Quadro Estudo de Cristo representa Jesus crucificado
BARCELONA,(ZENIT.org)
Pesquisadores do Centro de Arte da Época Moderna (CAEM) da
Universidade de Lérida (UdL), Espanha, descobriram um quadro do pintor
valenciano Joaquín Sorolla, intitulado Estudo de Cristo e datado em 1883, nos primeiros anos de formação do artista.
Segundo
a UdL, é uma tela de especial singularidade, dotada de muita força, de
temática pouco desenvolvida depois da sua juventude e de alto valor
artístico. O quadro retrata Cristo na cruz.
Os especialistas do CAEM, liderados pelo catedrático de História da
Arte Ximo Company, analisaram a obra com estudos técnicos de
fluorescência e luz ultravioleta e com refletografias digitais através
de infravermelhos e radiografias. Todas as provas evidenciaram a
originalidade da obra, sem fragmentações nem superexposição. A tela mede
97x62 centímetros e tem uma assinatura ilegível.
A obra estava documentada no catálogo A vida e a obra de Joaquín Sorolla,
elaborado por Bernardino de Pantorba em 1953, no capítulo sobre quadros
em mãos de particulares ou de paradeiro desconhecido. Segundo Company, a
obra é de qualidade extrema e teria sido feita na etapa de Sorolla como
assistente e iluminador do estúdio de fotografia de Antonio García, que
mais tarde seria seu sogro.
“Pertence à época mais acadêmica, antes que ele soltasse o próprio
traço”, explicou o catedrático. “A pincelada, a preparação da tela e a
gama cromática coincidem com as que o criador valenciano usou nos anos
de juventude”, completou. “É uma pincelada valente, atrevida, solta, que
já dá certa clareza sobre o estilo que ele adotaria”.
Segundo a UdL, a descoberta abre a porta para novas pesquisas sobre
uma etapa desconhecida do pintor, um dos mais aclamados da transição de
séculos entre o XIX e o XX.
***
Joaquín Sorolla y Bastida (27 de Fevereiro de 1863, Valência - 10 de Agosto de 1923, Cercedilla),
na fase inicial da sua carreira, foi dos mais tradicionais. Ele cumpriu
toda a trajetória considerada necessária na época para o pintor que se
valorizasse como acadêmico. Entretanto, a partir de 1900,
seu estilo se revelou de forma espetacular, manifestando-se em
pinceladas rápidas e carregadas de tinta, que em poucos traços plasmavam
a rica e vibrante gama de cores das praias e transeuntes que ocupavam
suas telas.
Em poucos anos sua técnica notável o tornaria mundialmente famoso, chegando a pintar um enorme friso para a Hispanic Society de Nova Iorque, recriando diferentes regiões da Espanha, embora com um resultado irregular. Conhecido como o Pintor da Luz, foi o mais prolífico dos pintores espanhóis, com mais de 2 200 obras em seu poder, além de ser um retratista notável. Entre essas deve-se ressaltar seu retrato de Juan Ramón Jiménez.
Fonte: Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário