(11/04/12)
Um clima de grande cordialidade caraterizou o concerto que o Presidente
da República italiana, Giorgio Napolitano, ofereceu nesta sexta à tarde
ao Papa, no início do sétimo ano de pontificado. A orquestra e o coro
da Ópera de Roma, dirigidas pelo Maestro Ricardo Muti, executaram três
peças de dois compositores italianos: o Magnifica em sol menor, de
António Vivaldi; e o “Stabat Mater” e o “Te Deum” – de Giuseppe Verdi.
Um concerto todo italiano, portanto, como sublinhou o presidente
Napolitano, a introduzir o serão, agradecendo a Bento XVI pela
“solicitude e confiança” que revela em relação à nação italiana. Por
outro lado, uma profunda partilha de preocupações e de objetivos pelas
vicissitudes do mundo, que progride, mas que leva também consigo o peso
de regressões e de antigos flagelos – observou o Presidente italiano,
que mencionou também as alarmantes perseguições contra os cristãos no
Médio Oriente, e a crise económica. “Num momento difícil como este –
acrescentou Napolitano – conforta a atenção do Papa à unidade europeia e
à leitura ética da crise, que exige que se estabeleçam novos parâmetros
de bem-estar”.
Temas enfrentados também no cordial colóquio antes
do concerto, em que o Papa exprimiu o seu afeto pela Itália e a sua
proximidade neste “momento árduo e exigente”. Depois a música e o Papa,
no coração das peças executas, a começar pelo Magnificat de António
Vivaldi:
“O Magnificat que escutámos è o canto de louvor de Maria e
de todos os humildes de coração, que reconhecem e celebram com alegria e
gratidão de Deus na própria vida e na história de Deus que tem um
estilo diferente do do homem, porque se coloca ao lado dos últimos, para
lhes dar esperança”
Se era o louvor, a ação de graças e o
deslumbramento perante a obra de Deus assinalam a música de Vivaldi,
muda completamente o registo nas duas peças sacras de Verdi :
Se
“piedade, súplica e aspiração à glória se alternam no “Stabat Mater”, no
“Te Deum” há uma sucessão de contrastes. Contrariando a tradição de
tratar o Te Deum como o canto das vitórias militares e das coroações
reais ou imperiais, Verdi exprime não só a exultação inicial (Te Deum),
mas contempla também Cristo incarnado (Sanctus), que liberta e abre ao
Reino dos Céus, para passar depois, na invocação do “Judex venturus” a
exprimir o apelo à misericórdia, concluindo o coro a cantar “In Te,
Domine, speravi”, como uma oração do próprio Verdi pedindo esperança e
luz no percurso final da sua vida terrena.
“Caros amigos, faço
votos de que esta tarde possamos repetir a Deus, com fé: ‘Em Ti Senhor,
ponho, com alegria, toda a minha esperança. Faz com que eu te ame como a
tua Santa Mãe, para que à minha alma, no termo do caminho, seja dada a
glória do Paraíso”.
Fonte: Rádio Vaticano
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