Telas da igreja Santo Antônio necessitam de apoio para restauração urgente

Mariucha Magrini - Portal K3

Confeccionadas na década de 1970, as obras de arte que embelezam a Igreja Santo Antônio, tombada como patrimônio histórico de Araraquara em 2007, precisam de restauração. São telas feitas em uma técnica incomum no país, chamada de marouflagem, e que se deterioram com facilidade, principalmente se estiverem em lugares expostos a infiltração, outro problema já ocorrido na igreja, tradicional na cidade.
Uma tela que embeleza a igreja Stº Antônio foi feita com a técnica de marouflagem
Foto: Mateus Rigola e Davi Rosa




Um projeto para o restauro dessas telas foi desenvolvido pela restauradora e conservadora de Araraquara, Valéria Pirola. Segundo ela, o projeto recebeu o apoio do professor Robson Rodrigues, da Fundação Araporã, órgão que oferecerá oficinas de educação patrimonial à população como contrapartida, após conseguirem verba para iniciar o restauro. De acordo com o professor da Fundação Araporã, a proposta da oficina educativa está voltada para o desenvolvimento da educação patrimonial e a ação incentiva a sociedade a se atentar a seus patrimônios, valorizando-os.

 



 Segundo Valéria, um político demonstrou interesse pelo projeto e o encaminhou ao governo federal, no entanto, ainda não houve resposta. “Não obtivemos resposta para saber se o projeto foi ou não aprovado. Enquanto não tivermos a verba, não poderemos dar início ao trabalho. Estamos muito apreensivos”, confessa.

O papel do conservador e restaurador é recuperar e preservar a memória histórica de um povo, devolvendo a estabilidade à obra, preservando a sua originalidade.

“Uma cidade que não cuida do seu patrimônio não mantém sua história cultural”, destaca Valéria. Ao todo a igreja possui 13 telas de 2,8 x 1,4 m, da década de 1970, e que estão em estado crítico de conservação, apresentando perda de policromia e pulverulência, quando a tinta se transforma em pó.
 

           O trabalho de restauração/conservação das telas da Igreja Santo Antônio requer dois anos de

A restauradora Valéria Pirola
Foto: Mateus Rigola e Davi Rosa
dedicação e um custo inicial de cerca de R$ 300 mil, já que todo o restauro é feito com materiais importados. A restauradora buscou referências para desenvolver tal projeto, inclusive com o especialista em restauração em pintura de cavalete, o professor Silvio Luiz Oliveira. Segundo ela, trata-se de uma intervenção criteriosa para que as telas tenham vida longa e duradoura após o restauro, conservando a história da cidade.
 






TRADIÇÃO – O trabalho da conservadora e restauradora Valéria Pirola vem contribuindo há anos com a manutenção da história de Araraquara. Formada pela Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), Valéria retornou a Araraquara em 2005 e passou a realizar pequenos trabalhos na cidade. Um de seus projetos realizou o restauro do Cristo Crucificado, obra do século XVIII que está exposta no Museu Histórico Pedagógico Voluntários da Pátria. Outro trabalho, finalizado em setembro de 2012, restaurou o Senhor dos Passos, uma representação do Cristo a caminho do calvário, peça em madeira policromada. A obra também está exposta no museu histórico local.