quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O Canto Gregoriano - Especial Vozes da Igreja

Durante a Semana a TV Aparecida - através do Programa Bem-Vindo Romeiro - Especial Vozes da Igreja - tratou sobre o Canto Gregoriano, hoje especialmente. No Programa estavam presentes o Pe. Tarcisius, do Mosteiro Belém de Guaratinguetá-SP, o Coral N. Sra. da Piedade e sua regente: Luciana Rodrigues Lemes de Lorena-SP, e o músico Ricardo Abrahão.

Assista aos Vídeos:






O botafumeiro


O "botafumeiro" é um dos maiores símbolos da Catedral de Santiago de Compostela (Espanha). A origem do seu conhecido uso não é litúrgica e aconteceu em 1554, com uma peça doada pelo rei Luís XI da França em 1400, para disfarçar o odor do esforço da peregrinação das pessoas que chegavam ao Santuário e, ainda mais, dormiam dentro dele. Queimando grande quantidade de incenso nos dias de maior afluência, diminuía o odor desagradável.

A peça dada por Luís XI foi roubada em 1809 pelas tropas francesas da Guerra da Independência. Em seu lugar foi fabricado um no ano de 1851, em latão e coberto por prata.
Já houve desprendimento da corda, mas nunca com acidentes fatais.
Durante seu trajeto, atinge a velocidade 70 km/h.

Antigamente, ele era usado em todos os domingos. Contudo, pelo desgaste da corda que o suspende e o balança, o Cabido da Catedral restringiu seu uso para os domingos de todo o Ano Compostelano (quando o dia de São Tiago cai no domingo) e 12 festas:

- 06 de janeiro, Epifania do Senhor
- Domingo da Páscoa da Ressurreição
- Ascensão do Senhor
- Pentecostes
- 23 de maio, aniversário da Batalha de Clarijo
- 25 de julho, São Tiago Apóstolo
- 15 de agosto, Assunção da Virgem Maria
- 1º de novembro, Todos os Santos
- Dia de Cristo Rei
- 08 de dezembro, Imaculada Conceição
- 25 de dezembro, Natal
- 30 de dezembro, Transladação do Santo Apóstolo.

Porém, desde que se recolha uma oferta de 300 euros para cobrir as despesas do ato, os peregrinos podem previamente solicitá-lo em qualquer missa.
Com informações de Subsecretaría de Turismo de Santiago del Estero.
© Imagem: Michael Krier/Camino Images.

Fonte: Direto da Sacristia

Exposição Ser, o segredo do Coração

Em Fátima: Exposição Ser, o segredo do Coração termina hoje.

Próxima exposição exporá o manuscrito da Terceira Parte do Segredo de Fátima. Empréstimo ao Santuário de Fátima foi autorizado em junho pelo Papa Francisco

  (Zenit.org)

 

Encerra hoje, 31 de outubro, no Santuário de Fátima, a exposição temporária “Ser, o segredo do Coração”, patente  na zona da Reconciliação da Basílica da Santíssima Trindade e relativa ao 3.º ano da celebração do Centenário das Aparições de Fátima. 

No mesmo local, daqui a um mês, a 30 de novembro, no dia da jornada de abertura do novo ano pastoral, será inaugurada uma nova exposição. Intitular-se-á “Segredo e Revelação” e, de entre as peças de maior valor simbólico, exporá o manuscrito da Terceira Parte do Segredo de Fátima, trazido do Vaticano e nunca antes exposto ao público.

O anúncio é feito pelo diretor do Museu do Santuário de Fátima e comissário da exposição, Marco Daniel Duarte: “Entre o espólio que integrará os núcleos, estará o manuscrito da Terceira Parte do Segredo de Fátima, revelado em 13 de maio de 2000”. 

“Considerando ser uma das peças fundamentais para o discurso museológico da exposição que tratará as três partes do Segredo de Fátima, o Santuário pediu à Santa Sé que ponderasse o seu empréstimo. O pedido, feito por D. António Marto, foi autorizado pelo Papa Francisco em 10 de junho de 2013”, revela Marco Daniel Duarte.

O manuscrito pertence ao Arquivo Secreto da Congregação para a Doutrina da Fé, onde deu entrada em 4 de abril de 1957. Em declarações à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, Marco Daniel recorda que “omanuscrito saiu raríssimas vezes do Arquivo Secreto da Congregação para a Doutrina da Fé: a pedido do Papa João Paulo II, na sequência do atentado de que foi vítima em 13 de maio de 1981, e no ano 2000 quando o prefeito da Congregação, como emissário do Papa, veio a Coimbra junto de Lúcia para reconhecimento do manuscrito”.

A propósito desta mostra que em breve encerra portas, Marco Daniel Duarte destaca que de “entre as peças de maior valia simbólica, encontra-se a escultura do Imaculado Coração de Maria, concebida por José Ferreira Thedim segundo as indicações da vidente Lúcia, que pela primeira vez saiu do Carmelo de Santa Teresa de Coimbra para onde foi esculpida em 1948”. 

Pela primeira vez, estão expostos os manuscritos originais das Memórias da Irmã Lúcia, abertos nos fólios referentes à aparição de junho de 1917. Para quem por estres dias não tem possibilidade de se deslocar a Fátima, recorde-se que, desde o mês de agosto, a exposição “Ser, o Segredo do Coração" pode ser visitada, a partir de qualquer parte do mundo e nas sete línguas oficiais do Santuário de Fátima, através da ligação à Internet, no endereço http://serosegredodocoracao.fatima.pt/.  

(Fonte: Santuário de Fátima)

Halloween: a Vigília de Todos os Santos!


Halloween (All Hallow’s Eve, Vigília de Todos os Santos) não é satânico coisa nenhuma.
É um dia que celebra a Vigília de Todos os Santos. E os católicos irlandeses é que começaram a se vestir de diabo e bruxas. Sabem por quê? Para debochar do paganismo, para mostrar, num jeito bem celta, que os “antigos costumes” não valem nada, que o diabo não tem poder sobre Cristo. E também para manter o seu folclore (duendes, gnomos etc – mas tudo folclore, eles não acreditam nisso).
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O Halloween é a cristianização da festa pagã anterior, dos celtas, mas não é paganismo na Igreja. Até porque o festival pagão se chamava Samhain. Halloween é nome católico.
Identificar o Halloween com paganismo, como se fosse errado e satânico, é coisa recente. Fantasiar-se de bruxa é algo muito católico.
O fantasiar-se de monstro e bruxa pode até ter começado com os pagãos (mas no Samhain, não no Halloween). De qualquer forma, os católicos adotaram esse costume, mas mudando a finalidade: manifestar a supremacia de Cristo sobre o paganismo, do qual debochavam pelo uso de máscaras (inclusive de bruxas, que eram as sacerdotisas do druidismo celta).
Pagãos não teriam que se vestir de bruxas, pois eles eram adeptos da religião das mesmas (seria como se os católicos se vestissem de padre, coisa sem função). Eles se vestiam é de monstros. Nós adotamos o tal costume e ainda nos vestimos de bruxa, para debochar do paganismo.
Festas semelhantes existem no Peru e na Colômbia, com máscaras indígenas pagãs, mas para igualmente debochar do paganismo. E a Igreja lá nunca proibiu (como a da Irlanda também nunca proibiu as máscaras de Halloween).
Só considero que seja estranho esse costume no Brasil, pois não é parte de nossa cultura. Nos EUA, tudo bem, porque os irlandeses foram em massa para lá. Mas aqui? Se querem debochar do capeta e, ao mesmo tempo, celebrar o folclore, o mais sensato seria nos vestirmos de saci-pererê e mula-sem-cabeça.
A coisa é muito simples. O que significa “All Hallows Eve” (de onde vem a contração “Halloween”)? Significa “Vigília de Todos os Santos”. Era uma festa cristã, que constava do calendário litúrgico até a reforma de 1962. Logo, é uma festa cristã, não pagã. Uma cristianização do antigo Samhain (esse, sim, pagão).
Já o vestir-se de bruxa é um deboche do paganismo.
Agora se alguém faz isso para brincar de bruxo, sinto muito. Não tira a origem cristã nem da festa nem do costume.
O Halloween foi criado para combater o Samhain, esse sim um dia pagão. O Halloween é o Samhain batizado, cristianizado, purificado. Se outros o paganizaram novamente, isso é outro problema. Mas a festa é nossa!
O Natal, por exemplo, está extremamente comercial, e mesmo em alguns países é totalmente laicizado, sem nenhuma referência a Jesus. Se a moda pega, e os pagãos assumem o Natal para eles (até porque a origem também é pagã, como o Samhain), deixaremos de comemorar?
Assim como o Dia do Sol foi cristianizado e se transformou no Natal, o Samhain foi cristianizado também e se transformou no Halloween (All Hallows Eve – Vigília de Todos os Santos). Ou seja, o pagão é o Dia do Sol, e é o Samhain. Se evitarmos o Halloween por ser originado do Samhain, evitemos o Natal por ter sido o Dia do Sol. O raciocínio é IDÊNTICO!
Estamos fazendo com o Halloween, festa católica, o mesmo que fazem os testemunhas de Jeová com o Natal.
Concordo que o Halloween tenha sido deturpado por grupos esotéricos, por sua origem ser o Samhain, mas a resposta católica será repudiar uma festa que é nossa? Então, se inimigos da Igreja se apropriarem do Natal, deturparem-no e retomarem para si por causa de sua origem no Dia do Sol, passaremos a não mais comemorar o Nascimento do Salvador?
Ou vamos negar que a Vigília de Todos os Santos (All Hallows Eve, em inglês, cuja contração fica Halloween) seja uma festa católica? Festejar todos os santos é coisa pagã? Não confundam: o Samhain é pagão, porém o Halloween é católico. Agora, se os pagãos “seqüestraram” o Halloween para eles nos dias de hoje, isso é outro assunto.
Abram um calendário litúrgico anterior ao código de rubricas de João XXIII, e verão no dia 31 de outubro: “Vigília de Todos os Santos”. Se for em inglês estará “All Hallows Eve, also know as Halloween”.
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No fundo, a grande questão é se é lícito ou não aderir a essa festa. E é, porque é católica!
E se é lícito ou não fantasiar-se de bruxa, duende, vampiro. E é, pois tanto a origem é católica (irlandesa), quanto o fim pode ser neutro (crianças brincando de assustar) ou bom (debochar do paganismo). Se o fim for ruim (exaltar o paganismo, ou festejar o Samhain disfarçado em festa católica), é errado.
Alguém poderia contrapor: “A expressão “Dia das bruxas”, considerada atualmente como sinônimo fosse de Halloween, dá a idéia de um dia em que as mesmas são homenageadas ou debochadas???”
Dá a impressão que são homenageadas, eu sei. É por isso que insisto em “Halloween”, pois é o nome católico, e não em “Dia das bruxas”.
Aliás, nos EUA eles não chamam de “Dia das Bruxas”. Essa tradução portuguesa é mal feita e desconexa com a realidade. Lá é Halloween, pura e simplesmente. Se aqui querem traduzir, que traduzam direito: “Vigília de Todos os Santos”. Ou deixem em inglês mesmo: “Halloween”. Aqui no Brasil é que se inventou uma tradução ridícula e sem sentido como “Dia das bruxas”.
Um artigo da Quadrante confirma o que eu digo!
Algumas linhas, enfim, do conhecido apologista católico, Prof. Carlos Ramalhete, sobre o tema:
“As fantasias de seres malignos postas em crianças é uma forma de mostrar como eles são fracos e ridículos (como as crianças, que na Europa são tradicionalmente vistas como adultos que ainda não estão “prontos”). As fantasias de Halloween têm, assim, um sentido simbólico mais ou menos parecido com o uso de fantasias de políticos no Carnaval brasileiro.
Como, contudo, com a descristianização da sociedade americana houve um ressurgimento dos medos pagãos, atribuindo aos demônios poderes maiores que a realidade, criando-se novas formas de culto demoníco (Wicca, etc.), no que a visão calvinista de mundo não ajudou pouco (basta lembrar-se do episódio das Bruxas de Salém para ver este medo em ação), esta festa derivou até ter par alguns o significado presente de celebração da bruxaria. O que era ridículo tornou-se “mágico”, o que era uma demonstração de fraqueza tornou-se demonstração de força.
Podemos assim dizer que o Halloween atualmente adicionou conotações não-cristãs a uma festa cristã (a festa celta foi completamente perdida e submergida no cristianismo, como a nossa festa de S. João – originalmente data magna da comemoração celta do solstício de verão -, o uso de alianças de casamento, etc.). Estas conotações, porém, dentro do “mainstream” americano, não tem em absoluto um sentido de protesto aberto contra a Igreja, sendo apenas uma festa algo farsesca (logo ainda preservando algo do espírito cristão original). Apenas alguns amalucados (Wiccans e outros) a vêem como celebração da bruxaria e não como uma espécie de Carnaval.”
Evidentemente, não estamos, com isso, de modo algum, legitimando o abuso que hoje se faz em relação à data.
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Comentário litúrgico:
Mesmo entre os que usam o Missal e o breviário de 1962 (forma extraordinária, portanto), não existe mais a “Vigília de Todos os Santos”. Liturgicamente, então, não há como comemorar “Halloween” nem na forma ordinária, nem na extraordinária.
Todavia, embora não haja Missa ou Ofício próprios no dia 31 de outubro (ou no sábado anterior ao Domingo para o qual a Solenidade de Todos os Santos é transferida, onde ela o é, como no Brasil), pode-se aproveitar para reunir os fiéis na recitação pública das I Vésperas de Todos os Santos. Não é A Vigília de Todos os Santos, como um dia assinalado no calendário, mas não deixa de ser UMA vigília (não em preparação, mas a própria festa, como já é I Vésperas). Não há Missa específica da vigília, contudo se pode celebrar publicamente as I Vésperas, com grande solenidade, paramentos brancos, e mesmo Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento. Um Ofício público das Vésperas diante do Santíssimo exposto seria uma grande oportunidade para, na Igreja, celebrar bem o “Halloween”.
Após as Vésperas, pode-se, ainda diante do Santíssimo e antes de dar a bênção, no tempo previsto para a adoração, recitar a Ladainha de Todos os Santos, prevista no Ritual Romano.
Uma atividade “para-litúrgica”, outrossim, pode ser feita em sua igreja, família ou comunidade religiosa, com textos da antiga Liturgia das Horas pré-1962, retirando toda e qualquer idéia que vincule tal atividade à liturgia. Os textos de antigas liturgias não são mais litúrgicos, porém podem ser usados como devoção pessoal.
E, depois da liturgia ou para-liturgia, se quiserem as crianças se fantasiar e pedir doces, que o façam, sendo-lhes explicado o sentido de tudo isso que acabamos de expor.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Concertos no Museu do Oratório: Duo Celta

Fonte: Museu do Oratório

Museu de Arte Sacra da Bahia

 
Foi em 1661 que  chegaram à Bahia seis monges portugueses da Ordem dos Carmelitas Descalços, que seguiam  com destino a Angola. Permaneceram em Salvador por alguns meses e no bom relacionamento com seus habitantes criaram as condições propícias para a  instalação de um convento na cidade.

A ideia se concretizou  e o Convento de Santa Teresa D'Ávila foi construído entre 1667 e 1676, em  local privilegiado com ampla visão para a Baía de Todos os Santos. A  inauguração da Igreja aconteceu em 15 de Outubro de 1697.

No século XIX, com a  redução do número de monges, a Ordem entra em decadência e em 1837 a Arquidiocese  decide instalar no edifício o Seminário Arquiepiscopal.



Em 1957, o Reitor da  Universidade Federal da Bahia, professor Edgar Santos, resolve criar, vinculado à Universidade, um Museu de Arte Sacra com o propósito de preservar a Arte  Sacra Luso-brasileira. Foi então assinado com a Arquidiocese de Salvador um  convênio de parceria com duração de 60 anos.

O Museu de Arte Sacra  da UFBA foi inaugurado em 10 de Agosto de 1959. A sua organização e direção foram confiadas ao historiador Beneditino D. Clemente Maria da Silva-Nigra.

Hoje, o MAS/UFBA  encontra-se consolidado e reconhecido como um dos mais importantes museus no gênero  nas Américas, não somente pela sua rara e preciosa coleção de Arte Sacra  Cristã, como também por estar abrigado em um dos mais destacados conjuntos arquitetônicos seiscentistas brasileiros. Todo o conjunto é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional - IPHAN, como  patrimônio nacional desde 1938, localizado no Centro Histórico de Salvador,  declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1985.









A edificação com  localização privilegiada, no alto da escarpa, conta com uma área total construída de 5.250m², inserida em uma área livre de 8.000m².



A arquitetura da  Igreja de Santa Teresa D' Ávila é nitidamente de influência renascentista, com destaque  para sua torre sineira ou "espadaña" e para sua imponente e erudita fachada com modenatura de traço maneirista. Marcante também, as duas grandes  volutas que ladeiam o corpo central e prenunciam o estilo barroco que marca  definitivamente todo o século XVIII no Brasil.




Internamente chamamos  atenção para os confessionários integrados na própria arquitetura, únicos no  país, como também para a elegante cúpula sobre pendentes no transepto da igreja,  com coroa de consolos lavrada primorosamente em arenito.


ENDEREÇO:
 Convento de Santa Teresa / Museu de Arte Sacra fica localizado na Rua do Sodré, no centro de Salvador. Se tem acesso a essa rua pelo Largo Dois de Julho, ou pela Avenida Carlos Gomes, em frente ao prédio da APLUB.




MUSEU DE ARTE SACRA DA BAHIA
Rua do Sodré, 276 (Centro) - Salvador / Bahia - Brasil - 
Aberto de 2ª a 6ª feira. Horário: 11:30 às 17:30hs.
Salvador | Bahia | CEP: 40060-240
+55 (71) 3283-5600
mas@ufba.br

Bauru recebe exposição internacional do Santo Sudário em parceria com a Diocese


Como publicamos aqui e aqui, a Exposição "Quem é o Home do Sudário?" permanece percorrendo o país.
Agora está na cidade de Bauru:

De 2 de novembro a 1º de dezembro será realizada em Bauru a exposição internacional “Quem é o Homem do Sudário?”, no Piso L1 do Boulevard Shopping Nações, que traz a mostra em parceria com a Universidade Sagrado Coração (USC) e a Diocese de Bauru, dentro da programação cultural de seu Jubileu de Ouro.

Na instalação ficará disponível uma capela, réplica daquela em que Jesus teria realizado a primeira missa, na Santa Ceia. Nesta capela, padres da Diocese irão celebrar missas de segunda a sexta-feira, às 17h. A primeira, no dia 4, será presidida por Dom Caetano Ferrari.

O curador da exposição é o Padre Alexandre Paciolli, um dos consultores do filme “A Paixão de Cristo”, dirigido por Mel Gibson. “A ideia de trazer a mostra para a região de Bauru é apoiar a formação cultura, religiosa e científica do povo. Tenho certeza de que os visitantes terão com uma experiência positiva”, destaca.

A mostra "Quem é o Homem do Sudário" estará aberta ao público de segunda-feira a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 14h às 20h. No feriado de 2 de novembro, o horário é o mesmo definido no sábado. A entrada é gratuita.

Haverá visitas guiadas, que podem ser agendadas pelo telefone (14) 3233-7012. Essa iniciativa terá a participação de estudantes da USC e vocacionados inacianos em formação na Diocese de Bauru.

Ciência, cultura e fé

As experiências científicas e os mistérios envolvendo o manto que teria coberto o corpo de Jesus Cristo após sua morte serão contados em 30 painéis, idênticos aos originais, que estão em Israel. O visitante poderá, por exemplo, saber mais sobre um estudo feito por mais de 40 cientistas comprovando que o Santo Sudário realmente pertenceu à época de Jesus.

Para se aprofundar no tema, o público contará com vídeos e infográficos explicativos, além de réplicas como flagelos, coroa de espinhos e pregos feitos em Israel, assim como os utilizados na crucificação de Jesus. A mostra traz ainda um quadro inédito, que reproduz como seria a mãe do homem do sudário.

Outros destaques da exposição são o holograma em 3D do Santo Sudário, que mede cerca de 2 metros de altura, produzido pelo cientista holandês PetrusSoons; e a estátua em bronze que reproduz as dimensões legítimas do corpo do sudário, feita pelo escultor italiano Luigi Enzo Mattei.

Santo Sudário

O lençol mortuário de Jesus Cristo está guardado na catedral de Turim (Itália), desde o século XIV. Cercado por misteriosas crenças e fonte de estudos científicos, a peça apresenta marcas impressas no tecido, semelhantes ao rosto de Cristo.

A exposição, que reconstitui a trajetória do Homem do Sudário por meio de réplicas de objetos da antiguidade, confeccionados em Israel, reuniu mais de 500 mil pessoas somente no Rio de Janeiro, durante a Jornada Mundial da Juventude, em julho desse ano.

Serviço
Exposição “Quem é o Homem do Sudário?”
De 2 de novembro a 1 de dezembro, das 10h às 22h (segunda a sexta) e das 14h às 20h (domingo)
Local: Área de Expansão – Piso L1, do Boulevard Shopping Nações (Rua Marcondes Salgado, 11-39, Chácara das Flores)
Missas: segunda a sexta, às 17h

Mais informações e agendamento de visitas: (14) 3233-7012


Fonte: Página de Dom Caetano Ferrari no facebook

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Frei Agostinho de Jesus

Frei Agostinho de Jesus

Nossa Senhora da Purificação (século XVII). Obra de Frei Agostinho de Jesus no Museu de Arte Sacra de São Paulo.
Frei Agostinho de Jesus, um dos mais expressivos escultores do Séc. XVII esculpiu, modelou e policromou em terra cota, dezenas de imagens que hoje se fazem presentes na Arte Sacra Brasileira, originária do Estado de São Paulo, e também as famosas "Paulistinhas" esculturas sacras em terracota dos seculos XVIII e XIX, que fora muito presente nas devoções de cultos domésticos dos Paulistanos,da Capital e interior.

Nossa Senhora do Rosário-Sec.XVII Barro cozido e policromado- Frei Agostinho de Jesus
 Frei Agostinho de Jesus (c. 1600-1661) foi um dos primeiros escultores a trabalhar no Brasil.
Possivelmente foi discípulo do frei Agostinho da Piedade, trabalhando em estilo semelhante na produção de estatuária sacra em terracota. A maior parte de suas obras foram criadas para as congregações beneditinas do Rio de Janeiro e São Paulo. Das suas obras reconhecidas estão as estátuas em tamanho natural de São Bento e de Santa Escolástica, preservadas no Mosteiro de São Bento, e uma Nossa Senhora da Purificação, no Museu de Arte Sacra de São Paulo.
Nascido no Rio de Janeiro, passou boa parte de sua vida na cidade de Santana do Parnaíba, região da Grande São Paulo, onde, segundo estudiosos, confeccionou a belíssima imagem de Nossa Senhora da Conceição em terracota, que, encontrada nas águas do Rio Paraíba do sul, região de Guaratinguetá, em meados de outubro do ano de 1717, veio a dar início a uma grande devoção à milagrosa santa "aparecida", mais tarde conhecida como Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil.
Nossa Senhora da Conceição-Sec.XVII Barro cozido e policromado- Frei Agostinho de Jesus

O Brasil sempre nos surpreende. Um país tão rico de cultura, com grande variedade artística, conhece muito pouco sobre sua história e aqueles que construíram esta grande nação. No Século XVIII Nosso país conheceu a arte de um dos mais importantes artistas Brasileiros e o precursores da chamada arte barroca colonial. Trata-se de Frei Agostinho de Jesus. Nascido no Rio de Janeiro em 1600, Agostinho de Jesus foi monge Beneditino e um dos discípulos de um outro Agostinho, o da Piedade. Sabe-se que a maioria de suas obras foi criada para os mosteiros Beneditinos, especialmente os do Rio de Janeiro e São Paulo.
No Mosteiro de São Bento paulistano, encontram-se as mais importantes obras de Agostinho de Jesus. No altar mor da Basílica de Nossa Senhora da Assunção – nome oficial da igreja do Mosteiro – estão as estátuas em tamanho natural de São Bento e de Santa Escolástica.
Assinado no Mosteiro de São Bento de São Paulo, Agostinho de Jesus passou boa parte de sua vida na cidade de Santana do Parnaíba, onde havia um mosteiro, hoje desaparecido.
Os Mosteiros beneditinos sempre foram grandes propagadores da arte e da cultura. Seguindo a mesma tendência, Os mosteiros de São Bento de São Paulo, Santana do Parnaína e Sorocaba também deram sua contribuição às artes. Tais mosteiros se concentraram como grandes difusores da escola artística de barro cozido – arte bandeirante. É aqui que Frei Agostinho de Jesus ganha destaque. Sua influência foi tamanha chegando aos santeiros populares. Acredita-se que sua obra tenha inspirado o trabalho do mestre do barroco brasileiro, Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Ainda hoje, a influência artística de Frei Agostinho de Jesus nos alcança com grande força. Um dos maiores símbolos brasileiros, a imagem milagrosa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil, situada na Basílica Nacional em Aparecida do Norte, São Paulo, foi confeccionada por este ilustre beneditino. A catalogação da obra de Agostinho de Jesus se deve a um outro ilustre beneditino, Dom Clemente Maria da Silva Nigra. Com maestria incomparável Dom Clemente reuniu toda obra de nosso artista e a partir de pesquisas minuciosas de estilemas e demais técnicas, atribuiu a imagem de Aparecida a Frei Agostinho de Jesus.
O monge-escultor Agostinho de Jesus morreu em São Paulo em 1661.
frei Agostinho de Jesus - Murilo Sá Toledo (2001) Santana do Parnaíba, São Paulo
Em Santana do Parnaíba, no ano de 2001, houve um reconhecimento singular a este grande religioso-artista brasileiro. Foi inaugurado na cidade um monumento, a estátua de Frei Agostinho de Jesus no seu ofício de escultor. A estátua faz alusão à produção da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Esculpida pelo artista plástico parnaibano Murilo Sá Toledo, a estátua de Frei Agostinho de Jesus e pode ser vista no Largo São Bento – local originário do Mosteiro beneditino onde viveu o escultor.
Ir. João Baptista Barbosa Neto, OSB
Fonte: Wikipédia/  Barroco Brasileiro/ Biblioteca do Mosteiro de São Bento de São Paulo

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Museu de Arte Sacra e Mosteiro da Luz


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O Mosteiro da Luz foi construído e fundado em 1774 por Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, que foi canonizado pelo Papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil em maio de 2007, passando a ser o primeiro santo nascido no País.
Considerada a mais importante construção arquitetônica colonial do século XVIII em São Paulo, sua importância é tanta que já foi declarado “Patrimônio Cultural da Humanidade” pela Unesco.
O prédio também é o lugar de recolhimento das Irmãs Concepcionistas que ainda hoje dedicam seus dias à oração e ao trabalho e vivem em clausura. São elas as responsáveis por confeccionar as famosas pílulas milagrosas do Frei Galvão. O “santo remédio” é distribuído das 9h às 17h na igreja arquitetada e construída com ajuda do próprio frei. Missas são celebradas todos os dias (veja os horários abaixo).
Lá também está localizado o Museu de Arte Sacra de São Paulo, onde fica um dos mais representativos acervos do patrimônio sacro brasileiro. Foi Dom Duarte Leopoldo, o primeiro arcebispo de São Paulo, que no início do século XX reuniu e organizou as obras que mais tarde deram origem ao museu.
Quem entra no prédio, localizado no centro da cidade, próximo à estação da Luz e em frente à Pinacoteca, logo é tomado pela atmosfera espiritual do lugar. O silêncio só é quebrado pela voz dos monitores que explicam sobre as 800 peças em exposição, entre as quatro mil vindas das principais igrejas e das mais peculiares capelas do Estado de São Paulo e do Brasil.
As relíquias da arte barroca, que datam do século XVI até os dias atuais, são pratarias e ourivesaria religiosas, pintura, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas sacras e livros litúrgicos raros. A coleção de lampadários só é menor que a dos Museus Vaticanos e também há uma rica coleção de ícones russos.
Além da beleza e do mistério que envolve cada peça, pois os autores buscavam principalmente o culto do divino, o lugar ensina muito sobre a história do catolicismo no País. Antonio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho" (1730-1814), deixou sua marca por lá. Frei Agostinho da Piedade (1580-1661), Frei Agostinho de Jesus (1600 ou 1610-1661), Manuel da Costa Athayde (1762-1830) e Padre Jesuíno do Monte Carmelo (1764-1819), entre tantos outros artistas, também têm seu espaço no conjunto. Há ainda telas de Benedito Calixto e Anita Malfatti.
Outros dois acervos importantes ficam expostos no local. O esplêndido Museu dos Presépios é uma atração à parte, pois abriga 190 singulares conjuntos presepistas, originários de diversos países e regiões do Brasil e produzidos em técnicas diferenciadas. Ele mostra desde o extenso Presépio Napolitano, com 1,5 mil peças, até uma das últimas montagens do tipo. Outro destaque é a Coleção de Numismática composta por nove mil peças, entre elas moedas do período colonial e medalhas pontifícias.
Serviço:
Mosteiro da Luz 
Avenida Tiradentes, 676 - Luz (Metrô São Bento)
Tel.: (11) 3311-8745
Horário: 8h30 às 11h e 14h30 às 16h30. Missas: segunda a sexta, às 7h; sábado, às 8h e às 16h; e domingo, às 8h, 10h30 e 16h
Museu de Arte Sacra de São PauloAvenida Tiradentes, 676 - Luz (Metrô Tiradentes)
Tel.: (11) 3326-1373 / 3326-5393 / 3326-3336
E-mail: mas@museuartesacra.org.br 
Site: www.museuartesacra.org.br 
Horário: Terça a domingo, das 11h às 19h
Preço: R$ 4 (inteira) e R$ 2 para estudantes. Grátis para idosos e crianças de até sete anos

Mosteiro da Luz - vista aérea

Mosteiro da Luz em 1860

Mosteiro da Luz - fachada atual
 

Restauração revela obras de arte nas paredes das igrejas em Itu (SP)

Arquitetos e historiadores foram surpreendidos durante obras de reparo. Templos agora ganham motivo a mais para atrair visitantes.

Durante a restauração das igrejas, novas pinturas estão sendo descobertas.(Foto: Reprodução/TV TEM)
Durante a restauração das igrejas, novas pinturas estão sendo descobertas.(Foto: Reprodução/TV TEM)
Arquitetos e historiadores foram surpreendidos ao restaurar igrejas em Itu (SP). Durante as obras, pinturas que não eram conhecidas surgiram nas paredes centenárias. Com isso, se antes as duas igrejas já representavam o que há de mais valioso no Barroco Paulista, agora ganham  um motivo a mais para atrair os visitantes.
Mas para resgatar essas verdadeiras obras de arte, outra obra precisa começar primeiro. A tradicional, com andaimes e pedreiros. “Para conseguir restaurar o que existe de artístico, precisa proteger primeiro esse acervo e é isso o que estamos fazendo: para restauração da pintura, primeiro tem que restaurar o edifício”, explica o arquiteto-restaurador das igrejas históricas de Itu, Alberto Magno de Arruda.
Na igreja de Bom Jesus, altar-mor, todo em mármore, destaca-se a realeza do Sagrado Coração de Jesus. A igreja foi erguida no local onde ficava a capela primitiva de Itu, no século XVII. Em 1765, por estar ruindo, precisou ser reedificada e até hoje conserva as linhas originais. Desde o início do século, o local passa por reformas estruturais: primeiro o muro lateral que ameaçava cair e, agora, o telhado foi tomado por infiltração. Além disso, o teto da igreja também precisou receber reforço.
Na medida em que a obra avança, algumas surpresas aparecem. Em um das paredes da igreja, os restauradores encontraram indícios de que uma obra de arte poderá ser descoberta. “A pintura original ainda está lá. Atrás dessa pintura dos anos 1950, tem uma pintura do início do século XX, que está encobrindo a original, do século XVIII”, conta o arquiteto-restaurador.
Mas restaurar patrimônios não é nada barato. É preciso contar com a ajuda de muita gente, segundo o padre Francisco Carlos Rossi. “99% é totalmente da comunidade, da igreja que desenvolve esse trabalho. Campanhas, festas italianas, sorteios, promoções e a doação do povo de Deus mesmo”.
No coração da cidade de Itu, está a imponência da igreja matriz. A igreja Nossa Senhora da Candelária foi construída em 1780 e está em reforma há 13 anos. Suas paredes também guardam tesouros da obra de arte. Os painéis são de autoria do padre Jesuíno do Monte Carmelo e mostram momentos da vida de Jesus.
Foi só começar a tirar a tinta e mais surpresas surgiram. Pintura sobre pintura: o que está escondido também pode ser do mesmo artista. “É um conjunto, ele tem um fala litúrgica única, vai revelando uma a uma, descrevendo as cenas do antigo testamento”, explica Arruda.
O que vai se revelar durante a reforma é um mistério, explica o restaurador. Patrimônio construído há tanto tempo e que tem justamente na idade avançada o elemento mais rico e valioso: tudo é acessível para quem quiser ver.
“O ituano não só gosta. Ele participa dos projetos de restauração, contribui da forma que pode, vive essa história, mas também elas estão abertas a visitação de escolas, dos turistas. Formando assim um ciclo de transmissão desse conhecimento e de preservação dessa memória”, conta a secretária municipal de Turismo de Itu, Allie Marie de Queiroz.

domingo, 27 de outubro de 2013

Cristo morto de Mariano Benlliure para Crevillent (Alicante)

Artigo de Sergio Lledó Mas (05/09/2013)
 


 
 
 A iconografia de Jesus deitado no Sepulcro é um dos mais recorrentes no imaginário espanhol, existentes em nosso país grandes obras de arte que retratam este título. Artistas clássicos do porte de Gregorio Fernández, Juan de Juni ou Gaspar Becerra, e o próprio Mariano Benlliure, durante o século passado, fizeram esculturas retratando Jesus morto no sudário.

Sem dúvida, uma das representações da Paixão de Jesus que o prestigiado escultor valenciano cultivou com mais êxito foi o tema da deposição de Cristo, especificamente, Mariano Benlliure fez três criações sob essa invocação com poucas variações entre eles: uma para o município de Hellin, uma para a cidade valenciana de Ontinyent (Onteniente), e o último para Crevillent (Alicante).



 

 
 

A imagem que ocupa o nosso estudo é a de Crevillent, concebido para ser vista pelo espectador frontalmente. Ele tem a cabeça e do corpo que descansa sobre a blindagem a partir da parte dianteira, e os braços estendidos sobre a cama, separados a partir do tronco, formando uma figura completamente simétrica.

O Cristo deitado de Crevillent, obra talhada por Benlliure em 1946, e é considerado uma das obras-primas do escultor levantino. Representa o momento em que Cristo, crucificado e levado para o túmulo está em posição deitada sobre um lençol. Falamos, portanto, de uma estátua de Cristo, morto e retirado da cruz, coberto apenas com "pano da pureza".

Benlliure realiza uma imagem totalmente contrária ao conceito do barroco espanhol: um Cristo morto, sem enfatizar feridas visíveis ou ao rigor mortis. O escultor valenciano com grande realismo mostra uma simulação da divindade que apenas exibe sinais de dor de sofrimento, um corpo nu, equilibrado e sereno deitado em uma mortalha branca, em que destaca as dobras delicadas.

Ao mesmo tempo, Benlliure, um especialista sobre a funcionalidade devocional e procissional dessas obras, oferece muitos detalhes pungentes fiéis de grande impacto dramático, como sua cabeça caiu para o lado esquerdo e os olhos e a boca semi-aberta, com o dentes à mostra; representa neste caso da morte violenta de Jesus. Em seu rosto olhar escorre finas de sangue causado pela coroa de espinhos.


 
 

Existem várias histórias sobre a "Deposição de Cristo" de Crevillent, a mais famosa é que o próprio Benlliure professava uma grande devoção a ele, situado numa localização central em seu estudio-casa em Madrid Rua Abascal, a tal ponto que todas as manhãs, ao levantar, colocava um buquê de rosas aos pés da imagem, e coletá-los ao final do dia para o colocar em sua mesa de cabeceira.

Outra história diz que, para modelar essa imagem, o escultor realizada em várias visitas em Madri para um hospital de tuberculosos, tomando como modelo alguns pacientes da temida doença infecciosa, cujos sintomas, tais como características magros ou perda de peso, refletida na figura reclinada (deitada).

Como mencionado acima, este magnífico Benlliure "Deposição de Cristo" é a imagem da procissão e participar toda Sexta-feira Santa à noite na famosa Procissão do Cristo Morto da Semana Santa crevillentina. Ao longo do ano, é preservada no Museu da Semana Santa de Crevillent.

 
 

Nota: Sergio Lledó Mas é diretor do Museu da Semana Santa de Crevillent (Alicante).


Arquivo de fotografias do Museu da Semana Santa de Crevillent (Alicante)  

 Texto original em espanhol: La Hornacina

 

Curso de Extensão Universitária Intesivo em Conservação e Restauro


sábado, 26 de outubro de 2013

Homilia de Dom Geraldo Lyrio Rocha por ocasião do tricentenário do início da construção da Catedral de Mariana


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Homilia de Dom Geraldo Lyrio Rocha, por ocasião da celebração do tricentenário do início da construção da Catedral Basílica de Mariana, aos 24 de outubro de 2013:

A Arquidiocese de Mariana rejubila-se com a celebração do tricentenário do início da construção desta Catedral, a primeira do Estado de Minas Gerais e do interior do Brasil, e a única que conserva os traços originais do período colonial.

Há trezentos anos, iniciou-se a construção deste templo, como nova igreja matriz da paróquia de Nossa Senhora da Conceição, que havia sido criada em 1704, pelo Bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei Francisco de São Jerônimo. Como sabemos, iniciou-se na costa a colonização portuguesa das terras brasileiras. Assim, as primeiras dioceses se encontram no litoral: São Salvador da Bahia, São Sebastião do Rio de Janeiro, Olinda, São Luís do Maranhão e Belém do Pará.

Em 1745, pela Bula Candor lucis aeternae, o Papa Bento XIV criou a Diocese de Mariana, desmembrada do Rio de Janeiro, e a igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição foi elevada à categoria de Catedral com o título de Nossa Senhora da Assunção.

Dizem os historiadores que a mudança do título se deve a um voto do Rei de Portugal quando, em 1385, o reino português encontrava-se ameaçado pelo reino de Castela. A razão era a sucessão ao trono de Portugal, ambicionado pelo Rei de Castela que, através das complicadas linhas dinásticas, era um dos pretendentes. Os portugueses, comandados por aquele que seria D. João I, resistiram às pretensões de Castela. O momento decisivo da disputa se deu na manhã de 14 de agosto de 1385. Foi a célebre batalha de Aljubarrota onde os portugueses, com um exército visivelmente inferior, venceram as armas de Castela, na véspera da festa da Assunção de Maria. Os lusitanos tomaram essa vitória como um verdadeiro milagre e o atribuíram a Nossa Senhora da Assunção.

Segundo Augusto de Lima Júnior, “para agradecer à Senhora, os benefícios e a salvação de Portugal nesse momento de tantos perigos, Dom João I determinou que de então em diante, todas as catedrais do Reino fossem consagradas a Nossa Senhora da Assunção” (LIMA JÚNIOR, Augusto de. História de Nossa Senhora em Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1965, p. 105). Ao que tudo indica, D. João V, em 1745, fez cumprir esse voto em Mariana e São Paulo, as duas dioceses criadas pela mesma bula pontifícia.
Este evento que hoje celebramos é carregado de significação: Mariana é a primeira vila, primeira cidade, primeira capital e primeira diocese de Minas. Aqui nasceu Minas Gerais.

Com sua peculiar erudição e inconfundível estilo, diz-nos Mons. Flávio Carneiro Rodrigues, Diretor do Arquivo Eclesiástico de Mariana: “O território coberto pela diocese primaz de Minas, que compreendia a região mineira então habitada (centro e sudeste), aproximadamente um quinto do Estado, hoje repartido entre sete províncias eclesiásticas, se subdividiu numa radiosa constelação de bispados: Diamantina, Pouso Alegre, Campanha, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Caratinga, Luz, Leopoldina, São João del Rei e Itabira-Fabriciano. A sua Catedral tornou-se assim a mãe dadivosa de tantas outras Catedrais”.

E prossegue Mons. Flávio: “De Mariana, irradiou-se para todos os horizontes mineiros o facho sagrado do Evangelho que civilizou, educou e engrandeceu a gente mineira. Em Mariana, se ergueram sólidos os umbrais da Religião Católica para os montanheses. Assumindo a sua história, nossa Arquidiocese quer guardar ciosamente o precioso legado que recebeu de seus ancestrais na fé” (CARNEIRO RODRIGUES, Flávio – Guia Geral da Arquidiocese de Mariana, Ed. Dom Viçoso, Mariana, 2008, p. 20).

Louvamos e bendizemos a Deus pelos bispos, presbíteros, religiosos e religiosas, leigos e leigas que nos precederam na fé e escreveram as belas páginas desta rica história tricentenária. Doze bispos me antecederam na Cátedra Marianense, formando uma esplendorosa coroa que fulgura no firmamento desta Igreja particular. Entre as mais brilhantes estrelas destacam-se especialmente: O primeiro Bispo Dom Frei Manoel da Cruz que aqui chegou, vindo de São Luís do Maranhão, depois de uma homérica viagem de 4.000 quilômetros, pelo interior brasileiro, que durou quatorze meses. Foi um apóstolo intrépido e entre os seus feitos destaca-se a fundação do seminário de Mariana em 1750. Marcante foi a presença e atuação do Servo de Deus Dom Antônio Ferreira Viçoso, cujo processo de beatificação se encontra em Roma, depois de concluída a fase diocesana. Missionário, educador da juventude, defensor dos direitos da Igreja, protetor dos escravos e dos pobres, Dom Viçoso empenhando-se heroicamente pela exaltação da Igreja e dignidade do Clero. 

O primeiro Arcebispo de Mariana foi o grande Dom Silvério Gomes Pimenta, negro, sábio e santo. Foi padre Conciliar no Vaticano I, a quem coube saudar o Papa Beato Pio IX, em nome do Episcopado da América Latina. Participou também do Concílio Plenário Latino Americano e foi brilhante membro da Academia Brasileira de Letras. Como estrela de primeira grandeza, nessa luminosa constelação, reluz com extraordinário brilho meu querido e saudoso predecessor Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, Irmão do outro, Doctor amoris causa, Homem de Deus, Servidor da Igreja, Profeta da esperança, Amigo dos pobres, Defensor da vida, da justiça e da dignidade humana. Homem de inteligência prodigiosa, memória privilegiada, mas sobretudo de extraordinárias virtudes, especialmente na vivência da caridade e no serviço aos pobres. Aguarda-se o nihil obstat da Congregação para a Causa dos Santos a fim de que possa ser iniciado seu processo de beatificação.

Na celebração deste auspicioso evento, queremos reafirmar nossa obediência ao Papa Francisco, legítimo Sucessor de Pedro a quem disse o Senhor “Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 18-19), conforme ouvimos no evangelho proclamado.

O Senhor nos ajude, com a força de sua graça, para que, diante das interpelações dos tempos atuais, possamos proclamar com os lábios, o coração e a vida que Jesus é “o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16).

A comemoração dos trezentos anos do início da construção desta Catedral, nos leva a recordar que, para nós cristãos, o templo é ícone do santuário espiritual que é a Igreja. Pela graça do Batismo, nós fomos “integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal, para nos tornarmos morada de Deus pelo Espírito” (cf. Ef 2,20.22).

Por intercessão de Nossa Senhora da Assunção, titular desta Catedral Basílica e, juntamente com seu esposo São José, Padroeira da Arquidiocese de Mariana, o Senhor nos conceda a graça de vivermos o que nos diz o Apóstolo Pedro na primeira leitura há pouco proclamada: “Aproximai-vos do Senhor, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e honrosa aos olhos de Deus. Do mesmo modo, também vós, como pedras vivas, formais um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1 Pd 2, 4-5), como nos disse a Primeira carta de Pedro que ouvimos.
 
AMÉM!

25 outubro, 2013
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