Alpinista, com o auxílio de cordas, escalou 31 metros de altura. (Foto: Fernando Surur)
Rua parcialmente bloqueada, homens a 31 metros de altura e o trabalho de profissionais no ponto mais alto do prédio histórico. Essas foram cenas vistas na igreja Nossa Senhora do Carmo, na última quinta-feira, atividade que deverá persistir, ao menos, até janeiro, em mais uma fase de recuperação do prédio. Em caráter emergencial, a Paróquia de São José deu início ao processo de restauro da torre da igreja, no projeto batizado como “Alpinistas do Patrimônio”, pioneiro no país e só visto em cidades da Europa, como Paris, na França, segundo Marcos Tognon, arquiteto responsável pelo projeto. O trabalho implica no uso de um sistema de alpinismo por corda e sem estrutura de andaimes, com o restauro de ladrilhos hidráulicos, estruturas ornamentais neogóticas, retirada de plantas e até do para-raio da igreja. Um dos objetivos é evitar a queda de algum material da ponta da torre, hoje deteriorada.
O trabalho está a cargo de quatro profissionais, um coordenador e três auxiliares, da empresa Santa Rita Tech, com sede em Mogi Guaçu, e foi definido após o resultado apresentado pelas imagens obtidas por um drone, em trabalho realizado no primeiro semestre. Com a informação de que o estado de conservação da torre requeria cuidados e oferecia riscos em relação à segurança, houve consenso de que era necessária uma rápida interferência no prédio. “Esse trabalho foi emergencial, notamos que havia, a partir da vistoria de março, um certo risco para a fachada, que se encontrava em um estado de depreciação muito alta. Resolvemos antecipar essa etapa, que geralmente é a última”, explicou à reportagem o arquiteto Marcos Tognon.
A estratégia de trabalho foi montada em cima de uma análise preliminar e reuniões entre representantes da paróquia e da empresa, de acordo com o diretor da Santa Rita Tech, Marcelo Henrique Leme de Morais.
O restauro
Tognon afirmou que dos 31 metros entre o solo e a ponta da torre, serão restaurados 15 metros, passando pela cruz e o florão até o óculo da igreja, estrutura redonda parecida com um relógio. Na quinta-feira foi criada uma base de apoio para colocação de um material de proteção, removendo as estruturas metálicas que serão reparadas, como o para-raio, além da montagem de uma plataforma. Está prevista para a próxima semana a limpeza e retirada de todo o material que está solto.
“Vamos tirar tudo aquilo que está oferecendo risco de queda, começar o processo de restauro de cima para baixo”, completou Tognon.
Investimento é de R$ 45 mil
O investimento no trabalho gira em torno de R$ 45 mil, valor que será custeado com recursos da própria igreja, adquiridos em festas beneficentes e por meio de um brechó. Não estão incluídos os valores provenientes da indenização feita pelo ex-presidente do Mogi Mirim, Rivaldo Ferreira, devido às trincas e rachaduras surgidas na igreja em 2012, motivo pela restauração do prédio histórico.
Os interessados em contribuir com o restauro podem depositar qualquer quantia em uma conta vinculada à Paróquia de São José, no Banco Santander, agência 0047, conta corrente 13.000.708-4.
Base de apoio foi montada perto do topo da torre, na quinta-feira. (Foto: Fernando Surur)
Por Fernando Surur
Nenhum comentário:
Postar um comentário