Em Oeiras, continua fechado o Museu de Arte Sacra
De nada adiantou a pomposa reinauguração do Museu de Arte Sacra de Oeiras ocorrida na última “Festa do 24 de Janeiro” capitaneada pelo Governador Wilson Martins. Tal equipamento, desde o dia seguinte, encontra-se fechado por ordem verbal do Bispo Dom Juarez Sousa e Silva, que alega falta de segurança, embora conte hoje com um obsoleto sistema interno de filmagem.
As obras físicas no prédio que o abriga – Sobrado João Nepomuceno, século XIX – patrocinadas pelo “Programa Monumenta”, começaram há mais de um ano. Havia tempo que tinham sido concluídas. Enfim, aguardou-se o tão esperado dia de ser entregue à população. Quando isto aconteceu, nenhum resultado prático se operou. O certo é que ninguém pode visitar referida instituição, o que representa verdadeiro atentado cultural.
Segundo a sua novel diretora, Professora Maria do Espírito Santo Marques Filgueiras, “o Museu conta apenas com um vigia, o Tuíca, pois os três outros se aposentaram e uma única recepcionista, a Ritinha. Não temos zeladora...”, sem esconder sua decepção, mas nada “confessa” acerca das providências porventura solicitadas a quem de direito. Aliás, durante toda sua existência, o Museu de Arte Sacra teve uma única museóloga à sua testa, no início de seu funcionamento. Em compensação, até um cantor nativo, que se intitula “Ferinha do Brega”, foi guindado à direção daquele acervo patrimonial.
Registre-se que quando da inauguração daquela casa de memória, em 1983 – ao ensejo das comemorações do 250º aniversário da Igreja de N. Sra. da Vitória – foi celebrado um convênio entre a Fundação Cultural do Piauí - Fundac e a Diocese de Oeiras, cujas cláusulas não estão sendo observadas pelo governo do Estado. Há meses Dom Juarez fez um comunicado por escrito ao próprio mandatário estadual tratando deste assunto, visando repactuá-las, mas nada avançou. Por oportuno, gize-se que nenhuma autoridade eclesiástica se fez presente à aludida reinauguração. Dom Juarez sequer foi contactado previamente com vistas a este ansiado cometimento.
Os gestores estaduais, a saber, a presidente da Fundac, BID Lima, e mesmo o governador Wilson Martins, tem a responsabilidade pelo cumprimento do ato de reinauguração do Museu de Arte Sacra, não podendo perpetuar esta brincadeira profana, palhaçada, que, no mínimo, beira a improbidade administrativa. Cabe-lhes entabular entendimentos com a Diocese e principalmente com a comunidade local para garantir o seu pleno funcionamento Por outro lado, é inaceitável que a representação política da cidade finja que tão lamentável situação não esteja acontecendo e mantenha-se silente diante de tal descalabro.
É fundamental a criação uma agenda proativa na solução deste problema de fácil resolutividade. A “Capital da Fé” merece!
Por Carlos Rubem
Fonte: Mural da Vila
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