"No ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2014.
Nosso Mosteiro comemora 50 anos da presença das monjas beneditinas em Campos do Jordão, louvando o Senhor sete vezes ao dia.
Para a celebração do nosso jubileu em julho e para melhor acolher inúmeros turistas e irmãos na fé que nos visitam, estamos fazendo uma ampliação e reforma em nossa Capela. Por motivo de segurança foi necessário trocar todo o madeiramento do telhado que estava totalmente deteriorado.
Em vista disto houve um acréscimo sensível no orçamento. Portanto, com grande humildade e confiança apresentamos nosso pedido de ajuda fraterna, que será de grande valia na execução de nossas obras.
Agradecemos a atenção e confirmamos a certeza de nossas orações em seu favor diante do trono do Cordeiro. A Ele o louvor e a glória para sempre.
Fraternamente"
Me. Myriam e Comunidade
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Histórico do Mosteiro:
História da Pequena Semente
"Os que lançam sementes entre lágrimas ceifarão com alegria”
(Sl 125)
(Sl 125)
A
Crônica de Campos do Jordão, escrita pela Revda. Madre Margarida Hertel
sob o título “A História da Pequena Semente” tem início em 27 de maio
de 1964 e registra em português e alemão os momentos mais relevantes da
fundação do Mosteiro de São João, desde a despedida de um grupo de
monjas do Mosteiro de Nossa Senhora da Glória em Uberaba, a vivência do
lema “Ora et labora” na nova casa até as orações em favor de “uma bela
vida monástica.
Historicamente,
Madre Margarida ao longo de sua vida demonstrou sempre o dom de unir as
irmãs, tornando a comunidade sob sua orientação, forte no espírito
fraterno.
Madre
Margarida nasceu a 24 de fevereiro de 1903 em Estrasburgo, Alemanha, e
recebeu no batismo o nome de Gertrud Franziska Felicitas. Passou, porém,
sua infância e parte da juventude em Würzburg na Alemanha. Seus estudos
foram feitos na Abadia de Frauenchiemsee onde ingressou como
postulante, após terminar o curso de Farmácia.
No
noviciado recebeu como padroeira Santa Margarida Maria de Alacoque e em
8 de setembro de 1932 pronunciou seus primeiros votos, recebendo três
anos mais tarde a Consagração das Virgens.
Em
1936 foi enviada a Dinamarca com duas monjas de seu mosteiro para
implantar a Regra Beneditina, no único mosteiro de contemplativas
daquele país (Mosteiro de Den Evige Tilbedelses Kirke). Lá, Madre
Margarida foi eleita Prioresa por unanimidade e para a surpresa da
população local, de maioria luterana, conseguiu atrair inúmeras
vocações. O Mosteiro, situado na cidade de Copenhague, mudou-se para
Birkerod, um lugar mais aprazível e tranquilo.
Em
1947 Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, bispo diocesano de Uberaba
manifestou o desejo de ter em sua diocese um mosteiro beneditino. A
Providência Divina trouxe Madre Margarida para o Brasil com seis monjas e
duas candidatas dinamarquesas, acompanhadas por D. Wofgang Czernin, do
Mosteiro de Beuron. Assim, em 1948, esta semente lançada na Dinamarca
chegou ao solo brasileiro para morrer e renascer, ser podada até a raiz e
tornar-se uma árvore frondosa.
No
dia 8 de setembro daquele mesmo ano o Louvor Divino foi iniciado
solenemente na pequena capela da fundação cuja padroeira era Nossa
Senhora da Glória.
Em
1964, Madre Margarida juntamente com dezessete monjas fundou o Mosteiro
de São João, na cidade de Campos do Jordão. O Mosteiro de São João
nasceu da fidelidade e generosidade do coração de Madre Margarida Hertel
guiada unicamente por esta certeza interior de que em todos os momentos
e em todas as horas "era o Senhor que vinha", que se fazia presente.
Assim,
as irmãs começaram a nova vida numa casa perto da Igreja Nª Sª da
Saúde. Era um casa pequena, a qual tiveram que pintar, colocar janelas.
No início sofreram muitas privações e frio, mas a fé não as deixava
esmorecer.
Para sobreviver, algumas irmãs davam aulas de línguas e outras dedicavam-se aos trabalhos artísticos. Nas palavras da Madre:
“Vamos
continuar com amor e força e confiar na Providência Divina, em São José
e Nª Sª do Sagrado Coração – esperança dos desesperados, em São João
Batista, no Papa João XXIII. Todos os santos, almas e anjos intercedem
por nós.”
A necessidade de ter uma casa maior era também incluída nas suas preces.
Na
história do Mosteiro de São João, a presença dos amigos sempre
significou um apoio inestimável para que a semente germinasse. E todos
são mencionados com alegria.
Somente
em agosto de 1968 as irmãs chegaram até a chácara onde hoje se localiza
o Mosteiro e ficaram encantadas com a linda propriedade, cujo preço
ultrapassava o poder aquisitivo do Priorado além disso, tal compra
dependia de licença dos superiores.
Toda a questão relacionada à aquisição da chácara é registrada em
alemão e em alguns momentos com símbolos de estenografia, como se Madre
Margarida guardasse para si a angústia de ver solucionado o negócio da
forma mais harmoniosa possível. E logo vêm orações: “In te Domine
speravi! São José há de ajudar. São José nos ajude na vida cotidiana,
Ele deve também ajudar com a casa e logo.”
O
ano de 1966 foi pródigo em visitas e muito trabalho. A questão da
chácara sofreu algum avanço em 10 de fevereiro com a chegada da Alemanha
de uma remessa em marcos (moeda alemã). As aspirações são renovadas de
“colocar tudo em ordem”.
O
início de 1967 traz ainda discussões, telefonemas, cartas e negociações
relacionadas à chácara cuja venda foi fechada no dia 14 de abril de
1967.
No dia 17 de maio de 1968, as irmãs se mudaram, maravilhadas com a ajuda de Deus.
As vocações começam a chegar em 9 de junho de 1972. A primeira candidata chamava-se Célia.
Em
28 de outubro de 1973, o Mosteiro de São João é declarado Priorado
independente com noviciado próprio. Madre Margarida é eleita Prioresa. O
número de vocações aumenta consideravelmente.
Em 21 de junho de 1977 morre Madre Margarida Hertel deixando atrás de si três fundações e muita saudade.
Segundo o seu necrológico:
“Madre
Margarida amava a vida e sofria por ver se separar de suas filhas, mas
ao mesmo tempo tinha sede de se consumida pelo amor misericordioso do
Pai e desejava ardorosamente a vida eterna. Agora na pátria celeste,
continuará seu canto de louvor e intercessão na visão face a Face do
Cordeiro Imaculado, ao qual sejam dadas toda a honra e glória pelos
séculos dos séculos.”
Da
obra que Deus realizou em sua vida, alguém constatou: Me. Margarida foi
uma “árvore” de Deus pois a liberdade da semente está em se tornar
árvore; não realizar isso é sua prisão.
A
árvore cresce, dá flores e frutos, chega o inverno e ela é desnudada,
todas as suas folhas caem Olha para si e vê que só restam o tronco e os
galhos: “todas as folhas de minha árvore caíram!... O que me restou?' - A
experiência da morte! Chega a primavera, o que acontece? - A
experiência da Ressurreição!
Em
julho de 1977 durante a Visita Canônica presidida pelo Revmo. Abade
Presidente D. Basílio Penido, OSB, a Revda. Me. Dolores foi nomeada
Prioresa para substituir Me. Margarida no governo do Mosteiro de São
João.
Em
1981 durante a Visita Canônica julgaram os visitadores ter chegado o
momento de dar-se os passos necessários para transformação do Priorado
Conventual em Abadia o que de fato ocorreu.
Assim
aos 27 dias de setembro de 1981 o Mosteiro São João pôde festivamente
celebrar a Solenidade da Bênção Abacial da Revda. Me. Dolores Souto
Maior a qual foi presidida pelo Revmo. D. Eusébio Oscar Sheid. Escolheu
como lema: “ECCE ANCILLA DOMINI”.
Por
vinte e três anos Me. Dolores "fez-se tudo para todos a fim de salvar a
todos", numa doação total de amor, generosidade e compreensão
para todas e cada uma em particular. Seguindo as pegadas de Nosso Pai
São Bento, no exemplo vivo de Me. Margarida buscou a unidade, a paz e a
alegria para a comunidade, tendo como único ideal a glória de Deus.
Após
sua renúncia, no dia 14 de maio de 2001, sob a presidência de D. Abade
Joaquim de Arruda Zamith foi eleita a Segunda Abadessa de nosso
Mosteiro, Ir. Myriam de Castro, cujo lema é “QUIA AMO TE.”
A Bênção Abacial foi presidida pelo Bispo diocesano de Taubaté Revmo. Dom Carmo João Rhoden no dia 1º de julho de 2001.
E
o Mosteiro de São João continua crescendo em vida fraterna, alegria, e
tornando-se um foco de irradiação da vida cristã e monástica para todos
que o visitam e mais além.
Em
2006, foi enviado um grupo de três monjas para ajudarem o Mosteiro de
Nossa Senhora, situado em Birkerod, Dinamarca, pois com o declínio do
número de vocações, o mosteiro só tinha três monjas de votos perpétuos.
Preocupado
com o futuro do monaquismo beneditino na Dinamarca, atualmente quatro
monjas do Mosteiro São João e uma monja do Mosteiro de Nossa Senhora da
Glória, ambos fundações de Madre Margarida Hertel, residem e lutam pela
restauração da vida monástica naquele mosteiro, do qual vieram as
fundadoras.
Fonte: Mosteiro São João
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