domingo, 12 de abril de 2015

‘Tesouro artístico’ de Padre Jesuíno é encontrado na igreja Matriz de Itu (SP)

Artista é considerado um dos mais importantes do barroco brasileiro. Obras podem ser vistas em exposição com entrada gratuita.


O tesouro artístico de padre Jesuíno do Monte Carmelo foi encontrado no relógio da Igreja Matriz de Itu (SP). O artista é considerado um dos mais importantes do barroco brasileiro. Após três anos, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) reconheceu a autoria do acervo e as pinturas foram tombadas.

Padre Jesuíno viveu na cidade no século 18. Ele era um artista que decorava igrejas da capital e do interior de São Paulo. Arquiteto, poeta e músico, decidiu ser padre aos 33 anos, depois de ficar viúvo e com 4 filhos. O religioso chegou a ter um livro publicado com a sua biografia, escrito por Mario de Andrade.


Padre Jesuíno é considerado um dos mais importantes do barroco brasileiro. (Foto: Reprodução / TV Globo)

Estima-se que as pinturas encontradas tenham sido feitas por volta de 1790 e decoravam alguma parte da igreja Matriz de Itu. Não se sabe porque elas foram retiradas do local original. O certo é que as obras, consideradas um tesouro para o patrimônio artístico brasileiro, ficaram escondidas por mais de um século.


Acervo de Padre Jesuíno encontrado em Itu não teve intervenções posteriores. (Foto: Reprodução / TV Globo)

De acordo com a secretária de Cultura de Itu, Allie Marie Queiroz, o acervo encontrado no campanário é um dos poucos que não tiveram intervenções posteriores, como em processos de restauro. “Tudo o que se conhece dele nas igrejas de São Paulo, de Santos ou mesmo aqui de Itu em algum momento durante estes longos anos sofreu algum tipo de restauro, alguém achou que estava meio apagadinho ou tinha que melhorar.”

Quem descobriu as pinturas foi o professor de história Luís Roberto de Francisco, um dos maiores pesquisadores das obras do padre. Francisco quis conhecer o relógio da igreja Matriz, mas o local era de difícil acesso e só um relojoeiro entrava para fazer a manutenção. ”Um funcionário da igreja conseguiu uma cópia da chave e foi assim que a gente chegou, sem ele saber, até o tesouro”, conta o professor.

O relojoeiro nunca soube da preciosidade que o relógio da igreja escondia. Quando ele morreu, em 2011, as pinturas foram retiradas e guardadas em local protegido. Este ano, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) reconheceu que as obras são mesmo de padre Jesuíno e elas foram tombadas.

Agora, o acervo que ficou escondido por mais de um século pode ser admirado em um museu de Itu. “Os rostos, os detalhes, é tudo certinho. Achei muito bonito e legal”, conta Vinicius Vecchi, de 10 anos. Já Thalita Manso Costa, também de 10 anos, acha importante preservar o material. “Em uma próxima geração você vai poder contar a história da arte para todo mundo.“

O professor acredita que outras partes deste tesouro artístico podem estar escondidas na igreja. “O nosso garimpo continua. Pode ser que se encontre uma outra peça… em algum canto, pintada de uma outra cor, cobrindo algum altar. Esse mistério certamente vai continuar por mais alguns anos”, estima.

Fonte original da notícia: G1 Sorocaba e Jundiaí

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