O sacrário de prata, urna onde se guardam as hóstias consagradas, havia sido roubado em 1976 e pertencia à Igreja Madre de Deus
Sacrário estava em poder de um colecionador particular
Foto: Divulgação
Um patrimônio religioso, histórico e cultural foi devolvido à Arquidiocese de Olinda e Recife na última terça-feira (11/8). Um sacrário em madeira recoberto com placas decoradas em prata, desaparecido há 39 anos, foi entregue ao presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Cultura, frei Rinaldo Pereira no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro. A peça pertencente à igreja Madre de Deus, no Bairro do Recife, e havia sido roubada no dia 23 de janeiro de 1976.
O exemplar foi encontrado em poder de um herdeiro de colecionador particular, que espontaneamente concordou em devolvê-lo após vistoria realizada pela Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A restituição ocorreu no dia 13 de agosto de 2014. Desde então o bem esteve sob os cuidados do MNBA.
A restituição foi feita pela diretora do museu, Mônica Xexéo, e pelo procurador do Ministério Público Federal no Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Suiama. Museólogas e advogados participaram do ato de assinatura do contrato de devolução e do termo de ajustamento de conduta.
O sacrário será apresentado oficialmente na próxima semana, no dia 18, ao arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, e aos sacerdotes durante reunião mensal do clero. O encontro será realizado às 8h30, no Centro Arquidiocesano de Pastoral Dom Vital, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. O procurador Sérgio Suiama e a museóloga Cláudia Rocha, representante do Museu de Belas Artes, estarão presentes na cerimônia. O relicário ficará disponível para a visitação pública no Museu de Arte Sacra de Pernambuco, em Olinda.
O sacrário ou tabernáculo é uma urna onde se guardam as hóstias consagradas. Dotada de estrutura de madeira, é recoberta com placas decoradas em prata, formando peça em duas partes - corpo e coroamento -, com abertura frontal, medindo 69 centímetros de altura por 49 de largura. No topo há a imagem de um cordeiro deitado sobre um livro selado por sete selos numa referência ao capítulo 5 do livro do Apocalipse de São João. A passagem bíblica diz que apenas o Cordeiro é digno de abrir o livro. Cristo é simbolizado pelo cordeiro.
Fonte: Jornal do Comércio
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