segunda-feira, 20 de abril de 2015

Sul da Bahia abriga monumentos importantes para católicos

Por Eduardo Gois


Uma terra imensa, coberta de florestas verdejantes, banhada por belos rios de água doce, habitada por pessoas animadas que gostam de usar enfeites de penas, dançar e andar com poucas roupas. Talvez seja assim a melhor e mais simples forma de traduzir o início da riquíssima carta de Pero Vaz de Caminha, em consideração à linguagem mais breve e atual.


Foto de: Eduardo Gois / JS


Em Santa Cruz Cabrália uma gigantesca cruz
foi erguida para marcar o lugar onde a primeira
missa foi celebrada

Abril é mês de aniversário de um dos países mais ricos em história, cultura, culinária, belezas e recursos naturais. No próximo dia 22, faz 515 anos que uma imensidão de terra foi batizada de Brasil e que, mesmo depois de muito tempo, tantos desmatamentos, explorações e corrupções, ainda preserva características semelhantes àquelas descritas pela carta, porém envoltas em uma realidade mais contemporânea.

Cabral parte de Portugal em 9 de março de 1500, levando 1500 homens e seu complexo de embarcações formado por nove Naus, três Caravelas e algumas pequenas navetas, rumo a terras desconhecidas. Até que desembarcam nas proximidades de onde hoje é a Costa do descobrimento, localizado ao sul da Bahia, lugar que, infelizmente, boa parte dos brasileiros não tiveram a oportunidade de conhecer. Localidade onde o Brasil nasceu e carrega peculiaridades que mostram onde a religião católica deixou marcas históricas.

É notório, principalmente em locais turísticos, que logo de início a religiosidade se fez presente, pois quatro dias após o descobrimento, em 26 de abril, Frei Henrique Soares de Coimbra rezou a primeira missa por ocasião do desembarque da esquadra de Pedro Álvares Cabral, conforme testemunho de Pero Vaz de Caminha na sua histórica carta.

O município baiano Santa Cruz Cabrália abriga, em um local onde se acredita que a primeira celebração foi realizada, um imenso cruzeiro como símbolo daquela primeira missa, celebrada diante do belíssimo e infinito mar do oceano atlântico. O Brasil já em seus primeiros dias era católico.

Também é naquela região, a 15 Km da localidade da primeira missa, que se encontram as três igrejas que são atualmente consideradas as mais antigas do Brasil. Elas ainda estão de pé e carregam riquezas singulares. São elas: Igreja da Misericórdia, construída em 1526 e reconstruída em 1535; Igreja de Nossa Senhora da Pena, de 1535, e Igreja de São Benedito de 1549.

Uma perto da outra, estão quase sempre abertas à visitação e embelezam o centro histórico de Porto Seguro (BA), local considerado o primeiro núcleo habitacional do Brasil.

O Centro Histórico de Porto Seguro foi consagrado Monumento Nacional, em 1973. O conjunto arquitetônico também inclui o Marco do Descobrimento (1506) e a Casa de Câmara e Cadeia (1756), onde funcionam o Museu da Cidade e o núcleo local do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN).

O local também abriga pequenos comércios de artesanato e residências. A comunidade participa ativamente das celebrações realizadas, principalmente na Igreja da Pena.

As três Igrejas mais antigas do Brasil


Foto de: Eduardo Gois / JS


Igreja da Misericórdia

A Igreja Nossa Senhora da Misericórdia entrou para oRankBrasil em 2008, por ser a mais antiga igreja em terras brasileiras que ainda estão edificadas. Construída no ano de 1526, recebeu primeiramente o nome de Igreja Nossa Senhora dos Passos. Atualmente, a igreja é um museu de arte sacra e guarda raridades preciosas como a imagem de nosso Senhor dos Passos, do ano de 1585, que tem os olhos de vidro, dentes de marfim e gotas de sangue confeccionadas com rubi.

O local possui um estilo barroco e primitivo em seu interior, com uma decoração simples e rústica. Conserva as paredes e a parte central desde sua origem e abriga uma imagem barroca de Cristo crucificado

Foto de: Eduardo Gois / JS


Igreja de Nossa Senhora da Pena

Na mesma área, está a igreja de Nossa Senhora da Pena, construída em 1535 pelo donatário da capitania, Pero do Campo Tourinho. Nesta Igreja estão guardadas imagens sacras dos séculos XVI e XVII, entre elas a de São Francisco de Assis – primeira imagem trazida para o Brasil – e a de Nossa Senhora da Pena, padroeira da cidade, festejada em 8 de setembro. Para se ter uma melhor ideia de como era a capitania no século de Tourinho e da chegada dos jesuítas, pode-se ler alguns trechos das cartas escritas por Manuel da Nóbrega ou por José de Anchieta, padres da Companhia de Jesus

Foto de: Eduardo Gois / JS


Igreja de São Benedito

A Igrejinha de Nossa Senhora do Rosário, conhecida como Igreja de São Benedito, foi construída, por volta de 1549 a 1551, pelos Jesuítas na atual Rua Dr. Antônio Ricaldi. Em frente à Igreja, uma bela árvore cresceu e completou a beleza do pequeno lugar. A Igreja conserva, em seu interior, bancos rústicos de madeira já surrados pelo tempo e a imagem de São Benedito. Nas suas imediações se encontram as ruínas da antiga Residência e Colégio dos Jesuítas.


Fonte: A12

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