Ann Schneible
ROMA, (ZENIT.org)
Cerca de uma centena de jovens de todo o mundo se reuniram no último sábado de manhã para a celebração da missa na cripta da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Em seguida, participaram de uma peregrinação de 12 horas, a pé, pelas sete basílicas maiores de Roma.
Partindo de São Pedro, os peregrinos foram até São Paulo Extramuros, São Sebastião, São João de Latrão, Santa Cruz de Jerusalém, São Lourenço Extramuros, e, finalmente, Santa Maria Maior.
A peregrinação é organizada todos os anos pelo centro juvenil internacional San Lorenzo (CSL). A tradição de visitar as sete igrejas começou no século XVI, por iniciativa de São Filipe Neri.
A diretora do CSL, Marta Nardin, eslovena, explicou a ZENIT que a jornada significou para os participantes uma peregrinação interior. "Em cada basílica, os jovens peregrinos entravam mais a fundo no clima do fervor e da graça, seguindo as pegadas dos santos".
A voluntária do CSL Claire Poirrier, francesa, nos falou do senso de unidade que brota na peregrinação às várias igrejas. "Somos de países diferentes e aqui experimentamos de modo especial como a Igreja é grande, rezamos juntos e nos sentimos unidos por algo que é maior do que as nossas diferenças".
Peter Maka, de Toronto, estudante de filosofia na Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, juntou-se à peregrinação tanto por causa da sua importância histórica quanto pelo senso de comunhão com pessoas que compartilham a mesma fé. "Eu senti com mais viveza a presença dos santos nas igrejas que visitamos. E temos um benefício espiritual na indulgência que recebemos ao fazer esta peregrinação".
O pe. Fredrick Gruber, da diocese de Pittsburg, que também participou na peregrinação, conversou com ZENIT sobre "a grande lição de fé" que se recebe em cada uma das sete igrejas. Visitar esses basílicas, disse ele, “estimula o desejo de descobrir essas verdades. Se fazemos o esforço de vir até aqui, conseguimos tirar algo grande dessa experiência. Ficamos disponíveis para prestar mais atenção a tantas obras de arte, à lição da fé, às relíquias dos mártires e às relíquias de Nosso Senhor nessas igrejas".
Da perspectiva espiritual, diz o padre Gruber, a ideia da peregrinação "é significativa para fugir da vida cotidiana e para ficarmos abertos a experimentar a beleza, refletir sobre a verdade e ser inspirados pelo exemplo dos santos e dos mártires que nos precederam".
Para os jovens, em particular, o sacerdote considera que "é uma grande oportunidade de catequese, de aprofundamento na fé e de incentivo ao relacionamento e à amizade com os santos e entre eles próprios".
(Trad.ZENIT)
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As 7 (+1) Igrejas de Peregrinação de Roma
As igrejas de peregrinação foram uma ideia que surgiu no século XIII com o Papa Bonifácio VII, o qual decretou que quem visitasse a Basílica de São Pedro no Ano Santo de 1300 ganharia indulgência. Um bom motivo para fazer este passeio, ainda mais para os católicos, é o fato de que indulgências são conseguidas após conhecer as 7 igrejas, especialmente no Ano Santo.
Dentre as igrejas estão as 4 Basílicas maiores (só existem 4 e todas ficam em Roma) que são assim consideradas pois o Papa apenas é o patriarca delas. Com o tempo o número de igrejas foi aumentando até que no século XVI Santo Filippo Neri sugeriu o total de 7 igrejas.
1. Basílica de São Pedro
A mais famosa igreja de Roma, foi construída entre 1506 e 1626 e teve contribuição de vários arquitetos: Donato Bramante, Antonio Cordiani, Michelangelo, Vignola, Giacomo della Porta, Carlo Maderno e Gian Lorenzo Bernini. Ela tem uma área de mais de 23.000 m² e capacidade para 60.000 pessoas. Artisticamente ela possui dois estilos,o renascentista e o barroco (como demorou anos de obra houve essa transição). Na basílica o turista ainda pode ver várias obras de arte, como a Pietà de Michelangelo, o Baldaquino (sob ele está o túmolo de São Pedro) de Bernini e mais de 340 estátuas em toda a basílica.
2. Basílica de São Paulo Extramuros
Mais distante do centro de Roma, porém com acesso fácil é nesta basílica que está enterrado São Paulo. Esta é a segunda maior basílica de Roma e sua construção se iniciou no século IV e sempre foi sofrendo implementações, até que em 1823 ela sofreu um grande incêndio e boa parte desta obra renascentista foi destruída. O restauro começou logo e em 1840 foi concluído e adicionaram alguns elementos neo-clássicos, como o pórtico que foi feito em 1070 em Constantinopla. A igreja é muito bem adornada e ao mesmo tempo simples, não é tão extravagante como as outras e mesmo assim é uma das mais belas.
3. Basílica de São João de Latrão
Curiosamente esta é a Igreja Católica mais importante do mundo, é a Omnium Urbis et Orbis Ecclesiarum Mater et Caput (Mãe e Cabeça de todas as Igrejas de Roma e do Mundo). Ela recebe este título por ser Catedral de Roma, e como o Bispo de Roma é o próprio Papa esta Igreja fica duplamente importante (mais até que a Basílica de São Pedro). Na realidade esta basílica é um complexo arquitetônico muito rico em estilos e espaços, que variam desde o a arquitetura paleocristã e avança no tempo até o barroco. Historicamente ela sofreu a maior modificação em 1650 com Francesco Borromini e também em 1736 com Alessando Galilei que concluiu sua fachada barroca. Dentre suas principais relíquias estão a Escada Santa (escada que estava na entrada da sala de Pôncio Pilatos) e um obelisco egípcio do século XV a.C.
4. Basílica de Santa Maria Maior
Construída entre 432 e 440 foi a última Basílica a ser considerada Maior, construída originalmente em estilo romano ela sofreu várias modificações durante os anos até chegar no romano com adições do barroco. Localizada no centro de Roma ela faz parte dos principais passeios turísticos e tem o acesso fácil. Sua torre tem 75 metros de altura e em 1980 a UNESCO concedeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.
5. Basílica de Santa Cruz em Jerusalém
Perto da Basílica de Latrão, nesta igreja supõem-se que estão as relíquias da cruz e várias outras (você pode ver todas). A obra é de 350 e foi modificando tanto através dos séculos que hoje ela não mantém seu aspecto original, mas sim um de 1758.
6. São Lourenço Fora de Muros
Local do túmulo de São Lourenço esta igreja de 580 foi parcialmente destruída durante a II Guerra Mundial. Em 1948 ela sofreu uma restauração mas alguns aspectos foram perdidos e outros removidos.
7. Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor
Este Santuário foi adicionado na lista no ano 2000, pelo Papa João Paulo II que substituiu São Sebastião Fora de Muros. Está mais afastado do centro de Roma e na verdade é uma propriedade rural que tem duas igrejas uma de 1745 e outra de 1999. O lugar possui uma bela paisagem mas é o mais difícil de chegar e artisticamente o mais simples.
8. São Sebastião Fora de Muros
Esta é a Igreja +1, retirada da lista no ano 2000 ainda é muito visitada por fiéis e um dos passeios mais interessantes. Localizada na Via Ápia ela foi uma das primeiras catacumbas cristãs e local do túmulo de São Sebastião e também São Pedro e São Paulo (que foram retirados). A igreja atual é de Giovanni Vasanzio e foi concluída em 1613, lá é possível ver a última obra de Benini.
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