O Partido espanhol ‘Podemos’ pediu à Justiça de Aragão para cancelar o registro por parte da Igreja Católica da propriedade da antiga Catedral de Jaca, construída entre 1077 e 1139 e uma pérola da arquitetura românica.
O bispo da cidade regularizou a posse da Catedral em junho passado, com base em uma lei adotada em 1998 pelo governo espanhol de centro-direita do então Premier José Maria Aznar. “Podemos”, que apoiou a eleição do novo governo regional socialista de Aragão, pede que o ato de propriedade seja anulado e que a Catedral românica torne-se um bem publico
“Nos tiraram toda uma catedral com todos os bens internos”, disse o Secretário do ‘Podemos’ em Aragão, Pablo Ecenique, citado pela Publico online. O Partido ‘anti-casta’ propõe que o governo regional “dê início aos procedimentos necessários para anular o registro da Catedral por parte do Bispado de Jaca, e exija que seja declarada bem de propriedade pública para os cidadãos de aragoneses”.
“Podemos” pede, além disto, que sejam “restituídos” outros 30 cemitérios e igrejas registados como propriedades da Igreja entre 1998 e 2015 em Aragão. A Catedral de San Pedro Jaca é considerada um dos templos mais importantes da primeira fase do românico espanhol. A sua construção, a partir de 1077 pelo rei Sancho Ramirez, está diretamente ligada à própria fundação da cidade e à concessão de privilégios que lhe permitiram crescer e desenvolver-se como um próspero centro comercial na rota do Caminho de Santiago.
A maestria com que foi construído este templo harmonioso, o requinte com que foram esculpidos os capitéis das colunas das duas portas, além dos entalhes na porta principal, demonstram que foram obras de autênticos mestres.
O edifício atual é o resultado de sucessivas reformas, ampliações e destruições. Uma visita ao tempo poderia representar uma viagem pela história e pela evolução da arte, desde as primeiras manifestações do românico até as expressões artísticas do final do século XVIII. Tudo está concentrado como se fosse um livro aberto na Catedral de Jaca. (JE/Agências)
Nenhum comentário:
Postar um comentário