Por Felipe Melo – Juventude Conservadora da UnB
Retirado do Fratres in Unum
Recentemente, uma série de distúrbios
seriíssimos estourou no Oriente Médio e cercanias em virtude de um filme
caseiro que fazia troça de Maomé e dos muçulmanos. Aproximadamente uma
centena de pessoas foram mortas nos protestos que rasgaram o mundo
islâmico – inclusive o então embaixador dos Estados Unidos na Líbia,
Chris Stevens –, centenas de milhares de pessoas foram mobilizadas por
clérigos islâmicos para mostrar a sua revolta de modo sangrento, e os
velhos discursos contra o “Grande Satã” do Ocidente ecoaram novamente
com força total. Curiosamente, a tradução e divulgação do filme no mundo
islâmico foi promovida justamente por grupos radicais.
A celeuma estava pronta. Diversas
lideranças mundiais condenaram tanto o filme (bobo e de muito mau gosto)
quanto sua instrumentalização pelos líderes islâmicos, o diretor do
filmeco teve o nome e o endereço divulgado pelas autoridades americanas,
diversas ações judiciais correram o mundo, inclusive no Brasil, para
proibir seu acesso, e, como só ia acontecer, a turma de plantão do
pluralismo e tolerância rosnou junto com os radicais.
Agora, vejam a imagem abaixo:
Essa, senhoras e senhores, é a capa da
edição de outubro da revista Placar. Para qualquer pessoa com um mínimo
de senso das coisas, essa capa parece desnecessariamente apelativa. Por
quê? Ela nivela duas figuras essencial e completamente diferentes:
endeusa alguém à custa da secularização de Alguém que, para 1/3 do gênero humano,
é Deus feito homem. Comparar Neymar a Jesus Cristo, sobretudo da forma
como isso foi feito, é, no mínimo, uma maneira bastante discutível de
aumentar as vendas de uma revista – o que parece ser o único desejo da
editora em questão. Para muitas pessoas, e eu me incluo nessa conta,
essa capa não é apenas inadequada, mas despropositadamente ofensiva.
Decerto não veremos o Papa Bento XVI ou
qualquer outro líder cristão de importância mundial conclamando uma
guerra santa contra a revista, nem haverá aglomerações de pessoas em
passeata atirando para o alto e atacando a polícia, muito menos matando
qualquer pessoa, por conta dessa capa lamentável. Mas engana-se quem
pensa que devemos ficar simplesmente passivos diante de algo
aparentemente sem importância: é nosso direito – e, sobretudo àqueles
que abraçam a fé cristã, um dever – manifestar nosso repúdio.
Acessem a página da revista Placar
em que se encontra a notícia da capa e deixem seu comentário. Divulguem
para outras pessoas e peçam que façam o mesmo. Não deixem isso passar
em branco. E vamos esperar para ver se nossos amigos politicamente
corretos dedicarão suas excelsas atenções a esse fato.
***
CNBB repudia o uso da imagem de Cristo em capa de revista esportiva.
Nota de Repúdio
Por CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil, CNBB, manifesta profunda indignação diante da publicação de uma
fotomontagem que compõe a capa de uma revista esportiva na qual se vê a
imagem de Jesus Cristo crucificado com o rosto de um jogador de futebol.
Reconhecemos a liberdade de expressão
como princípio fundamental do estado e da convivência democrática,
entretanto, que há limites objetivos no seu exercício. A ridicularização
da fé e o desdém pelo sentimento religioso do povo por meio do uso
desrespeitoso da imagem da pessoa de Jesus Cristo sugerem a manipulação e
instrumentalização de um recurso editorial com mera finalidade
comercial.
A publicação demonstrou-se, no mínimo,
insensível ao recente quadro mundial de deplorável violência causado por
uso inadequado de figuras religiosas, prestando, assim, um grave
desserviço à consolidação da convivência respeitosa entre grupos de
diferentes crenças.
A fotomontagem usa de forma explícita a
imagem de Jesus Cristo crucificado, mesmo que o diretor da publicação
tenha se pronunciado negando esse fato tão evidente, e isso se constitui
numa clara falta de respeito que ofende o que existe de mais sagrado
pelos cristãos e atualiza, de maneira perigosa, o já conhecido recurso
de atrair a atenção por meio da provocação.
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
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