Imagem foi encontrada por pescador em 2014
A imagem de uma santa encontrada no rio Itapecerica em Divinopólis, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, em novembro de 2014, está gerando polêmica na cidade. A santa de madeira de 80 centímetros de altura foi colocada no gabinete do prefeito.
Isso levou o advogado Robervan Gomes Costa de Faria, morador da cidade, a questionar o fato da peça sacra ainda não ter sido estudada. Ele questiona a relevância histórica da peça, e inclusive fez um pedido para que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) investigue o caso.
“O gabinete não é lugar para ficar esse tipo de imagem. Nós temos um museu municipal, essa peça deveria ficar lá com acesso da população. Ela é uma peça muito importante para a sociedade, foi achada em um rio que é público e tem valor histórico e afetivo para os moradores da cidade. O local onde essa imagem vai ficar deveria ser escolhido em conjunto com a sociedade”, reclama Robervan.
O advogado também alega que a peça foi encontrada há mais de um ano e que até agora a prefeitura não identificou sua relevância para a população e de onde ela veio. “Essa imagem pode ter sido roubada de alguma igreja, por isso é preciso fazer uma investigação profunda sobre ela”, avalia Faria.
O MPMG informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que já recebeu a denúncia do advogado, protocolada no último dia 26 de novembro, porém a promotoria ainda não pegou o caso. A prefeitura da cidade, por meio da assessoria de imprensa, confirmou que a peça está na prefeitura e disse que a origem e a relevância da peça ainda estão sendo estudadas.
“Já mandamos fotos dele para alguns especialistas. Consultamos cidades próximas, como Ouro Preto e São joão Del Rey. Chegaram a aparecer algumas pessoas dizendo que a peça pertencia a família delas, porém nada foi constatado. Ela já integra o acervo do município e pode ser que ela seja colocada em nosso museu ou em outro lugar de direito, no entanto estamos esperando para descobrir a história dela, até para que ela seja exposta com as informações”, explicou o secretário municipal de cultura, Bernardo Rodrigues.
De acordo com ele, a peça também pode ser de alguma família, já que está com um braço quebrado e no interior é costume se jogar as imagens sacras quebradas em água corrente. “Nós ainda estamos tentando descobrir qual santa que é e qual sua origem. Esse processo é longo e demorado já que se baseia em fatos históricas”, enfatizou Rodrigues.
A imagem foi encontrada no dia 22 de novembro de 2014. Na época, trabalhadores realizavam a retirada de aguapés do rio Itapecerica quando encontraram a imagem, que foi entregue para a prefeitura da cidade.
A prefeitura da cidade encaminhou a reportagem de O TEMPO uma nota do Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico de Divinópolis que diz: “O conselho entende que a imagem não pode ainda ser considerada um patrimônio histórico municipal, sugerindo ao Executivo que seja feita avaliação das propriedades artísticas da imagem, por profissional técnico especializado. Ressalte-se que, estando sob a guarda do município, não há objeção à sua permanência no palácio da municipalidade, onde estará segura e preservada”, afirma.
Por Natália Oliveira
Por Defender
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