Fiéis de todo o país vão até o local em busca da aproximação com Deus.
Além do trabalho com os fiéis, monges e padres são formados no local.
Paz espiritual. Esse é o estado de espirito que os visitantes da Abadia de Nossa Senhora da Santa Cruz, em Itaporanga (SP), procuram. Pessoas de todo o país buscam as orientações e o silêncio oferecidos no local.
Construído a partir do ano de 1936 por monges da Europa, o prédio da abadia serve de espaço para realização de missas, hospedaria e a formação de monges e padres. Projetado por um arquiteto alemão, o espaço com 8.540 metros quadrados impressiona pelo tamanho e beleza. O local, inaugurado no ano de 1965, abriga uma igreja e um mosteiro da ordem de São Bento.
De acordo com o padre Roberto Xavier Fernandes, o local foi construído graças à fuga de Dom Athanazio, em conjunto com outros monges, da Alemanha Nazista. Ainda segundo Fernandes, eles também contribuindo com a obra fazendo os tijolos do espaço. “Dom Athanazio com outros seis monges atravessaram o atlântico, chegaram na América do Norte e então chegaram aqui no Brasil”, explica.
Pelos esforços na construção do prédio, Dom Athanazio se tornou o primeiro abade de Nossa Senhora da Santa Cruz, cargo de autoridade máxima de um mosteiro. Além disso, ele é homenageado com diversos retratos nas salas da abadia.
Em uma dessas salas enfeitadas pelo retrato de Dom Athanazio, chamada sala capitular, os monges se reúnem para as leituras diárias de um livro sobre a Ordem de São Bento. O padre Fernandes conta que a clausura, viver sem o contato com o mundo exterior, é um fato para aqueles que optam por seguir a vida religiosa. O padre explica que os padres e monges se reúnem ao menos sete vezes ao dia para as orações, além de duas missas diárias.
Porém, além do período de oração, eles são designados para tarefas rotineiras. Fernandes cita quais são as diferenças entre a função de padre e monge: “Nós temos atividades aqui que são propriamente monásticas, como trabalho manual, limpeza da casa, jardinagem, cuidar dos irmãos idosos e enfermos, a parte administrativa. Mas há algo ímpar aqui na nossa comunidade de Itaporanga, que é o trabalho pastoral com os fieis”, diz.
No local também é mantido um cemitério próprio para os padres e monges que dedicaram suas vidas à abadia. O padre João Batista Alves Carreiro conta que por todos os esforços e problemas encontrados na vida dedicada ao monastério, exercer esse cargo é uma vocação divina. “O prazer de ser padre é tão intenso, que as palavras nunca vão conseguir dizer”, afirma.
A manutenção do local é feita através das doações de fiéis, de uma pequena loja de artigos religiosos e da hospedaria, que recebe devotos em busca de um retiro espiritual ou que procuram conhecer melhor a vida religiosa.
Para participar da experiência não há um preço fixo, sendo que cada um ajuda com a quantia que puder. O seminarista Valmir Carvalho cita que está fazendo um retiro com outros cinco companheiros. “Nós estamos num grupo de cinco para fazermos um retiro, para a profissão dos votos de um de nossos noviços e daqueles também que vão ingressar no noviciado”, conta.
Os visitantes do local também encontram um contraste no âmbito da arquitetura. Do lado de fora da abadia, o que se vê é uma arquitetura rustica, com um prédio que lembra um castelo medieval, enquanto dentro o que se encontra é uma arquitetura moderna e grandiosa. “É um privilégio ter essa igreja em Itaporanga, porque é a terceira maior da América Latina”, cita o autônomo Hudson Torigoe de Moura.
Seja no silêncio do jardim em estilo românico, ou no som das missas lotadas de domingo, os fiéis afirmam que no local eles conseguem encontrar a paz que procuravam quando entraram na abadia, como afirma a funcionária pública Flavia Aparecida Bascaro. “É um lugar que transmite muita paz. A gente se sente em paz e muito perto de Deus quando entra aqui”.
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