06/11/2015 18h58 - Atualizado em 06/11/2015 18h58
Rompimento de barragens da Samarco causou danos graves a patrimônio.
Promotor disse que dezenas de sítios históricos foram destruídos.
Por Thais Pimentel Do G1 MG
Igrejinha histórica de São Bento foi soterrada pela lama, diz Ministério Público (Foto: Google/Reprodução)
A lama das duas barragens de rejeitos da Samarco Mineradora que foram rompidas nesta quinta-feira (5) soterrou bens históricos de valor inestimável para a comunidade do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central do estado.
Fundado no século XVIII, o local é um dos arraiais mais antigos de Minas Gerais. De acordo com o coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, Marcos Paulo de Souza Miranda, a capelinha de São Bento, datada da época do surgimento do distrito, foi totalmente soterrada.
“Infelizmente houve danos gravíssimos em decorrência do rompimento das barragens. A capelinha de São Bento do século XVIII é um dos mais antigos bens culturais. Está relacionada com a própria origem da comunidade que está hoje embaixo da lama”, disse.
Ainda segundo o coordenador, dezenas de sítios históricos que registravam atividades de mineração do século XVIII foram destruídos. Bens culturais de Barra Longa, cidade a 40 quilômetros de Mariana, também foram afetados.
Equipes do Ministério Público e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão no local tentando recuperar bens históricos.
Licença ambiental
A Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana (Supram) havia concedido à Samarco em junho deste ano licenças prévia e de instalação para a unificação de duas barragens. As estruturas são a de Fundão, que se rompeu na tarde desta quinta-feira (5), e a de Germano.
Além disso, a empresa também havia recebido permissão para realizar obras na própria barragem de Fundão. De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, as licenças foram aprovadas pelo Conselho de Política Ambiental (Copam).
De acordo com o programa de auditoria de segurança de barragem da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), a barragem do Fundão, de propriedade da empresa Samarco SA, estava com estabilidade garantida pelo auditor.
O último relatório foi apresentado em setembro de 2015. Mas segundo nota da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, “para garantir tal estabilidade, é necessário que a empresa se responsabilize pela manutenção contínua”.
A Samarco operava quatro barragens na Mina Germano, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana.
06/11 - Carros e destroços de casas são vistos em meio a lama após o rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco no Distrito de Bento Rodrigues, no interior de Minas Gerais (Foto: Christophe Simon/AFP)
Fonte: G1
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