Instituição guarda importante acervo da cultura de Minas Gerais e várias obras-primas de gênios do barroco
Walter Sebastião - EM Cultura
Considerado uma das mais importantes instituições de Minas Gerais, o Museu Mineiro reabre as portas nesta quarta-feira. Instalada em sobrado do fim do século 19, na Avenida João Pinheiro, sua extensa coleção abarca documentos, objetos e obras de arte dos séculos 17 a 20. Trata-se de conjunto precioso dedicado à cultura do estado. Depois de passar três anos fechado, ele volta à ativa após oito meses de reforma. Confira mais imagens do Museu Mineiro! Leonardo Bahia Diniz, superintendente de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais, explica que a reforma priorizou as necessidades do local: reestruturação do sistema elétrico e de vitrines, pintura das salas, novo projeto museográfico e proposta luminotécnica. Foi criada uma galeria para mostras temporárias, sala multiuso e café, que começará a funcionar até março. “Estamos reabrindo o museu em condições perfeitas: com tudo recuperado, inclusive as obras”, explica. A atração da exposição de abertura será o carro-chefe da casa: o belo imóvel e a diversificada coleção de arte. O acervo reúne obras dos principais artistas do barroco mineiro (Aleijadinho, Ataíde e Mestre Piranga, entre outros) e de nomes de referência para a arte contemporânea, como Amilcar de Castro e Celso Renato. “O conjunto mostra a diversidade da arte e da cultura mineira”, observa Leonardo Diniz. O superintendente garante: agora, o museu conta com condições dignas de abrigar a coleção que possui. “E as de terceiros”, completa Leonardo Diniz. O intercâmbio com outras instituições está em curso. Já se iniciaram as conversas com o Museu de Arte Sacra de São Paulo. Um dos desafios, aponta Leonardo, é reconquistar a comunidade, especialmente o público mais jovem. Para isso foi criado projeto de ação educativa. Também é necessário ampliar o acervo. “Vamos bem até os anos 1970, mas precisamos chegar à contemporaneidade”, observa o superintendente. A sala de exposições temporárias permitirá o diálogo entre artistas e propostas relacionadas ao acervo do museu e à cultura mineira. O fechamento por tanto tempo, explica Diniz, deveu-se à reforma em prédio tombado, “o que não é simples”. O processo cobrou estudos e autorizações. “O Museu Mineiro sempre teve forte papel educativo. Mesmo fechado, desenvolveu ações importantes em escolas e comunidades”, conclui Leonardo Diniz. Em abril, a casa apresentará exposição de 150 peças recuperadas pelo Ministério Público durante investigação sobre roubo de arte sacra. Elas estão sob a guarda da instituição. IDENTIDADE COLETIVA “O Museu Mineiro é a salvaguarda da memória de Minas Gerais”, afirma o historiador Thiago Costa, de 31 anos, novo diretor da instituição. Ele já trabalhou no Museu Histórico Abílio Barreto, em Belo Horizonte, e integra a Superintêndencia de Museus de Minas Gerais desde 2009. De acordo com ele, pela riqueza de seu acervo, a instituição tem condições de apresentar atuação mais dinâmica, além de se tornar nova referência museológica. “Gostaria que a comunidade – acadêmica, artística e escolar – abraçasse o museu como espaço de identidade coletiva”, afirma. MUSEU MINEIRO Reabertura nesta quarta-feira, às 10h. Com lançamento do livro Desenho museografado sobre mesa de queijos e outras apropriações de um museu estadual e abertura da exposição Coleções do Museu Mineiro (Arquivo Público, Geraldo Parreiras, Pinacoteca do Estado e Amigas da Cultura). Avenida João Pinheiro, 342, Funcionários, (31) 3269-1168. Aberto às terças, quartas e sextas-feiras, das 10h às 19h; quintas-feiras, das 12h às 21h; sábados e domingos, das 12h às 19h. Entrada franca. |
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