Igreja está interdita há quase dois anos e meio; prefeitura colocou escoras para manter a estrutura em pé; restauração foi orçada em R$ 2,5 milhões.
O principal cartão-postal e patrimônio cultural e histórico da pequena Jequitibá, na região Central de Minas Gerais, a matriz do Santíssimo Sacramento, está interditada, há quase dois anos e meio, com perigo de desmoronamento.
O patrimônio, que é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), foi construído em meados do século XIX, no centro do município, e precisa passar por restauração arquitetônica e conservação dos elementos artísticos integrados. Contudo, o processo para a liberação do projeto para obras é lento. Depois dessa etapa, o órgão estima que o trabalho de reparo deva levar pelo menos um ano e meio para que fique pronto. A reforma está orçado em R$ 2.500.000.
“Há um deslocamento de uma das paredes e está puxando um pouco o telhado. Foram colocadas escoras de madeira para manter a estrutura em pé. O Iepha contratou uma empresa para fazer o projeto executivo, o levantamento do que seria necessário para restaurrar a igreja, mas, até o momento, não entregou o projeto. Só após isso, o Estado vai estudar a possibilidade da restauração da igreja. Tanto a paróquia quanto o município não têm o que fazer, porque a matriz está sob a guarda do Iepha”, justificou o prefeito Humberto Reis.
Enquanto o templo não pode ser usado pelos 5.156 habitantes, as missas para os cerca de 3.000 católicos têm sido realizada nas ruas, nas casa e nas praças, segundo o padre Evandro Bastos. “Para a comunidade, têm sido complicado. Agora, estão previstas duas novas ações: uma exposição das nossas peças sacras, que vai acontecer na casa paroquial, e a caminhada em defesa da história. São 16 povoados que vão sair em caminhada trazendo essa memória viva no Corpus Christi”, anunciou.
A comunidade também realizou um abraço simbólico na matriz e criou um abaixo-assinado, que já conta com cerca de 1.000 assinaturas. Os objetos da igreja estão mantidos na Capela de Nossa Senhora do Rosário.
A urgência e preocupação do pároco e da população quanto à restauração é para que a situação da matriz não piore. A última obra de reforma foi na década de 80, após uma enchente que atingiu a cidade. Segundo o Iepha, foi feita recuperação completa do monumento com intervenções no telhado, paredes e fundação, na época. “Por sua beleza, simplicidade e referência da fé de todo um povo, a cidade esta inteiramente ligada a este patrimônio e também seus visitantes”, lembrou o morador e publicitário Vicente Ranieri.
Segundo a assessoria do Iepha, é necessária a construção do projeto, para que se consiga chegar na restauração de fato. “A igreja em questão apresenta o agravante de problemas estruturais que demandam maior cuidado e consequentemente dispêndio de tempo para elaboração de projeto estrutural que seja exequível, permitindo assim sua estabilização estrutural”, alegou o órgão.
Por Fernanda Viegas
Fonte: O Tempo
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