terça-feira, 13 de agosto de 2013

Frei Agostinho da Piedade

Frei Agostinho da Piedade (1580: Alcobaça, Portugal – 1661: Salvador, BA).

Santo Amaro-Sec.XVII
Frei Agostinho da Piedade-Barro cozido e policromado
Veio para a Bahia ainda muito jovem, ordenando-se monge no Mosteiro de Săo Bento de Salvador (BA) por volta de 1610, anda que sua presença ali só seja documentalmente atestada a partir de 1619. Permaneceu na Bahia até o final da vida, alternando-se entre o referido mosteiro e a administração da Fazenda de Itapuã, também pertencente à ordem beneditina.
Sua obra escultórica, produzida ao que parece exclusivamente em barro cozido, constitui provavelmente a primeira manifestação de arte erudita realizada no Brasil, ainda nas primeiras décadas do século XVII. A comprovação documental de sua autoria se estende por um conjunto de cerca de 30 peças sacras.

Entre seus trabalhos, merecem destaque uma detalhada imagem de Nossa Senhora do Monserrate, atualmente guardada no Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia, em Salvador; e os doze bustos relicários do Mosteiro de Săo Bento, produzidos ainda no início de sua carreira, nos quais se pode notar de forma mais intensa a influência das imagens renascentistas vistas por ele na infância em Portugal e guardadas em sua memória.
Săo também de sua autoria as imagens de Senhora Santana-Mestra, pertencente à Igreja dos Aflitos; de Santa Mônica, atualmente na sede da seção baiana do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN); de Săo Pedro Arrependido, na Igreja de Nossa Senhora do Monserrate, todas em Salvador; e também as do Menino Jesus, existente no Mosteiro de Săo Bento, em Olinda (PE); de Săo Bento, na Paraíba; de Nossa Senhora do Monserrate, no Mosteiro de Săo Bento de Săo Paulo; de Santo Amaro, no Museu de Arte Sacra de Săo Paulo; e de Nossa Senhora com o Menino Jesus, que pertenceu à coleçăo particular do poeta Jorge de Lima, no Rio de Janeiro.

Nossa Senhora dos Prazeres-Sec.XVII
Frei Agostinho da Piedade-
Barro cozido e policromado

Dom Clemente Maria da Silva Nigra, monge do Mosteiro de Săo Bento do Rio de Janeiro, dedicou-lhe os estudos “Frei Agostinho, religioso de Săo Bento”, publicado na Revista do Instituto Brasileiro de História da Arte, em 1954; e “A descoberta do artista Frei Agostinho da Piedade”, publicado no caderno Artes e Letras do Diário de Notícias, de Salvador, em abril de 1961.
Teve como discípulo, em Salvador, o também frei beneditino Agostinho de Jesus, primeiro grande artista nascido no Rio de Janeiro, e que desempenhou papel relevante na história das artes brasileiras no período colonial.
Nossa Senhora do Monserrate

Săo Pedro Arrependido

Ao longo dos anos, obras de sua autoria vem sendo incluídas em exposições sobre arte barroca e colonial brasileira, como a Retrospectiva de Arte Sacra Brasileira, realizada no Rio de Janeiro, em 1955; a exposiçăo Tradiçăo e ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, promovida pela Fundaçăo Bienal, na capital paulista, em 1984; e Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Barroca, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 2000.



Fontes
CAVALCANTI, Carlos. Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos. MEC/INL, 1974.
PONTUAL, Roberto. Dicionário das Artes Plásticas no Brasil. Civilizaçăo Brasileira, Rio de
Janeiro, 1969.

RODRIGUEZ, Vanessa Brasil Campos. O lugar do Amado: uma leitura da imagem de Nossa Senhora do Monteserrate, de frei Agostinho da Piedade (séculoXVII). Revista Ohun, agosto, 2004. <http://www.revistaohun.ufba.br/html/o_lugar_do_amado.html>
< http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/Enc_Artistas/
dsp_dados_artista.cfm?id_nome=280632&cd_idioma=28555>

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