terça-feira, 31 de março de 2015

Curso Livre: Maria Madalena na arte através dos séculos



O Museu de Arte Sacra de São Paulo promove um Curso Livre sobre o tema "Maria Madalena na arte através dos séculos", com a Profª Wilma Steagall de Tommaso: Mestre e Doutora em Ciências da Religião pela PUC-SP; palestrante e pesquisadora de arte sacra e religião. professora da PUC-COGEAE; participa do grupo de Pesquisa Nemes coordenado pelo Prof. Dr. Luiz Felipe Pondé desde 2006.

Maria Madalena, provavelmente a figura mais enigmática da Bíblia, excita a imaginação de artistas, escritores, filósofos há cerca de dois mil anos. A busca da verdadeira história da misteriosa discípula de Jesus, assim como a vasta produção artística a saber: arte bizantina, Idade Media, Renascimento até a contemporaneidade, serão abordados nesse curso, resultado de uma pesquisa de Mestrado, cujo objetivo foi a busca da identidade da mulher pecadora, testemunha-chave do maior evento do cristianismo, a Ressurreição de Jesus Cristo.

PROGRAMA:

Aula introdutória. Maria Madalena exegética: Maria de Magdala: Maria Madalena na Paixão; na Ressurreição; Maria de Betânia, a pecadora anônima de Lucas. A Maria Madalena histórica.

Lendas de Madalena. Uma série de lendas que advém do princípio do cristianismo até a Idade Média. Maria Madalena uma santa francesa: a Legenda Áurea de Jacopo Da Varezze. Madalena morre em Provença, porém suas relíquias estão em Vezelay, na Borgonha.

A Idade Média permeada pelas lendas onde se encontrariam relíquias em Éfeso, Roma e na França. No século XII relíquias são encontradas em Sainte-Baume, onde Madalena teria permanecido em uma gruta durante trinta anos até a morte. A disputa entre Vezelay e Provença é uma história da extravagância eclesiástica pelas relíquias dos santos. A Legenda Áurea e Maria Madalena na Igreja Oriental.

Maria Madalena na arte religiosa dos primeiros séculos de cristianismo até Idade Média. Exposição de slides e comentários sobre as obras de arte que retrataram Santa Maria Madalena nesse contexto. As três santas anacoretas que se confundem na arte: Tais, Maria Egípcia e Maria Madalena.

•A crise iconoclasta protestante do século XVI. A crise iconoclasta anterior na Igreja de Constantinopla, século IX. A cultura do Renascimento, o Humanismo o início da era Moderna. Madalena em discussão na Igreja de Roma e na Reforma protestante.

•Maria Madalena se torna um dos ícones da propaganda da Contrarreforma como: Madalena Penitente, símbolo do arrependimento, da confissão e da penitência. A doutrina da predestinação e da graça dos protestantes e a doutrina das boas obras e da fé. Iconoclastas (X) iconófilos.

Maria Madalena na arte do Renascimento. Exposição de slides com obras de Ticiano, El Greco, Georges de La Tour, Guido Reni entre outros artistas que retrataram de forma magnífica essa santa.

Nos séculos XVII e XVIII a mulher debilitada, sofrida e penitente da Contrarreforma começa a dar lugar a uma belíssima mulher sedutora que acaba se tornando na protetora das prostitutas das classes média e baixa. Da penitência à vaidade. Extravagâncias sensuais dos artistas barrocos e neoclássicos. A profana arte religiosa.

A Igreja já não considera mais, desde 1969, o epíteto de penitente, nem como a mulher híbrida, no entanto o mito resiste e para muitos ela ainda é confundida com a adúltera que Jesus impediu de ser apedrejada.

O século XXI inicia-se com o filme ortodoxo de Mel Gibson A Paixão de Jesus Cristo que no afã de ser fiel aos Evangelhos, deixa escapar em uma das cenas, Maria Madalena recordando-se do episódio em que a mulher adúltera é salva pela intervenção de Jesus de ser apedrejada. A obra controvertida O código Da Vinci, cujo autor, Dan Brown, numa história de suspense que se passa na atualidade, fala sobre a linhagem sagrada que teria se inicia do com a filha de Maria Madalena e de Jesus. Esse romance que durante muitos meses foi líder absoluto de vendas tornou-se filme em 2006. Slides de Madalena na arte do século XXI.

Período: 06 a 10 de abril
Aulas: 19h30 às 21h30
Carga horária: 10 horas
Valor: R$200 (VAGAS LIMITADAS)
Inscrições: mfatima@museuartesacra.org.br
Informações: (11) 5627.5393
Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo
Endereço: Avenida Tiradentes, 676, Luz. Metrô Tiradentes
Estacionamento (ou alternativa de acesso): Rua Jorge Miranda, 43

No final do curso o aluno receberá o certificado.

segunda-feira, 30 de março de 2015

A Arte de Ezequiel Arantes

Ezequiel Arantes, residente Cruzília, sul de Minas Gerais, vindo de uma família que trabalha com madeira à 4 gerações sobretudo com móveis.

Ezequiel em seu ateliê

E desde os 12 vem praticando este lindo ofício: "Comecei trabalhando em uma restauração de um altar aos 12 anos e depois disso nunca mais parei e apanhei gosto pela escultura não só ornamento e talhas, mas, a imaginária sacra e levo todo trabalho com amor. Acho belo a ideia de representar o divino!"

Veja alguns trabalhos:


São Miguel Arcanjo

Relicários


Ambão e tocheiros


Crucifixo
Para contato com o Artista:
Ezequiel Arantes
(35) 98690770
arantesezequiel@gmail.com

sexta-feira, 27 de março de 2015

Arte em Camisetas


Em parceria com aos artistas: Aércio Santos e Marcela Montalto, montamos o grupo chamado "Traciatto", (significa: Traçado).

Com técnica e inspiração surgiu o trabalho com pinturas em camisetas. Acima, em comemoração Bicentenário de Dom Bosco, camiseta que presenteamos o Pe. Sílvio César, sdb (Paróquia Sagrada Família - em São José dos Campos - SP).


Também fizemos várias outras camisetas com caricaturas:





Para encomendar a sua entre em Contato!

quinta-feira, 26 de março de 2015

Também na Páscoa se realiza o Presépio: Paróquia romana abre suas portas

Inspirada em uma antiga tradição napolitana originária do século XVI e com uma superfície de 30 metros quadrados, a Paróquia de Nossa Senhora do Valme em Roma abriu mais uma vez suas portas para que fiéis e peregrinos possam apreciar seu Presépio de Páscoa.
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A bela representação dos momentos mais significativos da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, nasceu por iniciativa do pároco, o sacerdote espanhol Alfredo Fernández, que animou aos seus fiéis a prepararem um presépio pascal, assim como se faz também para o Natal.

"Não é uma novidade, é uma realidade que existia já há tempos e que, involuntariamente, foi refrescada (...) A Semana Santa não é um fato para recordar uma tradição passada, é na verdade a semana do amor onde Cristo manifesta, através da liturgia, a verdade daquilo que Ele quer viver conosco. Então, tudo aquilo que ajude a viver esta verdade, bem-vindo seja!", disse o Padre Fernández em entrevista com o canal de televisão TV2000it.

Após o convite do pároco, os fiéis colocaram mãos à obra para a realização do Presépio baseando-se nos Evangelhos, posteriormente levaram a cabo uma investigação histórica sobre o tempo no qual ocorreram fatos, como era a corte romana, o Calvário, etc., para assim realizar a representação da maneira mais fiel possível. Em seguida, elaboraram uma maquete e começaram a edificar toda a instalação para que incorporem tecnologia para produzir efeitos sonoros, mecânicos, de luz e de projeção de imagens; que são os elementos mais chamativos do Presépio de Páscoa.
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Desta maneira, quem visitar esta obra, poderá encontrar-se já não com o presépio dedicado ao nascimento de Jesus, mas com cenas de Jesus no Horto das Oliveiras, Sua flagelação, a Crucifixão, o Santo Sepulcro e sua Ressurreição; tudo acompanhado com uma narração audiovisual, efeitos de áudio, efeitos de movimento, como um terremoto, e projeções com uma duração de 15 minutos, que se convertem em toda uma catequese em torno do acontecimento pascal.
"Quem vem visitar este presépio com curiosidade, fica imediatamente encantado com a narração audiovisual e a ambientação histórica. É uma bela maneira de preparar-se para viver a Semana Santa", assegurou um dos organizadores ao jornal RomaSette.it da Diocese de Roma.
O presépio, cuja abertura ocorreu no dia 19 de março, permanecerá disponível para o público até o próximo dia 19 de abril todos os dias, excetuando-se a Sexta-feira Santa.
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Esta não é a única representação Pascal que se realiza na Itália, em outros lugares, como Assis -onde nasceu o Presépio de Natal com São Francisco- também se faz um com os principais acontecimentos da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. (GPE/EPC)


Fonte: GaudiumPress

quarta-feira, 25 de março de 2015

Mulher destrói imagem sacra em Belo Oriente MG


BELO ORIENTE – A imagem sacra à frente da igreja matriz de Nossa Senhora da Piedade, no centro do município, começou a ser restaurada nesta quarta-feira, 25. O trabalho de reparação é feito por voluntários, informou a igreja. Na terça-feira, um ato inusitado provocou a indignação de populares na cidade: com uma enxada, uma mulher de 48 anos tentou destruir a representação de 2 metros de altura inspirada na escultura Pietá, de Michelangelo. A imagem sofreu vários danos até que a mulher fosse contida.

O caso ocorreu na manhã de terça-feira, por volta das 10h30. A Polícia Militar foi acionada e a dona de casa foi flagrada desferindo golpes de enxada na imagem. A enxada foi apreendida e a mulher conduzida à delegacia de polícia, onde assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

O pároco da igreja, padre Luiz Carlos Macedo, disse ao DIÁRIO DO AÇO que descansava na casa paroquial quando um popular entrou em desespero e contou que alguém destruía a imagem à frente do templo. O religioso correu até a igreja, onde presenciou a cena.

José Dias Sorriso/Portal Rádio Livre



A imagem sofreu diversos danos


O sacerdote contou que, enquanto desferia os golpes, a mulher conversava com a imagem, a indagava se não iria reagir, e cantava músicas cristãs. “Ela estava muito nervosa”, relatou. A dona de casa não resistiu à ação policial, mas não comentou sobre a motivação de seu estranho comportamento.

“Houve uma comoção na cidade muito grande. A imagem não tem valor material elevado, mas para nós tem representação e sentimento. Há um sentimento religioso muito grande e não há dinheiro que pague por isso”, desabafou o padre.

O caso teve grande repercussão nas redes sociais. ... “Vi muitos evangélicos não concordando com a atitude dela. Estou aqui há 20 anos e sempre tivemos uma convivência harmoniosa entre as religiões. É um caso isolado de fanatismo religioso na cidade, que lamentamos”, disse o padre.







Fonte: Diário do Aço

Lançamento do Livro: "Arquitetura e Urbanismo no Vale do Paraíba"


Fonte: ABCA
Mais informações aqui,

terça-feira, 24 de março de 2015

Curso: Conservação e Restauração de Escultura Policromada Devocional




Atenção profissionais e estudantes de Artes, Design, Conservação, Restauração, Museologia, Química e demais áreas! Estão abertas as inscrições para o curso de Pós Graduação em Conservação e Restauração de Escultura Policromada Devocional. As aulas começam no dia 09 de maio.

Para saber mais sobre o curso acesse:http://www.usu.br/posconservacao

Fonte: Página da Universidade Santa Úrsula

Inicio: 09 de maio de 2015

Término: 18 de dezembro de 2016

Objetivo: O Curso pretende promover a habilitação, informar e atualizar profissionais cientifica e tecnicamente, capacitando-os para o exercício da prática e a formação de pesquisadores na área de conservação e restauro, possibilitando a produção e o conhecimento, desenvolvendo atividades de publicação e pesquisa, viabilizando a divulgação desta produção e incentivando discussões que considerem os avanços tecnológicos contemporâneos e seus efeitos subjetivos.

Público Alvo: Alunos e/ou profissionais das áreas de Artes, Design, Conservação, Restauração, Museologia, Química e demais ciências afins que utilizem os conhecimentos adquiridos em sua área de atuação.

Carga horária: 400 horas

Duração do curso: Três semestres consecutivos, mais seis meses para elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

OBS.: A integralização e apresentação do TCC não poderão ultrapassar 24 meses.

domingo, 22 de março de 2015

Exposição de Oratórios Domésticos


De 19 de março a 20 de junho de 2015!

Fonte: Museu de Arte Sacra - São João da Boa Vista


O Museu está situado no térreo da residência episcopal (Bispado), construído em 1890, localizado à Praça Roque Fiori, nº 80,centro - São João da Boa Vista - SP
Está aberto à visitação de quinta-feira a sábado das 14h às 18h, podendo ser agendados outros dias e horários com a direção do Museu pelo telefone (19) 3633-1408.

sábado, 21 de março de 2015

Igreja vai ganhar um livro contando a sua restauração - Bom Princípio - RS

Igreja vai ganhar um livro contando a sua restauração

Investimento total nas obras deve chegar a R$ 4,7 milhões

Segunda etapa das obras deve demorar mais três anos
Será lançado neste domingo, em missa às 19 horas na Matriz, o livro “Arte Sacra e Fé”, que conta a história da restauração da Igreja Nossa Senhora da Purificação. Com uma tiragem de 3 mil exemplares, em 70 páginas o livro traz fotos, depoimentos e histórias, desde o tempo dos jesuítas, irmãos maristas e depois os atuais padres seculares. Depois da missa, os convidados vão participar de um coquetel de lançamento, no Espaço Werner. 

O livro, que é uma realização da Associação Comunitária Bom Princípio, com o apoio da Prefeitura, conta com o patrocínio de várias empresas, através da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). “Todas as famílias da comunidade vão poder receber o livro, gratuitamente, a partir da próxima semana”, informou o coordenador Zeno Aloisio Steffen.
As obras 
A restauração da igreja iniciou em março de 2013 e está com a sua primeira etapa em fase de conclusão agora em março, incluindo torre, telhado, relógios e pintura. Segundo Zeno, no momento está sendo feita a parte elétrica e platibandas. Só nesta primeira etapa o investimento será de quase R$ 2 milhões, também com o patrocínio de empresas, através da LIC.

Na segunda etapa, que deve demorar mais cerca de dois a três anos, terá investimento de aproximadamente R$ 2,7 milhões, deverá ser feita a parte interna e externa, incluindo capitel, pinturas, banheiros, escadaria e paisagismo. “Todos vão ver como é bonita a nossa Matriz, considerada uma das igrejas germânicas mais lindas do Brasil”, concluiu Zeno Aloisio Steffen.
Fonte: Fato Novo

Fotos da Igreja e Dados:

Foto de Juliano Oliveira


Paróquia Nossa Senhora da Purificação
R. Irmão Weibert, 885 - Centro - Bom Princípio - 95765-000
Fundação Curato: 25.07.1873
Fundação Paróquia: 05.02.1880
(51) 3634-1274 / 9634-6365 
Missas na Matriz: sextas-feiras - 18h30 / sábados - 18h (abril a agosto - 19h) / domingos – 8h

sexta-feira, 20 de março de 2015

POR QUE NO PERÍODO DA QUARESMA OS SANTOS NAS IGREJAS FICAM COBERTOS POR PANOS ROXOS?

Missa Tridentina no Período da Quaresma - Capela N. Sra. de Fátima - Jacareí - SP

É costume muito antigo na Igreja, a partir do quinto Domingo da Quaresma – também chamado de Primeiro Domingo da Paixão, na forma extraordinária do Rito Romano, (sendo na verdade o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, o Segundo Domingo da Paixão) – cobrir com pano roxo as cruzes, quadros e imagens sacras. As cruzes ficam cobertas até o final da liturgia da Sexta – Feira Santa, os quadros e demais imagens até a celebração da noite de Páscoa. Ainda em alguns lugares, o costume é feito à partir da Quarta-feira de Cinzas.

O sentido profundo desse ato de cobrir as imagens sacras, fundamenta-se no luto pelo sofrimento de Cristo Nosso Senhor, levando os fiéis a refletir, ao contemplar esses objetos sagrados cobertos do roxo, que simboliza a tristeza, a dor e a penitência. O ápice do despojamento ocorre após a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-Feira Santa, quando retiram-se as toalhas do altar. A cruz coberta lembra-nos a humilhação de N. Senhor Jesus Cristo, que teve de ocultar-se para não ser apedrejado pelos judeus, como nos relata o Evangelho segundo São João:

“Os judeus pegaram pela segunda vez em pedras para o apedrejar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais? (...). Procuraram então prendê-lo, mas ele se esquivou das suas mãos. Ele se retirou novamente para além do Jordão, para o lugar onde João começara a batizar, e lá permaneceu.” (Jo 10, 31-32.39-40)

A sua segunda dúvida versa sobre o cântico de Verônica durante a procissão do enterro do Senhor. Primeiramente, falemos um pouco sobre Verônica, cujo nome deriva-se de “veros icona” (imagem verdadeira), pelo fato de segundo a Tradição da Igreja, ela ter enxugado o rosto de Cristo a caminho do Calvário, e a imagem do rosto de Cristo ter ficado gravada milagrosamente no véu. Este episódio não consta na Sagrada Escritura, apenas na Tradição da Igreja. O nome de Verônica é mencionado no livro apócrifo “Atos de Pilatos” (século VI), no capítulo VII, fazendo crer que se trata da mesma mulher curada por Jesus da hemorragia (cf. Lucas 8,43-48).

Pois bem, na procissão Verônica canta a lamentação: “Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor igual à minha dor.” Ressaltando a dor do Cristo que padece pela humanidade. Note-se que é comum cânticos e lamentações em velórios, conforme o testemunho de São Marcos e S. Mateus:

“Ao chegar à casa do chefe da sinagoga, viu o alvoroço e os que estavam chorando e fazendo grandes lamentações.Ele entrou e disse-lhes: Por que todo esse barulho e esses choros? A menina não morreu. Ela está dormindo”. (Mc 5,38-39) [grifo nosso]

“Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada. Disse-lhes:Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme. Eles, porém, zombavam dele.” (Mt 9,23-24).

Antes da reforma litúrgica do Vaticano II era obrigatório cobrir, com véus roxos, todas as cruzes e imagens expostas ao culto na igreja. No Missal Romano de S. Pio V, terminada a missa do Sábado que precedia o Domingo da Paixão (actual V Domingo da Quaresma), vinha esta rubrica: “Antes das Vésperas, cobrem-se as Cruzes e Imagens que haja na igreja. As Cruzes permanecem cobertas até ao fim da adoração da Cruz, na Sexta-Feira Santa, e as Imagens até ao Hino dos Anjos (Glória a Deus nas Alturas) no Sábado Santo”. Vê-se que era um costume ligado às duas últimas semanas da Quaresma, através do qual se desejava centrar a atenção dos fiéis no mistério da Paixão do Senhor. Tudo o que pudesse desviá-la, como eram as imagens dos Santos, cobria-se. Donde vinha este costume? Certamente dos começos do segundo milénio ou dos finais do primeiro.

E o que dizem as normas litúrgicas atuais? Uma rubrica inserida no Missal Romano de Paulo VI, depois da Missa do Sábado anterior ao V Domingo da Quaresma, diz: “O costume de cobrir as cruzes e as imagens das igrejas pode conservar-se, conforme o parecer da Conferência Episcopal. As cruzes permanecem cobertas até ao fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-‑Feira Santa; as imagens, até ao começo da Vigília Pascal (cf. Missal Romano actual [edição do altar], p. 206.

A grande diferença entre as rubricas dos dois Missais (de Trento e do Vaticano II) consiste no seguinte: no primeiro, cobrir as Cruzes e Imagens era obrigatório (“cobrem-se...”); no segundo deixou de o ser (“pode conservar-se o costume de cobrir...).

Como o nosso consulente pode verificar por si mesmo, consultando o Missal Romano, são-lhe deixadas várias hipóteses: a) pode cobrir as imagens ou não as cobrir; b) se as cobrir, mantém‑nas cobertas desde a tarde do Sábado anterior ao V Domingo da Quaresma, até ao começo da Vigília Pascal (e não até antes do Lava-pés na Missa da Ceia do Senhor, nem tão pouco até Sexta-Feira Santa). A rubrica é clara: “... as imagens permanecem cobertas até ao começo da Vigília Pascal”. 

quinta-feira, 19 de março de 2015

A “escada milagrosa” de São José



Há na cidade de Santa Fé, no Estado do Novo México, EUA, uma capela conhecida como Loretto Chapel.

Nela destaca-se uma bela e despretensiosa escada.

A piedade tradicional atribui a construção a São José.

Mas, quem a fez? Como a fez? Ninguém consegue descifrar o mistério da "escada milagrosa".

A piedosa tradição

Em 1898 a Capela passou por uma reforma. Um novo piso superior foi feito, porém faltava a escada para subir.

As Irmãs consultaram os carpinteiros da região e todos acharam difícil fazer uma escada numa Capela tão pequena.

As religiosas, então, rezaram uma novena a São José para pedir uma solução.

No último dia da novena, apareceu um homem com um jumento e uma caixa de ferramentas. Ele aceitou fazer a escada, porém exigiu que fosse com as portas fechadas.

Meses depois a escada estava construída como queriam as Irmãs. No momento de pagar o serviço, o homem desapareceu sem deixar vestígios.

As religiosas puseram anúncios no jornal local e procuraram por toda a região sem encontrar quaisquer noticias ou informações sobre o ignoto carpinteiro.

Nesse momento as Irmãs perceberam que o homem poderia ser São José, enviado por Jesus.

Há vários elementos que reforçam a aura de piedoso mistério que envolve a construção da escada:

A madeira utilizada não é da região, e ninguém sabe como foi parar lá.

Também não foi utilizado prego na escada, apenas pinos de madeira.

Além do mais, hoje soa misterioso que ela se mantenha em pé pois é do tipo caracol e não tem apoio central.

Na verdade apenas um apoio colateral metálico foi acrescentado a posteriori . Mas isso não resolve a essência do incógnita.

Diz-se que engenheiros e arquitetos não conseguiram desvendar a física por trás da obra.

Por fim, a escada tem 33 degraus, a idade de Jesus Cristo, o que reforça ainda mais a suposição de um fenômeno de origem sobrenatural.

A Capela recebe em média 200 casamentos por ano e centenas de turistas. Ela ficou conhecida como a Escada Milagrosa.

Grande número de artigos e programas de TV foram dedicados a ela e seus “mistérios”. O essencial do piedoso relato encontra-se no site oficial da Capela .

As objeções de um cético

Mas, também apareceram análises objetantes ou céticas. Uma das mais características foi do Comitê de Inquérito Cético (The Committee for Skeptical Inquiry). O “cético” responsável pela análise é Joe Nickell.

Ele é autor do livro sintomaticamente intitulado “À procura de um milagre” e outros escritos que põem em dúvida até realidades que, como o Santo Sudário de Turim, são de pasmar até para a ciência.

Ele cita vasta bibliografia para provar o que a cultura e o bom senso conhecem: a técnica de escadas sem eixo é tradicional e já era dominada pelos nossos antepassados.

Apenas que podem ser frágeis, enquanto que esta se mostra especialmente duradoura.

A ausência de pregos não há de espantar. Um velho marceneiro campista contava com admiração que quando ele próprio apreendeu o ofício, seus mestres faziam questão de construir complicados arranjos sem empregar pregos nem mesmo cola.

Compreendi melhor isso, anos depois, num hotel da Borgonha, França, instalado numa antiga dependência abacial construída na Idade Média.

Um admirável vigamento sustenta o telhado sem um só prego. Ainda na França voltei a ver num pequeno castelo mais um exemplo da sabedoria dos marceneiros de outrora: todo o vigamento em que se apoiam as ardósias é feito com um jogo admirável de traves encaixadas.

Aliás, essa técnica é a que explica a ousadia do gótico num tempo que no se conhecia o cimento armado.

Catedrais e outros prédios medievais foram levantados com encaixes de pedras que “travam”. Depois não caíram nem com os bombardeios das Guerras Mundiais.

O cético Joe Nickell entregou ao muito oficial e respeitado U.S. Forest Service’s Center for Wood Anatomy uma amostra da madeira da escada para identificação.

A resposta foi: Pinaceae, da variedade Picea. Ou simplesmente abeto, o pinheiro mais usado no Natal nos EUA.

Nickell trabalhava com a idéia comum que se tem de milagre: um fenômeno que viola as leis da física. E, tudo considerado, Nickell concluiu com ceticismo que na melhor das hipóteses, a escada não passa de um “milagre parcial”.

Mas concluindo isto, acabou dando reforçando a idéia de um milagre. Pois, o conceito católico de milagre é matizado.

O milagre segundo São Tomás de Aquino

“Milagre equivale a cheio de admiração, quer dizer, aquilo que tem uma causa oculta em absoluto e para todos. Esta causa é Deus.

“Portanto, chamam-se milagres aquelas coisas feitas por Deus fora da ordem de causas conhecidas por nós. (...) O milagre é uma obra difícil porque excede a natureza. Pela mesma razão se diz que é insólito porque acontece fora da ordem costumeira.” (Suma Teológica, I, q. 107, art 7).

Santo Tomás divide os milagres em três categorias. A primeira, e a mais impressionante, é a dos fenômenos que contradizem as regras da natureza. Por exemplo, se o sol voltar atrás ou parar. Estes são os milagres maiores.

A segunda categoria é a dos fatos admiráveis produzidos por alguém ou algo que não tem capacidade para realizá-los. Por exemplo, um santo ressuscitar um morto ou fazer andar um paralítico.

O santo, por exemplo, é um ser humano e não pode fazer isso, logo se conclui que interveio a propósito dele uma força superior capaz de fazer o prodígio. E esta força só pode ser sobrenatural, angélica ou divina. São os milagres de segunda grandeza.

Por fim, a terceira categoria, é a dos fatos que excedem a natureza pelo modo e pela ordem que são produzidos. Por exemplo, um encadeamento de fenômenos que é inexplicável para os homens. Em si cada elo da corrente é explicável, mas a sucessão é tão rara que na prática nunca acontece.

Enche de maravilha por tanto que aconteça, e tem propósito falar de milagre, pois interveio uma causa sobrenatural que fez funcionar a natureza com um modo e com uma ordem que maravilha aos homens. É a categoria ínfima dos milagres.

O cético Nickell parece ter sentido algo na linha desta terceira categoria que o levou a escrever que, na melhor das hipóteses, trata-se de um “milagre parcial”.

No caso da “escada milagrosa” de Santa Fé acresce um elemento que não pertence à ordem do milagre, mas que é um sinal sensível da ação da graça: a unção que acompanha o relato da origem da escada.

A unção sobrenatural é tal vez o fator que mais atrai os fiéis. E é dos sinais mais sensíveis da presença de Deus. Algo dessa unção pode se sentir na apresentação seguinte:




Fonte: Ciência confirma Igreja

quarta-feira, 18 de março de 2015

Com apoio da UNESCO, Patrimônio Mundial em Congonhas (MG) ganhará museu

Museu de Congonhas – Centro de Referência do Barroco e Estudos da Pedra – é resultado de uma parceria da UNESCO, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da prefeitura de Congonhas.

Fundação Cultural inicia reforma na Igreja Santa Rita em Uberaba - MG

A Prefeitura de Uberaba -- por intermédio da Fundação Cultural e do Conselho de Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (Conphau) -- inicia nesta semana reforma estrutural e de conservação da Igreja Santa Rita. A obra está prevista para terminar no final de abril. O local, onde também funciona o Museu de Arte Sacra (MAS), estará fechado para visitação nesse período.

A intenção é que a igreja centenária esteja pronta para a realização da tradicional festa em louvor a Santa Rita, a santa dos impossíveis, que ocorre de 13 a 22 de maio, na capela que completa 158 anos de construção, neste ano. A reforma vai contemplar manutenção no telhado, pintura interna e nas fachadas, além de reforma da parte elétrica e limpeza de forro, em que será colocada manta acrílica. A obra, com aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), será custeada pelo Fundo Municipal de Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (Fumphau), que provém de arrecadações do ICMS Cultural.

A coordenadora do Conphau, Maria Aparecida Manzan, ressalta que há uma série de cuidados a serem tomados durante a reforma, pois a igreja possui grande valor histórico e é tombada pelo patrimônio histórico. “Será mantida toda a originalidade da edificação, uma vez que ela é o único patrimônio nacional de Uberaba tombado pelo Instituto Patrimônio Histórico e Histórico e Artístico Nacional (Iphan). É uma das maiores preciosidades da cidade, por isso pedimos paciência dos devotos, pois a reforma está sendo feita com a cautela necessária à preservação”, explica.

Prevista desde o final do ano passado, a reforma foi aprovada por unanimidade pelos conselheiros do Conphau, ocasião em que houve infestação de pombos, causando transtornos aos frequentadores do local. Foram realizadas manutenções preventivas de emergência, permitindo que a igreja fosse reaberta, e agora o objetivo é realizar uma reforma mais ampla e detalhada para reparar a estrutura e prevenir novos danos similares, preservando o patrimônio.


Luiza Carvalho – Estagiária de Jornalismo - Comunicação PMU/FCU


Sobre o Museu:

Museu de Arte Sacra (MAS)
Exposição do acervo
Administrado pela Fundação Cultural 
Horário de visitação: Terça a sexta das 12h às 18h e sábado e domingo das 8h às 12h – Igreja Santa Rita – Praça Manoel Terra, snº – Centro
Telefone: 3316-9886 
Coordenador: Hélio Siqueira

masmuseusdeartedeuberaba@yahoo.com.br
*Visitas guiadas deverão ser agendadas com antecedência através do telefone do museu.


O Museu de Arte Sacra está instalado na Igreja de Santa Rita, construída em Uberaba, no ano de 1854, e tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1939.

O acervo, rico em peças barrocas dos séculos XVIII e XIX, conta a história da Igreja Católica na região. Muitas peças são provenientes de doações da Cúria Metropolitana, sobressaindo-se as seções de vestes sacras, estandartes de procissões, paramentos, alfaias, imagens e mobiliário.

Um dos exemplos de seu valioso acervo é o Conjunto de Casula feito com tecido bordado com linha e fios de ouro, proveniente da França em 1909. Depois de um longo período em que ficou fechada para restauração do local, a igreja retomou suas atividades normais, desta vez com um novo projeto para o acervo de obras sacras, com exposições temáticas.Após a restauração da igreja, o museu ficou fechado por um tempo para reorganização e limpeza do acervo e agora retorna com funcionamento de terça a sexta, das 12h às 18h e aos finais de semana das 8 às 12h.

Dentre as peças do acervo está a escultura em madeira policromada de Santa Rita de Cássia ou Santa Rita das Causas Impossíveis para os mais devotos, sendo a única imagem que restou da capelinha original, erguida pelo advogado Cândido Justiniano da Lira Gama em 1854. A base da imagem foi refeita após a criação do Museu de Arte Sacra, seguindo o modelo original apodrecido. No ano de 2003 a imagem foi devidamente restaurada.

Desde seu surgimento a igrejinha de Santa Rita se tornou ponto obrigatório de visitação e ao longo de sua história serviu de inspiração para fotógrafos, poetas e pintores do Brasil e do mundo. A igreja é o único prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural em todo o Triângulo Mineiro.

Recentemente passou por reforma da instalação de uma cerca ao redor da igreja e foi realizado pela Casa do Artesão, com incentivos de empresas da cidade, por meio da Lei Rouanet. O orçamento total do projeto de restauração do prédio foi de aproximadamente R$ 770 mil.

A Fundação Cultural informa que todos os meses os fieis podem se preparar para a missa em louvor a Santa Rita, sempre no dia útil mais próximo do dia 22, às 18h30. A celebração é realizada pelo pároco da Paróquia de São Domingos.



Nosso Senhor dos Passos
Madeira Entalhada e Policromada
Século XIX
Alt 176 cm
Proveniente da Catedral de Uberaba 


Igreja de Santa Rita – 159 Anos
Hélio Ademir Siqueira* 

Os historiadores são unânimes em dizer que o período de maior prosperidade de Uberaba no século XIX, se deu em 1820 a 1859. Foi nessa época que a localidade, vencendo as etapas de dificuldades de sua fundação, alcançou as prerrogativas de vila e cidade.

Neste ambiente de comércio intenso e desenvolvimento constante, sob a proteção de seus padroeiros São Sebastião e Santo Antônio, a fé do povo se expandiu e mais uma capela foi erigida, dedicada a Santa Rita das Causas Impossíveis.

Cândido Justiniano da Lira Gama, devoto que era de Santa Rita, e em cumprimento de uma promessa para se livrar do vício da bebida, mandou construir em 1854 a pequena capelinha em louvor a Santa.

Em 1877, o tempo implacável com essa construção singela, solicita reparos urgentes que são providenciados pelo negociante Major Joaquim Rodrigues de Barcelos, também atendido por Santa Rita em seu pedido de se tornar pai. Em 1881, os padres dominicanos se estabeleceram em Uberaba realizando sua catequese na igreja de Santa Rita que se tornou pequena para tantos fiéis.

Os ritos sagrados são transferidos para a imponente Igreja de São Domingos inaugurada em 1904 e a igrejinha de Santa Rita permaneceu fechada ao culto religioso durante muitos anos, sofrendo com o desuso, mais uma vez, as consequências do tempo.

Enquanto outras igrejas mais imponentes eram construídas na cidade, Santa Rita se achava em ruínas, foi quando por volta de 1939, Gabriel Totti requisitou e conseguiu do recém criado Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional "IPHAN" o título de Monumento Histórico para a graciosa construção.

A Igreja de Santa Rita, pela sua singela beleza, tornou-se ponto obrigatório de visitas e ao longo de sua história, motivo de inspiração de pintores, poetas e fotógrafos - Anatólio Magalhães, José Maria dos Reis Júnior, Almeida Carvalho, Genesco Murta, Ovídio Fernandes e Hélio Siqueira pintaram muitas vezes e em muitos estilos o monumento aninhado na impotente colina, e tendo como pano de fundo um rico paredão verde. Em ruínas ou restaurado, fotógrafos, tais como o imigrante Ângelo Prieto e tantos outros, exploraram a sensibilidade para registrá-la e guardá-la como documentos para a prosperidade.

Com a criação da Fundação Cultural de Uberaba, seu primeiro Diretor, o poeta Jorge Alberto Nabut, com empenho do Arcebispo Dom Benedito de Ulhôa Vieira da Cúria Metropolitana, inauguraram o Museu de Arte Sacra no dia 11 de maio de 1987.

Hoje, a Igreja de Santa Rita é um espaço respeitado por todos nós, onde religiosidade, beleza e cultura se mesclam, enchendo de orgulho e fé a alma do povo Uberabense.

_____________
*Hélio Ademir Siqueira - Agente de Projetos Culturais da Fundação Cultural de Uberaba.





"ÍCONE" 
Pintura sobre madeira - Trípitico - Doação - Domitila Ribeiro Borges

Histórico: "Ícone" é uma palavra grega que significa "imagem", representação. No ícone, a Igreja não vê apenas um aspecto qualquer do ensinamento cristão, mas a expressão do cristianismo em sua totalidade.

Por isso, é impossível compreender ou explicar a arte eclesiástica fora da Igreja e de sua vida. O ícone, como imagem sagrada, é uma das manifestações da Tradição da Igreja. A veneração dos ícones do Salvador, da Mãe de Deus, dos Anjos e dos Santos é um Dogma da fé cristã que foi formulado no II Concílio Ecumênico de Nicéia (787) - um dogma que emana da confissão fundamental da Igreja: a encarnação do Filho de Deus. O ícone de Nosso Senhor é o testemunho de sua encarnação, verdadeira, não ilusória. O significado dogmático do ícone foi claramente formulado durante o período iconoclasta.


CONJUNTO DE CASULA
Tecido bordado com linha e fios de ouro - Ano - 1909
Doação - Dom Benedito de Ulhôa Vieira

Histórico - Conjunto de Casula, Estola, Manípulo, Pala e Véu do Cálice. Peças encomendadas na França por Generosa Liberal Pinto para Ordenação Sacerdotal do filho Pe. Gastão Liberal Pinto, em São Paulo (1909) que as usou novamente em 1934 ao sagrar-se Bispo de São Carlos (SP). Foram doadas pela mesma em 1948, a Dom Benedito de Ulhôa Vieira quando ordenou-se Sacerdote. O Bispo Emérito de Uberaba usou-o pela segunda vez em agosto de 1978, doando-os então ao Museu de Arte Sacra, do qual é fundador.

A Casula é bordada em relevo com fios de ouro e outros materiais. Apresenta nas bordas desenho primoroso inspirado na vegetação, tendo ao centro grande cruz barroca, com raios, flores de lis estilizadas, botões de rosas e outros vegetais, numa exuberante alegoria ao Sagrado Coração de Jesus. Na tradição católica, as Missas eram rezadas pelo Sacerdote de costas para os fiéis e de frente para o Altar. Daí a tradição de enriquecerem os paramentos litúrgicos na face vista pelos fiéis.


SANTA RITA DE CÁSSIA
Madeira Policromada - Ano - 1854 (aproximadamente) Acervo Museu de Arte Sacra

Esta escultura em madeira policromada de Santa Rita de Cássia, ou Santa Rita das Causas Impossíveis, é a única imagem que restou da Capelinha original erguida pelo advogado Cândido Justiniano da Lira Gama em 1854.

A imagem é caracterizada com o hábito das freiras Agostinianas - pintado de marrom escuro com pala branca e véu também marrom, cingindo a cintura uma cinta preta. Tem olhos de vidro. Santa Rita é representada com uma chaga na testa - segura na mão direita um Crucifixo (desaparecido) na esquerda uma palma entalhada e na cabeça um lindo resplendor de prata, raiado (não original). A base da imagem foi refeita após a criação do Museu de Arte Sacra, seguindo o modelo original apodrecido.

A imagem foi devidamente restaurada em novembro de 2003.

Histórico: Rita nasceu na pequena aldeia na região de Cássia/Itália, província da Úmbria, chamada Roccaporena, a 22 de maio de 1381, filha do casal Antônio e Amata. Os historiadores costumam afirmar que a Úmbria é terra de bandidos e Santos, dada a confusão em que vivia a Europa da época ameaçada principalmente pela invasão dos mulçumanos.

Foi nesse ambiente agitado que Rita viveu e deu seu testemunho de fé e santidade. Desde criança, convivendo numa família católica, Rita imaginava viver a felicidade dentro de um convento, único lugar reservado a paz e a meditação, mas muitos outros fatos vão se suceder antes que isso aconteça.

Aos 17 ou 18 anos Rita casa-se com o violento Paulo Ferdinando jovem famoso na região por suas mazelas e bebedeiras.

A região de Rita Contava com vários conventos dos frades agostinianos - famosos por sua santidade e pregadores do evangelho. Como provocação, Rita de Cássia perde o marido assassinado, e num curto espaço de tempo seus dois filhos que vão vingar a morte do pai.

Por amor a Deus Rita tenta colocar em prática sua decisão de infância, de tornar-se religiosa realizando seu antigo desejo de doação a Deus. Para que as rígidas regras do convento aceitassem a decisão de Rita, foi necessária muita persistência, pois os conventos não aceitavam viúvas.

Foi neste espaço de paz e fé cristã que Rita pode vivenciar tudo que aprendera com a doutrina de Santo Agostinho.

No ano santo de 1450, durante a celebração do Jubileu, Rita faz uma peregrinação a Roma e nesta caminhada penosa de Cássia até o centro do cristianismo, a chaga que Rita tinha aberta na testa, fecha-se como Milagre alcançado pela fé.

Santa Rita morreu no dia 22 de maio de 1457, contando 76 anos de idade.

A partir de sua morte cresceu a fama de sua santidade, manifestada através de vários milagres e o humilde convento das agostinianas de Cássia tornou-se ponto de peregrinação.

Por um privilégio singular Santa Rita nunca foi enterrada, seu corpo foi colocado em uma caixa de nogueira sob o Altar, permanecendo intacto até nossos dias na basílica a ela construída em 1925.

Rita foi beatificada em 1628 e a canonização foi realizada no dia de Pentecostes no ano santo de 1900. A devoção a Santa Rita se espalhou rapidamente pelo mundo e são muitas as homenagens que o povo lhe presta, através da construção de Igrejas, nomes de cidades, lojas e pessoas.


"RELÍQUIAS"
Conjunto de relíquias com 63 peças - Doação - Dom Benedito de Ulhôa Vieira

Uma relíquia é um objeto preservado para efeitos de veneração no âmbito de uma religião, sendo normalmente uma peça associada a uma história religiosa. Podem ser objetos pessoais ou partes do corpo de um Santo. O culto das relíquias atingiu seu apogeu no catolicismo. As relíquias são usualmente guardadas em receptáculos próprios chamados relicários.

Histórico: O primeiro exemplo do culto de uma relíquia por crentes cristãos surge em 156 em Smyrna (atual Esmirna na Turquia), a propósito do martírio de São Policarpo relatado, por exemplo, nas obras de Eusébio de Cesaréia. Depois de ter sido queimado na fogueira, os discípulos do mártir recuperaram os ossos calcinados do seu mestre e acolheram-os com objetos sagrados. Mais tarde diversos milagres foram atribuídos a esta relíquia e a busca por objetos semelhantes tornou-se cada vez mais popular, conduzindo, por exemplo, à descoberta da Cruz da Crucificação de Jesus Cristo em cerca de 318 d.C.

As relíquias e o culto aos Santos sempre ocuparam lugar de destaque na Igreja Católica desde seus primórdios. Estes costumes foram acentuados no século XVI quando houve o grande cisma em que o monge Martinho Lutero da Igreja Alemã colocou em dúvida a venda das indulgências.

As relíquias eram usadas nas Igrejas nas cerimônias após a Missa do dia do Santo.

Ex: São Sebastião - 20 de janeiro, Santa Rita - 22 de maio, Santa Cecília - 22 de novembro. Os fiéis em fila beijavam respeitosamente a relíquia que era apresentada pelos padres que oficializavam a cerimônia.


PIETÁ
Cerâmica Paulistinha
Século XVIII
Aquisição: Acervo do Museu de Arte Sacra

Na cronologia cristã "Pietá" significa "piedade". É a Mãe segurando o corpo do Filho morto momentos depois de retirado da Cruz.

É um tema recorrente de todos os artistas que sempre comunicam, através de suas obras, o momento dramático vivido por Maria.


Pesquisa: Hélio Siqueira
Auxiliar de Ação Cultural: Adriana Cristina Silva e Ozana Soares Durão
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