sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Tese sobre restauro da imagem do Bom Jesus classificada como Excelente

Alexandre Maniés, autor da tese e responsável pelo restauro, agradeceu todo o apoio que teve da Câmara Municipal de Matosinhos (Portugal).

“O Crucificado Bom Jesus de Matosinhos. Estudo técnico e restauro de uma escultura medieval”. Este é o nome da tese de Mestrado de Alexandre Maniés sobre restauro da imagem do Senhor de Matosinhos defendida hoje, dia 17 de janeiro, no Pólo do Porto da Universidade Católica e que obteve a classificação de Excelente com a nota quantitativa de 19 valores.

Alexandre Maniés foi o responsável técnico pelo profundo trabalho de consolidação e restauro a que esta escultura foi sujeita entre 2011 e 2013, numa intervenção em larga medida suportada financeiramente pela Câmara Municipal de Matosinhos.

Datada do século XII, a mais antiga imagem de um Cristo crucificado em Portugal encontrava-se em avançado de estado de degradação. “Todas as obras de arte nos podem contar histórias sobre as quais podemos fabular”, defendeu, na altura, o conservador/restaurador Alexandre Maniés.
“Este ato representa uma atenção a um património que é único em todo o mundo. Esta é uma peça essencial não só na devoção, mas também no património”, explicou o Presidente da Autarquia, Dr. Guilherme Pinto.

Os trabalhos de restauro incluíram a realização de exames diagnósticos, como radiografias, TAC, espectrometria de fluorescência de raios x, análise histológica, exames que demonstraram pormenores interessantes como a existência de elementos metálicos oxidados, as infiltrações de humidade, a perda de revestimento decorativo ou o ataque de insetos.

A imagem do Senhor de Matosinhos está associada à lenda que deu origem à romaria. Foi no ano 124 que, segundo a lenda, as águas do oceano depositaram na praia de Matosinhos uma belíssima imagem de Jesus na cruz esculpida, poucos anos antes, por Nicodemos, testemunha privilegiada dos últimos momentos da vida de Cristo.

Recolhida a imagem na praia pela população, constatou-se, contudo, que lhe faltava um dos braços. Por muitos braços que se tenham mandado fazer aos melhores artífices e carpinteiros, nenhum encaixava de forma perfeita no ombro amputado ou, pura e simplesmente, não era similar ao do lado oposto. Cinquenta anos depois, no ano 174, deambulando pela praia, uma pobre mulher recolhe lenha para alimentar a lareira.

Em casa, apercebe-se de que um grande pedaço de madeira teimava em, milagrosamente, saltar do fogo sempre que para ele era lançado. A filha, surda-muda de nascença, falou pela primeira vez e disse à mãe tratar-se do braço que faltava à imagem do Senhor guardado no Mosteiro de Bouças, facto que, de imediato, se confirmou. E assim começou a devoção ao Senhor de Matosinhos.




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Fonte: Câmara Municipal - Matosinhos - Portugal

Cegos visitam exposição de oratórios

Nesta quarta, 25 de fevereiro de 2014, o Museu de Artes e Ofícios recebeu os cegos do Instituto São Rafael para visita à exposição “Oratórios – Relíquias do Barroco Brasileiro”. A visita mediada ocorreu dentro do programa de acessibilidade, desenvolvido pelo Setor Educativo do MAO. Usando luvas, os visitantes puderam tocar algumas peças e se emocionarem com suas histórias.




Fonte: Museu de Artes e Ofícios

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Quito agrada a fãs de arte sacra e curiosos sobre latitude zero


Limpeza do centro da capital equatoriana realça beleza de prédios coloniais e de igrejas em estilo barroco

No Panecillo, ponto mais alto da cidade, está a escultura da Virgem; lá do alto, tem-se vista panorâmica

 Galápagos por si só vale a ida até o Equador, mas, se tiver tempo --e dinheiro--, não deixe de conhecer outras cidades equatorianas.

A capital, Quito, por exemplo, revela-se surpreendente aos brasileiros. Em seu centro histórico, onde estão as principais atrações, não se vê sujeira (chiclete, papel de bala, bituca de cigarro, cocô de cachorro ou panfletos).

É de se perguntar o tempo inteiro: como o centro de uma capital pode ser tão limpo? Em 2010, a prefeitura iniciou um projeto com estudantes que removeram a sujeira das vias.

E essa limpeza só realça a beleza dos prédios coloniais e das igrejas em estilo barroco. A da Companhia de Jesus é a principal delas. Começou a ser erguida em 1605 e levou 160 anos para ficar pronta.

É toda revestida de folhas de ouro. Dois anos depois da inauguração da igreja, os jesuítas foram expulsos do Equador. O templo foi reaberto 40 anos depois pelo frade chileno Camilo Henríquez, importante personagem na independência do seu país.

Quem gosta de arte sacra pode conhecer também a igreja de São Francisco, em frente à praça de mesmo nome e perto da igreja jesuítica. Nela, fica o Museu Fray Pedro Gocial, dedicado à arte religiosa.
Uma boa maneira de conhecer o centro histórico é recorrer ao ônibus turístico da Quito Tour Bus (quitotour bus.com). O veículo para em 12 pontos da cidade e é possível pegá-lo várias vezes ao dia. Custa US$ 12 (R$ 29).

Após visitar o centro, vá ao Panecillo, um dos pontos mais altos da cidade. Lá fica a "Virgem Alada", escultura de 45 metros de altura que pode ser vista de vários locais. Do alto, descortina-se uma bela vista panorâmica.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Os santos da capela do Museu de Lamego estão a sair dos seus nichos


O Museu de Lamego está a restaurar a Capela de S. João Evangelista, um dos tesouros da arte barroca neste museu que foi construído sobre o antigo paço episcopal da cidade. O trabalho já revelou algumas surpresas, entre as quais desenhos escondidos do edifício original.

Santa Clara e S. Miguel, Santa Quitéria e Santo Inácio de Antioquia, Santa Úrsula e S. Lourenço Justiniano, Santa Rosa de Lima e S. Tiago… Não é uma ladainha, nem uma procissão – é o início, apenas, da enumeração das 19 esculturas devocionais que por estes dias podemos admirar, dispostas um pouco ao acaso, sobre uma banca, numa das salas do Museu de Lamego.

A comandar esta espécie de exército da imaginária cristã destaca-se, maior do que os restantes, a escultura de S. João Evangelista. Ele é, afinal, o motivo deste desalojamento temporário das imagens dos seus nichos na capela barroca que lhe é dedicada, e que é uma das três estruturas montadas – e em exposição – no referido museu desde a década de 1930.

Desde Dezembro e, previsivelmente, até à Páscoa, duas salas do edifício estão transformadas num estaleiro para a realização do restauro deste que é um dos tesouros do Museu de Lamego (ver caixa). Há escadas e plataformas, bancas de madeira e barras de metal, berbequins e capacetes, chaves-de-fendas e pincéis, além de um sistema de roldanas e uma máquina parecida com um aspirador, que nos dizem ser “um exaustor de químicos”.

Foi com ela que, depois de retiradas dos nichos, as esculturas foram sujeitas a uma primeira intervenção de limpeza, seguida da fixação e conservação da pintura.

Estas imagens e as pinturas que, no final da semana passada, já tinham sido removidas dos caixotões do tecto, vão ser transportadas para Lisboa para o laboratório da Detalhe, a empresa que ganhou o concurso público para a execução da obra. A parte estrutural da capela será tratada, in-loco, no museu, já que não obriga a tantos cuidados.

“Este trabalho exige técnicos especializados e um cuidado extremo, tanto na desmontagem como no tratamento das peças”, explica Luís Sebastian, director do Museu de Lamego, no decorrer da visita em que guiou e explicou ao PÚBLICO o programa dos trabalhos.

A seu lado, Pedro Martins Santos, que dirige a equipa da Detalhe, diz que esta é uma operação igual a tantas outras que a empresa vem desenvolvendo por todo o país desde que foi fundada em 1998. Mas o trabalho que está agora a fazer em Lamego tem uma particularidade, que é a de poder ser acompanhado pelo público que visita o museu.

“Ainda ontem passou por aqui um grupo escolar, de miúdos pequenos muito curiosos, e que já sabiam o que é uma térmita e o que ela faz à madeira”, conta este técnico de restauro, que vê neste trabalho ao vivo um motivo acrescido de interesse. “Temos que estar preparados para responder.”

Depois do levantamento das esculturas e da desmontagem do tecto, aquando da visita do PÚBLICO, uma equipa de três técnicos terminava a remoção das paredes da capela. Uma acção que reservaria uma surpresa: por trás da estrutura lateral do retábulo despontaram, naturalmente gastas pelo tempo, pinturas decorativas do antigo paço episcopal, transformado em museu na sequência da implantação da República.

“Quando fazemos este género de intervenções, surgem sempre surpresas, especialmente em edifícios que tiveram várias modelações e várias fases construtivas. Desta vez, foi a descoberta das pinturas”, comentou Luís Sebastian, chamando também a atenção, na parede oposta, para a descoberta de “estruturas em ‘gaiola pombalina’, um sistema de construção inventado e difundido por todo o país após o Terramoto de 1755”. Trata-se de uma quadrícula em madeira, com uma cruz de reforço no meio, preenchida com pedra miúda, tijolo e argamassa, com o objecto de garantir maior consistência e segurança às paredes.


Antigo paço episcopal
O Museu de Lamego foi instalado, no final da primeira década da I República, no antigo Paço Episcopal da cidade. No final dos anos 1920, foi aí depositada grande parte do espólio do antigo Convento das Chagas, desactivado na sequência da lei de extinção das ordens religiosas em 1834, e que entretanto entrou em ruínas (a última freira morreu em 1906).

Entre esse espólio estavam três capelas e um altar-retábulo que foram instalados e musealizados em diferentes salas do edifício, na década de 1930, por decisão da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (a extinta DGEMN). É o caso da Capela de S. João Evangelista e das de S. João Baptista e da Sra. da Penha de França, e ainda do Altar do Desterro. Todos eles foram incrustados e adaptados em salas do edifício existente – no caso da Capela de S. João Baptista, por exemplo, foi mesmo necessário rebaixar o chão para a estrutura caber no espaço.

Luís Sebastian estava convencido de que a instalação do museu tinha feito desaparecer a totalidade do velho paço episcopal, construído no século XVIII – à excepção da capela privada do bispo, com a sua decoração barroca, que se mantém como uma das atracções do museu. Mas a intervenção agora em curso está a mostrar que algumas coisas foram mantidas e aproveitadas, designadamente paredes e decorações.

“Isto é importante para se conhecer a história do edifício, além de que é gratificante podermos recuperar a memória do que foi o paço episcopal”, nota o director do museu. E acrescenta que uma situação como esta levanta sempre questões novas. No imediato, obriga a registar documentalmente, e a estudar e conservar, as pinturas encontradas – o que significa sempre o deslizar dos prazos da intervenção. “Depois, é preciso decidir o que é que vamos privilegiar”, diz Sebastian. Mas acrescenta que, neste caso em particular, “a decisão é pacífica: o retábulo tem que voltar a ser remontado, o que significa voltar a esconder os desenhos”. E ressalva que fica assim “aberta a possibilidade de uma geração futura optar por fazer o contrário”. “Trabalhar mal, seria não deixar esta opção em aberto; a reversibilidade das decisões é essencial neste domínio”, explica ainda o director.


Três fases do barroco
As três capelas (e o altar) do Museu de Lamego, para além da beleza e do valor patrimonial de cada um, são expressão da evolução da linguagem do barroco no país. “Esteticamente, temos a sorte de que cada uma das capelas corresponde a um período da produção da talha dourada portuguesa, como a sistematizou o historiador americano Robert Smith.” A afirmação é de Alexandra Braga, historiadora de arte e técnica superior do museu, que nos guiou cronologicamente neste percurso estético. A capela de S. João Baptista documenta um primeiro período do barroco, de estilo maneirista; a de S. João Evangelista é de “uma fase de transição, em estilo híbrido, de passagem do estilo maneirista para o nacional” – nota Alexandra Braga –, sendo a capela de N. Sra. da Penha de França “verdadeiro estilo nacional”, com um barroco “profusamente ornamentado com folhas de videira, parras, cachos, aves”, num regresso aos excessos decorativos do manuelino. O Altar do Desterro já revela características rococó.
Para lá da sua relevância estética, o Museu de Lamego é “um caso raro, excepcional mesmo, no país” de uma instituição que instalou integralmente as capelas que recebeu de um anterior convento, diz Anísio Franco, conservador do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA).

Se em vários museus do país – como o próprio MNAA – é possível encontrar exemplos de capelas musealizadas, o Museu de Lamego tem a particularidade de ter estes quatro exemplares, que expressam, no seu conjunto, o “conceito de arte total que marcou o barroco”. “Enquanto, por todo o país, muitas dessas capelas foram desmanteladas e vendidas ao desbarato, o que aconteceu em Lamego é exemplar do ponto de vista da salvaguarda do património”, acrescenta Anísio Franco, elogiando também a decisão de se estar agora a restaurar as capelas.

Luís Sebastian diz que o objectivo do museu e da Delegação Regional da Cultura do Norte, que o tutela, é intervir nos outros três retábulos, mas que isso só poderá ser feito quando houver condições financeiras - a actual intervenção está orçada em 25 mil euros, verba que inclui a comparticipação de fundos europeus.

“O ideal seria fazermos um faseamento das intervenções, mas isso seria irrealista no actual estado do país. Temos que ir trabalhando aos poucos, consoante o dinheiro e as oportunidades de financiamento”, acrescenta o director.


O que está já agendado, e que decorre da intervenção agora em curso na Capela de S. João Evangelista, é aproveitar a circunstância de as imagens terem sido retiradas dos seus nichos para a realização de uma exposição que vai reunir não só estas 19 esculturas em madeira de castanho, mas também todas as que integram os outros retábulos do museu. “Trata-se de retirar as esculturas do seu contexto habitual, em que quase passam despercebidas, e permitir que elas se afirmem na sua individualidade”, diz Sebastian, acrescentando que, ao todo, serão perto de 40 as imagens. A exposição abre no Dia Internacional dos Museus, 18 de Maio, e fecha a 22 de Junho.

Fonte: Público

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Arte Bizantina: uma janela para o céu

 
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Virgem de Kazan | Imagem: Padre Almir Flávio
Sorocaba - São Paulo (Gaudium Press) 

 A arte bizantina, referente às manifestações artísticas através da pintura, arquitetura, mosaico e escultura, próprias do Império Bizantino, viveu seu auge entre os século V e XV e teve influências de países como Itália, Grécia e do Oriente.

Entre as principais formas para se expressar esta arte cristã estão os afrescos; pinturas feitas em paredes e nas igrejas; miniaturas para ilustrar livros; e ícones para pinturas em painéis, além das esculturas e mosaicos.

Tratando deste assumo, o Instituto de Teologia João Paulo II, em Sorocaba, interior do Estado de São Paulo, está oferecendo pelo terceiro ano seguido o Curso Prático de Pintura de Ícones Bizantinos para os interessados em conhecer a arte medieval.

Entrevistado pela Gaudium Press, o Padre Almir Flávio, responsável pelo curso de iniciação à iconografia, afirmou que ele é todo direcionado aos iniciantes da prática da arte, onde aprendem o mais básico da iconografia desde o início: como preparar a tábua, fazer o desenho, preparação das tintas e a própria pintura.
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A Transfiguração do Senhor | Imagem: Padre Almir Flávio
Especializado em Arte Sacra e espaço sagrado, o sacerdote confirmou que o surgimento das aulas derivou de inúmeros pedidos feitos pelos membros da comunidade local que já acompanhavam seu trabalho e que tinham o sonho em fazer pinturas bizantinas.

"Para saber a riqueza do aprendizado, basta dizer que trabalhamos com tinta a têmpera a ovo, onde os participantes devem produzir a sua própria tinta", explicou.

Quando perguntado sobre as pinturas sacras e bizantinas da Igreja para os dias de hoje, o Padre Almir ressaltou que, graças ao Concílio Vaticano II, temos hoje uma procura muito grande por conhecer esse gênero de arte, que é a pintura sacra cristã por excelência.

No primeiro milênio, continuou, quando a igreja ainda não tinha conhecido o cisma, que dividiu a igreja em Oriental e Ocidental, o ícone já fazia parte da arte de toda igreja. Mas também ele ajuda a superar a grande crise da arte moderna, que é uma arte doente e alheia aos valores cristãos.

"A arte bizantina é o que há de melhor já produzido para traduzir o pensamento cristão em imagens. O ícone não é realista no sentido de mostrar o que é o homem mas idealista no sentido de dizer no que deve se tornar o homem", disse.

Sobre a valorização das peças aqui no Brasil, o prelado acredita que a nossa situação é um pouco mais difícil, pois não se trata de preservar, mas de aprender.

"O Brasil foi colonizado pelo Barroco. O estilo barroco pode ser lindo, mas existem outros estilos que o Brasil desconhece. É preciso, da parte dos que apreciam a iconografia, se emprenhar para que isso não seja apenas um modismo passageiro", comentou.
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Sagrada Face | Imagem: Padre Almir Flávio
No final da entrevista, o Padre Almir destacou que o ícone "é uma janela para o céu. É um trampolim que nos lança no oceano do mistério divino. Enquanto vivermos neste mundo, a nossa comunhão com Deus é mediada pela matéria, quer seja o livro Sagrado, a música e também a imagem sacra".

Por Leandro Massoni Ilhéu

domingo, 23 de fevereiro de 2014

México: 'Coroa Pontifícia' outorgada à Virgem de Juquila

Cidade do México (RV) – “Uma boa notícia que enche o nosso coração de alegria”. Foi o comentário do Arcebispo de Antequera Oaxaca, Dom José Luis Chávez Botello, um dia após o Papa Francisco outorgar a ‘Coroa Pontifícia’ à imagem de Nossa Senhora de Juquila.

“A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos nos fez chegar o decreto do Santo Padre”, explicou o prelado, sublinhando que trata-se do reconhecimento da “devoção e do amor a Virgem Santíssima na imagem da Imaculada de Juquila e do seu Santuário. É ao mesmo tempo um convite para que tal devoção reforce a vida cristã e possibilite uma aproximação a Cristo”.

Segundo Dom Chávez Botello, trata-se de um “sinal exterior que reconhece a valoriza as expressões de autêntica fé e que nos permite, através das mãos de Maria, seguir Cristo mais de perto até unirmo-nos plenamente a Ele”.

O Bispo de Antequera Oaxaca definiu a data como “histórica”, destacando que “não se trata de um aniversário, mas de um evento. Nós todos somos chamados a ser protagonistas para prepará-lo melhor, vivê-lo, celebrá-lo e transmiti-lo às gerações vindouras, de modo a deixar um sinal na nossa sociedade e na Igreja local”.

Dom Botello anunciou que “todos os fiéis tornar-se-ão ourives para que a coroa seja a mais bela possível. Uma autêntica coroa espiritual. Colocaremos junto o melhor que temos: o nosso trabalho, o sacrifício, a tradição, as festas religiosas. E faremos de tudo para sermos mais honestos e solidários e para trabalhamos pela reconciliação e pela paz em Oaxaca”.

Dom Chávez Botello anunciou que nos dia 7 e 8 de outubro será o dia em que todos os devotos se voltarão espiritualmente para o Santuário, cada um com a própria oferta à coroa. “Maria, modelo e guia de nosso caminho de fé será a referência de todas as nossa atividades, sobretudo a partir de agora”, afirmou. (JE)

Fonte: Rádio Vaticana

sábado, 22 de fevereiro de 2014

MG – Após restauração, esculturas seculares ressurgem novinhas em folha

Isabel Chumbinho/Iepha/Divulgação
Isabel Chumbinho/Iepha/Divulgação

Marcas do tempo, estragos deixados por cupins e o tom opaco do abandono darão lugar a beleza, harmonia e preservação. Ameaçadas pela degradação física e artística, 19 imagens sacras de dez cidades mineiras ganharam sobrevida, após minucioso trabalho de restauro feito pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/MG).

Há 15 meses, as estátuas que remetem aos séculos 18 e 19 deixaram os altares de igrejas e foram levadas para a sede do Iepha, em Belo Horizonte. Cerca de R$ 300 mil foram necessários para as intervenções. As peças apresentavam vários problemas, como sujeira, rachadura do esmalte de porcelana e perda dos suportes originais.

Algumas estavam em pior situação, como a imagem de Sant’Ana Mestra, da Igreja Matriz de São José das Três Ilhas, distrito de Belmiro Braga, na Zona da Mata.

A escultura estava completamente oca, devido à ação de cupins. Restou apenas uma fina camada das tintas, sustentada por algumas estruturas da madeira.

Acolhida

Por enquanto, apenas a imagem de São Gonçalo do Amarante, pertencente à Igreja Matriz de São Gonçalo, no distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, no Serro (região Central), foi devolvida. O motivo: dar à comunidade a chance de ver a estátua na festa do padroeiro do município, em 28 de janeiro.

Nos próximos dias, as demais esculturas serão entregues aos locais de origem. Foi feita uma embalagem especial, com materiais como isopor e espuma, para acomodação da peça e prevenção de danos durante o deslocamento. Plástico-bolha e redes plásticas trançadas também foram usados para proteger as partes pontiagudas.

Por Renato Fonseca e Patrícia Santos Dumont

Passo a passo da restauração
• Desinfestação e imunização
• Higienização
• Remoção de adesivos e complementações de suporte inadequado
• Limpeza de policromia
• Exames e análises científicas
• Remoção do verniz oxidado e repinturas
• Consolidação do suporte e revisão estrutural
• Complementação de partes faltantes
• Nivelamento
• Apresentação estética
• Reintegração cromática
• Tratamento dos atributos metálicos

Imagens que cada cidade receberá de volta
• Belo Vale
Senhor dos Passos
São Sebastião
• Conceição do Mato Dentro
Santo Antônio do Norte
Nossa Senhora do Rosário
Nossa Senhora do Carmo
• Minas Novas:
São Francisco de Assis
Santana Mestra
• São Gonçalo do Rio das Pedras:
São João Batista
São Gonçalo
• Milho Verde:
Nossa Senhora dos Prazeres
• Congonhas do Norte:
Santana Mestra
• Couto de Magalhães de Minas:
São Francisco de Assis de Roca
• Piranga:
São Sebastião
• Chapada do Norte:
São Joaquim
• Belmiro Braga:
Nossa Senhora da Conceição
Nossa Senhora (Natividade)
São José (Natividade)
Santa Rita
Santo Antônio

Fonte: Hoje em Dia

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A 'arte sacra' neocatecumenal

Se usa um espelho de vidro para olhar a face;
e se usam obras de arte para olhar a própria alma.

(G. Bernard Shaw)



"Saulo" por Kiko Argüello
"Cristo Rei" de Kiko Arguello

"Crucificação" de Kiko Arguello

"A Virgem com o Menino (de óculos?) de Kiko Arguello

"Maria Nova-Eva" de Kiko Arguello

"A Sagrada Face (?)" de Kiko Arguello

"A Virgem com o Menino" de Kiko Arguello

"Estevão (?)" de Kiko Arguello

"Crucificação (psicodélica)" de Kiko Arguello

"O Beijo de Judas" de Kiko Arguello

"A Santa Ceia" de Kiko Arguello

"São Miguel Arcanjo" de Kiko Arguello

"Nosso Senhor Jesus Cristo (???) de Kiko Arguello

"A Sagrada Face (???)" de Kiko Arguello

"Tentações a Nosso Senhor" de Kiko Arguello

"Virgem Astronauta" de Kiko Arguello

"A Virgem na gravidez de Nosso Senhor (???)" de Kiko Arguello

<<Porque somente uma nova estética salvará a Igreja...>>
(Kiko Argüello, fundador do Neocatecumenato)

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Extratos da Carta de João Paulo II aos artistas do mundo em 1999

A « Beleza » que salva
16. Já no limiar do terceiro milênio, desejo a todos vós, artistas caríssimos, que sejais abençoados, com particular intensidade, por essas inspirações criativas. A beleza, que transmitireis às gerações futuras, seja tal que avive nelas o assombro. Diante da sacralidade da vida e do ser humano, diante das maravilhas do universo, o assombro é a única atitude condigna.
[...]
A beleza é chave do mistério e apelo ao transcendente. É convite a saborear a vida e a sonhar o futuro.
[...]
Que as vossas múltiplas sendas, artistas do mundo, possam conduzir todas àquele Oceano infinito de beleza, onde o assombro se converte em admiração, inebriamento, alegria inexprimível.


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Conheça a verdadeira Arte Sacra católica, clique na imagem:


Miguelangelo morreu há 450 anos.


Miguel Ângelo (Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni) nasceu a 6 de março de 1475 em Caprese, então República de Florença, atual Itália, e morreu há 450 anos, a 18 de fevereiro de 1564, em Roma, integrada então nos Estados Pontifícios.

Escultor, pintor, arquiteto e poeta, Miguel Ângelo exerceu uma influência sem paralelo na arte ocidental. Os frescos no teto da Capela Sistina, cenário que a Santa Sé escolhe quer para a eleição do sucessor de Pedro quer para encontros com artistas e personalidades do mundo da cultura, constituem hoje, possivelmente, a sua obra mais conhecida.

Foi o primeiro artista a ser objeto de biografia - duas, para sermos exatos - enquanto ainda estava vivo.
Tornou-se aprendiz aos 13 anos, talvez depois de ultrapassar as objeções do pai, aprendendo do pintor mais proeminente de Florença, Domenico Ghirlandaio. O ensino ficou acordado por um período de três anos, mas Miguel Ângelo saiu no primeiro ano porque não tinha mais nada a aprender, conta um dos biógrafos.

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O seu talento foi notado pelo administrador da cidade, Lorenzo de Medici, o "Magnífico", que o patrocinou, a par de poetas e intelectuais, de que gostava de se rodear. Com esta proximidade, Miguel Ângelo teve acesso à coleção do mecenas, dominada por fragmentos da antiga estatuária romana.

Florença era então considerada o principal centro de arte, atraindo os melhores pintores e escultores da Europa, e a competição entre artistas era estimulante. Contudo, os tempos das grandes encomendas tinham terminado, e pintores como Leonardo da Vinci e o seu professor, Andrea del Verrocchio, nascidos em Florença, tinham partido para outras cidades, em busca de melhores oportunidades. Os Medici foram derrubados em 1494, mas Miguel Ângelo saiu antes do fim do regime.
Foto
Após a passagem por Bolonha e um breve regresso a Florença, concebeu a estátua "Bacchus", produzida em Roma nos anos de 1496-97 a partir de modelos estatuários romanos. Este trabalho levou à encomenda da "Pietà", na basílica de S. Pedro, um dos seus trabalhos mais conhecidos, construído a partir de um só bloco de mármore.

Entre as esculturas produzidas nos anos seguintes incluem-se a figura de David, inicialmente pensada para a catedral de Florença, e representações da Virgem e da Sagrada Família.
ImagemDavid

Após o sucesso de "David", em 1504, Miguel Ângelo envolveu-se em grandes projetos, mas como recusava a colaboração de assistentes, foram vários os que ficaram por concluir.

O chamamento do papa Júlio II pôs fim aos projetos florentinos de Miguel Ângelo, que viajou para Roma, antes de voltar a Florença, para depois regressar à Cidade Eterna, onde ficou responsável pela pintura do teto da Capela Sistina (1508-12), espaço nobre utilizado, por exemplo, para a eleição dos sucessores de Pedro.
ImagemS. Pedro

Inicialmente, o tema principal centrava-se nos apóstolos - os tetos mostravam normalmente figuras individuais, não cenas dramáticas. Vestígios deste projeto são visíveis nas 12 grandes figuras: sete profetas e cinco sibilas. A inclusão de figuras femininas não era habitual, embora não constituísse uma estreia.
O centro da grande superfície curvada foi preenchida com nove cenas do Génesis: três sobre a criação do mundo, três sobre Adão e Eva, e três com narrativas relacionadas com Noé. Além dos profetas e sibilas, há ainda pequenas figuras das 40 gerações de antecessores de Cristo, começando por Abraão.
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Capela Sistina

Terminado o teto, Miguel Ângelo regressou a uma encomenda antiga, mudando da pintura para a escultura: o túmulo que o papa Júlio II lhe tinha confiado. A sua morte, em 1513, cortou os fundos e o projeto.

O sucessor, papa Leão X, era um dos filhos de Lorenzo, o "Magnífico", pelo que tinha conhecido Miguel Ângelo desde a infância. Entregou-lhe várias encomendas, mais em Florença, com projetos destinados a eternizar a glória dos Medici, do que no papado. A cidade florentina era então dirigida pelo primo do papa Leão, o cardeal Giulio de Medici, que se veio a tornar o papa Clemente VII entre 1523 e 1534. Miguel Ângelo trabalhou estreitamente com ele em ambos os reinos.
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Capela Sistina (teto)

Em 1530 regressa a Florença, onde trabalha em escultura, saindo pela última vez da cidade quatro anos mais tarde, embora mantivesse o desejo de voltar, para terminar algumas das suas obras. Roma será então a sua morada até à morte. É a partir deste período que datam os primeiros poemas de sua autoria que chegaram até hoje.

Em 1534 regressa ao fresco, 25 anos depois, executando para o papa Paulo III o "Último Julgamento", na parede de fundo da Capela Sistina. O esquema das cores é mais simples do que o do teto, enquanto que as figuras têm menos energia e as suas formas menos articuladas.
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Último julgamento (Capela Sistina)

Ao centro, Cristo, como juiz, rodeado por uma multidão de apóstolos, santos, patriarcas e mártires, ergue um braço para salvar aqueles que estão à sua direita; à esquerda, a descida aos infernos.

Nos últimos anos, Miguel Ângelo envolveu-se mais na arquitetura, domínio que não exigia menos esforço físico. Dois dos principais espaços monumentais de Roma, o complexo do Monte Capitolino e a cúpula da basílica de S. Pedro, são imagens de marca da cidade. Não terminou nenhum dos projetos, que foram continuados após a morte.
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Pietà

Ao mesmo tempo que dirigia a arquitetura da basílica petrina, Miguel Ângelo trabalhou em muitos projetos mais pequenos, em Roma. As suas últimas pinturas foram os frescos da Capela Paulina, no Vaticano.

«Porventura, também Miguel Ângelo não tirou precisas conclusões das palavras de Cristo «Quem Me vê, vê o Pai»? Ele teve a coragem de admirar, com os próprios olhos, este Pai no momento em que profere o «fiat» criador e chama à existência o primeiro homem. Adão foi criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 26). Enquanto o Verbo eterno é o ícone invisível do Pai, o homem-Adão é o seu ícone visível.
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Basílica de S. Pedro

Miguel Ângelo esforça-se de todos os modos por dar de novo a esta visibilidade de Adão, à sua corporeidade, os traços da antiga beleza. Antes, com grande audácia, transfere essa beleza visível e corpórea ao próprio Criador invisível.

Estamos provavelmente diante de uma invulgar ousadia da arte, porque ao Deus invisível não se pode impor a visibilidade própria do homem. Não seria uma blasfémia?
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Monte Capitolino, Roma

É difícil, porém, deixar de reconhecer no Criador visível e humanizado o Deus revestido de majestade infinita. Antes, por tudo aquilo que a imagem com os seus limites intrínsecos consente, aqui se disse tudo o que era possível dizer. Tanto a majestade do Criador como a do juiz falam da grandeza divina: palavra comovedora e unívoca, tal como, de outro modo, comovedora e unívoca é a «Pietà» na Basílica Vaticana, e de igual modo o Moisés na Basílica de S. Pedro in Vincoli.»
João Paulo II
 
Missa por ocasião do restauro dos frescos da Capela Sistina
8.4.1994

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Moisés (para o túmulo do papa Júlio II)

«Nesta liturgia das Primeiras Vésperas da solenidade de todos os Santos, nós comemoramos o ato com o qual, há 500 anos, o Papa Júlio II inaugurou o fresco da abóbada desta Capela Sistina. (...)

Porquê recordar este acontecimento histórico-artístico numa celebração litúrgica? Antes de tudo porque a Sistina é, por sua natureza, um ambiente litúrgico, é a Capela magna do Palácio Apostólico Vaticano. Além disso, porque as obras artísticas que a ornamentam, sobretudo os ciclos de frescos, encontram na liturgia, por assim dizer, o seu ambiente vital, toda a riqueza e plenitude do seu significado. É como se, durante a acção litúrgica, toda esta sinfonia de figuras se animassem, em sentido espiritual, mas inseparavelmente também estético, porque a percepção da forma artística é um acto tipicamente humano e, como tal, envolve os sentidos e o espírito. Em poucas palavras: a Capela Sistina, contemplada em oração, tem ainda mais beleza, é mais autêntica; revela-se em toda a sua riqueza. (...)
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Conversão de S. Paulo, Capela Paulina

Vinte anos mais tarde, no Juízo Universal, Michelangelo concluirá a grande parábola do caminho da humanidade, levando o olhar ao cumprimento desta realidade do mundo e do homem, ao encontro definitivo com o Cristo Juiz dos vivos e dos mortos.»
Bento XVI
31.10.2012

Informação sobre Miguel Ângelo: Encyclopaedia Britannica
 

Fonte: SNPC
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