Frei Ricardo do Pilar (1635-1700) foi um religioso e pintor alemão que viveu no Rio de Janeiro no final do Século XVII.
Frei Ricardo nasceu na Alemanha, onde é provável que tenha recebido a sua formação artística. Acredita-se que chegou ao Brasil por volta de 1660, onde trabalhou como pintor para o Mosteiro de São Bento a convite de Frei Manuel do Rosário. Há registro de trabalho seu, fora do Mosteiro, em 1663.
Ingressou na Ordem Beneditina em 1695 e morreu, no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1700
As obras conhecidas de Frei Ricardo foram pintadas para o Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro. Entre 1663 e sua morte realizou várias telas para a portaria, o dormitório, a sacristia e principalmente para a capela-mor da igreja do Mosteiro. Para a capela-mor realizou um total de 14 telas retratando a vida de monges beneditinos, que foram incorporados à ornamentação de talha dourada barroca de Frei Domingos da Conceição. No final do século XVIII a talha da capela foi refeita em estilo rococó por Inácio Ferreira Pinto, mas as pinturas foram reaproveitadas e ainda podem ser vistas na capela.
Muitas das suas obras retratam santos que não eram de particular devoção quer de portugueses quer de brasileiros, refletindo a sua formação alemã, ao contrário da influência espanhola até então predominante na colônia, como pode ser percebido pelo uso das cores e a composição de seus quadros.
Por sua piedade, e pelo que pintou, Frei Ricardo, que em 1695, ao professar, reiterou suas promessas de ‘obediência, castidade e pobreza, segundo a regra do meu Beatíssimo Patriarca São Bento’, foi cognomidado o Fra Angelico Brasileiro.
Sua obra-prima é um Senhor dos Martírios datado de 1690, no altar da sacristia do Mosteiro de São Bento. Realizou também uma cópia desse quadro para o Mosteiro de São Bento de Salvador. Frei Ricardo foi um pioneiro da pintura no Rio de Janeiro, podendo ser considerado precursor da chamada Escola Fluminense de Pintura, que floresceria no século XVIII.
Fonte; Pe. Reinaldo Bento
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