sábado, 7 de janeiro de 2012

Santuário Nacional de Anchieta

Localiza-se em uma encosta do morro do Rio Benevente, na antiga aldeia de Reritiba, núcleo histórico da atual cidade de Anchieta, litoral sul do Espírito Santo, a 80 km da capital, Vitória.

Enquanto obra arquitetônica, o Santuário Nacional de Anchieta é uma construção jesuítica do Brasil Colônia. Foi erguido entre meados do século 16 e início do século 17.

Constitui-se das seguintes partes: a igreja mais a residência em forma de quadra e uma praça fronteiriça ao conjunto arquitetônico, atualmente conhecida como Praça da Matriz. Tem sua fachada principal voltada para o mar. A residência, edificada ao lado da igreja, localiza-se ao sul da quadra. Neste conjunto, hoje, funcionam o Museu Padre Anchieta pertencente à Sociedade Nacional de Instrução - instituição educacional filantrópica dirigida pelos jesuítas - e a Sede da Paróquia de Nossa Senhora da Assunção, confiada aos jesuítas pela Mitra Arquidiocesana de Vitória.

O Conjunto Jesuítico de Anchieta destaca-se pela importância que teve no processo de inculturação religiosa dos índios puris e tupiniquins, conduzido pela Companhia de Jesus no tempo da Colônia, modelo considerado pioneiro no Brasil; mas também por ter sido o lugar escolhido pelo sacerdote José de Anchieta para viver os últimos anos de sua vida.

Após a expulsão dos jesuítas, em 1759, a Coroa portuguesa elevou a aldeia de Reritiba à condição de Vila de Benevente e confiscou os bens da Companhia de Jesus. A igreja, elevada à categoria de Matriz Paroquial, passou a exibir, já a partir de 1797, uma nova feição, com demolição da sacristia que estava edificada ao lado da Capela-mor, para a construção da sacristia atual, bem maior e mais ampla. Em 1804, a residência, composta por três alas que se fechavam com a igreja em torno do pátio interno, teve a maioria de seus cômodos ocupados. Abrigava, simultaneamente, a Casa de Câmara da Vila de Benevente e a Cadeia Pública, além de servir como moradia para o vigário e o juiz.

Outras partes das alas, mais especificamente da sul e da oeste, ficaram abandonadas, arruinando-se com o tempo. A partir da segunda metade do século 19, o pátio interno da residência começou a ser usado como cemitério da cidade, bem como suas áreas arruinadas.
Em 1928, o bispo Dom Helvécio, comprou a residência da Prefeitura e a devolveu aos jesuítas, que passaram a residir aí para retomar a missão apostólica da região.

Em 1943, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, reconhecendo a relevante importância deste monumento para a Memória Nacional, promoveu seu tombamento.

Em 1994, teve início o Programa de Restauração do Conjunto Jesuítico de Anchieta, com o objetivo de promover a conservação do monumento e resgatar as características marcantes da construção original. Das descobertas mais importantes destacam-se os escombros da sacristia primitiva, ao lado da Capela-mor. O limite da residência mais antiga foi identificado, possibilitando a constatação de que a residência fora construída em etapas: uma ampliação da residência havia sido feita pelos jesuítas na sua primeira fase de atuação no Brasil, cumprindo o plano orientado por Roma que era o da forma de um quadrado.

A pesquisa nas paredes da igreja revelou as feições primitivas da construção jesuítica dos séculos 16 e 17, o que possibilitou o resgate de sua arquitetura original. Na fachada principal, aspectos e detalhes construtivos, como antigas janelas que haviam sido fechadas em decorrência de obras de modernização, puderam ser reconstituídos.
Também foram removidos ornamentos como um óculo, cunhais, socos, cimalhas e outros elementos decorativos que não faziam partes da construção primitiva. Tais elementos haviam sido introduzidos no século 19, com o objetivo de adaptarem o monumento a novos valores estéticos de então.

No interior da igreja, foi retirado da Capela-mor o retábulo que, por mais de cem anos, cobria toda a sua parede do fundo, na qual se encontrava uma belíssima pintura do século 17, hoje exposta à apreciação do público visitante. Foram removidos ainda dois altares, datados do século 20, que estavam nas paredes laterais, próximos da parede do arco-cruzeiro, cuja madeira encontrava-se totalmente danificada pela ação do cupim. A remoção destes altares revelou vestígios de duas seteiras da construção primitiva que foram totalmente recuperadas, devolvendo à igreja mais luminosidade, ventilação e as características originais de sua arquitetura.
 
CELA

Nome que se dá ao cômodo de moradia severo e simples de um religioso. A cela do Pe. Anchieta era o lugar para onde ele se retirava, isolando-se de todos para rezar, escrever e dormir. Nesta cela, o Pe. Anchieta hospedou-se muitas vezes em suas passagens pela localidade. Nela, recuperava-se dos desgastes físicos causados pelas longas viagens que fazia sempre a pé, a fim de preparar e fortalecer as comunidades indígenas. Nela, ele faleceu no dia 9 de junho de 1597.

Hoje, a cela abriga um pedaço do osso da tíbia do beato José de Anchieta, que pertencia, desde o ano de 1759, ao governo do Espírito Santo. A relíquia foi devolvida em 1888 aos jesuítas, que a levaram para Nova Friburgo, RJ. Voltando a residir em Anchieta, os jesuítas trouxeram de volta, em 1944, a relíquia do Beato, cuja proteção ainda hoje invocam, para dar continuidade à obra missionária daquele que foi considerado “O Apóstolo do Brasil”.


Cela do Beato Anchieta
Fragmentos de um Crucifixo



Santuário Nacional de Anchieta

Conjunto Jesuítico de Anchieta
   
Monumento ao Beato Anchieta
 SANTUÁRIO NACIONAL DE ANCHIETA 
MUSEU PADRE ANCHIETA 
 
Horário de visitação: 
 
De terça-feira a sexta-feira: das 8h às 12h e das 14h às 17h.
Sábados e domingos: das 9h às 17h.
Visitas monitoradas para escolas e grupos com hora marcada
ANCHIETA - ESPÍRITO SANTO - BRASIL
Tel: (28) 3536 2335
E-mail: jesleq@escelsanet.com.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...