SÉRGIO C. ANDRADE
Programa estende-se a 24 igrejas do Grande Porto e sai também para o espaço público. De 11 a 20 de Outubro.
O órgão de tubos da Sé Catedral do Porto foi inaugurado há 30 anos. DR
Teve já duas edições de algum modo experimentais, em 2011 e 2012, circunscritas à cidade do Porto, mas desta vez a organização decidiu alargar o programa ao Grande Porto, e acredita que o Festival Internacional de Música de Órgão (FIMO) se vai fixar definitivamente no calendário cultural do país, em edições bienais.
Ao todo, serão 85 concertos, dentro de 24 igrejas mas também em lugares do espaço público, num calendário que, entre este domingo, com um concerto, às 16h, na Sé Catedral do Porto, e 20 de Outubro, vão pôr em funcionamento mais de duas dezenas de órgãos novos e/ou restaurados.
O pretexto para o programa deste ano é a passagem dos 30 anos sobre a inauguração do grande órgão de tubos da Sé portuense, e também dos 20 anos do primeiro concerto do grande órgão sinfónico da Igreja da Lapa.
Duas personalidades estão intimamente ligadas a estes dois momentos: o organeiro alemão Georg Jann, actualmente com 83 anos, que foi o construtor de ambos os instrumentos; e António Ferreira dos Santos, presidente do festival, mestre capela da Sé e reitor da Lapa, e que foi o principal impulsionador de um movimento de renascimento da música de órgão na região Norte do país.
Em declarações ao PÚBLICO, a apresentar o FIMO, Ferreira dos Santos lembra a importância que a instalação do grande órgão de tubos na Sé do Porto teve no movimento de regeneração musical numa cidade que deu cartas neste domínio, nos séculos XVII e XVIII. “Ultrapassado o apagamento da importância da música de órgão no país, em virtude de razões histórico-políticas, desde o liberalismo até à implantação da República, estamos agora a viver um movimento contrário”, diz o presidente do festival, cujo programa pretende “ajudar a levantar o pó” que ainda se acumula sobre estes instrumentos.
Sem nenhuma dúvida de que a região correspondente à diocese do Porto, com os seus 140 órgãos de tubos, “é a mais rica em todo o país”, Ferreira dos Santos diz que há ainda cerca de 1/3 daquele número à espera de restauro.
No caso específico do Porto, para além dos grandes órgãos da Sé (neobarroco) e da Lapa (sinfónico), o responsável pelo festival – e que integra também a direcção do Centro Europeu dos Festivais de Órgão, com sede na Alemanha – chama a atenção para “o grande e cuidado critério” que presidiu ao restauro dos órgãos das igrejas de Nossa Senhora da Conceição (ao Marquês), para a música romântica francesa, da Boavista, para a música ibérica, e de Cedofeita, para a música contemporânea. “Com esta variedade, o Porto é também um caso único no país”, nota Ferreira dos Santos.
Estes e outra vintena de órgãos existentes no Porto, Matosinhos, Gaia, Maia, Gondomar e Valongo vão ser os protagonistas – a solo ou em conjunto com coros e orquestras – do programa do festival, onde vão ser tocados por 23 organistas, entre portugueses e outros vindos de países de três continentes, incluindo a Ásia e a América.
Para além da extensão ao Grande Porto, outra inovação do programa do festival deste ano é a apresentação de concertos fora das igrejas – nos Passos Perdidos da Câmara do Porto, no metro (Aliados), na estação de comboios de São Bento e no aeroporto Francisco Sá Carneiro –, com instrumentos cedidos pela Universidade Católica.
Faz ainda parte do programa uma homenagem – no dia 19, data em que se assinala o 30º aniversário da inauguração do órgão da Sé – a Georg Jann, que inclui uma condecoração pela Câmara do Porto. E, aproveitando a presença de vários músicos, intérpretes e especialistas internacionais, também a realização de master-classes, encontros, workshops, visitas de estudo, além de um simpósio internacional sobre o órgão.
Teve já duas edições de algum modo experimentais, em 2011 e 2012, circunscritas à cidade do Porto, mas desta vez a organização decidiu alargar o programa ao Grande Porto, e acredita que o Festival Internacional de Música de Órgão (FIMO) se vai fixar definitivamente no calendário cultural do país, em edições bienais.
Ao todo, serão 85 concertos, dentro de 24 igrejas mas também em lugares do espaço público, num calendário que, entre este domingo, com um concerto, às 16h, na Sé Catedral do Porto, e 20 de Outubro, vão pôr em funcionamento mais de duas dezenas de órgãos novos e/ou restaurados.
O pretexto para o programa deste ano é a passagem dos 30 anos sobre a inauguração do grande órgão de tubos da Sé portuense, e também dos 20 anos do primeiro concerto do grande órgão sinfónico da Igreja da Lapa.
Duas personalidades estão intimamente ligadas a estes dois momentos: o organeiro alemão Georg Jann, actualmente com 83 anos, que foi o construtor de ambos os instrumentos; e António Ferreira dos Santos, presidente do festival, mestre capela da Sé e reitor da Lapa, e que foi o principal impulsionador de um movimento de renascimento da música de órgão na região Norte do país.
Em declarações ao PÚBLICO, a apresentar o FIMO, Ferreira dos Santos lembra a importância que a instalação do grande órgão de tubos na Sé do Porto teve no movimento de regeneração musical numa cidade que deu cartas neste domínio, nos séculos XVII e XVIII. “Ultrapassado o apagamento da importância da música de órgão no país, em virtude de razões histórico-políticas, desde o liberalismo até à implantação da República, estamos agora a viver um movimento contrário”, diz o presidente do festival, cujo programa pretende “ajudar a levantar o pó” que ainda se acumula sobre estes instrumentos.
Sem nenhuma dúvida de que a região correspondente à diocese do Porto, com os seus 140 órgãos de tubos, “é a mais rica em todo o país”, Ferreira dos Santos diz que há ainda cerca de 1/3 daquele número à espera de restauro.
No caso específico do Porto, para além dos grandes órgãos da Sé (neobarroco) e da Lapa (sinfónico), o responsável pelo festival – e que integra também a direcção do Centro Europeu dos Festivais de Órgão, com sede na Alemanha – chama a atenção para “o grande e cuidado critério” que presidiu ao restauro dos órgãos das igrejas de Nossa Senhora da Conceição (ao Marquês), para a música romântica francesa, da Boavista, para a música ibérica, e de Cedofeita, para a música contemporânea. “Com esta variedade, o Porto é também um caso único no país”, nota Ferreira dos Santos.
Estes e outra vintena de órgãos existentes no Porto, Matosinhos, Gaia, Maia, Gondomar e Valongo vão ser os protagonistas – a solo ou em conjunto com coros e orquestras – do programa do festival, onde vão ser tocados por 23 organistas, entre portugueses e outros vindos de países de três continentes, incluindo a Ásia e a América.
Para além da extensão ao Grande Porto, outra inovação do programa do festival deste ano é a apresentação de concertos fora das igrejas – nos Passos Perdidos da Câmara do Porto, no metro (Aliados), na estação de comboios de São Bento e no aeroporto Francisco Sá Carneiro –, com instrumentos cedidos pela Universidade Católica.
Faz ainda parte do programa uma homenagem – no dia 19, data em que se assinala o 30º aniversário da inauguração do órgão da Sé – a Georg Jann, que inclui uma condecoração pela Câmara do Porto. E, aproveitando a presença de vários músicos, intérpretes e especialistas internacionais, também a realização de master-classes, encontros, workshops, visitas de estudo, além de um simpósio internacional sobre o órgão.
Fonte: Publico
Nenhum comentário:
Postar um comentário