Nossa Senhora da Purificação (século XVII). Obra de Frei Agostinho de Jesus no Museu de Arte Sacra de São Paulo. |
Nossa Senhora do Rosário-Sec.XVII Barro cozido e policromado- Frei Agostinho de Jesus |
Possivelmente foi discípulo do frei Agostinho da Piedade, trabalhando em estilo semelhante na produção de estatuária sacra em terracota. A maior parte de suas obras foram criadas para as congregações beneditinas do Rio de Janeiro e São Paulo. Das suas obras reconhecidas estão as estátuas em tamanho natural de São Bento e de Santa Escolástica, preservadas no Mosteiro de São Bento, e uma Nossa Senhora da Purificação, no Museu de Arte Sacra de São Paulo.
Nascido no Rio de Janeiro, passou boa parte de sua vida na cidade de Santana do Parnaíba, região da Grande São Paulo, onde, segundo estudiosos, confeccionou a belíssima imagem de Nossa Senhora da Conceição em terracota, que, encontrada nas águas do Rio Paraíba do sul, região de Guaratinguetá, em meados de outubro do ano de 1717, veio a dar início a uma grande devoção à milagrosa santa "aparecida", mais tarde conhecida como Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil.
Nossa Senhora da Conceição-Sec.XVII Barro cozido e policromado- Frei Agostinho de Jesus
O Brasil sempre nos surpreende. Um país tão rico de cultura, com grande variedade artística, conhece muito pouco sobre sua história e aqueles que construíram esta grande nação. No Século XVIII Nosso país conheceu a arte de um dos mais importantes artistas Brasileiros e o precursores da chamada arte barroca colonial. Trata-se de Frei Agostinho de Jesus. Nascido no Rio de Janeiro em 1600, Agostinho de Jesus foi monge Beneditino e um dos discípulos de um outro Agostinho, o da Piedade. Sabe-se que a maioria de suas obras foi criada para os mosteiros Beneditinos, especialmente os do Rio de Janeiro e São Paulo.
No Mosteiro de São Bento paulistano, encontram-se as mais importantes obras de Agostinho de Jesus. No altar mor da Basílica de Nossa Senhora da Assunção – nome oficial da igreja do Mosteiro – estão as estátuas em tamanho natural de São Bento e de Santa Escolástica.
Assinado no Mosteiro de São Bento de São Paulo, Agostinho de Jesus passou boa parte de sua vida na cidade de Santana do Parnaíba, onde havia um mosteiro, hoje desaparecido.
Os Mosteiros beneditinos sempre foram grandes propagadores da arte e da cultura. Seguindo a mesma tendência, Os mosteiros de São Bento de São Paulo, Santana do Parnaína e Sorocaba também deram sua contribuição às artes. Tais mosteiros se concentraram como grandes difusores da escola artística de barro cozido – arte bandeirante. É aqui que Frei Agostinho de Jesus ganha destaque. Sua influência foi tamanha chegando aos santeiros populares. Acredita-se que sua obra tenha inspirado o trabalho do mestre do barroco brasileiro, Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Ainda hoje, a influência artística de Frei Agostinho de Jesus nos alcança com grande força. Um dos maiores símbolos brasileiros, a imagem milagrosa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil, situada na Basílica Nacional em Aparecida do Norte, São Paulo, foi confeccionada por este ilustre beneditino. A catalogação da obra de Agostinho de Jesus se deve a um outro ilustre beneditino, Dom Clemente Maria da Silva Nigra. Com maestria incomparável Dom Clemente reuniu toda obra de nosso artista e a partir de pesquisas minuciosas de estilemas e demais técnicas, atribuiu a imagem de Aparecida a Frei Agostinho de Jesus.
O monge-escultor Agostinho de Jesus morreu em São Paulo em 1661.
Em Santana do Parnaíba, no ano de 2001, houve um reconhecimento singular a este grande religioso-artista brasileiro. Foi inaugurado na cidade um monumento, a estátua de Frei Agostinho de Jesus no seu ofício de escultor. A estátua faz alusão à produção da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Esculpida pelo artista plástico parnaibano Murilo Sá Toledo, a estátua de Frei Agostinho de Jesus e pode ser vista no Largo São Bento – local originário do Mosteiro beneditino onde viveu o escultor.
Ir. João Baptista Barbosa Neto, OSB
Fonte: Wikipédia/ Barroco Brasileiro/ Biblioteca do Mosteiro de São Bento de São Paulo |
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