sábado, 27 de janeiro de 2024

O inventário do padre fotógrafo de 35.000 negativos


Coroas da igreja de San Martiño de Bueu SALVADOR ARES ESPADA

O Arquivo Diocesano de Santiago conclui catálogo e prepara acesso pela internet ao legado de Salvador Ares

Salvador Luís Ares Espada viveu parte da sua vida colado a uma câmara. Colocou-o ao pescoço quando, já ordenado sacerdote, foi nomeado delegado da Comissão Diocesana de Arte Sacra da diocese de Compostela , no início dos anos setenta . O desafio foi lançado para inventariar fotograficamente todo o património artístico das 1.070 freguesias dependentes da Sé Catedral de Santiago , de Abegondo a O Morrazo. As vistas exteriores dos templos, a sua disposição interior, os retábulos, o imaginário e o enxoval litúrgico motivaram a estilização que fez de todas as paróquias e que foi captada em 35.000 negativos.

Alguns deles acabam de ver luz num catálogo elaborado pelo Arquivo Histórico Diocesano centrado nas paróquias da província de Pontevedra e que foi subsidiado pelo Conselho Provincial de Pontevedra.

A colegiada de Cangas , a igreja de San Martiño de Moaña , o interior de ambas, as coroas de San Martiño de Bueu ou o templo marinense de Ardán compõem o acervo de Pontevedra Revelada com o qual Ares Espada informava sobre o património paroquial. A partir do objetivo inicial de formar um inventário puro, o sacerdote e professor do Instituto Teológico de Compostela e da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Santiago passou também a recolher a vida da sociedade galega num momento de transição política e social.


Milhares de suas fotografias já foram escaneadas, tratadas e digitalizadas, mas boa parte do legado do professor Salvador Ares ainda permanece por ser gerenciado, para que depois de concluído fique acessível para consulta na internet , como pretende o Arquivo Histórico Diocesano de Santiago.

No recém-concluído catálogo do património paroquial da província de Pontevedra, os seus coordenadores salientam que “nesta publicação transpõe-se o trabalho de registo do Professor Ares Espada, avançando para a arte fotográfica através do documentalismo e de um enfoque claro”.


“Tudo é tão quotidiano, e tudo é tão transcendente, eco de um tempo nem melhor nem pior, o nosso tempo, daqueles que foram e de nós que somos filhos e filhas de uma esperança que não se apaga”, explica. no prólogo da compilação fotográfica o Arcebispo de Santiago de Compostela, Francisco José Prieto Fernández .

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

A incrível história do resgate de Nossa Senhora de Bruges





Public Domain

V. M. Traverso - publicado em 18/09/20
A Madona de Bruges, única obra de Michelangelo que saiu da Itália, foi roubada duas vezes

Quando você pensa em uma estátua inesquecível de Michelangelo, a Pietà pode vir à mente. Mas a Madona de Bruges é provavelmente a obra do mestre italiano com a história mais interessante. Criada em 1503, a estátua foi transportada para Bruges, na Bélgica, pelo comerciante Alexander Mouscron, que costumava visitar Florença a negócios.Wikipedia|CC BY-SA 3.0

Ela é diferente de outras obras de Michelangelo que apresentam os dois personagens principais da Virgem Maria e do Menino Jesus. Em suas outras peças, Michelangelo representou a Virgem como uma figura piedosa sorrindo para seu bebê. Aqui, Maria é representada numa pose pensativa, olhando para o chão, enquanto o Menino Jesus parece mover-se para fora, em direção ao mundo.

Os críticos acham que esse arranjo pode ter a ver com o fato de que Maria conhecia o destino que aguardava seu filho, pois ela estava segurando as Escrituras em sua mão esquerda. Ambas as figuras apresentam uma forma elíptica que contribui para a sensação geral de monumentalidade da obra.

Mouscron manteve a estátua em sua capela homônima por anos, onde teria sido admirada pelo artista flamengo Durer. Mas o destino da estátua sofreu uma reviravolta inesperada durante a Revolução Francesa. Em 1794, os revolucionários franceses tomaram o controle da Bruges, então domínio dos austríacos, e levaram a estátua para Paris.

Somente após o fim da era napoleônica, em 1816, a escultura foi devolvida ao seu local original. No entanto, ela não permaneceu lá por muito tempo.


Em 1944, a escultura foi levada pelas tropas nazistas que fugiam de Bruges após a chegada de tropas americanas a esta parte da Europa. Junto com a estátua, os nazistas levaram outras pinturas da era renascentista. A preciosa carga foi supostamente embrulhada em colchões e transportada por um caminhão da Cruz Vermelha pela fronteira.Public Domain



A escultura acabou indo parar em uma mina de sal de Altaussee, da qual foi resgatada em 1945 por Stephen Kovalyak, George Stout e Thomas Carr, que vieram a ser conhecidos como os “Monuments Men”, uma equipe especial encarregada pelo presidente Roosevelt para resgatar obras de arte roubadas pelos nazistas em toda a Europa.

A Madona de Bruges foi finalmente devolvida a Bruges, onde atualmente se encontra dentro da Igreja de Nossa Senhora de Bruges. Na verdade, o interior da igreja e a famosa estátua de Michelangelo são apresentados no filme de 2014 The Monuments Men.Public Domain



Hoje, qualquer pessoa pode ver esta obra-prima de perto, visitando a Igreja de Nossa Senhora de Bruges, aberta ao público todos os dias até às 16h30. Devemos isso aos bravos homens que arriscaram suas vidas para salvar obras de arte que pertencem a toda a humanidade.

Fonte: Aleteia

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Celebrações em Goiás e Pirenópolis marcam 150 anos da morte do artista Veiga Valle

Além de exposições, missas e serenatas pelas ruas, será lançado o selo do sesquicentenário do artista goiano, tido como o principal escultor de arte sacra do Estado no século 19




Os 150 anos da morte de José Joaquim da Veiga Valle, o imortal Veiga Valle, serão lembrados com uma série de celebrações a partir deste domingo (21/01), em Pirenópolis, cidade natal de Veiga Valle, com a abertura oficial da 1ª Semana Veiga Valle marcada pela exibição do filme “Passos da Tradição”, de Carlos Cipriano, às 14h, no Cine Pireneus; seguido de cortejo, missa na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, recital e serenata pelas ruas.

Já na cidade de Goiás, as celebrações se concentrarão de 22 a 27 de janeiro. A abertura das homenagens será na Igreja São Francisco de Paula, às 20h, com a exposição Veiga Valle, da fotógrafa Karina Carvalho. Também estão previstas visita guiada ao Museu de Arte Sacra da Boa Morte – que possui acervo considerável do artista -, missas, serenatas e uma mesa-redonda com os principais pesquisadores da obra de Veiga Valle.
Selo comemorativo

Em 9 de dezembro último, foi lançado o selo do sesquicentenário de Veiga Valle, por Achkar Petrillo, durante missa na Igreja São Francisco de Paula, na cidade de Goiás. Em seguida, foi aberta oficialmente a Exposição a Céu Aberto de imagens das obras do artista, fotografadas por Paulo Rezende e curadoria de PX Silveira.

A iniciativa é uma realização da Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos (da qual Veiga Valle era membro). A Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás) é uma das apoiadoras das celebrações.

Artista barroco

Nascido em 9 de setembro de 1806 no Arraial da Meia Ponte, atual Pirenópolis, Veiga Valle desenvolveu-se nas artes de forma autodidata, esculpindo, principalmente, santos. Não há registros sobre quantas obras o artista criou ao longo da vida, pois a visibilidade de seu trabalho começou por volta de 1830, quando uma de suas esculturas do Divino Pai Eterno ficou famosa entre devotos. Inclusive, é de sua autoria a obra que fica no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).

Em 1841, Veiga Valle se muda para a cidade de Goiás e passa a trabalhar na douração dos altares da Igreja Matriz, dedicando-se, em seguida, às esculturas sacras.

Veiga Valle faleceu em 24 de janeiro de 1874. Mas a notoriedade de fato de suas obras veio décadas depois, quando passaram a ser feitas catalogações e exposições, inclusive no Museu de Arte de São Paulo (MASP – 1978).

Veiga Valle é considerado o principal artista barroco goiano e principal artista sacro de Goiás, sendo citado por muitos como o “ genial santeiro goiano”, o Aleijadinho goiano e o Fra Angelico brasileiro, conforme registra Fernando Martins dos Santos em sua dissertação de mestrado, sobre o artista.

Além de mais de 200 obras presentes no Museu de Arte Sacra da Boa Morte (cidade de Goiás), seus trabalhos estão espalhadas entre colecionadores e familiares de devotos que as adquiriram na época em que Veiga Valle as comercializava.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Exposição: SANTA ANA EM SÃO PAULO | MUSEU DE ARTE SACRA

SANTA ANA EM SÃO PAULO | MUSEU DE ARTE SACRA
 

São Paulo
25/01/24 à 28/04/24
Abertura: 24/01/24 às 15:00h
Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, Sábado, Domingo das 09:00h às 17:00h
Avenida Tiradentes, 676 - Luz
museuartesacra.org.br


O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS.SP, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, informa sobre a exposição Santa Ana em São Paulo: devoção refletida na arte, uma iniciativa especial que marca os 470 anos da cidade e revela a profunda influência da padroeira Santa Ana na cultura e história paulistanas. O MAS.SP convida a participar e a explorar a profundidade desta exposição única, que lança luz sobre a interseção da devoção religiosa e da identidade urbana na história de São Paulo.

Desde sua nomeação como padroeira em 1782 pelo Papa Pio VI, a pedido dos portugueses, até a mudança em 2008, quando São Paulo assumiu essa designação, Santana desempenhou um papel vital na devoção religiosa e na identidade cultural local. A exposição, parte do Projeto Assemblage, sob a coordenação do museólogo Ramon Vieira, uma colaboração entre as áreas museológica e educativa, oferece uma análise meticulosa da história dessa devoção desde o período colonial até os dias atuais.

A mostra, composta por 80 itens do acervo da instituição, proporciona uma visão abrangente das diferentes representações de Santana, explorando sua presença na arte sacra através de esculturas, pinturas e documentos iconográficos e textuais. O objetivo é oferecer aos visitantes uma compreensão aprofundada da veneração à avó de Jesus Cristo e sua influência duradoura na cultura religiosa e urbana da cidade. Dividida em três elementos essenciais, a exposição inicia com uma análise meticulosa das diversas representações de Santa Ana, apresentando a evolução de sua imagem ao longo do tempo. Em seguida, explora-se a devoção popular à padroeira, destacando a profundidade do culto e sua conexão com a identidade religiosa dos paulistanos. Finalmente, o núcleo da mostra mergulha na história da relação entre Santana e a cidade, evidenciada pelo nome do bairro de Santana na capital e outras denominações em diferentes municípios do estado.

O Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS.SP) é um defensor da preservação e promoção do patrimônio cultural e religioso. Localizado na cidade de São Paulo, o MAS.SP busca conectar as pessoas à arte sacra, enriquecendo a compreensão da fé e da história por meio de suas coleções e exposições.

Fonte: DAS Artes

Festa do Divino de Mogi faz evento no Museu de Arte Sacra de SP

Exposição e eventos que celebram o evento mogiano serão destaque no espaço cultural, graças a parceria com a Diocese de Mogi das Cruzes


Festa do Divino de Mogi das Cruzes será destaque em evento no Museu de Arte Sacra de São Paulo mais uma vez: desde 2015, festividade ganha espaço na agenda do MAS-SP (Divulgação/Festa do Divino de Mogi)


O Museu de Arte Sacra (MAS) de São Paulo realiza mais uma vez um evento focado na Festa do Divino de Mogi das Cruzes no dia 3 de fevereiro. Uma exposição e atividades com grupos folclóricos da cidade estão na agenda do endereço cultural, localizado no bairro da Luz, em São Paulo.


Faltam quatro meses para a 411ª Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes, que acontecerá de 9 a 19 de maio.

Os organizadores preparam a mostra que irá marcar o nono ano de uma parceria entre o MAS-SP e a Diocese de Mogi das Cruzes, organizadora da Festa do Divino.



Grupos de congada e moçambique já se apresentaram no Museu de Arte Sacra de São Paulo (Divulgação/Festa do Divino de Mogi das Cruzes)


O visitante do Museu de Arte Sacra irá conhecer alguns dos componentes desta festividade cultural e religiosa, como o levantamento do mastro, um subimpério do Divino e a atuação dos dançantes do Batalhão de Nossa Senhora Aparecida e das Rezadeiras. Os visitantes também poderão conhecer a bebida rosa-sol, típica da festividade.


Serviço

Mostra da Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes


LOCAL: Museu de Arte Sacra de São Paulo - MAS-SP
ONDE: Avenida Tiradentes, 675, Luz, São Paulo
Horário: 10h às 15h

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