segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Imagens restauradas da Igreja da Passagem de Gagé ficarão expostas em Mariana


Em 2009 como fruto de uma parceria entre o Ministério Público, a Associação Amigos da Cultura de Ouro Branco, Município de Conselheiro Lafaiete e Arquidiocese de Mariana e com o patrocínio da Gerdau foi entregue à população de Lafaiete mais um patrimônio restaurado. Desta vez a beneficiada foi a comunidade de Gagé e pode celebrar a recuperação da Igreja de Nossa Senhora da Conceição localizada na antiga Passagem.

Três anos após a reforma da Igreja a Gerdau entregou as imagens restauradas à Arquidiocese de Mariana. A restauração das imagens de Santo Agostinho, Santo Antônio, São Sebastião, Santa Efigênia, São Benedito e Nossa Senhora de Santana foram financiadas pela Gerdau Açominas e restauradas pela Fundação de Arte de ouro Preto.

Na cerimônia de entregas das imagens ocorrida recentemente em Mariana a Gerdau entregou também a documentação de doação do terreno onde se encontra a Igreja. De acordo com a Gerente de Comunicação da Gerdau, Ana Gabriela, esta é mais uma ação social da empresa que visa reforçar o compromisso de fomentar o desenvolvimento sustentável para as comunidades onde está instalada a empresa. Disse ainda que tem como objetivo contribuir com a preservação do patrimônio destas comunidades.

As imagens que foram restauradas não voltarão para a Igreja elas ficarão expostas no Museu de Arte Sacra de Mariana onde poderão ser vistas a qualquer tempo pela população. Segundo o Arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha, a decisão de abrigar as imagens na arquidiocese é devido à falta de segurança para este patrimônio que ficaria vulnerável, pois a igreja fica distante de área urbana. Ele informou também que em época de celebrações de momentos especiais as imagens poderão ser levadas para a Igreja de Passagem e retornar ao Museu após os festejos religiosos.



O Promotor e Curador do Patrimônio Glauco Peregrino disse que o Ministério Público recebe com enorme satisfação mais este patrimônio restaurado. Ele enfatizou o quanto a população tem sido beneficiada com a parceria entre a Gerdau, o Ministério Público e a  Prefeitura de Conselheiro Lafaiete. “Esta parceria tem rendido muitos frutos para Lafaiete, o que a gente identifica com a entrega destas peças de valor religioso e artístico inestimável. A nossa expectativa é que a comunidade possa vir, possa conhecer este patrimônio e saber que Lafaiete também é agraciada por este rico patrimônio e dizer que este trabalho vai continuar e a gente espera conseguir outras parcerias para continuar resgatando o patrimônio de Lafaiete e de Minas Gerais”, destacou Glauco.
 








Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Passagem do Gagé

História
O antigo e já extinto povoado de Passagem, atual cidade de Conselheiro Lafaiete teve sua origem nos primórdios do século XVIII, no vale das terras do Cuyabá. O desvio do curso de água vertente do rio Piranga para o rio Paraopeba, que deu origem ao nome “Passagem”, ocorreu justamente para que os mineradores dispusessem de mais abundância de água nas minerações. Tal foi a opulência naquela época que, segundo a tradição, ao ser deliberado a construção de uma capela na localidade os mineradores ficaram obrigados a dar uma certa quantia de cada extração de ouro que se fizesse no local; uma obrigação moral, já que a Coroa jamais permitiria isso. Em decorrência da extração aurífera, surgiu o arraial e a capela, dedicada a Nossa Senhora da Conceição.

 O patrimônio da capela foi constituído pelo padre Silvestre da Silva. Posteriormente, padre Silvestre vendeu a fazenda a seu irmão João José Silveira que respeitou o patrimônio da Igreja, de quem tornou-se protetor. João José, por sua vez, vendeu a capela, já em dias de decadência do arraial, na primeira metade do século XIX, a Joaquim Lourenço Baeta Neves, que a legou a Daniel Lourenço Baeta Neves e este a Antonio Pedro Baeta Neves. Com a decadência do arraial no século XIX, o patrimônio da capela foi colocado em risco, terminando com uma demanda judicial em 1901, pois os donos da fazenda julgavam ser proprietários das terras do arraial, desconhecendo o patrimônio eclesiástico. O contento encontrou seu termo após uma exposição detalhada e bem fundada do vigário de Queluz, padre Américo Adolpho Taitson, que demarcou o patrimônio da Igreja como sendo as terras que iam “dos vales do Campinho aos do Cuyabá, dos do Adaú ao rio abaixo, formando uma cruz de braças eqüidistantes”.

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Passagem do Gagé tem sua fachada lavrada em pedra. Em seu lavabro, na sacristia, está gravada a data 1774, possivelmente referindo-se ao término de sua construção.

Exemplar da arquitetura religiosa de Minas Gerais, com características explicitas do Barroco Mineiro, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição teve sua edificação cuidadosamente restaurada, com aplicação de elementos artísticos, compondo uma proposta de paisagismo para o seu entorno, entregue à comunidade em outubro de 2009.

Fonte: Infoco Notícias

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