Foto: Alcir Lacerda
Com o objetivo de restaurar o Seminário e Igreja Nossa Senhora da Graça, em Olinda, a Arquidiocese de Olinda e Recife lançou nesta terça-feira, 12, a campanha para arrecadação de recursos. O evento foi às 9h no seminário e contou com a presença do arcebispo metropolitano, dom Fernando Saburido. O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) liberou o projeto e o Ministério da Cultura autorizou a captação de pouco mais R$ 3,7 milhões para iniciar as obras emergenciais de recuperação dos imóveis.
O conjunto arquitetônico guarda importantes capítulos da história política e religiosa do Estado. O seminário, um dos quartéis generais da Revolução Pernambucana ocorrida em 1817, foi interditado pela Defesa Civil da cidade no dia 28 de maio de 2015. A decisão foi tomada depois de três vistorias realizadas pelo órgão municipal. As visitas técnicas foram realizadas a pedido da arquidiocese por recomendação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Seminário de Olinda e Igreja de Nossa Senhora da Graça
A Igreja de Nossa Senhora da Graça e pelo Seminário preservaram, até hoje, a modulação clássica do prédio, sendo o maior e melhor testemunho da arquitetura jesuítica do século XVI, no Brasil.
Em 1535, Duarte Coelho fundou a ermida de Nossa Senhora da Graça para oferecer aos religiosos de Santo Agostinho. No entanto, nenhum chegou ao Brasil. Em seus lugares, vieram os jesuítas.
A capela foi, então, doada ao padre Antônio Pires, que desembarcou em Olinda em 1551. A construção, inspirada na Igreja de São Roque, em Lisboa, é uma importante referência da arquitetura quinhentista. Castigado pelo incêndio da cidade, o colégio foi, posteriormente, reconstruído e reocupado pelos jesuítas. No arco da capela-mor, há uma inscrição com a data de 1661, provavelmente, a época da conclusão dos reparos.
Com o banimento dos jesuítas, em 1760, o colégio foi abandonado e, posteriormente, doado à Mitra. Sob os cuidados do bispo dom Azeredo Coutinho, foi transformado em Seminário no princípio do século XIX.
Comissão de restauro
Dom Fernando criou no dia 28 de agosto de 2015 a Comissão Arquidiocesana para Restauro e Conservação das Igrejas. O grupo de trabalho e conta com sete membros, entre eles o bispo auxiliar dom Antonio Tourinho Neto, que assumiu a vice-presidência da comissão. Os demais integrantes ocupam as funções de conselheiros, secretaria e gestão de projetos.
A Comissão para Restauro e Conservação das Igrejas tem o objetivo de orientar, acompanhar e fiscalizar os projetos de recuperação e manutenção dos templos históricos. O intuito é que nas intervenções sejam observados os princípios da liturgia, da arte sacra e as leis civis do País, além das exigências técnicas. Pascom Aor
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