Durante o século XVIII, os oratórios foram objetos bastante difundidos
no país. Curadora da exposição “Oratórios – Relíquias do Barroco
Brasileiro”, em cartaz no Museu de Artes e Ofícios, a empresária Angela
Gutierrez frisa que eles funcionavam como pequenas capelas, permitindo
às pessoas a manifestação da fé em lugares onde às vezes era difícil se
deslocar até uma igreja.
“No passado, eles foram muito úteis especialmente porque o nosso
território é muito grande e as pessoas encontravam nos oratórios uma
maneira de manter contato com a religiosidade, apesar das distâncias. A
partir do século XX, contudo, eles entraram em desuso e foram até
desprezados. Mais recentemente é que houve um retorno à apreciação
dessas peças no nosso país”, observa Angela.
Oriundo do Museu do Oratório de Ouro Preto, o acervo é composto por 115
peças, que, no conjunto, apresentam uma síntese desse segmento no
universo da arte sacra desenvolvida aqui.
"São diversas as tipologias. Há desde oratórios de viagem àqueles que
têm em sua composição traços da cultura africana. São exibidos alguns
pequenos, muito utilizados em quartos até os grandes que eram expostos
em salas. Quem não entende muito sobre o assunto vai poder ter uma ideia
melhor do que são esses objetos e do seu uso em diferentes momentos de
nossa história”, diz a curadora.
Antes de aportar em Belo Horizonte, essa exposição foi vista no Centro
Cultural de Quito, no Equador; no Museu Nacional de Belas Artes do Rio
de Janeiro; e também em Tatuí, interior de São Paulo, além de
Tiradentes, em Minas Gerais. A itinerância, de acordo com Angela, é um
trabalho frequentemente realizado pelo museu fundado por ela em 1998.
Embora menor do que outros projetos, esse cumpre, na visão dela, o
papel de oferecer um panorama do tema aos visitantes. Além de servir
como uma introdução para os poucos familiarizados, a mostra também
permite aos interessados nessas peças tecer comparações entre os
diferentes estilos ali encontrados.
“O barroco em Minas Gerais, por exemplo, influenciou grande parte da
produção realizada aqui. Dessa forma, cada obra de diferentes regiões
traz algumas particularidades. Aquelas criadas no litoral são mais
coloridas, enquanto outras de cidades mineiras se mostram mais austeras,
escuras e fechadas, porém igualmente interessantes”, diz Angela.
*Especial para o Pampulha
Oratórios – Relíquias do Barroco Brasileiro
Museu de Artes e Ofícios (pça. da Estação, s/nº, centro). Terças e
sextas, das 12h às 19h; quartas e quintas, das 12h às 21h; sábados,
domingos e feriados, das 11h às 17h. Entrada franca. Até 6 de janeiro de
2014
Fonte : O TEMPO
Nenhum comentário:
Postar um comentário