Mons. Colino: "A música sacra é um patrimônio universal"
Uma pequena entrevista com o Monsenhor Pablo Colino, diretor do coro da Orquestra Filarmônica de Roma, publicada no jornal italiano La Repubblica em 16 de junho de 2011
Maestro Colino, por que a música sacra e a liturgia estão em crise?
Tudo tem sido precipitado depois do Concílio Vaticano II, com essa superficial onda de pseudorenovação que tem trazido tanto dano para quase todas as nossas igrejas. Basta assistir a qualquer celebração litúrgica para ouvir o som de guitarras horríveis, pianolas ensurdecedoras e coros superficiais. Todos dirigidos por maestros pouco preparados. Ainda há exceções alentadoras que, creio eu, poderão ser multiplicadas no futuro.
Poderia dar um exemplo?
Aconteceu recentemente em Terni um interessante congresso sobre a música sacra, onde muitos corais juvenis e grupos de artistas especializados em música litúrgica se apresentaram. Escutá-los foi belo e interessante. E também alentador.
Mas há uma “receita” para resgatar a música sacra?
Devemos retornar a um estudo sério, rigoroso e apaixonado nas scholae cantorum, nos conservatórios e, quiçá, nas escolas. A música sacra é um patrimônio universal, uma forma de arte entre as mais elevadas e imortais. (...)
E quais deveriam ser os programas nestas escolas?
É de fundamental importância voltar a difundir o conhecimento direto do canto gregoriano e, paralelamente, melhorar a preparação dos músicos, diretores de orquestras e corais. Não se chega a lugar algum sem rigor didático e sem o conhecimento do gregoriano, que é a mãe da música sacra – e eu me atrevo a dizer de toda a música, inclusive a contemporânea
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