Catedral de Campinas (SP) tem início da 2ª fase de restauro adiado para janeiro

Obra foi prorrogada para não atrapalhar movimento no Centro no fim do ano. Etapa envolve restauração de área externa da igreja, como fachada e torre.

Arquiteto apresenta projeto de restauro da fachada
da Catedral. (Foto: Alfredo Morgante/EPTV)

A segunda fase da restauração da Catedral Metropolitana de Campinas (SP), prevista para outubro, foi adiada para janeiro de 2014 para não atrapalhar o movimento do comércio na região central da cidade no período de vendas de fim de ano. A etapa, que começou a ser projetada em 2007, envolve a recuperação da área externa da igreja, como as fachadas, além da torre, campanário, cúpula e decoração.

A remodelação da estrutura elétrica e de comunicação também estão incluídas no projeto, que tem custo total estimado de R$ 7,1 milhões. No domingo (8), dia de Nossa Senhora da Conceição e padroeira da cidade, o templo completa 130 anos de inauguração. A verba para restauro da fachada da Catedral – orçado em R$ 1,4 milhão – já foi arrecadado com doações de bancos por meio da Lei Rouanet e o contrato com a construtora que executará o projeto já foi assinado, de acordo com o arquiteto responsável pela obra há 13 anos, Ricardo Leite Filho.

Ao longo do processo, o processo de captação do restante dos recursos continua para a recuperação das fachadas lateral e posterior, a parte elétrica da fachada, condutores de água pluvial e pontos e iluminação e de sonorização será refeita. O arquiteto explica ainda que será feito um estudo de prospecção para saber quais eram as cores originais da Catedral.

No processo de pesquisa, será necessário examinar cada uma das pinturas existentes na fachada que serão removidas durante o trabalho de recuperação. Ricardo Leite Filho acredita que as cores finais sejam branco e ocre. A igreja é considerada a maior no mundo construída em taipa de pilão.

O projeto da primeira fase do restauro da catedral teve início em 2000, com as obras concluídas em 2005. A etapa abrangeu a troca do telhado do templo para eliminar as infiltrações, além da restauração do teto, parte hidráulica e elétrica, além de três grandes lustres de cristais que ficam na nave central. Os recursos financeiros, no valor de R$ 1,5 milhão, também foram captados por meio da Lei Rouanet, vindos da iniciativa privada.

Complexo religioso e cultural

Reprodução de imagem da Catedral de Campinas
após inauguração. (Foto: Reprodução EPTV)

O restauro é parte de um projeto que pretende tornar a Catedral um complexo religioso e cultural, além de prepará-la para ser âncora turística da cidade para grandes eventos que vão atrair turistas para o país próximos anos, como a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. Durante os preparativos para Jornada Mundial da Juventude, o Museu Arquidiocesano, no interior da Catedral, registrou a visitação de mais de 1 mil jovens de países como França, Chile, Indonésia, Polônia, Espanha, Estados Unidos e Canadá, entre outros.

A Catedral Metropolitana de Campinas foi reconhecida como patrimônio histórico, arquitetônico, religioso e cultural da cidade em 1988 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), além de ter sido tombada em 1981 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio  Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) do estado de São Paulo. O Ministério da Cultura também analisa pedido de tombamento do templo como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Localizado na Praça José Bonifácio, s/n, no Centro, junto ao calçadão da Rua 13 de Maio, a Catedral Metropolitana de Campinas foi inaugurada em 8 de dezembro de 1883. A igreja levou 76 anos para ser construída. Seus altares e ornamentos esculpidos são trabalhados e ricos em detalhes, representando importante exemplo no estilo barroco/rococó, lapidado por artistas importantes, como Vitoriano dos Anjos e Bernardino Sena.

Fonte: G1 Campinas e Região