quarta-feira, 17 de junho de 2015

Por que costuma haver um gato nas pinturas da Última Ceia?

Por Antonio Rizzolo

© Public Domain


Em muitas pinturas, também medievais e renascentistas, o gato aparece simplesmente como um animal doméstico e tem uma função decorativa. Em alguns casos, no entanto, ele pode assumir um significado simbólico, em particular nas representações da Última Ceia, e então representa o mal ou o próprio demônio.

Isso se deduz do fato de que o pequeno animal é colocado perto de Judas, tornando-se, assim, uma imagem do demônio, que durante a Última Ceia, já havia inspirado em Judas o propósito de entregar Jesus (cf. João 13, 2).




Isso se vê, por exemplo, no afresco de Ghirlandaio, no Museu de São Marcos (Florença) e na pintura de Jacopo Bassano, na Galeria Borghese de Roma. Judas é reconhecível porque segura na mão o saco com os trinta denários.



Em outras pinturas, o gato é representado enfrentando um cachorro – por exemplo, no afresco de Cosimo Rosselli, na Capela Sistina, e na pintura do Romanino, no refeitório de Santa Justina de Pádua. O cachorro, na Idade Média, simbolizava a fidelidade; portanto, é provável que o enfrentamento com o gato representasse a luta entre o bem e o mal.





De fato, na Última Ceia, Jesus antecipa sua paixão e morte, descritas como a vitória de Cristo sobre o príncipe deste mundo, o diabo, ou como a vitória do amor sobre o mal e o ódio.

Contudo, como sabemos, apesar do significado negativo que o gato assumia nessas obras de arte, o amável animalzinho não tem nada de diabólico; é uma criatura que Deus nos deu para amar, e sabe muito bem retribuir o carinho que recebe.

Fonte: Aleteia

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