NOVA DATA DE ENCERRAMENTO
24 NOVEMBRO 2013
24 NOVEMBRO 2013
28 junho - 15 setembro 2013Sala do Tecto Pintado
Em 1958, uma cidadã norte-americana legou ao The Metropolitan Museum of Art (MET) duas pinturas sobre madeira. Uma, representando São Vicente, chamou a atenção de um conservador do MET, que resolveu enviar a fotografia da obra a um amigo português, esperando que este confirmasse a sua atribuição. Luís Reis Santos, o amigo, professor da Universidade de Coimbra, não hesitou: a autoria da obra deveria ser dada a Frei Carlos.
Frei Carlos é a forma abreviada do nome monástico “Frei Carlos de Lisboa” adotado por um pintor flamengo que professou em 1517 no Mosteiro de Santa Maria do Espinheiro, perto de Évora, uma das primeiras fundações da ordem de S. Jerónimo em Portugal. No documento da sua profissão religiosa, lavrado a 12 de abril de 1517, pedra primeira da magra biografia de Frei Carlos, o próprio explicita a sua nacionalidade: “Eu frei carlos de Lisboa framengo faço profissam (…)”. A sua origem e pertença, somadas, significavam ao tempo, com muita probabilidade,tratar-se de um mercador ou de um artista.
Representado como um jovem esbelto, este São Vicente, que enverga o hábito próprio dos diáconos ricamente adereçado, tem na mão esquerda a palma do martírio e o livro fechado, magnificamente encadernado com cantos e fechos em metal e, na direita, a grande nau miniaturizada. No canto inferior esquerdo do painel, algo mais insólito: um caracol fora da casca, símbolo de renascimento,não invulgar na iconografia da Ressurreição de Cristo ou em imagens funerárias, provável alusão, neste caso, ao mártir que, com o sacrifício da própria vida, alcança a vida eterna na corte celeste.
Constituído por duas tábuas dispostas na vertical, o suporte desta pintura é de madeira de carvalho e o seu exame dendrocronológico (estudo dos anéis de crescimento das árvores) aponta o ano de 1503 como data-limite mais recuada em que o painel pode ter sido utilizado, sendo mais provável que essa utilização não tenha podido ocorrer antes de 1509. Este dado material significa que a execução da obra cabe temporalmente no intervalo de atividade da oficina do Espinheiro, ou seja, entre 1517, ano de profissão religiosa do pintor, e 1540, data em que este teria já falecido.
Embora subsistam interrogações fundamentais sobre a história desta pintura, incluindo as circunstâncias do seu reaparecimento numa coleção americana, esta exposição pretende dar conta do estudo material, técnico e estilístico que sobre ela já foi realizado desde que chegou ao MNAA, em janeiro último. A exposição dá também público testemunho do enorme agradecimento que o MNAA presta a Maryan Ainsworth, ilustre conservadora do MET e sábia estudiosa da pintura flamenga em Portugal, a quem se deve a brilhante ideia de promover, com feliz desfecho, o depósito, a longo prazo, desta pintura de Frei Carlos na coleção do Museu Nacional de Arte Antiga.
Em 1958, uma cidadã norte-americana legou ao The Metropolitan Museum of Art (MET) duas pinturas sobre madeira. Uma, representando São Vicente, chamou a atenção de um conservador do MET, que resolveu enviar a fotografia da obra a um amigo português, esperando que este confirmasse a sua atribuição. Luís Reis Santos, o amigo, professor da Universidade de Coimbra, não hesitou: a autoria da obra deveria ser dada a Frei Carlos.
Frei Carlos é a forma abreviada do nome monástico “Frei Carlos de Lisboa” adotado por um pintor flamengo que professou em 1517 no Mosteiro de Santa Maria do Espinheiro, perto de Évora, uma das primeiras fundações da ordem de S. Jerónimo em Portugal. No documento da sua profissão religiosa, lavrado a 12 de abril de 1517, pedra primeira da magra biografia de Frei Carlos, o próprio explicita a sua nacionalidade: “Eu frei carlos de Lisboa framengo faço profissam (…)”. A sua origem e pertença, somadas, significavam ao tempo, com muita probabilidade,tratar-se de um mercador ou de um artista.
Representado como um jovem esbelto, este São Vicente, que enverga o hábito próprio dos diáconos ricamente adereçado, tem na mão esquerda a palma do martírio e o livro fechado, magnificamente encadernado com cantos e fechos em metal e, na direita, a grande nau miniaturizada. No canto inferior esquerdo do painel, algo mais insólito: um caracol fora da casca, símbolo de renascimento,não invulgar na iconografia da Ressurreição de Cristo ou em imagens funerárias, provável alusão, neste caso, ao mártir que, com o sacrifício da própria vida, alcança a vida eterna na corte celeste.
Constituído por duas tábuas dispostas na vertical, o suporte desta pintura é de madeira de carvalho e o seu exame dendrocronológico (estudo dos anéis de crescimento das árvores) aponta o ano de 1503 como data-limite mais recuada em que o painel pode ter sido utilizado, sendo mais provável que essa utilização não tenha podido ocorrer antes de 1509. Este dado material significa que a execução da obra cabe temporalmente no intervalo de atividade da oficina do Espinheiro, ou seja, entre 1517, ano de profissão religiosa do pintor, e 1540, data em que este teria já falecido.
Embora subsistam interrogações fundamentais sobre a história desta pintura, incluindo as circunstâncias do seu reaparecimento numa coleção americana, esta exposição pretende dar conta do estudo material, técnico e estilístico que sobre ela já foi realizado desde que chegou ao MNAA, em janeiro último. A exposição dá também público testemunho do enorme agradecimento que o MNAA presta a Maryan Ainsworth, ilustre conservadora do MET e sábia estudiosa da pintura flamenga em Portugal, a quem se deve a brilhante ideia de promover, com feliz desfecho, o depósito, a longo prazo, desta pintura de Frei Carlos na coleção do Museu Nacional de Arte Antiga.
Comissário
José Alberto Seabra Carvalho
Inauguração
28 de junho | 18h00
Programa de visitas orientadas.Visitas orientadas para público em geral/ individual
Quartas-feiras, mês de setembro (a partir de 11 setembro) | 15h00
Duração: cerca de 30m
Gratuito. Sem inscrição prévia. Participação com o bilhete de entrada.Encontro na sala de exposição.
.Obra em foco
Quarta-feira | 31 julho, 18h00
Sem inscrição. Entrada livre.
.Visitas orientadas para Grupos
Terça-feira a domingo.
Marcação prévia através de telefone: 213912800 ou e-mail: se@mnaa.dgpc.pt
José Alberto Seabra Carvalho
Inauguração
28 de junho | 18h00
Programa de visitas orientadas.Visitas orientadas para público em geral/ individual
Quartas-feiras, mês de setembro (a partir de 11 setembro) | 15h00
Duração: cerca de 30m
Gratuito. Sem inscrição prévia. Participação com o bilhete de entrada.Encontro na sala de exposição.
.Obra em foco
Quarta-feira | 31 julho, 18h00
Sem inscrição. Entrada livre.
.Visitas orientadas para Grupos
Terça-feira a domingo.
Marcação prévia através de telefone: 213912800 ou e-mail: se@mnaa.dgpc.pt
Museu Nacional de Arte Antiga
Rua das Janelas Verdes
1249 - 017 Lisboa
Coordenadas GPS:Latitude: 38.704516
Longitude: -9.162278
Horário do Museu
3ª feira: 14h00-18h00
4ª feira a Domingo: 10h00-18h00
Encerrado às 2ªs feiras, 3ªs feiras de manhã, 1 de janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de maio e 25 de dezembro.
Rua das Janelas Verdes
1249 - 017 Lisboa
Coordenadas GPS:Latitude: 38.704516
Longitude: -9.162278
Horário do Museu
3ª feira: 14h00-18h00
4ª feira a Domingo: 10h00-18h00
Encerrado às 2ªs feiras, 3ªs feiras de manhã, 1 de janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de maio e 25 de dezembro.
Fonte: MNAA
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