segunda-feira, 14 de maio de 2012

Espanha: descoberta obra religiosa de Sorolla

Quadro Estudo de Cristo representa Jesus crucificado

BARCELONA,(ZENIT.org)

Pesquisadores do Centro de Arte da Época Moderna (CAEM) da Universidade de Lérida (UdL), Espanha, descobriram um quadro do pintor valenciano Joaquín Sorolla, intitulado Estudo de Cristo e datado em 1883, nos primeiros anos de formação do artista.
Segundo a UdL, é uma tela de especial singularidade, dotada de muita força, de temática pouco desenvolvida depois da sua juventude e de alto valor artístico. O quadro retrata Cristo na cruz.
Os especialistas do CAEM, liderados pelo catedrático de História da Arte Ximo Company, analisaram a obra com estudos técnicos de fluorescência e luz ultravioleta e com refletografias digitais através de infravermelhos e radiografias. Todas as provas evidenciaram a originalidade da obra, sem fragmentações nem superexposição. A tela mede 97x62 centímetros e tem uma assinatura ilegível.
A obra estava documentada no catálogo A vida e a obra de Joaquín Sorolla, elaborado por Bernardino de Pantorba em 1953, no capítulo sobre quadros em mãos de particulares ou de paradeiro desconhecido. Segundo Company, a obra é de qualidade extrema e teria sido feita na etapa de Sorolla como assistente e iluminador do estúdio de fotografia de Antonio García, que mais tarde seria seu sogro.
“Pertence à época mais acadêmica, antes que ele soltasse o próprio traço”, explicou o catedrático. “A pincelada, a preparação da tela e a gama cromática coincidem com as que o criador valenciano usou nos anos de juventude”, completou. “É uma pincelada valente, atrevida, solta, que já dá certa clareza sobre o estilo que ele adotaria”.
Segundo a UdL, a descoberta abre a porta para novas pesquisas sobre uma etapa desconhecida do pintor, um dos mais aclamados da transição de séculos entre o XIX e o XX.

***

Joaquín Sorolla y Bastida (27 de Fevereiro de 1863, Valência - 10 de Agosto de 1923, Cercedilla), na fase inicial da sua carreira, foi dos mais tradicionais. Ele cumpriu toda a trajetória considerada necessária na época para o pintor que se valorizasse como acadêmico. Entretanto, a partir de 1900, seu estilo se revelou de forma espetacular, manifestando-se em pinceladas rápidas e carregadas de tinta, que em poucos traços plasmavam a rica e vibrante gama de cores das praias e transeuntes que ocupavam suas telas.
Em poucos anos sua técnica notável o tornaria mundialmente famoso, chegando a pintar um enorme friso para a Hispanic Society de Nova Iorque, recriando diferentes regiões da Espanha, embora com um resultado irregular. Conhecido como o Pintor da Luz, foi o mais prolífico dos pintores espanhóis, com mais de 2 200 obras em seu poder, além de ser um retratista notável. Entre essas deve-se ressaltar seu retrato de Juan Ramón Jiménez.

Fonte: Wikipédia

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