Sempre fui um apaixonado por arte, literatura, e uma boa
música. Quem não pararia e contemplaria um Phartenon ou um Coliseu? O que dizer
das belíssimas pinturas de Rafael ou da Vinci? O que dizer sobre a Divina
Comédia de Dante, considerada por muitos uma das maiores elaborações literárias
de todos os tempos? Como não apreciar as composições de Bach ou Mozart?
A figura do “Bom
Pastor” é encontrada nas catacumbas romanas. Neste período, os cristãos eram
perseguidos pelos romanos pagãos. Eles, portanto, tinham no Senhor, o Pastor da
comunidade cristã, o seu refúgio. Já o Pantocrator (termo grego que significa
“Onipotente”) apresenta um Cristo onipotente, majestoso, representando assim, o
apogeu de um cristianismo imperial.
Ao partirmos da premissa segundo a qual
a arte é expressão de uma filosofia, olhamos para os séc. XII e XIII e vemos uma cristandade, ou seja, uma
sociedade amplamente embebida de valores cristãos, ordenada pela Igreja. Neste
sentido a arte passa a expressar através de suas esculturas, pinturas e demais
construções uma sociedade cristianizada, em outras palavras, uma sociedade
humana que volta-se para o Eterno, para a luz, para a Sabedoria divina. Esta arte é a gótica.
Nesta imagem ao lado, vemos um vitral gótico em
formato circular, uma rosa de pedra e vidro, sempre encontrada na frente das
catedrais, que representa o universo, uma realidade criada por Deus em ordem e
harmonia. Neste vitral encontramos uma hierarquia dos seres. No centro está
Nossa Senhora, a mais perfeita criatura de Deus.
A arte gótica surgiu no século XII e
perdurou até o surgimento do renascimento em Florença no séc. XV. Nada é mais
significativo nesta arte do que as grandes Catedrais que reinaram de forma
soberana nas cidades medievais, e ainda hoje encantam pessoas por sua beleza e
por sua nobreza.
Uma arte feita por homens capaz de transcender ao espiritual.
Segundo o historiador eclesiástico Daniel Rops, em sua obra A Igreja das Catedrais e das Cruzadas
(Ed. Quadrante, 2012), todas as épocas tiveram uma obra que as representasse,
mas nenhuma época foi tão bem expressa artisticamente em sua totalidade como a
Idade Média ocidental através das Catedrais.
As
Catedrais góticas podem ser vistas como uma janela para o Eterno. Não há como
entrar em uma delas sem sentir-se fascinado, tocado por algo que é superior a
inteligência humana, algo maravilhoso, e que por mais que nos seja superior nos
faz desejar buscá-lo. Queremos buscar o Eterno, e neste caso, buscar a Deus.
Sua arquitetura é projetada de modo com que a luz seja abrangente dentro da estrutura
(os vitrais góticos constituem uma novidade em relação ao estilo anterior – o
românico).
Nas Catedrais góticas, que já foram
chamadas de “Bíblias de pedra” ou até “Sumas teológicas de pedra” (em
referência à obra de Sto. Tomás de Aquino), percebemos elementos da filosofia
medieval: a harmonia, a ordem, a
grandeza de Deus, a obra criadora da Sabedoria divina, e principalmente
a necessidade do Homem de buscar a Deus, que é Pai criador, que é Sabedoria
eterna que se encarna na história, que é Espírito de Amor.
Leonardo
Silva, 24
anos
Seminarista
da Diocese de Guarulhos
2º
Ano de Teologia
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