O vitral nasceu na Idade Média, época em que segundo o Papa Leão XIII, o espírito do Evangelho penetrava todas as instituições. No mundo antigo o mais parecido foi o uso do alabastro, pedra translúcida rara e monocolor, mas escassa, cara e escura. Acresce que a arquitetura antiga não suportava grandes janelas.
O vitral surgiu nos canteiros das abadias e catedrais góticas. Ele era uma Bíblia feita de luz que ensinava, mesmo ao analfabeto, as verdades da Fé, a História Sagrada e a história dos homens. Ele resumia todo o saber, era um espelho da vida, um apanhado do passado, do presente e do futuro.
Os primeiros vitrais aparecem pelo século X junto com o estilo românico, maçudo e escuro. A bem dizer eram buracos no muro preenchidos com pedacinhos de cristais coloridos.
O gótico liberou muros e permitiu imensos vitrais.
As catedrais góticas sólidas e luminosas, sérias e alegres, preanunciavam o Paraíso e a vida eterna. Só a catedral de Metz, na França, tem hoje 6.496 m2 de vitrais!
De início, os vitrais surgiram exclusivamente para as igrejas católicas, pois foram obra de eclesiásticos da Igreja Católica.
Depois foram sendo adotados na vida civil, nos castelos e casas dos burgueses até chegar aos lares dos artesões e operários. A variedade das cenas, formas e cores ampliou-se muito. Afinal eles ficaram accessíveis para todo mundo.
Os vitrais atraiam as pessoas para as catedrais, mas não só na Idade Média. Tal vez o auge de atração está se dando no século XXI.
Milhões de turistas vão todo ano a Europa para contemplá-los. Quem foi a Paris e não viu os vitrais de Notre Dame pode voltar dizendo que não viu algo essencial.
As escolas públicas francesas levam as turmas a igrejas e catedrais para aulas sobre os vitrais. Guias profissionais conduzem visitas explicadas de alto nível. Há um renascer do interesse pela fabricação e utilização de vitrais, por exemplo, no lar.
Um amigo meu, brasileiro que morava não longe de Chartres, mandou pôr na sua residência vitrais feitos à medida segundo as técnicas medievais e com o famoso “azul de Chartres”.
Catedrais Medievais
Técnicas
- Tradicional - empregada até aos nossos dias, emprega peças de chumbo em formato de "U" ou de "H" como suporte para os diversos vidros que constituem o painel. A cor nas peças de vidro era originalmente obtida pela adição de substâncias como o bismuto, o cádmio, o cobalto, o ouro, o cobre e outros, à massa de vidro em fusão. De peso elevado, os vitrais assim construídos apresentavam problemas de estrutura, estanquiedade, fragilidade, deformação, corrosão electrolítica, manutenção difícil, além de elevado custo.
- Tiffany - criada por Louis Comfort Tiffany no início do século XX, também é referida como vidro e fita de cobre. As peças de vidro, envolvidas pela fita de cobre, são estanhadas e soldadas entre si. A coloração é obtida como na técnica tradicional. Embora pouco usada em grandes superfícies, permite a montagem de pequenas peças em três dimensões, como por exemplo caixas, candeeiros, e outras.
- Fusing - consiste em fundir vários vidros num só.
- Overlay - ténica contemporânea, que emprega um vidro-base (por exemplo, de tipo martelado, duplo, laminado, temperado ou outros), que recebe uma camada ("layer") que contem as pistas em relevo e as áreas coloridas. Essa camada pode ser criada diretamente no vidro por reação química de resinas epóxi e materiais compósitos mas há empresas, como a britânica Decra-Led, que fornecem tiras de chumbo e películas de cor auto-colantes que, embora com pouca durabilidade, permitem uma montagem vertical em janelas já existentes.
- Termoformado - consiste em dar volume a um vidro plano, utilizando um molde que dá forma ao vidro após este ser fundido a alta temperatura. Em conjunto com a técnica de "fusing" pemite criar vitrais tridimensionais, como por exemplo em candeeiros, cinzeiros, pratos, e outros.
- 'Técnica de Grisalha e Esmaltes' - Usada em conjunto com a técnica "tradicional". A grisalha é uma "tinta" artesanal usada para pintar pormenores (caras, mãos, sombras) pequenos demais para serem recortados em chumbo. Adere ao vidro depois de um processo de cozedura, resultando geralmente em tons amarelo/castanho. Na sua fórmula entram componentes como o nitrato de prata, goma e componentes mais ou menos secretos ou exóticos, como o vinho ou mesmo a urina. Os esmaltes são produtos transparentes compostos por partículas de vidro e óxidos misturados e levados a uma temperatura de fusão, o que confere cores de grande vivacidade ao vidro.
- Gemmail - uma justaposição de fragmentos de vidros coloridos, por vezes superpostos, que são colados uns aos outros, formando composições translúcidas.
- Técnica de gravação - também denominada de foscagem, é baseada em moldes em metal, cera ou película, e permite gravar os vidros com ácido ou jato de areia. Por ser acromático, não é considerado verdadeiramente um "vitral".
- Pintura - produz um falso vitral. O vidro substitui a tela como suporte e são empregadas tintas translúcidas. De baixo custo e execução relativamente simples, apresenta baixa longevidade.
e oque era
ResponderExcluiro que o vitral é
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