Protegida por grades e uma redoma de vidro, na Catedral Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, na praça Tubal Vilela, no setor central de Uberlândia, a imagem de Nossa Senhora do Carmo deve ganhar uma nova casa. A imagem, tombada como patrimônio histórico municipal, em 2007, pode se transformar no item mais importante do Museu De Arte Sacra da Diocese de Uberlândia (MAS), a ser inaugurado até o primeiro semestre de 2014.
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Sob a direção do padre Rogério Antônio Alves, da paróquia de São Pedro, o MAS ainda não tem sede própria definida, mas mantém um escritório em funcionamento na cúria uberlandense, na praça Nossa Senhora Aparecida, no bairro Aparecida, também no setor central. Atualmente, o museu promove cursos, oficinas, exposições, estudos e catalogações dos bens móveis e imóveis das diversas paróquias uberlandenses.
O bem mais significativo do futuro museu, a imagem de Nossa Senhora do Carmo, foi construído por um ateliê espanhol, a Las Artes Religiosas, e provavelmente chegou à cidade na primeira década do século 20.
A primeira casa da imagem foi a Igreja de Nossa Senhora do Carmo de São Pedro de Uberabinha, construída no fim do século 19, onde hoje funciona a Biblioteca Pública Municipal Juscelino Kubitschek, no Fundinho. No fim da década de 40, quando a matriz histórica foi demolida, a peça foi transferida para a Capela de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Miraporanga.
O padre Olimar Rodrigues, pároco da matriz de Santa Teresinha, disse que, atualmente, na capela de Miraporanga, há uma réplica da peça. “Ficamos felizes, porque a imagem histórica de Nossa Senhora do Carmo deve se transformar em uma importante peça do museu de arte sacra de Uberlândia, cujo planejamento de implantação se encontra em fase avançada”, disse Rodrigues.
Ateliê espanhol escupiu imagem
A história da imagem de Nossa Senhora do Carmo tem origem em um ateliê de Olot, cidade do interior da Espanha conhecida pela presença de artesãos especializados na elaboração de imagens de santos e criação de novas técnicas de escultura e moldagem em pasta de madeira, resina e, atualmente, fibra de vidro.A peça, que hoje se encontra na matriz de Santa Teresinha, foi confeccionada na primeira década do século 20, em resina, com técnica de modelagem em pasta de madeira. O hábito carmelita e os dois bentinhos, segurados pela santa e pelo Menino Jesus, são os destaques da imagem.
Em 2001, a imagem sofreu a primeira intervenção de conservação e restauração. Depois de passar pelo Museu da Inconfidência, em Ouro Preto (MG) – onde foi analisada e periciada – a peça foi encaminhada para um segundo tratamento de conservação e restauro no Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), em Belo Horizonte.
Da chegada ao tombamento
O núcleo urbano de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha, nos arredores de onde hoje funciona a biblioteca municipal, no Fundinho, deu origem a Uberlândia que conhecemos e também foi o local de construção da capela de Nossa Senhora do Carmo, em 1846.Em 1861, a capela foi transformada em matriz. No mesmo período, no fim do século 19, ao lado do prédio, os primeiros moradores do arraial eram sepultados no cemitério denominado Campo Santo.
A imagem de Nossa Senhora do Carmo, fabricada na Espanha, chegou à matriz na década de 10. Um século mais tarde, em 2007, a peça sacra foi tombada como patrimônio histórico municipal, pela riqueza artesanal e a importância simbólica no processo de formação da cidade.
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