Antes, segundo a vizinhança, ele badalava a cada 15 minutos, o dia todo. Nas horas cheias, as batidas correspondiam ao número de horas.
A igreja não quer falar sobre o assunto. Segundo um funcionário que não se identificou, alguém fez uma reclamação à prefeitura e à polícia. A prefeitura, por meio do Psiu (Programa de Silêncio Urbano), afirma ter pedido à igreja que diminuísse o "transtorno" causado.
O funcionário disse que o sino tocava nos mesmos horários havia mais de 70 anos.
Quem recorreu ao Psiu e fez o boletim de ocorrência também preferiu não se identificar. "Não sou contra o sino. Só queria que ele não tocasse durante a madrugada."
Ze Carlos Barretta/Folhapress | ||
Sinos da Igreja Nossa Senhora do Carmo passam a tocar apenas 2 vezes ao dia após reclamação de morador |
Edna Gomes Alexandria, 64, há dois anos no bairro, sofria do mesmo problema: não conseguia dormir à noite por causa do barulho. "Eu sou católica, mas a cada 15 minutos era de doer a alma", diz.
Se há aqueles que reclamam das batidas, existe também do outro lado quem sinta falta da badalação.
"Eu gostava porque me remetia ao passado, aquela coisa de cidadezinha do interior", diz a professora Sueli Curt, 60, há 33 anos na região.
Vizinha dela, Cláudia Ferreira, 40, lamentava-se enquanto olhava para o relógio que fica no alto da igreja. "Eu não precisava nem ver as horas. Agora, me sinto perdida", conta a autônoma, que mora ali há 11 anos.
A Arquidiocese de São Paulo afirmou que não falaria do assunto. Disse ainda que não há nenhum tipo de recomendação para que sinos toquem em horários determinados.
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