Concerts avec plusieurs instruments
"Formada em 2007 por Paulo Henes, a Orquestra Arte Barroca tem como
proposta interpretar o repertório camerístico e orquestral dos séculos XVII e
XVIII. Com entusiasmo, estudo e idealismo, procura aperfeiçoar sua interpretação
orientando-se pelo estudo de tratados de época do período Barroco, por meio de
elementos estilísticos, históricos e biográficos. Busca também uma sonoridade
diferenciada utilizando-se de cópias de instrumentos barrocos usados nas
orquestras daquele período. Além de violinos e violas, usa outros instrumentos
que compunham o baixo contínuo, tais como violoncelo, contrabaixo, guitarra
barroca, teorba e cravo. Sua pesquisa de repertório em bibliotecas da Europa e
em sites especializados procura trazer ao público obras de compositores menos
conhecidos e de execução ainda inédita".
Paulo
Henes – Spalla e Diretor
Artístico
Solista Convidado: Cesar Villavicencio – flauta doce
Pedro
Ribeiro – flauta doce
Renan
Vitoriano, Beatriz Ribeiro, Marcelo Eduardo Borges, Otávio Colella e Veridiana
Oliveira – violinos
William
Coelho e Mauro Viana – violas
Pedro
Beviláqua e Rafael Ramalhoso – violoncelos
Gilberto
Chacur – contrabaixo
Fernando
Cardoso – cravo
Cesar
Villavicencio (solista) – flauta doce
Formado no Conservatório Real de Haia,
Holanda, onde estudou com Ricardo Kanji, é pesquisador e intérprete da música
dos séculos XVII, XVIII e também se dedica à música contemporânea e à
improvisação livre. Possui doutorado em Música pela University of East Anglia, Inglaterra, e concluiu recentemente
pós-doutorado no Departamento de Música da ECA/USP (Fapesp). Atualmente é professor de flauta
doce na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Em 2009 gravou junto de Ricardo
Kanji um CD com duos de flauta doce. Participou de concertos e gravações
integrando a Amsterdam Baroque Orchestra
sob a direção de Ton Koopman e Les Arts
Florissants conduzida por William Christie. Como pesquisador tem orientado
projetos e apresentado trabalhos no Conservatório Real de Haia e em diversas universidades
dos Estados Unidos e do Brasil.
Concerts avec plusieurs instruments
Poucas palavras tem a possibilidade
de encerrar em si mesma definições tão díspares quanto na etimologia do termo Concerto.
De acordo com a ideologia de cada época, este termo tomou esta ou aquela
feição, tanto podendo significar "consenso",
"concordância", quanto "disputa entre duas forças", e seu
reflexo na prática musical pode ser observado de ambas as maneiras até nossos
dias. Metaforicamente, podemos pensar que este gênero representa musicalmente a
eterna busca do homem pela sua afirmação e colocação individual dentro do
contexto coletivo, tornando-se assim um dos conceitos mais representativos do
imaginário social até nossos dias.
Nesta série dedicada às diversas
manifestações concertantes, é possível vislumbrar essas dicotomias a cada nota
musical do programa. O apelo do indivíduo perante o mundo que o cerca é aqui
anotado pelo Concerto para Flauta Contralto, de Antonio Vivaldi. Sabendo
que praticamente a íntegra de seus concertos solistas foi destinado às meninas
do orfanato della Pietá, este concerto representa algo como uma prova de
valor, uma demonstração da capacidade deste ser perante a sociedade que o
renegou.
Mais emblemático até do que este ente
destacado em seu meio é o fato de mais de um ter alcançado tal sucesso, como no
caso do Concerto para quatro violinos, de Georg Philipp Telemann. Este
concerto extremamente original e habilmente trabalhado apresenta uma formação
que aponta uma característica peculiar: a ausência de um baixo contínuo para
suportar os arroubos solistas. São a pura manifestação individual desatada do
concílio que a geriu.
Do outro lado desta disputa de egos
está a coletividade, unificada e maciça, onde impera a concordância e a junção
de forças. Este somante de indivíduos age como uma sobreposição de ideais,
auxiliando-se e completando-se em prol da vontade comum. Esta manifestação é
claramente o mote assinalado pelo Concerto Grosso Op. 6 Nº 12 do mais
inglês dos alemães, Georg Friedrich Haendel. Por meio de um grande
aproveitamento de material temático de outras composições e compositores –
concordando com a ideia de que se algo é bom, deve estar ao alcance de todos -,
aqui um pequeno grupo de solistas internos "lideram" as intenções musicais
do todo, sem se preocupar com seus próprios anseios, e sim com o interesse
geral, como o próprio seio democrático, tão idealizado na contemporaneidade.
Pondo fim a este dualismo encontra-se o Concerto de Brandenburgo nº 4,
de Johann Sebastian Bach. Representando a amálgama desses valores e
justificando o título do programa, este “concerto com muitos instrumentos” -
segundo anotado no manuscrito original - consagra a virtuosidade individual
conciliada com perfeição ao contexto coletivo, provando que estes não precisam
ser auto-anuláveis e, ao contrário, rendem frutos muito mais doces quando
entram em entendimento. Aqui, os instrumentos solistas complementam-se e
dialogam eloquentemente com seus opostos. Em tempos de constantes conflitos
ideológicos, cabe uma reflexão acerca da colocação das nossas atitudes perante
a sociedade como um todo, ao próximo, e a nós mesmos.
As boas ideias são as que permanecem atuais, a despeito da época, do
lugar, ou do momento que foram proferidas, e assim são os concertos presentes neste
programa, autênticos representantes do pensamento humano atemporal.
Textos de: Ricardo Tanganelli.
Concerts avec plusieurs instruments
GEORG FRIEDRICH HÄNDEL (1685 - 1759)
CONCERTO GROSSO em Si menor para cordas e basso continuo, Op. 6
No. 12 - HWV
330
I. Largo
II. Allegro
III. Aria. Larghetto e piano
IV. Largo
V. Allegro
ANTONIO VIVALDI (1678-1741)
CONCERTO em Dó menor para flauta doce contralto, cordas e basso
continuo - RV 441
I. Allegro non molto
II. Largo
III. Allegro
GEORG PHILIPP TELEMANN (1681 – 1767)
CONCERTO para quatro violinos em Sol maior sem basso continuo,
No. 1, TWV 40:201
I. Largo e staccato
II. Allegro
III. Adagio
IV. Vivace
JOHANN SEBASTIAN BACH (1685 - 1750)
CONCERTO DE BRANDENBURGO No. 4 em Sol maior para violino, duas flautas
doces,
cordas e basso continuo - BWV 1049
I. Allegro
II. Andante
III. Presto
Duração : 50 min
- Data: 09/11/13, Sábado
- Horário: 20h
- Nome da série ou evento: FAU em Concerto
- Intérpretes: Orquestra Arte
Barroca. Solista convidado: Cesar Villavicencio, flauta doce. Solistas
da orquestra: Pedro Ribeiro, flauta doce e Paulo Henes, violino.
- Programa: Concerts Avec Plusieurs Instruments
G. F. Handel - Concerto Grosso Opus 6 No. 12. HWV 330
A. Vivaldi - Concerto em Dó menor para flauta doce contralto. RV 441
G. P. Telemann - Concerto para 4 violinos No.1. TWV 40.201
J. S. Bach - Concerto Brandemburguês No. 4 para violino, 2 flautas doces e baixo contínuo. BWV 1049
- Local: Escola Waldorf Rudolf Steiner
- Endereço: Rua Job Lane, 900, Alto da Boa Vista, São Paulo - SP
- Telefone de contato: 5523 6655
- Valor dos ingressos: Entrada franca
- Lotação: aproximadamente 800 lugares
Classificação indicativa livre
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