Faltavam
somente dois meses para o Natal, quando ele começou a quebrar igreja. Ele sabia
bem que aquela é uma paróquia pobre, e ainda assim não se deteve: pôs “na chón”
todo o presbitério. E digo mais: o autor do bota-abaixo não fez isso sozinho,
mas contou com o suporte moral e material dos paroquianos!
Dois
meses depois – dois meses! – na Noite de Natal, o Menino Deus foi acolhido em
um novo presbitério…
O resultado
ficou digníssimo e encantador. Bem diferente do presbitério de antes, que
parecia improvisado e era despido de graciosidade e de harmonia estética. São
exemplares o empenho de todos os fiéis que colaboraram com essa obra e a santa
loucura do Padre Demério Gomes, da Arquidiocese de Niterói – RJ. Em sua
página no Facebook, o padre escreveu:
“Há
três meses assumi o pastoreio de minha primeira paróquia. Naquela ocasião
dissemos que o centro de nosso ministério seria a Santíssima Eucaristia. Não
poderia ser distinto, pois dEla vive a Igreja.
No
primeiro mês já tínhamos conseguido restaurar e adquirir todos os objetos
litúrgicos, e lançamos uma proposta de um novo presbitério para acolher o
Senhor em Seu Natal. Coisas de padre jovem e louco…
Nossa
paróquia é pobre e não conta com muitos recursos, mas a fé dos fiéis superou as
limitações materiais.”
Deus Pai
quis que Seu Filho fosse recebido neste mundo em um berço de palha. E muita
gente usa isso como desculpa para justificar a falta de adorno artístico em certos
templos católicos e o desleixo com as coisas sagradas, “afinal, Jesus gosta é
de simplicidade”. Acorda, sem noção: você não é Deus Pai, você é um servo!
Caso São
José e Nossa Senhora – esta prestes a dar à luz – batessem na sua porta pedindo
um lugar, você os colocaria no melhor quarto da casa, ou os mandaria pro
quartinho dos entulhos? Quem sabe seria uma boa opção colocar a Virgem num
colchonete furado no canto da sala… Que tal?
O povo
esquece que o mesmo Jesus que nasceu na pobreza apreciou muitíssimo a homenagem
da mulher que derramou um vaso inteiro de perfume de nardo sobre Sua cabeça (o
valor equivaleria, hoje, a milhares de reais). Alguns dos presentes acharam que
aquilo era “desperdício”, pois o perfume poderia ser vendido para ajudar os pobres;
mas Jesus disse que a mulher fez bem, e por isso sua boa obra seria lembrada
para sempre (Mc 14,3-9).
Influenciados
por podres ideologias, alguns católicos não se incomodam com a penúria estética
de suas igrejas. Já falamos sobre isso no post sobre as igrejas feias (veja aqui) e sobre o objetivo da arte sacra
(veja aqui). Esse é o mesmo tipo de gente que,
quando realiza uma obra para os pobres, faz sempre algo de gosto duvidoso, bem
fuleira. Quanta diferença do pensamento de Padre Pio de Pietralcina!
Em 1956,
Padre Pio inaugurou a Casa de Alívio do Sofrimento (foto acima), um
complexo hospitalar para atender aos doentes pobres. Além da grandiosidade, a
obra se destacava pela beleza; os ambientes eram cuidadosamente decorados,
inclusive com obras de arte. Em vez de dar glória a Deus e se alegrar pelos
pobres, muita gente achou o luxo excessivo. E assim o santo respondeu:
“Muito
luxuosa? Se possível, eu teria feito a Casa do Alívio de ouro, porque o doente
é Jesus, e tudo é pouco quando é feito para o Senhor! Certamente que é
luxuosa!”
Sim, tudo
é pouco quando é feito para Jesus. Graças a Deus, não é só Padre Pio que acha
isso. Além da comunidade do Padre Demétrio, há muitos mais casos positivos,
como o da Paróquia dos Sagrados Corações, em Londrina-PR. A foto abaixo mostra
o “antes”.
Reparem
na bola que irradia uma luz vermelha: é o sacrário (local em que se guardam as
Santas Hóstias Consagradas), em forma de grobo frutuântchy! Pra dar um toque
especial, ainda penduraram um banner pedindo pro povo dar o dízimo, bem
no presbitério. Mas que coisinha ispilicute! SQN…
Calma,
gente! Aquilo é passado. Alguma boa alma convocou o artista Sérgio
Ceron, e o presbitério ficou assim…
Neste
novo ano, que a beleza dos nossos templos nos inspire a odiar tudo o que temos
de feio em nossa alma, e a deixar que Jesus faça a sua obra de restauração em
nossos corações.
*****
Fonte: O Catequista com a ajuda de Rafael Cresci.
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