Por Márcia Maria Cruz /Estado de Minas
(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
A profusão de cores da Igreja São José captura o olhar de quem passa pela Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte. O bege saiu de cena e deu lugar ao vermelho-terracota, ao laranja-mostarda, ao verde-oliva e ao azul caribe. O colorido ficou ainda mais evidente depois que os tapumes e telas de proteção foram retirados, na última semana. Na manhã desse sábado foram celebradas as primeiras missas, quando a beleza passou a ser contemplada de forma integral. Quem vai à igreja se surpreende com a fachada e fica ainda mais encantado com o espaço interno. Os afrescos do teto e as cores realçaram a beleza das naves central e laterais e os sete altares.
Minuciosa, a restauração revela os detalhes do projeto arquitetônico original feito por Edgard Nascentes Coelho, em maio de 1901. Os fiéis, e mesmo quem não frequenta, não se cansam de elogiar a restauração. A reforma teve impacto positivo em toda a comunidade, superando a expectativa dos dirigentes da comunidade. “O Centro de Belo Horizonte é muito cinzento. A igreja está colorindo e, portanto, dando novo encanto à cidade”, diz o padre Paulo Sérgio Carrara. Se para quem passa pela avenida, a igreja inspira um dia mais alegre, para quem assiste às missas e quem celebra, a profusão de cores também muda o humor. “Com a restauração, o clima fica mais propício para a celebração. Quem entra fica imerso no mistério de Deus. A sensação é do céu na Terra”, afirma.Muita gente para para fotografar e entra para conferir a reforma. É o caso do operador de máquina Ildebrando Antônio da Silva, de 40 anos, que não resistiu à pintura. Parou e ficou para a missa das 8h ontem. “A igreja está muito bonita. A restauração ficou muito boa. Chama muito a atenção de quem passa e ainda é patrimônio histórico”, disse.
A restauração da área interna e da fachada foram concluídas, mas ainda é necessário restaurar as laterais do templo. De acordo com o padre Edgard, a reforma será suspensa temporariamente, até que se arrecadem recursos suficientes para que seja concluída. Já foram gastos cerca de R$ 2 milhões para a reforma das naves internas, centrais e dos sete altares, e R$ 1 milhão para a fachada. “Agora, vamos dar uma parada para planejar a próxima etapa, que é a restauração das laterais”, pontuou. O recurso para a reforma é angariado por meio de carnês, com contribuições mensais no valor de R$ 10. “Toda a restauração está sendo realizada com a colaboração do povo que frequenta a paróquia. Não tem nenhum recurso público”, destacou o padre. A primeira etapa, que envolveu a parte interna, foi de 2010 a 2013. A segunda, da fachada, teve início em maio de 2014.
Afrescos
Mesmo compenetrada com a oração do terço, a supervisora aposentada Stela Matutina, de 80, não deixa de apreciar os detalhes da igreja. “Um padre amigo dizia que a São José dá de 10 a zero na Capela Sistina”, brinca. Localizada no Vaticano, a capela é famosa pelos afrescos de Michelangelo, pintados entre 1508 e 1512. A decoração pictórica da São José foi feita pelo alemão Guilherme Schumacher, entre 1911 e 1912. Stela lembra que os detalhes das pinturas foram revelados para o público na atividade que integrou a última Virada Cultural. “É tão cheio de detalhes que poderia ficar o dia inteiro para conseguir prestar atenção em tudo”, diz. Durante a virada, ela inclusive passou a reparar os afrescos que sua visão não alcançava pela posição em que sentava na igreja. “A gente fica sempre de um lado e acaba perdendo”, comentou.
Mesmo morando no Bairro Havaí, na Região Oeste, a dona de casa Ana Barbosa, de 75, vai pelo menos duas vezes por semana à Igreja São José. Agora, além da novena ao santo de devoção, ela tem um motivo a mais. Ana frequenta a São José há 30 anos, quando descobriu que o templo que recebe o nome em homenagem ao pai de Jesus também realizava novenas para São Geraldo. Ela credita ao santo o milagre de ter restabelecido a vida do filho, que enfrentou problemas assim que veio ao mundo. Na missa de ontem, ela comemorou a arrecadação dos recursos entre os fiéis, que possibilitou a reforma. “Isso é um fenômeno. Depois de mais de 100 anos, estamos fazendo uma restauração. Cada pessoa doa R$ 10 por mês, o que para quem doa não vale nada, mas, quando se junta a outras doações, vira um grande montante, faz maravilhas”, disse.
Pinturas
bíblicas
A Paróquia de São José foi criada em 27 de janeiro de 1900. A igreja conta com uma nave central, que recebe ornamentos variados nos espaços entre as colunas. Cenas bíblicas estão pintadas nas paredes laterais da nave e na capela-mor. As naves laterais têm um conjunto de pinturas que representam as 12 constelações, os signos do zodíaco. A igreja tem sete altares: altar-mor de São José, na capela-mor; altar da Sagrada Família e altar de São Geraldo, ambos na nave central; altar de Nossa Senhora Imaculada da Conceição, na nave lateral direita; altar do Sagrado Coração de Jesus, na nave lateral esquerda; altar de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e altar de Santo Afonso, na Capela de Santo Afonso.
bíblicas
A Paróquia de São José foi criada em 27 de janeiro de 1900. A igreja conta com uma nave central, que recebe ornamentos variados nos espaços entre as colunas. Cenas bíblicas estão pintadas nas paredes laterais da nave e na capela-mor. As naves laterais têm um conjunto de pinturas que representam as 12 constelações, os signos do zodíaco. A igreja tem sete altares: altar-mor de São José, na capela-mor; altar da Sagrada Família e altar de São Geraldo, ambos na nave central; altar de Nossa Senhora Imaculada da Conceição, na nave lateral direita; altar do Sagrado Coração de Jesus, na nave lateral esquerda; altar de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e altar de Santo Afonso, na Capela de Santo Afonso.
Fonte: Estado de Minas
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