A
restauração da Matriz de Santo Antônio em Ouro Branco conta com etapas
burocráticas e também com a execução de projetos complementares que já
estão sendo concluídos por técnicos e especialistas em restauro de bens
tombados. Além de salvaguardar esse belo exemplar do barroco mineiro,
com medidas preservacionistas como a instalação do sistema de combate a
incêndio, o projeto de revitalização da Matriz possibilitou a
restauração das imagens sacras, a maioria delas esculpidas por artistas
locais movidos pela fé e devoção.
Em
sua maioria, são obras artísticas e devocionais remanescentes do século
XVIII que registram o modo de ser e de pensar da sociedade da época.
Segundo o restaurado Gilson Felipe, foram realizados testes mecânicos
com bisturis cirúrgicos, espátulas
e produtos químicos para avaliar as possibilidades de encontrar a
carnação original da imagem. “É um trabalho minucioso que necessita de
muita atenção e cuidado”, relata Gilson que desenvolve atividades de
educação patrimonial simultaneamente à restauração dos elementos
artísticos do templo religioso, como visitas guiadas.
“Agora
faltam apenas os detalhes nos altares, mas as imagens estão
restauradas, com uma policromia revigorada da época quando foram
esculpidas”, esclarece o especialista.
De
acordo com o coordenador do projeto Edilson Nascimento, a obra está em
fase de conclusão. “Trata-se de um grande trabalho em conjunto de
resgate de nossa religiosidade, de nossa fé. Isso me faz acreditar que
podemos fazer sempre algo em benefício da coletividade e que não podemos
desistir no primeiro obstáculo. Com fé e muito trabalho, nossa Matriz
está retomando sua beleza original e terá sistemas de segurança e de
proteção que merece”, afirma Edilson que já coordenou a última
restauração no templo religioso em 1996.
“Aprendi
muito com a vivência dessas duas experiências tanto na parte
arquitetônica quanto na restauração dos elementos artísticos. Ouro
Branco é uma das poucas cidades mineiras que está restaurando obras
atribuídas ao Mestre Ataíde, nossa Matriz é linda. Estamos fazendo a
nossa parte”.
A
obra conta com o apoio do BNDES, CEMIG, Governo de Minas, Governo
Federal e Lei Federal de Incentivo à Cultura. Tombada como patrimônio
cultural brasileiro em 1949, as intervenções realizadas no monumento são
fiscalizadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan).
Leonardo
Teodoro, da Paróquia de Santo Antônio, destaca a importância da
iluminação externa da Matriz. “A restauração dos elementos artísticos
ficou excelente esperamos o mesmo para a obra externa como a limpeza e a
pintura do entorno da Matriz. A iluminação externa é precária e não
valoriza a imponência do monumento. Estamos ansiosos para ver o
resultado da iluminação externa”, enfatiza Leonardo.
Fonte: Fato Real
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