Caxias reconheceu a obra de arte e acionou a Polícia Federal e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Depois de comunicada, a PF apreendeu a peça para que seja periciada. Se confirmada a origem, será devolvida à igreja.

Quem achou o querubim à venda foi a historiadora de arte Elaine Gusmão, integrante da Comissão de Bens Culturais e Artes Sacras da Diocese de Duque de Caxias.

A obra de arte foi enviada para leilão com outros itens do acervo do Instituto Brando Barbosa, criado pela viúva do banqueiro, Odaléa Brando Barbosa (1927-2019). O casal era considerado dono da maior coleção de arte sacra do Brasil, com cerca de 6 mil peças, e relatou em vida que comprou esses objetos em antiquários, fazendas e igrejas do interior do Brasil.

A polícia deve agora tentar identificar como essa obra de arte acabou no acervo do casal. O Iphan trata como propriedade estatal o patrimônio da Igreja Católica que foi produzido até a Proclamação da República em 1889.

A coluna teve acesso a uma nota técnica na qual o Iphan afirma que o querubim "é o mesmo que adornava" a igreja de Duque de Caxias. Essa análise foi concluída na segunda-feira, 27.

Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar, em Duque de Caxias Foto: Elaine Gusmão


Esse reconhecimento só foi possível porque no processo de tombamento foram feitas fotografias que permitiram mapear o patrimônio roubado. Construída no século 18 com recursos da coroa portuguesa e de doadores privados, a Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar é tombada desde 1938 pelo Iphan.

A Diocese de Duque de Caxias tenta recuperar parte dos objetos roubados da igreja. Outras peças também foram achados com colecionadores privados nos últimos anos.

quinta-feira, 9 de março de 2023

Museu de Arte Sacra em Angra expõe obras associadas à Páscoa


Peças do museu podem ser visitadas de forma gratuita | Foto: Divulgação/PMAR


Em preparação para os eventos da Semana Santa, que ocorrerão em abril, o Museu de Arte Sacra de Angra abriu à visitação esta semana uma exposição com esta temática, que pode ser vista na antiga igreja da Lapa, no Centro, de forma gratuita. A exposição de peças religiosas do catolicismo poderá ser visitada até o dia 30 de abril.

O Museu de Arte Sacra, administrado pela secretaria de Cultura e Patrimônio, possui uma grande coleção que remonta à Paixão de Cristo, data católica que faz referência à morte de Jesus Cristo. São diversos materiais, técnicas e artistas de diferentes períodos, com cada autor buscando transmitir sua visão sobre a Semana Santa e os passos de Jesus desde o calvário até a ressurreição (Páscoa).

O museu fica na rua Dr. Bastos, no Centro, e fica aberto para visitação de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h; e sábados, domingos e feriados, das 9h às 13h.

terça-feira, 7 de março de 2023

Rupnik não mais cria mosaicos, mas seu escritório busca clientes


O Centro Aletti em Roma quebrou publicamente o silêncio sobre sua situação pela primeira vez depois de descobrir inúmeras denúncias de abuso contra o jesuíta Marko Ivan Rupnik, iniciador desta experiência artística e comunitária. Isso foi feito com uma 'Carta aos Amigos do Centro Aletti' assinada pela sua atual diretora, a teóloga Maria Campatelli e “a equipe do Centro Aletti”. Uma breve carta na qual não se referem diretamente à polêmica em torno do religioso sancionado ou ao cancelamento de algumas de suas ordens de meio mundo. Nem aos casos denunciados por pessoas ligadas ao centro.

A informação é publicada por Vida Nueva, 04-03-2023.

Campitelli agradeceu “a proximidade que verdadeiramente tantos e de muitas formas nos têm mostrado” nos últimos meses; para depois afirmar que "a verdade não é violenta, não é agressiva, por isso esperamos com paciência e confiança que ela seja revelada, sabendo que para tudo há um momento".

Dito isto, a carta entra na parte artística que, destacam, “a grande ajuda que esta obra tem prestado à comunidade cristã”. Por isso, reiteram um estilo de trabalho baseado na comunhão sem que nenhum nome se destaque. “É assim que a vida surge no corpo eclesial. O amor com que cada um trabalha é o que torna extraordinária a contribuição de todos, transformando-a em um trabalho comum, uma sinergia gratuita que se comunica como um presente aberto”, escreve Campatelli.

Indo para a parte prática, recordam "que, depois de longos anos a trabalhar lado a lado, a Oficina de Arte é agora realizada por uma equipe de gestão, capaz de assumir a responsabilidade de empreender um trabalho, tanto do ponto de vista teológico-litúrgico e artístico-criativo, bem como do campo técnico-administrativo", para o qual garantem "cumprir todos os compromissos adquiridos até agora e assumir novos".

Sem fazer menção ao artista-estrela, reiteram que “em cada trabalho realizado expressava a forma como o trabalho era feito, que era ainda mais bonito do que o próprio trabalho. Temos consciência de que tudo isso não é mérito nosso, mas um dom de Deus a ser acolhido e cuidado, e pelo qual somos imensamente gratos".

Investigação do Vicariato de Roma?

O cardeal Angelo de Donatis, vigário do papa para a cidade de Roma, recordou que "os ofícios canônicos diocesanos – os únicos diretamente submetidos à autoridade do Cardeal Vigário – dos quais o Pe. Rupnik continua investido, em particular o de Reitor da Igreja de San Felipe Neri no Esquilino e a de Membro da Comissão Diocesana de Arte Sacra e Património Cultural”, sobre a qual não se deu maior precisão nem se aplicaram medidas preventivas. Anunciou, ainda, que iniciaria uma reflexão sobre o 'Centro Aletti' – associação pública de fiéis da diocese desde 2019 – da qual o jesuíta era a principal referência. Algo que não é mencionado na carta de Maria Campatelli.

segunda-feira, 6 de março de 2023

quinta-feira, 2 de março de 2023

Há mais de 40 anos o Brasil presenciava a quebra do maior símbolo nacional da fé





A Imagem original de Nossa Senhora Aparecida sofreu um atentado em 16 de maio de 1978, sendo quebrada em mais de 200 pedaços. Na ocasião, a Imagem foi levada ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), onde o fundador, professor Pietro Maria Bardi, a encaminhou à artista plástica e chefe do Departamento de Restauração, Maria Helena Chartuni.

CDM Santuário Nacional


Maria Helena mergulhou em um intenso trabalho de reconstituição. A Imagem foi restaurada e levada de volta ao Santuário Nacional de Aparecida, em um carro aberto do Corpo de Bombeiros, no dia 19 de agosto do mesmo ano, causando comoção nacional. Uma multidão esperava pela Imagem em Aparecida, lotando o entorno do Santuário Nacional e da Rodovia Presidente Dutra.

A restauradora Maria Helena fala com carinho do trabalho que considera um divisor de águas em sua vida.

“Para mim, existe o antes e o depois do restauro da Imagem. Sinto-me muito abençoada porque nenhum trabalho me deu tanta satisfação quanto aquele. Passados 40 anos, ainda percebo o retorno da esperança que a Imagem proporcionou a mim e toda a população”, revela.

Maria Helena agradece a Deus a graça de ter reconstruído o símbolo da devoção Mariana, mas explica que não foi fácil: “Fiquei muito assustada no início. A Imagem estava despedaçada, principalmente a parte da cabeça. Além das dificuldades técnicas, estava lidando com uma peça de arte produzida em terracota (barro cozido)”, lembra.

Em todas as entrevistas que dá aos jornalistas, Maria Helena conta que teve sua fé restaurada ao longo daqueles 33 dias de árduo trabalho, tornando-se devota. Na edição de maio de 2011 da Revista de Aparecida, um dos trechos revela esse momento de transição:

“Foi a partir daí que me dei conta de que algo tinha acontecido com a minha fé que até então estava "congelada", apesar de eu ter sido criada numa família católica. O trabalho de restauro da imagem de Nossa Senhora mudou a minha vida, minha fé. Ela é a mensageira de Deus, aceitou sua missão com humildade, pureza e obediência. Ela deve ser nosso exemplo de mulher de Deus e por isso devemos amá-la e respeita-la sempre”.

Ao portal A12, Maria Helena explicou que os sentimentos de amor, carinho e emoção são os mesmos de anos atrás: “Nossa Senhora representa muito para mim. As pessoas sempre me perguntam como me sinto por ter feito aquele trabalho. Respondo que tenho consciência do que fiz, mas procuro não me envaidecer. Isso vai muito além da compreensão, porque Deus achou por bem que eu desse às pessoas a satisfação de ver reconstruída a Imagem da Padroeira do Brasil”, concluiu a restauradora.

Em 2012, a Imagem de Nossa Senhora Aparecida foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado), de São Paulo. Ela continua exposta no nicho do Santuário Nacional de Aparecida, sendo sido visitada por mais de 12 milhões de devotos anualmente.

Fotos: CDM/ Santuário Nacional
Fonte: A12


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