terça-feira, 21 de outubro de 2014

Americana (SP) – Conselho questiona serviços de restauro de futura Basílica

Foto: Cláudio Mariano | TODODIA Imagem
Foto: Cláudio Mariano | TODODIA Imagem
Os serviços de revitalização das obras de arte nas paredes e a pintura feita no interior do Santuário de Santo Antonio de Pádua, no Centro, em Americana, têm causado polêmica entre os estudiosos e os preservacionistas do patrimônio histórico e arquitetônico da cidade. Acionado, o Condepham (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Americana) encaminhou um requerimento ao reitor do Santuário, Padre Pedro Leandro Ricardo, pedindo explicações e se, constatado descaracterização, o caso pode até gerar multa. O Santuário está em fase de tombamento histórico, o que restringe obras que possam descaracterizar o patrimônio. Os serviços são executados para deixar o templo pronto para a elevação a Basílica, em novembro.
São três os questionamentos feitos pelos especialistas em relação às obras realizadas. Uma delas é a cobertura feita às obras dos irmãos pintores italianos Pedro e Derico Gentili. Inicialmente a informação era que estava sendo passado um verniz nas obras de arte nas paredes, mas a assessoria do padre negou e disse se tratar de um selante, para evitar mais danos nas obras-primas.
Outra reclamação é a pintura de duas colunas fixadas no fundo na cor vermelho queimado. Outro questionamento é a pintura em azul de uma parede perto da imagem de Nossa Senhora Aparecida, atrás da escadaria da torre. O presidente do Condepham, Heliton Escorpeli, disse que fez um requerimento para enviar ao padre sobre a pintura.
“O processo de tombamento está em andamento, não foi terminado ainda, porém existe artigo na criação do Condepham que diz que, como está em processo de tombamento, não pode estar alterando”, explicou Escorpeli. Segundo ele, as obras na igreja não foram submetidas ao crivo do conselho e se isso ocorresse a autorização teria de estar acompanhada de assinatura de responsável técnico.
A lei de criação do Condepham, 3.787 de 2003, prevê multas de R$ 300 a R$ 1,5 mil, de R$ 3 mil a R$ 8 mil e de R$ 10 mil a R$ 30 mi, dependendo da gravidade, quando ocorre descaracterização de patrimônio histórico e cultural.
Descaracterização
Especialista nas obras de arte pintadas nas paredes da igreja, a professora Patrícia Scalon de Almeida, que leciona Comunicação Visual no Polivalente, acredita que as pinturas internas feitas nas paredes podem descaracterizar o patrimônio e até mesmo comprometer o processo de tombamento.
“Não é recomendado passar verniz acrílico nas pinturas. Parece uma cola branca. A gente não sabe o efeito a longo prazo. É algo novo. Dizem que vai preservar, mas acredito que vai gerar um brilho, dependendo da iluminação”, disse. 
Por Claudete Campos
Fonte: Todo Dia/ Defender


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