Novidade é o lançamento de aplicativo que permitirá visualização de parte do rico acervo barroco.
Todas as homenagens ao patrono das artes no Brasil e estrela máxima do mês que começa sábado. A vida e a obra de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814), serão reverenciadas no estado, em grande estilo, com encontros culturais, palestras, exposições, lançamento de livros, peças teatrais, mostra de documentário e outras atividades, que integram o Ano do Barroco e lembram os 200 anos da morte do “mestre do barroco”. O ponto alto será 18 de novembro e até lá diversas instituições, como museus, escolas e prédios públicos, terão recebido o retrato oficial de Aleijadinho, um cartaz resultante da parceria entre o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), Ministério Público (MPMG), via Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC) e Imprensa Oficial.
Em Congonhas, na Região Central de Minas, moderna tecnologia se une ao passado para mostrar ao mundo o trabalho do escultor, entalhador e arquiteto mineiro, enquanto na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) haverá o 9º Colóquio Luso-brasileiro de História da Arte para abordar as linguagens da obra de Aleijadinho. Com tiragem de 3 mil exemplares e formato A3 (29,7cm por 42cm), o cartaz com a pintura de Aleijadinho “representa a conjunção de mineiridade, história e cultura”, afirma o diretor-geral da Imprensa Oficial, Eugênio Ferraz. O lançamento da peça será dia 13, às 19h, na sede da Imprensa Oficial, na Avenida Augusto de Lima, no Centro de BH. Ferraz adianta que haverá outras atrações na casa para lembrar a trajetória do artista natural de Ouro Preto.
A imagem do cartaz é o retrato oficial exposto no Museu Mineiro, na Avenida João Pinheiro, em Belo Horizonte – trata-se de óleo sobre pergaminho feito no século 19 por Euclásio Penna Ventura. O quadro, na verdade um ex-voto, medindo 20cm por 30cm, pertenceu à Casa dos Milagres, de Congonhas, mostra um homem mulato bem vestido. Foi vendido em 1916 a um comerciante de Congonhas, Senhor Baerlein, proprietário da Relojoaria da Bolsa do Rio de Janeiro. A alegação de que se tratava do rosto do mestre do barroco se baseou na imagem representada ao fundo da pintura, em segundo plano, que parecia idêntica a uma obra de autoria do artista.
A trajetória da pintura até o museu foi longa e, segundo as pesquisas, “não se sabe quando Baerlein vendeu o quadro a Bastos Dias, também do Rio de Janeiro. Esse, por sua vez, o transferiu para o Antiquário Esslinger, da mesma cidade, quando foi comprado pelo colecionador carioca Guilherme Guinle”. Na época, a pintura já estava acrescida de nova informação, dada pelo citado antiquário: seria provavelmente de autoria do Mestre Manuel da Costa Ataíde. Por intermédio do mineiro Nelson Libânio, Guinle o doou, em março de 1941, como Retrato de Aleijadinho, ao Arquivo Público Mineiro, instituição estadual na época responsável pela guarda do patrimônio histórico, artístico e cultural de Minas Gerais, até a instalação do Museu Mineiro. No quadro do Museu Mineiro, Aleijadinho está com as mãos escondidas sob o casaco e traz um caderno de anotações em vermelho no bolso.
Debates
O colóquio da UFMG será na Escola de Arquitetura, de domingo a quarta-feira, juntando conferências e debates sobre pesquisas em arte e arquitetura dos séculos 16 a 19, vinculadas a culturas construídas de forma interligada em Brasil e Portugal. Nesse contexto, Aleijadinho ganhará um dia inteiro dedicado à sua obra. O objetivo é valorizar a importância do artista no barroco internacional, mediante análise crítica das diversas linguagens de sua produção, informa o coordenador do encontro, professor André Dornelles Dangelo.
O barroco aos olhos do mundo
O colóquio da UFMG será na Escola de Arquitetura, de domingo a quarta-feira, juntando conferências e debates sobre pesquisas em arte e arquitetura dos séculos 16 a 19, vinculadas a culturas construídas de forma interligada em Brasil e Portugal. Nesse contexto, Aleijadinho ganhará um dia inteiro dedicado à sua obra. O objetivo é valorizar a importância do artista no barroco internacional, mediante análise crítica das diversas linguagens de sua produção, informa o coordenador do encontro, professor André Dornelles Dangelo.
O barroco aos olhos do mundo
Para marcar o bicentenário da morte de Aleijadinho, Congonhas se torna a primeira cidade brasileira com bens reconhecidos pela Unesco a ser beneficiada pelo projeto Era Virtual – Cidades Patrimônio, parceria da prefeitura local, Unesco e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A partir do dia 17, o internauta poderá fazer uma visita virtual ao conjunto do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos e aos núcleos que compõem o circuito de peregrinação. “Em qualquer lugar do planeta, via tecnologia, será possível ter uma perspectiva diferenciada do acervo, por meio de imagens imersivas em 360 graus, aéreas e em solo”, diz o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo (Fumcult), Sérgio Rodrigo Reis. A iniciativa tem patrocínio da Fundação Vale.
Reis explica que os detalhes das obras de arte e arquitetura, incluindo os 12 profetas esculpidos por Aleijadinho, e os interiores da Basílica do Senhor Bom Jesus e das capelas dos Passos da Paixão, “completam a experiência nessa viagem histórica”. A visita será acompanhada de um breve histórico do sítio tombado, além de um audioguia em cinco idiomas (português, inglês, francês, espanhol e Libras – língua brasileira de sinais). Terá como trilha sonora a obra do compositor Lobo de Mesquita (1746-1805) interpretada pelo Coral Cidade dos Profetas de Congonhas.
Outra novidade a ser lançada no mesmo dia é um aplicativo para smartfones e tablets, cujo objetivo será, segundo a produtora do Era Virtual, Carla Sandim, divulgar e promover a cidade, com material dirigido aos internautas e visitante presencial.
A visita virtual será pelo portal www.eravirtual.org e, ao se preparar para uma visita presencial ao santuário, o interessado poderá baixar o aplicativo gratuitamente. “O Era Virtual – Cidades Patrimônio” visa a divulgar Congonhas, inicialmente na tela do equipamento e, posteriormente, munir o visitante de uma ferramenta que o guie pelo núcleo tombado durante uma visita presencial”, afirma Rodrigo Coelho, coordenador do projeto. O presidente da Fumcult adianta que, de forma inédita no país, a cidade dos profetas também vai receber um processo de requalificação do seu patrimônio.
Bicentenário – Congonhas se tornou mundialmente conhecida por guardar a obra-prima do “mestre do barroco”: os Passos da Paixão de Cristo e os 12 profetas em pedra-sabão. O cenário reconhecido pela Unesco será palco de atrações gratuitas. As artes cênicas terão um momento especial na programação com a estreia do espetáculo Aleijadinho: criador e criatura, de José Félix Junqueira e direção de Kalluh Araújo. A peça é uma livre interpretação de artistas de Congonhas do Grupo de Teatro Dez Pras Oito.
Bicentenário – Congonhas se tornou mundialmente conhecida por guardar a obra-prima do “mestre do barroco”: os Passos da Paixão de Cristo e os 12 profetas em pedra-sabão. O cenário reconhecido pela Unesco será palco de atrações gratuitas. As artes cênicas terão um momento especial na programação com a estreia do espetáculo Aleijadinho: criador e criatura, de José Félix Junqueira e direção de Kalluh Araújo. A peça é uma livre interpretação de artistas de Congonhas do Grupo de Teatro Dez Pras Oito.
Programação em Congonhas
sábado
9h – Abertura da exposição Aleijadinho 200 Anos: Tributo de Bracher, no Museu de Arte Sacra e Mineralogia da Romaria
sábado
9h – Abertura da exposição Aleijadinho 200 Anos: Tributo de Bracher, no Museu de Arte Sacra e Mineralogia da Romaria
Dia 8/11
11h – Concerto do Coral Cidade dos Profetas, na Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos
Dias 13, 14 e 15/11
20h30 – Peça teatral Aleijadinho: Criador e Criatura, de José Félix Junqueira, no Cine Teatro Leon. Direção de Kalluh Araújo
11h – Concerto do Coral Cidade dos Profetas, na Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos
Dias 13, 14 e 15/11
20h30 – Peça teatral Aleijadinho: Criador e Criatura, de José Félix Junqueira, no Cine Teatro Leon. Direção de Kalluh Araújo
Dia 16/11
20h30 – Show com Lô Borges, na Estação Ferroviária
20h30 – Show com Lô Borges, na Estação Ferroviária
Dia 17/11
10h – Lançamento da Visita Virtual e Aplicativo de Congonhas no endereço eletrônico www.eravirtual.org
10h – Lançamento da Visita Virtual e Aplicativo de Congonhas no endereço eletrônico www.eravirtual.org
Dia 18/11
18h – Ciclo de Palestras sobre Aleijadinho. Convidados: historiador Alex Fernandes Bohrer, artista plástico Carlos Bracher e jornalista Mauro Werkema
20h – Lançamento do livro Aleijadinho 200 Anos, organizado por Paulo Lemos e estreia do documentário Nos Passos de Aleijadinho
18h – Ciclo de Palestras sobre Aleijadinho. Convidados: historiador Alex Fernandes Bohrer, artista plástico Carlos Bracher e jornalista Mauro Werkema
20h – Lançamento do livro Aleijadinho 200 Anos, organizado por Paulo Lemos e estreia do documentário Nos Passos de Aleijadinho
Dia 23
20h – Projeção no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos do documentário Nos Passos de Aleijadinho
20h – Projeção no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos do documentário Nos Passos de Aleijadinho
Por Gustavo Werneck
Fonte: em.com.br / Defender
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